Durante a noite da segunda-feira (30/7), personalidades, jornalistas, youtubers, apoiadores e pessoas contrárias ao pré-candidato movimentaram a rede social
Por Amanda Miranda
Pré-candidato à presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) criticou a política de cotas raciais e afirmou que pode propor a redução desse direito em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (30). “Que dívida? Eu nunca escravizei ninguém”, afirmou. “O português nunca nem pisou na África. Os próprios negros entregavam”. O parlamentar negou que seja racista, apesar das declarações, e reafirmou a fala que o levou a ser denunciado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, por racismo ao Supremo Tribunal Federal (STF). “É na brincadeira”, minimizou as ofensas aos quilombolas.
Bolsonaro afirmou durante uma palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, que tinha ido a um quilombo e que o “afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”. “Não fazem nada, eu acho que nem pra procriador servem mais”, disse ainda, no ano passado.
Na entrevista, Bolsonaro citou como exemplo para justificar a opinião sobre a política de cotas o caso dos filhos de um paraibano branco e um negro que não fosse nordestino prestando o mesmo vestibular. “O do paraibano tira 9 e não entra e o do afrodescendente tira 5 e entra. Isso é justo?”, exagerou nas contas.
Críticas à Câmara
O deputado criticou o Congresso Nacional, onde está desde 1991, e o fundo eleitoral. “São os mesmos que quase nada fizeram pelo Brasil”, afirmou o deputado. Na Câmara há 27 anos, teve apenas dois projetos de lei aprovados, de 162 apresentados. “Ciro Gomes apresentou 0 projetos”, comparou com o futuro adversário na corrida presidencial, que cumpriu apenas um mandato na Casa, na legislatura passada.
“O projeto mais importante que eu aprovei lamentavelmente o Supremo julgou inconstitucional, que foi o voto impresso”, minimizou. “Quantas coisas ruins eu evitei que fossem aprovadas, como o kit gay? Por que o projeto da castração química não vai para a frente”, questionou, citando propostas questionadas por organizações de direitos humanos.
“Nunca integrei a maioria das comissões da Câmara. Lá é um mundo, é impossível fazer tudo”, reconheceu ao ser questionado sobre admitir não entender de economia e, ao mesmo tempo, ter a função, como parlamentar, de aprovar o orçamento do País.
Economia e Previdência
Bolsonaro anunciou que, se for eleito, terá o economista Paulo Guedes como ministro da Fazenda. Com um País em meio a uma crise econômica, o pré-candidato recorre ao auxiliar para os temas da área que admite desconhecer. Questionado se teria um ‘plano b’, afirmou: “Para a tristeza da esquerda, dos estatizantes, nós não morreremos, não”.
O deputado federal defendeu uma reforma da Previdência, mas não a que foi proposta pelo presidente Michel Temer (MDB). “Dá para aprovar, sim. Paulatinamente”, enfatizou.