SUCESSÃO ESTADUAL 2022 JÁ COMEÇOU PARA OS PROPORCIONAIS

Posted On Segunda, 23 Novembro 2020 08:28
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“Aprendemos a voar como os pássaros, nadar como os peixes; mas ainda não aprendemos a conviver como irmãos"

 

MARTIN LUTHER KING

 

Por Edson Rodrigues

 

Os eleitores dos principais colégios eleitorais deixaram um recado curto e direto com a renovação ocorrida nos parlamentos e Executivos municipais de praticamente todos os 139 municípios tocantinenses. Em Porto Nacional, por exemplo, 75% dos vereadores eleitos são novatos, nas cidades do interior a renovação ficou entre 40% e 50% e muitos partidos deixaram de ter representantes nas Câmaras Municipais dos 15 maiores colégios eleitorais, como PL, PP, PV, PSB, PSC, PSL e, principalmente, o PT.

 

Candidatos a prefeito de Palmas

 

O PT praticamente se dissolveu no Tocantins com um desempenho pífio, colocando em xeque sua maior e mais forte liderança partidária, o ex-prefeito de Porto Nacional e ex-deputado federal Paulo Sardinha Mourão, e está com a luz vermelha, de alerta ligada, assim como o PV de Marcelo Lelis, o PSB, de Carlos Amastha, o PSC, do deputado Osires Damaso e o PSL de Vanda Monteiro.

 

Mourão articulou nos bastidores sua candidatura a prefeito de Palmas, mudou seu domicílio eleitoral e abriu conversações com o PL, de seu primo, Vicentinho Jr., com o PSD, do senador Irajá Abreu e com o PP da senadora Kátia Abreu.

 

Deputado Estadual Junior Geo

 

Acabou colocado no “congelador”, desprestigiado e ignorado, sem um gesto sequer de boa vontade das pessoas e partidos a quem tentou se aliar. Mourão se viu “fritado” em gordura usada, com requintes de crueldade, e acabou queimado como personagem de uma nota que o criticava por estar defendendo publicamente a candidatura de Ronivon Maciel, do PSD, que acabou se elegendo contra tudo e contra todos.

Ex-deputado Paulo Mourão

 

Pelo andar da carruagem, não há mais espaço para Paulo Mourão no PT, seja de Palmas, seja de Porto Nacional, seja do Estado e “a porta da frente é serventia da casa”.  Nos bastidores, comenta-se que o caminho de Mourão pode ser o PSD ou o PL.

 

MOMENTO DE OXIGENAÇÃO

Os dirigentes partidários, em nome do fortalecimento de suas legendas visando as eleições gerais de 2022, a primeira sem as coligações proporcionais, preparam seus partidos para mais um teste de força, quando contarão somente com eles mesmos para eleger representantes na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.  A palavra de ordem é cuidado, para que a guilhotina que entrou em ação nas eleições municipais não acabe com siglas e carreiras dos atuais deputados estaduais e federais, a exemplo do que ocorreu com vereadores.

 

Ex-prefeito Carlos Amastha e o ex-deputado Marcelo Lelis, na UTI política em estado grave

 

Os partidos, agora, estão em busca de oxigenação, novos nomes, novos líderes políticos, ex-prefeitos, empresários e líderes de entidades classistas para apresentar, como o eleitor mostrou que quer, novos nomes em 2022.

 

O PSC, do deputado Osires Damaso, não conseguiu crescer e teve um péssimo desempenho nos 15 principais colégios eleitorais, deixando o futuro político do deputado federal “no fio do cabelo”.  Os próximos 18 meses serão decisivos para Damaso conseguir fazer seu partido decolar e se tornar competitivo, caso contrário, sua candidatura à reeleição fica complicada.

 

O FENÔMENO JR. GEO

O deputado estadual portuense, Jr. Geo foi o segundo colocado nas eleições em Palmas e saiu fenomenalmente grande do pleito, com 14,52% - 18.532 votos – com um a linha política inovadora, sem aceitas conchavos com nenhum político ficha-suja, muito menos ajuda financeira de quem quer que seja, mesmo sendo tentado por muitas propostas.

 

Geo contou com o apoio da juventude de Palmas e de muitos outros voluntários, que adotaram sua candidatura e o levaram a esse grande resultado.  O deputado estadual saiu muito maior que entrou nessas eleições e é o único dentre os que não se elegeram que sai com “gordura” de sobra para as eleições estaduais de 2022.

 

RECEITA DO LUCAS

Quem saiu ainda maior do que entrou nesta eleição municipal foi Lucas da Lince e seu método “chapinha” de eleger políticos de partidos pequenos.  Depois de eleger mais dois vereadores em Palmas depois da vitória nas eleições de 2018, quando elegeu dois deputados estaduais, este homem humilde e sem ambições maiores passou a ser cortejado por diversos “gigantes” – ou ex-gigantes, no caso – da política estadual.  São várias as tentações que o rondam, mas ele se faz de desentendido, e segue o que mandam seus princípios éticos e morais.

Ex-senador Ataídes Oliveira e senadora Kátia Abreu

 

Trocando em miúdos, os “donos” de partidos que não calçarem as “sandálias da humildade” e se colocarem em seus devidos lugares nas próximas eleições, em 2022, dificilmente irão se manter nos seus pedestais, pois quem não gastar sola de sapato e passar a conhecer os eleitores “olho no olho”, muito provavelmente não conseguirá alcançar o patamar dos 40 mil votos para deputado estadual e 70 mil votos para deputado federal, como será o quociente eleitoral em 2022.

 

O certo é que aqueles que tiveram resultados pífios no último domingo, terão dois anos para rever conceitos, mudar posicionamentos e filosofias, para que, talvez, quem sabe, unidos com mais outros que fraquejaram, possam voltar a ser atraentes e competitivos aos olhos dos eleitores. 

 

Afinal, nada na política é impossível.

 

RECADO ENTENDIDO

Nos bastidores políticos, o que se viu, logo após o resultado das eleições no último dia 15, por volta das 20h, foi presidente de agremiação partidária convidando um prefeito que conseguiu eleger seu sucessor, baseado em sua altíssima popularidade e na boa avaliação de sua gestão, para mudar de partido.

 

Estrategista Lucas da Lince

 

Esse tipo de convite será cada vez mais constante, pois é justamente o que os partidos precisam: formar um grupo de candidatos a deputado federal e estadual forte, na tentativa de alcançarem um alto quociente eleitoral, o que lhes garantiria assento na mesa de decisões sobre a formação da chapa majoritária que indicará os candidatos a governador, a uma vaga para o Senado e às duas suplências.

 

Todos os dirigentes de partidos no Estado, os deputados federais e estaduais que irão concorrer à reeleição ou a outro cargo em 2022, juntamente com o governador Mauro Carlesse, demonstraram ter entendido muito bem o recado das urnas e já ligaram a luz amarela do alerta.

 

Os eleitores estão muito bem informados, nos 139 municípios, do que vem acontecendo na política estadual e nacional e das ações dos seus representantes no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa e no governo do Estado.  As eleições estaduais já fazem parte das rodinhas de conversa de empresários, comerciantes, da juventude, dos estudantes e da população, transformando o ano de 2021 em um ano de avaliação e análise de tudo o que acontecer no meio político, estudando em silêncio a atuação de cada um dos que representam o Tocantins em Brasília e os municípios do interior na Casa de Leis, em Palmas.

 

O primeiro recado já veio das urnas municipais.  Os votos obtidos por muitos dos candidatos à reeleição viraram motivo de chacota, de vergonha, transformando “reis do voto”, que achavam piamente que seriam os mais votados, em seguradores de lanterna, mesmo depois de gastarem saliva e milhões de reais, em uma peia histórica.

 

Lembramos aos senhores candidatos que os eleitores, em 2022, serão os mesmos e que em uma eleição sem coligação proporcional os partidos terão que demonstrar seu prestígio, sua força, em forma de benfeitorias, de serviços prestados à comunidade, não de poderio econômico.

Vicentinho Júnior do PL

 

Muitos dos partidos que têm “dono”, que jamais sonharam em abrir as portas da sua legenda para a entrada de novos líderes, serão obrigados a fazer isso pelo bem da agremiação, mesmo com o risco dos “entrantes” se elegeram, deixando os “donos” como meros suplentes.

 

Já os partidos “nanicos” terão uma nova chance de eleger um ou dois candidatos, mantendo a filosofia de não aceitar filiações de quem tem mandato, para proporcionar a mesma chance a todos, deixando aos detentores de mandato que pretendem – ou que terão que – mudar de partido, a “batata quente” de encontrar uma legenda os aceitem e melhore suas chances de reeleição.

 

É, amigos, os tempos são outros...

 

Quem viver verá!

 

 

Última modificação em Segunda, 23 Novembro 2020 09:19