A FALÊNCIA DA ESQUERDA E O DERRETIMENTO DA CANDIDATURA DE JÚNIOR GEO EM PALMAS

Posted On Domingo, 15 Setembro 2024 06:35
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REFLEXÃO DE DOMINGO

 

 

A falta de militância e de uma “bandeira” pra servir de rumo na campanha da federação formada pelos partidos PSDB, PC do B e PV, aliada à rejeição de quase 70% ao governo do presidente Lula apontada pelas pesquisas em Palmas, por conta da carestia da cesta básica, dos combustíveis da energia e da água, virou um verdadeiro desastre para os candidatos desses partidos, capitaneados por Júnior Geo, candidato a prefeito.

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

O PT há muito – ou desde sempre – foi um mero partido coadjuvante em Palmas, uma espécie de morto vivo que só existe no cenário político da Capital por conta da sua representação nacional. E a militância petista atua como tal, como uma espécie de zumbis dos filmes de terror, perambulando pelas ruas em busca de votos para Júnior Geo e aos 13 candidatos a vereador filiados nos partidos da federação, sendo que apenas seis deles são filiados ao PT.

 

Esses seis candidatos a vereador são fruto de uma busca desesperada entre os mais de 1.104 cargos federais de direção de órgãos ou de assessoramento em Palmas que, no espremer da moenda resultou em apenas 13, mesmo com a cota de 23 candidatos, incluindo aí as parcelas reservadas às candidaturas femininas e outras.

 

INHAME

 

O Partidos dos trabalhadores vem, há décadas, crescendo pra baixo, no Tocantins, feito inhame.  Os atuais “líderes” do PT cometeram a pior injustiça política possível com os dois principais expoentes da legenda, Paulo Mourão, um dos homens públicos mais bem-preparados na política tocantinense, ex-prefeito de Porto Nacional e ex-deputado federal, que transferiu seu domicílio eleitoral para Palmas para construir uma frente suprapartidária e ser candidato a prefeito, mas foi sumariamente colocado no congelador pela cúpula nacional. Em Araguaína, o mesmo foi feito com o ex-deputado federal Célio Moura, fritada em fogo baixo, até que desistisse da candidatura.

 

Vale lembrar que o PT já teve Raul Filho como prefeito de Palmas, mas, hoje, ele se encontra no mesmo limbo dos demais componentes da sigla sem acesso às decisões de cúpula. Ou seja, o mesmo partido que já teve um prefeito de Capital no Tocantins, hoje se resume ao um prefeito em Dianópolis, eleito pelo seu brilho pessoal, e sem nenhum representante na Assembleia Legislativa ou no Congresso Nacional.

 

O resultado das eleições municipais em Palmas podem deixar o PT ainda menor, um partido literalmente falido e sem ambiente para chamar a atenção para si em qualquer movimentação política que surja.

 

“CONTAMINAÇÃO” DA CANDIDATURA DE JÚNIOR GEO

 

 

Júnior Geo continua sendo o mesmo deputado estadual combativo, capaz e respeitado, que lançou sua candidatura a prefeito de Palmas e foi conquistando apoios, até conseguir ser reconhecido pela “Mamis poderosa” Cinthia Ribeiro, como o candidato do Paço Municipal e do PSDB.

 

E o grande problema do candidato Júnior Geo foi precisar desse apadrinhamento da prefeita de Palmas e do seu esposo, deputado estadual Eduardo Mantoan. A continuar o que vem acontecendo, corre o risco de Geo sair dessa candidatura a prefeito menor do que entrou, pois não decide nada em sua campanha, não tem autonomia para agir e tudo o que se faz na campanha é decidido pelo casal Mantoan.

 

Segundo os principais analistas políticos de Palmas, esse derretimento da candidatura de Júnior Geo pode levar a federação a eleger apenas um candidato a vereador. E essa “contaminação” que desandou a candidatura de Júnior Geo, teve início, exatamente, no momento em que o PT entrou na aliança para elegê-lo, e o tiro está saindo pela culatra.

 

GESTÃO CINTHIA RIBEIRO

 

Na verdade, a gestão de Cinthia Ribeiro em Palmas tem muitas obras, a maioria, diga-se de passagem, oriundas de recursos carreados pelo senador Eduardo Gomes, recordista em liberação de recursos federais para o Tocantins, da senadora Dorinha Seabra, dos deputados federais Carlos Gaguim e Vicentinho Júnior, além dos empréstimos feitos pro Cinthia que serão 100% pagos pela próxima gestão.

 

Abastecida por tantos milhões de reais, Cinthia conseguiu passar os últimos quatro anos realizando obras com recursos direcionados por senadores dos quais ela se isolou politicamente à proporção que a sucessão municipal se aproximava.

 

 Já os partidos “aliados” a Júnior Geo, até a semana passa, não haviam investido centavo sequer nem para Palmas, nem para a campanha, a não ser o próprio PSDB, presidido no estado por Cinthia Ribeiro, que é também presidente nacional do PSDB Mulher, que também não conseguiu muita coisa do Fundo Partidário – pouco mais de um milhão de reais vindos diretamente do PSDB nacional – o que, dividindo entre Júnior Geo e os candidatos a vereador pelo partido, é quase nada.

 

Já os candidatos dos demais partidos da federação estão se virando sabe-se lá como, enquanto os candidatos da principal adversária, Janad Valcari, do PL, do senador Eduardo Gomes terão, ao fim das contas, mais de 21 milhões e quatrocentos mil reais somando os repasses dos partidos que compõem a aliança.

 

Só os candidatos a vereador considerados fortes, da aliança de apoio à Janad estão recebendo de 250 a 500 mil reais. Os candidatos de partidos agregados ao PL, entre 50 e 100 mil reais, somando-se a isso a grande estrutura que a majoritária montou para a realização de eventos de pequeno a grande porte.

 

PSB DE CARLOS AMASTHAS

 

Enquanto isso, o PSB  com mais ou menos 21 candidaturas à Câmara Municipal, dentre elas a do próprio presidente do partido, Carlos Amastha, ex-prefeito de Palmas e que até a 20 dias atrás era candidato prefeito e ligou o “desconfiômetro” e se contentou à uma candidatura a vereador, vem enfrentando uma hipotética onda de desistências entre os candidatos, por falta de infraestrutura partidária.

 

As próximas 72 horas serão cruciais para que essa situação se resolva ou para que tudo seja esclarecido. Ou, até mesmo, para que nada aconteça.

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 vem mirando seus binóculos para o céu, à espera de uma bem provável revoada de candidatos a vereador para outros ninhos. Caso essa revoada aconteça, pode acontecer até de o PSB não conseguir fazer o quociente eleitoral – entre 6.200 a 7.000 votos – para o próprio Amastha ser eleito.

 

Aí, é caixão e vela preta.