Líder do Centrão contraria Senado e defende manter eleições em outubro

Posted On Quarta, 24 Junho 2020 18:31
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O deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP) O deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP)

Senado aprovou nesta terça (23) proposta que adia para 15 de novembro o 1º turno das eleições municipais em razão da pandemia do coronavírus. Medida precisa do aval dos deputados

 

Por Guilherme Venaglia

 

O deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP) defendeu nesta quarta-feira (24) a manutenção das eleições municipais de 2020 em outubro. O parlamentar é um dos principais líderes do grupo conhecido como "Centrão" e presidente nacional do Republicanos, além de ser vice-presidente da Câmara dos Deputados.

 

"Precisamos manter a data das eleições municipais no dia 4/10 para podermos avançar o mais rápido possível na pauta das reformas que o Brasil precisa. Ao postergar as eleições, fatalmente o Congresso Nacional demorará mais para atacar sobretudo os temas econômicos", escreveu Pereira.

 

A fala do deputado enfatiza a posição adotada pelos partidos desse grupo, que se afastaram da ideia de adiar o pleito. Nesta terça-feira (23), o Senado aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que posterga os dois turnos do pleito para os dias 15 e 29 de novembro, respectivamente. A PEC ainda precisa ser referendada pela Câmara.

 

O adiamento foi definido pelo Senado em razão da pandemia do novo coronavírus, com a proposta também autorizando que o TSE adote medidas sanitárias adicionais para conter a propagação da Covid-19 em meio ao pleito.

 

Parlamentares ouvidos pela CNN, no entanto, manifestam outras duas preocupações além da verbalizada por Marcos Pereira. A principal é em relação ao financiamento, já que uma campanha prorrogada geraria mais custos e, com a proibição de doações privadas, dirigentes partidários alegam que dependem apenas do fundo eleitoral.

 

Além disso, há receio sobre um eventual atraso na posse dos novos eleitos caso o pleito seja adiado para dezembro. Isso porque, depois da eleição, haveria pouco tempo hábil para aprovação das contas e diplomação, etapas que antecedem o início do mandato.

 

A PEC aprovada no Senado foi alinhavada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), com o texto relatado pelo senador Weverton Rocha (PDT-MA) conversando com as preocupações do presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso. Na segunda-feira (22), véspera da votação, Barroso participou da sessão virtual do Senado.