União parece ser a palavra chave para as eleições que se aproximam no Tocantins. De um lado, o conglomerado político liderado pelo Palácio Araguaia, encabeçado por Wanderlei Barbosa e Kátia Abreu. Do outro, um grupo muito bem estruturado pelo senador Eduardo Gomes, que traz Ronaldo Dimas, ex-prefeito de Araguaína como candidato ao governo e a deputada federal Dorinha Seabra concorrendo ao Senado.
Por Edson Rodrigues
Se, pelos lados do Palácio Araguaia a união é o forte do grupo político, pois é uma necessidade extrema, no grupo que abraça as candidaturas de Ronaldo Dimas e Dorinha Seabra, a união do MDB, do União Brasil e do PL é a “alma” de todas as aspirações. Sem essa alma, todos podem sair derrotados.
Governador Wanderlei Barbosa e os senadores Kátia Abreu e Irajá Abreu
A capacidade de gestão de Ronaldo Dimas é inegável e é reconhecida por toda a população de Araguaína, da Região Norte do Tocantins e de parte do Sul e do Sudeste. Foram dois governos que transformaram Araguaína em uma metrópole, um polo comercial e industrial que atrai novos negócios, investimentos e empresas a cada dia. A população da cidade, hoje, tem orgulho de dizer onde mora, e agradeceu a Dimas elegendo o seu sucessor e boa parte da Câmara Municipal.
Ronaldo Dimas, Eduardo Gomes, Professora Dorinha Seabra e Marcelo Miranda
O problema é que, assim como 98% dos grandes gestores, Ronaldo Dimas tem, sim, a capacidade gestora no sangue, mas em questão de simpatia, de “ter a cara do povo”, deixa muito a desejar.
EM BUSCA DA “ALMA”
Sem dar muitas voltas para falar o óbvio, os principais líderes dos três partidos que encabeçam o grupo político de apoio a Dimas, MDB, União Brasil e PL têm como missão fundamental buscar a “alma” que essa junção de forças precisa, pois só realmente unidos vão garantir uma participação no segundo turno da eleição para o governo, em pé de igualdade com o grupo do Palácio Araguaia, pois se um lado não pode contar com os repasses federais, o outro também não poderá contar com o “diário oficial” e realização de obras nos municípios.
O grupo comandado por Eduardo Gomes, que sempre foi o nome desejado pela maioria dos prefeitos, vereadores, lideranças regionais e classistas, líder do governo federal no Congresso Nacional e campeão de envio de recursos federais e maquinário pesado para os 139 municípios e para o Estado do Tocantins, tem no próprio Gomes o seu maior poder de convencimento, pois abriu mão de ser um candidato imbatível para unir forças em torno dos nomes de Ronaldo Dimas e Dorinha Seabra e dos companheiros que comporão a chapa proporcional de deputado federais e estaduais.
É desse tipo de desprendimento, humildade e compreensão que seu grupo político precisa para ter uma “alma” genuína e mostrar força nas urnas em dois de outubro, quando quem errar menos terá o “detalhe” que vai decidir esta eleição.
Entre os companheiros de Eduardo Gomes, a compreensão pela necessidade de união para ter força política é unanimidade, conforme informações obtidas pelo Observatório Político de O Paralelo 13.
DO OUTRO LADO
Enquanto isso, o governador Wanderlei Barbosa vem liderando seu grupo político com uma margem quase zero de erros políticos ou administrativos, mantendo-se centrado nas ações administrativas, enquanto pode, crescendo, a cada dia, em simpatia junto aos servidores públicos estaduais, de onde já surgiu a fama de “não prometer, apenas fazer cumprir”. Além dos servidores, Wanderlei tem a vantagem de ser um tocantinense genuíno, com “cheiro e jeito” de povão, o que faz com que os eleitores mais humildes vejam nele uma possibilidade real de mudança.
Já a senadora Kátia Abreu está determinada em vencer mais uma eleição e trabalha 24h por dia para atingir seu objetivo, que é a reeleição. Para isso, já até promoveu algumas mudanças em seu jeito de ser, de personalidade forte, se ajustando a um novo tempo e a um novo jeito de fazer política.
Além de ser inteligente – a ponto de mudar de opinião para se adequar ao seu novo grupo político – Kátia é, e sempre foi, uma mulher guerreira que, por onde passou deixou portas abertas, tanto nos seus 15 anos de Senado quanto como membro de diversas comissões, ministra da Agricultura e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, tudo isso sem nenhum envolvimento ou proximidade com atos não republicanos.
Por onde quer que se aventure, Kátia Abreu será sempre uma forte concorrente, conta com uma ótima equipe de marketing político, formada por profissionais que, só nos últimos 20 dias, já conseguiram fazer o nome da senadora ganhar corpo entre o eleitorado.
DAMASO E MOURÃO
Deputado Osires Damaso
Seria injusto fazer uma análise do quadro político no Tocantins, sem falar das candidaturas de Osires Damaso e de Paulo Mourão ao governo do Estado.
Damaso é um deputado federal e empresário muito bem-sucedido nas duas empreitadas, e está em plena construção de uma frente de líderes políticos, empresariais e populares para, em breve, trazer à população o seu plano de governo e suas principais propostas.
É um político que jamais deve ser menosprezado, com boa penetração junto às maiores camadas do eleitorado.
Paulo Mourão e Lula
Já Paulo Mourão tem sido um gigante para manter sua candidatura ao governo pelo PT, onde tem enfrentado – e ganhado – batalhas internas, junto à direção estadual da legenda. Sua maior vitória dentro do PT ainda está por vir, e será sacramentada com uma visita da presidente nacional Gleisi Hoffmann acompanhada de ninguém menos que o líder das pesquisas de intenção de voto para a presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Tocantins, ocasião em que irão afirmar em alto e bom tom que o candidato ao governo do Tocantins, pelo PT, é Paulo Mourão e “PT saudações”.
CONCLUSÕES
Ante o acima exposto, devemos esperar pelos próximos lances políticos para elaborar uma nova análise do quadro sucessório para governador e senador.
É certo que o grupo político comandado pelo senador Eduardo Gomes, coordenador da campanha de Ronaldo Dimas ao governo, ainda precisa estabelecer o clima interno de união entre o MDB, o União Brasil e o PL, que dará a “alma” e a musculatura necessárias para disputar não só o governo, mas o Senado, as oito vagas para deputado federal e as 24 vagas para a Assembleia Legislativa.
Ou isso, ou Ronaldo Dimas perderá a eleição ao governo por “w.o.”, ou seja, sem nem comparecer ao “jogo”, pois já está mais que provado que, sozinho, Dimas não consegue romper a barreira da popularidade necessária.
Já que Eduardo Gomes já antecipou que não haverá “cavalo de pau” no seu grupo político, já passou da hora de demonstrar essa união e criar uma “alma”, uma decisão urgente e que precisa ser tomada.
Por hoje, é só!