Por mais que o governador Wanderlei Barbosa tenha sido eleito com maioria esmagadora e tenha o apoio dos 24 deputados estaduais e da maioria da bancada federal, há, sim, grupos políticos que fazem oposição ferrenha ao Palácio Araguaia, assim como a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, aliada do grupo palaciano, também enfrenta uma oposição forte e bem postada.
Por Edson Rodrigues
Nos dois casos os grupos oposicionistas estão presentes nos principais municípios tocantinenses e têm como principais líderes a ex-senadora Kátia Abreu, o senador Irajá Abreu e o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, todos derrotados nas eleições do ano passado - Kátia e Amastha para o Senado e Irajá Abreu para o governo do Estado.
KÁTIA ABREU
A imprensa local e até mesmo a nacional, fizeram alarde com o nome de Kátia Abreu, a colocando em cargos como presidente ou diretora do Banco do Brasil, embaixadora, ministra da Agricultura, entre outros, por conta da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, para a presidência da república. nenhuma dessas previsões se concretizou até agora, e seu nome ainda consta como um dos cotados para assumir a presidência do Sebrae nacional.
Por outro lado, até o momento, Kátia Abreu se mantém em silêncio quanto ao seu futuro político, sem dar nenhuma sinalização de quais serão seus próximos passos na vida pública. A única certeza é de que não continuará no PP, partido que presidiu no Tocantins até a eleição de três de outubro do ano passado, e que, agora, está nas mãos do deputado federal Vicentinho Jr., e que é parte do bloco bolsonarista, oposição ao governo Lula, apoiado por Kátia na última eleição.
Já o senador Irajá Abreu também se encontra “recolhido”, sem dar pistas sobre seus próximos passos na política ou qual será a estratégia que irá adotar depois do recado das urnas. Tanto Kátia quanto Irajá e Amastha contam com vários prefeitos tocantinenses, eleitos sob respaldo de um ou de outro, em seus grupos políticos - o PSD, de Irajá tem dois deputados estaduais - que aguardam o posicionamento dos dois para saber como agirão em relação às eleições municipais de 2024.
No caso dos deputados estaduais, apesar de estarem filiados às legendas de Irajá (PSD) e de Amastha (PSB), eles fazem parte do grupo de apoio ao governador Wanderlei Barbosa e, como não são donos dos seus cargos, precisam de um entendimento para poder mudar de partido. já os prefeitos são donos de seus cargos e podem se movimentar na hora que bem entenderem, e cabe a eles decidir se serão candidatos por um partido da base do Palácio Araguaia ou por um partido de oposição.
AOS DESAVISADOS
Ex-prefeito de Palmas Carlos Amaastha
Vale lembrar que até a realização das convenções partidárias visando as eleições municipais de 2024, há muito espaço para que os candidatos dos partidos de oposição cresçam, assim como também para os candidatos palacianos, que podem ter seu grupo político aumentado e fortalecido, com pré-candidaturas a prefeito e a vereador nos 20 maiores municípios do Estado e na Capital, Palmas, maior colégio eleitoral do Tocantins.
Amastha e Irajá são presidentes de suas legendas, e Kátia Abreu deve mudar de partido e permanecer na oposição. Levando-se em conta que em nenhuma eleição municipal a oposição deixou de fazer entre 35% a 45% dos prefeitos, seja quem fosse o governador a habitar o Palácio Araguaia, as chances dessas três lideranças em ter um ganho político que lhes permita uma sobrevida nas eleições estaduais de 2026 é bem grande.
Senador Irajá Abreu e a ex-senadora Kátia Abreu ainda no PP
Não está descartado que o grupo palaciano possa chegar em 2024, principalmente na Assembleia Legislativa, com algumas baixas e que o céu do governo Wanderlei Barbosa não seja o “de brigadeiro”, como está hoje. Da mesma forma com que é possível que o grupo palaciano chegue nas eleições de 2024 ainda mais robusto e forte pois, em política, nada é exato.
UNIÃO CRUCIAL
Mas, nada do que as oposições fizerem em busca de sucesso nas eleições de 2024 terá valido a pena se, no momento certo ela não estiver unida e agir com a astúcia necessária para saber identificar os pontos fracos do grupo político situacionista e agir de maneira cirúrgica.
Kátia, Irajá e Amastha só terão condições de fortalecer seus candidatos a prefeito e a vereador – ou suas próprias candidaturas – se estiverem unidos, com o mesmo discurso e sob a mesma bandeira. não somos nós que dizemos isso, mas a história política tocantinense.
Caso se lancem nessa empreitada dividido, todos os três serão “abatidos em pleno voo” e estrão passando um atestado de que ainda falta muito para a oposição ser levada a sério no Tocantins.
O tempo dirá!