NEM SEMPRE QUE SAI NA FRENTE CHEGA PRIMEIRO

Posted On Terça, 13 Outubro 2020 04:43
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“Covarde não é aquele que foge de uma luta, mas sim o que bate no mais fraco”

 

BRUCE LEE

 

 

Por Edson Rodrigues

 

Arrancadas, estabilidade e chegada.  Início, meio e fim.  Essas são as etapas a serem observadas pelo comando de uma candidatura majoritária.  Nesta campanha sucessória municipal de 15 de novembro próximo, a atenção deve ser redobrada com a análise dessas etapas, por ser uma campanha atípica, sem coligações proporcionais, com o Fundo Eleitoral minguado e sob os efeitos de uma pandemia que podem fazer …

 

Os resultados das eleições municipais de novembro de 2020 serão determinantes para marcar o fim de um ciclo de “lideranças políticas” que, por “descuidos” deixaram de alimentar, politicamente, seus patrimônios pessoais, não evoluíram como lideranças e deixaram de dar oportunidades para familiares entrarem na vida pública e, dessa forma, interromperam a formação de uma geração de novos políticos ligados a si.

 

Outros, evitaram fomentar a criação de diretórios estaduais de suas legendas para manter o comando partidário com Comissões Provisórias, criando desgastes com “companheiros” e com a comunidade.

 

Esses erros vêm sendo cometidos há décadas e os antigos “coronéis” não perceberam que sua tropa, os eleitores, os líderes das províncias, não seguiam mais suas ordens tão à risca e foram abandonando o sentimento de liderança que nutriam por eles e, agora, com o fim das coligações proporcionais, não se sentem mais obrigados a seguir ordens ou comandos, iniciando o fim de uma era política.

 

Junte-se a isso o Fundo Partidário Eleitoral, que era a única opção para muitos candidatos realizarem suas campanhas, e que está sendo uma grande decepção para muitos dos principais candidatos a prefeito e a vereador, principalmente na Capital e nos demais oito maiores colégios eleitorais do Estado.

 

Haviam olhos –e bolsos – ávidos, voltados para o Fundo Eleitoral, mas, até para os partidos tocantinenses que têm representantes na Câmara Federal ou no Senado, o valor que está por vir no próximo dia 15 está gerando uma frustração desanimadora.  Muitos esqueceram de colocar “na ponta da caneta, a população do Tocantins.  Temos uma população menor que a da cidade de Goiânia e isso influi na hora da distribuição dos recursos.

 

Essa é a realidade nua e crua.

 

SAUDADES DOS VELHOS TEMPOS QUE NÃO VOLTAM MAIS

 

Muitos políticos da velha guarda – ou da velha política – estão com saudades dos tempos em que o Tocantins tinha líderes como o “eterno governador”, Siqueira Campos e do Dr. Brito Miranda.  Hoje, muitos dos que “beberam em suas fontes”, não mudam a expressão para falar mal dos dois.

Siqueira Campos

Quantas e quantas campanhas foram comandadas por Siqueira e por Dr. Brito, na época em que grandes empreiteiras e em empresas podiam fazer doações (por dentro e por fora), e davam uma “ajudinha” aos candidatos aliados dos dois, ajudando-os a chegar ao poder nas câmaras municipais, nas prefeituras, na assembleia Legislativa, na Câmara Federal e no Senado.

 

Até muitos de nós, da imprensa, acabávamos beneficiados de alguma forma, pois as propagandas eleitorais eram publicadas.

 

O dinheiro corria fácil nas campanhas de então.  Tão fácil que em Palmas existiam os “candidatos profissionais”, que eram candidatos em todas as eleições para ter acesso aos recursos eleitorais.

 

Eu, mesmo, conheço uns três que já foram candidatos a vereador, deputado estadual, deputado federal, nunca ganhou uma eleição sequer, mas, hoje, tem imóveis de aluguel e alguns até, cargos comissionados no Estado.

 

A fórmula era de fácil entendimento.  Como havia as coligações proporcionais nas eleições presidenciais, essas pessoas tinham, ali, seus oitocentos a dois mil votos cativos e negociavam com as coligações esses votos.

Dr. Brito Miranda

Com o fim das coligações proporcionais esses “candidatos profissionais” tiveram que se aposentar, mas continuam na ativa como presidentes de associações, de bairros ou, até mesmo, como pastores.

 

O certo é que, com o fim das doações de empreiteiras e empresas, somando-se ao medo da Polícia Federal, as saudades de Siqueira Campos e do Dr. Brito Miranda são monstruosas em tempos de eleições com poucos recursos.

 

FIM DO CICLO

 

Pois bem.  Com os resultados das eleições municipais de 15 de novembro próximo, muitos “líderes” serão sepultados politicamente, junto com suas formas canhestras de fazer política, em caso de se confirmarem as previsões – e as tendências – de derrota de seus “pupilos”.

 

Como dizia aquele comediante, será “passada a régua” para essas lideranças, que descem alguns patamares nas castas políticas e voltam a ser presidentes de alguma associação, pastores, ou seja, lá a posição que os propiciou enveredar pela política.

 

Já os que não têm raízes no Tocantins, muito menos em Palmas, devem retornar ás suas cidades natais e aos seus afazeres iniciais pré-política.

 

Dessa forma, inicia-se um novo ciclo na política tocantinense, que abre espaço para novas lideranças, dentre elas o senador Eduardo Gomes, o mais bem votado do Estado na última eleição, apoiado por lideranças de diversos partidos e que, rapidamente, ganhou destaque e espaços na política nacional, tornando-se líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso nacional, relator setorial do Orçamento do Ministério do Desenvolvimento e primeiro-secretário da mesa-diretora do Senado.

 

Gomes começou sua vida pública como vereador em Palmas, alçado à presidência da Casa de Leis, foi eleito deputado federal e chegou a primeiro-secretário da mesa diretora da Câmara Federal, e agora está construindo um ótimo relacionamento com as lideranças que o ajudaram a chegar ao Senado, e retribuindo o apoio recebido em forma de auxílio aos que são candidatos ou aos que têm candidatos nos municípios, emprestando sua experiência política e auxiliando na liberação de recursos federais para essas cidades.

 

O trabalho e a posição política que Eduardo Gomes alcançou, vêm lhe dando um grande destaque no cenário nacional, como a maior e mais forte liderança suprapartidária do Tocantins.  Eduardo Gomes vem mostrando que sabe como aproveitar as oportunidades e acompanhar a evolução política pela qual o Brasil vem passando, e encontrou uma nova maneira de repartir os bônus de uma boa atuação no Senado com quem o ajudou a chegar até lá, reconhecendo a importância dos companheiros, ajudando-os a entender essa evolução política e a se preparar para esse novo ciclo que se inicia após as eleições de 15 de novembro.

  

Senador Eduardo Gomes, Deputada Professora Dorinha, Deputado Estadual Antonio Andrade

Dentre essas novas lideranças que caminham junto com Eduardo Gomes, podemos destacar a deputada federal Dorinha Seabra, o deputado estadual Toinho Andrade, presidente da Assembleia Legislativa, os prefeitos Cinthia Ribeiro, Ronaldo Dimas, Laurez Moreira e Moisés Avelino, assim como os futuros prefeitos dos cinco principais colégios eleitorais do Tocantins.

 

Mesmo assim, ainda devemos respeitar o ex-governador Marcelo Miranda que, apesar dos pesares, ainda é uma grande liderança política no Tocantins e, mesmo com toda a controvérsia que causa, ainda consegue ser um dos poucos políticos a conseguir transferir votos aos seus aliados.

 

Mas, a única coisa que não pode ser esquecida em todo esse processo, é que o resultado das eleições de 15 de novembro definirá os rumos das demais lideranças políticas tradicionais do Estado.  Se para cima, mantendo seus “status”, ou se para baixo, rumo ao sepultamento coletivo de carreiras públicas.

 

Por hoje é só.

 

Até breve!