Moro aceita quebra sigilo de parte da delação de Palocci

Posted On Segunda, 01 Outubro 2018 16:43
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Campanhas de Dilma em 2010 e 2014 custaram R$ 1,4 bi, diz Palocci. Suposto valor citado pelo ex-ministro em delação premiada é mais que o dobro dos R$ 503 milhões informados pelas campanhas da petista ao TSE Campanhas de Dilma em 2010 e 2014 custaram R$ 1,4 bi, diz Palocci. Suposto valor citado pelo ex-ministro em delação premiada é mais que o dobro dos R$ 503 milhões informados pelas campanhas da petista ao TSE Arquivo/Agência Brasil

A decisão de Sérgio Moro de incluir e dar publicidade ao anexo 1 da delação de Antonio Palocci foi tomada em pedido apresentado pela própria defesa de Lula, que tentava suspender a ação penal até depois das eleições. Para analistas foi mais um tiro no pé

 

Com Agências

 

O juiz federal Sérgio Moro determinou, na tarde desta segunda-feira (1º) a quebra de sigilo de parte do acordo de colaboração de Antonio Palocci com a Polícia Federal. As informações sobre o sigilo da delação de Palocci são da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

 

De acordo com a publlcação, parte das informações coletadas pela Polícia Federal na delação de Palocci  acabaram sendo incluídas na ação penal que investiga o Instituto Lula. Nesse despacho, Moro afirma ainda que “examinando o seu conteúdo, não vislumbro riscos às investigações em outorgar-lhe publicidade”.

 

Informações delatadas pelo ex-ministro foram incluídas na ação penal que investiga o Instituto Lula; ele detalha esquema de indicações para Petrobras.

 

Além das informações delatadas pelo ex-ministro, com a quebra de sigilo, o acordo também se tornou público. Segundo as informações divulgadas, o acordo de colaboração entre Palocci e a Polícia Federal envolve o pagamento de uma multa de R$ 35 milhões, informações delatadas e, em troca, o ex-ministro teve sua pena reduzida em dois terços.

 

O que tem na delação de Palocci?

Nessa delação, o ex-ministro detalha um suposto esquema de indicações para cargos na Petrobras durante o governo de Lula. Além disso, ele relata uma reunião no Palácio do Planalto com a presença do petista.

 

Segundo ele, nessa reunião, ficou acertado o pagamento de R$ 40 milhões em propina para a então campanha de Dilma Rousseff à Presidência, em 2010. De acordo com Palocci , ela estaria presente na reunião.

 

Essa informação, porém, já havia sido divulgada em uma outros depoimentos de Palocci, antes dessa delação premiada . Dilma e Lula, por sua vez, negam tais informações e denúncias.

 

Também em outra oportunidade, depondo ao juiz Sérgio Moro em setembro de 2017, Palocci afirmou que o ex-presidente Lula tinha um "pacto de sangue" com Emilio Odebrecht que envolvia um "pacote de propina".

 

Na ocasião, o ex-ministro disse que ainda as propinas ao partido foram pagas pela Odebrecht para agentes públicos "em forma de doação de campanha, em forma de benefícios pessoais, de caixa um, caixa dois".

 

Na delação de Palocci , o ex-ministro admitiu ser o chamado 'Italiano' e disse que "em algumas oportunidades" se reuniu com Lula "no sentido de criar obstáculos para a Lava Jato".