Em atitude omissa Josi Nunes não comparece para votação na Câmara dos Deputados em favor de Temer

Posted On Quinta, 26 Outubro 2017 06:39
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A deputada federal, Josi Nunes, (PMDB-TO), não compareceu no plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 25, para votar pelo arquivamento da denúncia do seu correligionário, o presidente da República Michel Temer

 

 Por: Edson Rodrigues

 

De acordo com uma fonte em Brasília, o Palácio do Planalto dará uma resposta à altura da decisão da deputada, e que ela será tratada como deve ser tratada. Segundo informações, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) nacional pode destituir a deputada tocantinense do cargo de presidente da Fundação Ulysses Guimarães (FUG), imediatamente.

 

Ainda, de acordo com nossa fonte em Brasília, hoje, o gabinete presidencial vê a deputada como uma “traidora”, e que a mesma não será perdoada por Michel Temer. Josi poderá sofrer algumas sanções impostas, até sexta-feira, 27, pessoalmente pelo presidente da República, garantiu.

 

Tocantins

Atualmente, o Tocantins tem sido um dos estados da federação beneficiado pelo presidente Michel Temer que tem demonstrado parceria e companheirismo junto ao Executivo Estadual, governado por Marcelo Miranda.

 

O governo federal tem contribuído em relação aos financiamentos feitos pelo Estado, como é o caso da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e também créditos junto ao Banco Mundial. Além de inúmeras liberações das emendas com o aval da União fomentando o desenvolvimento do Tocantins.

 

Decisão

Ao que parece, a atitude da deputada trata-se de uma decisão pessoal, em que analistas do Estado consideram ser um recado de Josi Nunes, uma vez que nos bastidores da política comenta-se indícios de uma aproximação de Marcelo Miranda com o prefeito de Gurupi, Laurez Moreira. 

 

Em Porto Nacional, no último dia 22, em um ato suprapartidário, os dois estiveram juntos durante a assinatura da Ordem de Serviço da construção da ponte sobre o Rio Tocantins, no município. A ação foi considerada pelos tocantinenses uma das maiores e mais importante obra no governo Marcelo Miranda.

 

A deputada, não participou da solenidade em Porto Nacional, logo já pode ter sido um aviso que veio a se concretizar com sua ausência na votação desta quarta-feira, 25, para a votação da segunda denúncia contra o presidente. Ainda assim, sem o voto de Josi Nunes, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou por 251 votos a 233 a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR), o que não deixou o Tocantins em uma “saia justa” com o governo federal, devido ao bom relacionamento.

 

É fato que nada justifica o ato político praticado pela deputada, mas sua decisão que foi premeditada terá consequências danosas por parte do Palácio do Planalto. Vale destacar que a nossa fonte dificilmente nos passa uma informação que não tenha 99,99% de certeza. Motivo esse que nos levou a publicar esta matéria.  No Tocantins, dos oito deputados federais, seis foram a favor do arquivamento do processo, um contra e uma abstenção.

 

Confira os votos dos deputados do Tocantins

 

A favor do Arquivamento: Carlos Henrique Gaguim (PODE); César Halum (PRB); Dulce Miranda (PMDB); Lázaro Botelho (PP); Professora Dorinha (DEM); Vicentinho Júnior (PR).

Contra o arquivamento: Irajá Abreu (PSD).

Abstenção: Josi Nunes (PMDB).

Os próximos dias serão um termômetro do gabinete presidencial.

 

Nota

Após a votação, a deputada Josi Nunes emitiu à imprensa uma nota pública de esclarecimento por sua ausência. Cabe ao eleitor fazer o seu julgamento.

Confira a nota na íntegra:

 

Uma das condições para ser candidato a qualquer cargo eletivo e consequentemente se tornar um representante da população é ser filiado a um partido com qual nos identificamos e assim, seguir suas orientações e decisões construídas em conjunto.

 

Depois de filiado, o próximo passo é nos apresentar para a população expressando o nosso desejo de representa-la e conquistar o seu apoio.

Sou deputada federal porque construí uma identidade com o PMDB e também, porque conquistei o apoio de parte do povo tocantinense que me confiou o voto para que eu estivesse aqui os representando.

 

Diante das circunstâncias atuais em que é preciso tomar mais uma posição e percebendo a impossibilidade de consenso entre a orientação partidária e o interesse da maioria que me elegeu, decidi não votar nesta segunda denúncia.

O que vou continuar apresentando a população tocantinense é o meu trabalho, que faço de forma apaixonada, em prol do desenvolvimento deste Estado.

 

Brasília, 25 de outubro de 2017

Deputada Federal Josi Nunes

 

César Halum muda o voto em favor do Estado e decide pelo arquivamento de denúncia da PGR

 

Após a votação, o deputado federal César Halum também justificou por meio de nota, os motivos no qual o fizeram mudar o seu voto. Segundo o deputado, a decisão veio após conversar com empresários, produtores, líderes políticos e representantes classistas que demonstraram preocupação em sofrer neste momento mais uma instabilidade política e consequentemente econômica.

Confira a nota

"Apresento a vocês as razões pelas quais mudei minha posição e votei contra a segunda denúncia apresentada em desfavor do presidente Michel Temer: - Minha decisão não foi individual. Ouvi prefeitos, líderes comunitários, representantes da indústria, do agronegócio e do comércio: o setor produtivo não quer parar de crescer e sofrer com mais mudanças que geram instabilidade ao mercado, no momento em que a política econômica transmite confiança a quem quiser investir no Brasil. As análises do Banco Central já apontam para o crescimento de 1% do PIB este ano e de quase 3% para 2018. É notório o clima de recuperação. - A Câmara dos Deputados não arquivou a denúncia. Apenas suspendeu o processo com vistas a assegurar a governabilidade no país. O presidente vai responder na Justiça Comum após o término do seu mandato que ocorrerá em pouco mais de um ano. - Os fatos da denúncia referem-se a inquéritos inacabados, fundamentados principalmente em delações premiadas, sendo que uma delas foi anulada integralmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) diferente da primeira apresentada. - Caso o presidente tivesse sido afastado no prazo de seis meses, muito provavelmente ele retornaria ao poder em abril de 2018, pois, historicamente, o STF demanda de 2 a 3 anos para julgar um processo de tamanha extensão. Com isso, novas mudanças seriam inevitáveis (troca de ministros, cargos nos Estados, presidentes de Estatais, etc.), causando um grande transtorno ao Brasil. Não queremos isso. Neste momento, minha responsabilidade é agir para que o crescimento do país se mantenha. O Brasil precisa respirar. Deputado César Halum
(PRB-TO)”