Por Edson Rodrigues
Os grandes partidos que abrigam os líderes de oposição ao governo Wanderlei Barbosa, em especial MDB e PT, não conseguiram eleger nenhum de seus candidatos nas últimas eleições estaduais e correm risco de “falência múltipla” nas próximas eleições municipais.
Antes de tudo, a oposição precisa lembrar que vai enfrentar candidatos ligados ao Palácio Araguaia, cujo grupo político, comandado pelo governador Wanderlei Barbosa e pelo vice, Laurez Moreira acumula vitórias políticas, governa em céu de brigadeiro e está com a popularidade altíssima junto á população, mas, principalmente, lembrar que seus principais líderes foram derrotados nas últimas eleições, leia-se Kátia e Irajá Abreu, Marcelo e Dulce Miranda, os então detentores de mandatos pelo PT, que não conseguiram se reeleger nem a ninguém, além de Ronaldo Dimas e Carlos Amastha.
Logo, não são só os medalhões que correm risco. Risco maior ainda correm as “lideranças” de partidos menores que, juntamente com os medalhões que fracassaram, podem estar caminhando para o que já é chamado de “falência múltipla das oposições”.
PSD
Senador Irajá Abreu PSD
E quando falamos em oposições, é claro que estamos nos referindo, inclusive, ao PSD, do senador Irajá Abreu, que já deu mostras de não ter um projeto político capaz de fazer a legenda crescer nas eleições municipais de 2024, correndo o sério risco de implodir, com uma debandada geral da maioria dos detentores de mandato nos executivos municipais do Estado que desejam concorrer à reeleição, além dos nobres vereadores, que não veem a hora da “janela” de abril de 2024 chegar para buscar outros partidos sem o risco da perda do mandato.
Isso porque o presidente estadual da legenda, senador Irajá Abreu, vem fazendo oposição sistemática ao governo do Estado, raivosa e sem fundamentação, à base do denuncismo, que vem desagradando aos seus pares, companheiros de partido e seguidores, o que faz de Irajá uma voz solitária, resumida a si mesma.
MDB em reunião na Capital
Tanto é, que na Assembleia Legislativa do Tocantins os três deputados estaduais do PSD já compõem a base de apoio ao governo do Estado, o mesmo do qual Irajá se intitula “pior inimigo”, caminhando a passos largos para igualar o PSD a o que de pior acontece com o MDB e o PT, que é não ter nenhum representante nem na Câmara Federal nem no parlamento estadual, e ter como única moeda de troca nas eleições seu tempo no Horário Eleitoral Obrigatório de Rádio e TV e o seu quinhão do Fundo Partidário.
Se o PSD não mudar a sua forma de fazer oposição, se organizar e se oxigenar, pode estar sacramentando a sua implosão e sua falência política.
Oposição doente
A falência múltipla de órgãos é uma das maiores causas de morte de brasileiros. Ela ocorre quando uma infecção, que pode começar em um simples corte em um dedo, toma conta do organismo inteiro, matando, um a um, os órgãos vitais.
E é exatamente isso que vem ocorrendo com as oposições no Tocantins. Nas últimas eleições o Observatório Político de O Paralelo 13 chamou a atenção dos dirigentes e líderes partidários, prevendo um sepultamento coletivo.
Carlos Amastha, PSB e Marcelo Miranda MDB
Não vamos citar nomes, mas foi o que acabou acontecendo com os principais líderes partidários do Tocantins, que acabaram derrotados fragorosamente nas urnas. Agora, novamente, a mesma tendência se instala no ambiente político em meio às oposições, em relação às eleições municipais de 2024, que podem acabar se efetivando como a falência múltipla das oposições, sacramentando a caminhada das lideranças desavisadas para um sepultamento político perpétuo.
A não ser que refaçam seus planos, formatem um projeto de sobrevivência política e passem a atuar com inteligência e desprendimento dos interesses pessoais, agindo de forma séria, competente e responsável, ao invés de praticar o denuncismo, se espelhando no que fizeram Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Leonel Brizola, Henrique Santillo, Franco Montoro, dentre outros que, mesmo na oposição a um governo militar, conseguiram garantir direitos trabalhistas, se organizar pelas Diretas Já e a redemocratização do país, pela mudança na forma de autorização para postos de gasolina e a reforma e convocação da Constituinte de 1988 que, inclusive, deu asas ao sonho do povo tocantinense e criou o nosso Estado.
Enfim, se as oposições no Tocantins não acordarem e buscarem uma “cura” para essa situação de infecção, que pode levar a uma doença terminal, a eleição municipal do ano que vem pode, sim, significar o início da “falência múltipla” dos oposicionistas e dos demais políticos despreparados, mal planejado ousem representatividade.
O nosso Observatório Político cantou essa pedra no ano passado e, hoje, volta a ligar a sirene da sobrevivência política para os oposicionistas e demais lideranças que até podem pensar que estão em sua zona de conforto, mas que se não abrirem os olhos, podem engrossas a fila do sepultamento coletivo.
Quem avisa amigo é!