A temporada de praias que está chegando, entre os meses de julho e agosto, traz, tradicionalmente, muitas pessoas de outros estados e que têm parentes ou amigos no Tocantins, enchendo nossas cidades turísticas, pontos de pesca e nossas praias e balneários.
Por Edson Rodrigues
A continuar o aumento nos índices de mortalidade e de contaminação por Covid-19 no Tocantins, outra coisa que vai lotar em agosto serão os estoques de caixões na funerárias e os cemitérios dessas cidades.
Além da cepa tradicional do coronavírus, essas pessoas que estão chegando ao Tocantins podem trazer consigo as novas cepas, mais letais que a atual, e com alto poder de contaminação.
Temporada de Praia em vários municípios quebras as regras das autoridades de saúde
Estarão em risco os que participarem dos acampamentos, das aglomerações nas praias, no comércio e das festas clandestinas, assim como todos os que com eles mantiverem contato, ou seja, serão cidades, povoados, distritos e ilhas com alto risco de contaminação.
O objetivo deste editorial é tentar, mais uma vez, fazer com que os nossos jovens, adolescentes, os adultos e idosos festeiros, aqueles que não dispensam uma relaxada nas praias, as aventuras de um acampamento, de uma pescaria e a adrenalina das baladas, colocarem as mãos em suas consciências. Além de se colocarem diretamente em risco, eles estarão colocando, de forma indireta, todos os seus amigos, colegas de escola ou de faculdade, parentes e familiares na mesma proporção de periculosidade.
Essas pessoas que resolverem tirar férias, estarão, na verdade, passando férias com o coronavírus, férias que prometem ser inesquecíveis, pois podem ser as últimas de suas vidas. Os que se contaminarem estarão, sem saber, marcando mais um encontro, que pode ser ou com uma UTI ou com um caixão, correndo o risco de promover nova aglomeração ou nos hospitais ou nos cemitérios.
O mundo já deu o alerta. Até nos países mais desenvolvidos e onde já se iniciaram as medidas de readaptação à vida normal, tudo está regredindo, como aumento de contaminação e de mortes. Estados Unidos, Israel, Austrália e outros países que festejavam, na semana passada, o início da volta ao normal, já mudaram de ideia e adotaram novas medidas de restrição social, ainda mais duras que as do início da pandemia.
Ao que parece, os avisos e medidas tomadas pelas autoridades de saúde local, não estão surtindo efeito, pois há tocantinenses participando e planejando encontros em praias, acampamento, fazendas e chácaras.
Perguntamos a cada um deles, se estão preparados para assumir a autoria de dezenas de mortes que só irão acontecer por sua causa, pois será da irresponsabilidade de cada um que se criará a oportunidade para o vírus contaminar e outras pessoas – ou até eles mesmos – morrer.
Hospitais e UTI´s lotados em todos o Brasil
As únicas pessoas que teriam o que comemorar, mas que tomam atitudes de forma nada festiva, com os resultados de tanta irresponsabilidade, são os donos de funerárias, que já encomendaram estoques de caixões bem mais numerosos que em outros meses de agosto, pois abem que precisarão suprir a demanda, que vai, efetivamente, aumentar em muito.
Os meios de comunicação têm mostrado reportagens de ações policiais civis e militares, juntamente com as guardas municipais, fiscais de posturas e outros agentes administrativos, lavrando inúmeros autos de infração por conta de aglomerações e festas clandestinas, mas parece que nada disso amedronta essa juventude desapegada de amor ao próximo e de empatia.
Ao fim, não se poderá culpar nem os governos municipais, nem o estadual, muito menos o federal por conta dos milhares de mortes pela Covid-19, se que está agindo de forma contrária ao que manda o bom senso é uma parte da própria população, que insiste no negacionismo e no risco a si próprio e aos seus.
Não há sistema de Saúde Pública, número de leitos de UTI e profissionais da saúde que dê jeito ou que suporte tamanha desobediência, tamanha burrice e tamanha irresponsabilidade.
O mês de agosto será um divisor de águas na história do Tocantins e do Brasil. Não adiantará o choro, nem a compra de um caixão “do mais caro”, muito menos pedidos de desculpa.
Ficarão o remorso e a vergonha àqueles que resolveram desafiar o coronavírus e acabaram o levando para suas casas, seus trabalhos, seus ambientes de aprendizagem e mataram pais, avós, amigos, parentes e colegas de sala.
Queremos, aqui, mais uma vez, fazer um chamamento à reflexão de todos, sobre o quanto valem alguns dias de relaxamento nas praias e nas festas em relação à própria vida e à vida de quem se ama.
Por favor, fiquem em casa!