Governo e delegados devem se desarmar, esquecer as diferenças e pensar no bem de todos
Por Edson Rodrigues
O que acontece quando duas forças descomunais colidem? Geralmente, as duas acabam se anulando e ambas perecem ante ao poderio da outra. Não acaba bem para ninguém.
É mais ou menos isso que vai acontecer no Tocantins, enquanto delegados e governo do Estado mantiveram a queda de braço em que um acusa o outro e o outro faz tudo para diminuir a importância do um.
Os delegados da Polícia Civil do Tocantins são um dos elos mais importantes na corrente que forma o “cinturão” da Segurança Pública em volta da população tocantinense. Seus trabalhos, desde comandar investigações sobre roubos, furtos, assaltos, homicídios e outros crimes, é essencial para a manutenção da sensação de segurança da população. O trabalho que fazem contra a corrupção, da mesma forma, impede que agentes públicos inescrupulosos façam uso do erário para fomentar seus interesses pessoais.
SERVIÇOS PRESTADOS
Por mais que os crimes de corrupção pareçam estar em um patamar além do homem comum, acontecer apenas nas altas esferas de poder, seus reflexos são sentidos, primeiro, justamente pela população mais carente, que é a que fica sem atendimento médico, sem educação de qualidade e sem os serviços públicos essenciais para proporcionar alguma qualidade de vida.
Por outro lado, cabe ao Estado providenciar esses serviços públicos da melhor forma possível. Mesmo com a corrupção ameaçando atacar os recursos públicos em qualquer oportunidade, é o governo do Estado que tem a obrigação de propiciar as ações que vão gerar mais qualidade de vida, empregos, vagas em escolas, nos hospitais e a própria Segurança Pública.
Todos os delegados que estão envolvidos nesse conflito são profissionais com anos de atuação na Segurança Pública, a serviço da população. Muitos deles já correram risco de vida no combate à criminalidade e têm vasta folha de serviços prestados ao Tocantins.
Por outro lado, o governo também está conseguindo avançar muito, com investimentos na área da Segurança Pública. O próprio secretário, Dr. Cristiano Sampaio é uma prova viva disso, pois deixou sua carreira de delegado da Polícia Federal para abraçar a causa do Tocantins.
ARMISTÍCIO
Ou seja, tanto o governo do Estado quanto os delegados da Polícia Civil representam forças vitais para a população, e não é de interesse de ninguém que as partes se digladiem, como vem acontecendo nos últimos tempos.
É hora de um armistício, de uma trégua, de ambos os lados se desarmar e sentar á mesa em busca de uma harmonia duradoura. Os grandes líderes sempre souberam a hora de propor aos seus adversários momentos de sensatez e frieza d’alma, quando as conseqüências de seus conflitos começaram a ameaçar a vida do povo, seja direta ou indiretamente
Portanto, os delegados e o governo do Estado devem botar as mãos em suas consciências e mudar seus pontos de vista, usar da empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro para avaliar uma situação, e resolver de vez suas diferenças.
Não queremos que os delegados interrompam seus trabalhos de combate à corrupção, muito menos que o governo do Estado afrouxe seus princípios e instrumentos de controle para mostrar que é “tolerante”.
O que o povo do Tocantins precisa é ter de volta os seus delegados de Polícia Civil, trabalhando no combate à todos os tipos de crime, e o governo do Estado preocupado apenas com o bem estar da população e a administração pública, pois assim, todos saem beneficiados.
Paz, harmonia e compreensão.
Não podemos jogar por terra tudo o que conquistamos até aqui, por conta de um embate que, no fim, acaba não interessando a ninguém, e no qual não haverá vitoriosos. Apenas, derrotados.
Um entendimento entre as partes, pelo menos, deixa o povo do Tocantins como o vitorioso, tendo de volta os trabalhos cruciais de seus delegados e um governo que sabe a hora de colocar fim em conflitos e ouvir quem deseja ser ouvido.