Veio a óbito a primeira candidatura de oposição à reeleição do governador Wanderlei Barbosa. Mal colocado em todas as pesquisas – para não dizer “segurando a lanterna” – o candidato a governador pelo PSD, Irajá Abreu entrou com uma Aije – Ação de Investigação Judicial Eleitoral – contra o governador, alegando abuso de poder econômico e político, e utilização indevida dos meios e veículos de comunicação social.
Por Edson Rodrigues
Segundo a ação, ao contratar “excessivos” 16 mil servidores públicos estaduais nos últimos três meses que antecederam o período de campanha, o governador estaria “comprando votos”, loteando órgãos do Estado nas mais diversas regiões em busca de apoio político.
Segundo os bastidores políticos, Irajá Abreu já teria se convencido de que no voto lhe será impossível chegar a um hipotético segundo turno, por isso teria apelado para a via judicial, o famoso “tapetão”.
SEM FUNDAMENTAÇÃO
Irajá Abreu, governador Wanderelei Barbos e Kátia Abreu
Segundo nota divulgada pela assessoria jurídica da campanha do governador Wanderlei Barbosa, “atitudes assim já eram esperadas, e não teriam baseamento factual ou legal”.
As contratações teriam ocorrido dentro da legislação e motivadas por necessidade de se compor os quadros funcionais de alguns órgãos, que estavam com número insuficiente de servidores para o atendimento ao público.
ATIRANDO PARA TODO LADO
Irajá Abreu vem se confirmando como o personagem mais caricato desta eleição. Primeiro, andou pelo Estado ao lado da mãe, senadora Kátia Abreu e do empresário Edson Tabocão, “namorando” com Ronaldo Dimas e, depois da renúncia de Mauro Carlesse, com o próprio governador Wanderlei Barbosa.
Terciliano Gomes, Ronaldo Dimas, Edson Tabocão e Irajá Abreu [da dir. para esq.] em reunião em Araguaína (Foto: Reprodução/Facebook/Irajá Abreu)
Depois, em decisão pessoal, passou a apoiar a candidatura ao governo do deputado federal Osires Damaso, dando declarações à imprensa que o colocavam como “melhor amigo e admirador” do parlamentar.
Mas, aos 45 do segundo tempo, no apagar das luzes das do prazo legal, realizou a convenção partidária do PSD longe de Palmas e atropelou Damaso, lançando a si próprio candidato ao governo, num gesto tão inesperado – e, depois descobriu-se, impensado – que eliminou todas as possibilidades da sua própria mãe ter o apoio do grupo palaciano em sua candidatura à reeleição, deixando-a em maus lençóis, com pouco tempo para repensar seu posicionamento.
Irajá, ao se lançar candidato ao governo, atrapalhou a vida de sua mãe, deixou Osires Damaso sem chances de concorrer ao cargo que queria – até com mais chances que o próprio Irajá – e colocou-se como um postulante pífio ao cargo de governador, sem propostas, sem preparo para uma disputa desse porte, muito menos para governar um estado, acaba agindo como um típico “menino birrento”, dando trabalho à Justiça Eleitoral com uma ação que sabe que não dará em nada, apenas servindo como “cortina de fumaça” para um fracasso anunciado nas urnas, colocando em risco sua própria reeleição ao Senado em 2024.
Irajá Abreu e Osires Damaso
Irajá Abreu, apesar de mostrar um bom parlamentar, esqueceu de combinar essa candidatura ao governo com quem mais importa, os eleitores.
Sem dúvida nenhuma, tem faltado juízo na cabeça do Senador...