A sucessão municipal e os imbróglios político-partidários

Posted On Sábado, 22 Junho 2024 23:19
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Reflexão de domingo

 

 

 

O ambiente político que antecede a sucessão municipal de outubro, no Tocantins está deixando os maiores, mais antigos e mais tradicionais analistas políticos de cabelo em pé, tentando entender o que acontece nos bastidores e que vem, até agora, contrariando todos os encaminhamentos naturais ante o bom momento vivido pela instituição “Estado do Tocantins”

 

 

Por Luciano Moreira (interino)

 

 

De um lado temos um governo que devolveu a tranquilidade social e econômica à população, que tirou o Tocantins das páginas policiais e o colocou nas páginas dos investimentos, das boas análises econômicas, dos bons indicadores e, principalmente, da estabilidade e da popularidade. Uma gestão equilibrada, sem percalços de atos não republicanos, sem sustos econômicos, com recordes de arrecadação, com salários em dia, servidores valorizados, prestadores de serviço satisfeitos e o governador com os maiores índices de popularidade do Brasil.

 

Do outro, membros do grupo político desse mesmo governo, que teimam em ignorar tudo o que foi dito acima, para apoiar candidatos opositores aos que a pessoa que comanda todos esses bons índices, indica.  Indica, porque, democrático, não obriga ninguém a apoiar ninguém.  Mas, o que vem acontecendo é totalmente descabido e fora da ordem. Pelo menos nos principais colégios eleitorais.

 

E não é só o governador Wanderlei Barbosa que vem enfrentando essa situação inusitada.  Nos principais partidos políticos presentes no Tocantins, nenhum dos seus líderes tem o comando da legenda em todos os 139 municípios, transformando o pleito de outubro próximo num jogo de xadrez em que nenhuma peça obedece a movimentação prevista nas regras, uma verdadeira “briga de foice”, imprevisível, em que cada um aposta todas as suas fichas em si mesmo, sem se preocupar com grupo político ou com as vantagens que fazer parte de um ótimo governo proporcionam em todo e qualquer processo eleitoral.

 

PALÁCIO ARAGUAIA

 

O governador Wanderlei Barbosa e sua ótima equipe de auxiliares vêm desenvolvendo uma gestão de qualidade jamais vista na história do Tocantins, administrando como um time humilde e simples no trato com os demais, espelhando marca registrada do próprio governador.

 

Além disso, segundo dados mostrados pelo competente jornalista Luiz Armando Costa, os dados econômicos deste governo ostentam um superávit de mais de dois bilhões de reais, investidores buscando informações e já aplicando valores vultosos no Estado, a volta à “coluna azul” das unidades federativas enquadradas na Lei de Responsabilidade Fiscal, a volta dos convênios federais e da capacidade de contrair empréstimos e financiamentos no Brasil e no exterior, e tudo o mais que possibilita a afirmação tranquila de que o Tocantins está no rumo do crescimento econômico e do desenvolvimento pleno.

 

São dados que deixam qualquer um boquiaberto quando comparados a um passado nem tão distante e que despertam orgulho e admiração por uma gestão mais que competente.  Só não despertam, estranhamente, a fidelidade e a vontade de ter seu nome associado a um governo tão bom, dos “companheiros” que ficam como satélites do Palácio Araguaia, atraídos pelo poder, mas, não pela pessoa que deveria, por merecimento, ter todas as honrarias por tantas realizações.

 

 

Ao contrário, parece que há uma orquestração em andamento para tentar ofuscar os indicadores positivos gerados pelo governo de Wanderlei Barbosa e toda a popularidade que justamente nos  municípios em que Wanderlei Barbosa deixou claro qual candidato tem o seu apoio nestas eleições municipais é onde há uma maior concentração de “companheiros” palacianos apoiando – com mais afinco – outros candidatos.

 

Um dos casos emblemáticos é o de Almas, onde Goianyr Barbosa, amigo, viúvo da irmã e quase irmão do governador, é o candidato com apoio palaciano, mas altamente bombardeado por integrantes desse mesmo grupo político, que apoiam outros nomes. Soa quase que como uma “vingança” pessoal contra Wanderlei Barbosa.

 

Ou seja, na hora de recolher os louros da boa gestão, todos do grupo palaciano estão presentes, fazendo questão de enfatizar seu pertencimento. Mas, quando o assunto são interesses políticos próprios, regionais, dane-se o grupo palaciano.

 

Resta saber até onde vai a maleabilidade da democracia palaciana.

 

PALMAS:  MAIOR ADVERSÁRIO DA CANDIDATURA DE JANAD VALCARI É O SEGUNDO TURNO

 

Em Palmas o PL do senador Eduardo Gomes, juntamente com o staff da pré-candidata Janad Valcari, líder absoluta em todas as pesquisas de intenção de voto, trabalha para manter o favoritismo e os bons ventos que sopram a favor.

 

O grupo sabe que seu maior inimigo seria a necessidade de um segundo turno, quando as oposições podem se unir contra Janad. Caso o segundo turno aconteça, seria como o surgimento de um “lobo mau” na vida da “Janad chapeuzinho vermelho”, ou o coiote tentado atrasar a vida do papa-léguas.  Por esse motivo, o senador Eduardo Gomes, como presidente do PL e o staff de Janad terão que colocar todas as cartas à mesa.

 

O senador Eduardo Gomes e o vice-prefeito de Palmas, André Gomes e a pré-candidata a prefeita de Palmas, Janad Valcari

 

Janad mostra força no cenário atual, mas as demais candidaturas unidas contra ela num hipotético segundo turno, podem fazer o sonho virar pesadelo.

 

Mesmo assim, ainda há uma série de ritos a serem cumpridos até o dia da eleição, a começar pelas convenções partidárias que definirão os candidatos a prefeito, vice, e a vereador, passando pela homologação das candidaturas pelo TRE, pelo Horário Eleitoral Obrigatório de Rádio e TV, até os debates promovidos pelos meios de comunicação, sem contar caminhadas e comícios.

 

Os quatro principais pré-candidatos são Janad, Eduardo Siqueira Campos, Carlos Amastha e Júnior Geo, com a possibilidade de uma quinta candidatura, caso o governador Wanderlei Barbosa opte por não apoiar nenhuma das candidaturas existentes e lançar um nome próprio, o que daria uma nova dinâmica à disputa.

 

Ou seja, só pela configuração dos candidatos pode-se afirmar que ainda não há nada definido em Palmas. Se colocarmos na soma os interesses pessoais, os conflitos dentro dos grupos políticos e todas as coisas que tornam a política uma ciência nada exata, aí é que o assunto fica sério.

 

Ter o prefeito da Capital é a certeza para o grupo político vencedor de ter um assento privilegiado à mesa de decisões visando o processo eleitoral de 2026, em que estarão em jogo duas vagas de senador, oito de deputado federal e 24 de deputado estadual, sem contar as quatro suplências para o Senado.

 

Logo, todo cuidado é pouco na corrida sucessória da Capital. Tem muita gente achando que é apenas uma questão de tempo para chegar à vitória, que vai se surpreender com o que a política é capaz de produzir quando o poder está em jogo.

 

ARAGUAÍNA: JORGE FREDERICO ACIRRA DISPUTA

 

 

O governador Wanderlei Barbosa, um grupo de detentores de mandato no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa, inclusive o presidente, Amélio Cayres e a deputada Luana Ribeiro, usaram da palavra para conferir apoio à pré-candidatura do deputado estadual Jorge Frederico a prefeito de Araguaína, durante a concorrida cerimônia de lançamento, que reuniu milhares de pessoas na Capital do Boi Gordo.

 

O lançamento do nome de Jorge Frederico marcou o início efetivo do jogo eleitoral em Araguaína e o fim do céu de brigadeiro em que se encontrava a candidatura à reeleição do prefeito Wagner Rodrigues.

 

 

Os próximos 45 dias que antecedem as convenções partidárias vão dar forma à nova configuração do cenário sucessório na Capital do Boi Gordo, com o posicionamento das forças palacianas em favor de Jorge Frederico e do governo federal em favor de Célio Moura PT (foto) – que terá, inclusive, a presença de Lula em data a ser agendada.

 

No momento, é muito cedo para fazer prognósticos, pois as forças presentes na disputa eleitoral de Araguaína ainda não puderam ser devidamente medidas. A única certeza que se tem é que a reeleição do prefeito Wagner Rodrigues nunca esteve tão ameaçada como está agora.

 

CONCLUSÃO

 

Os dias que antecedem as convenções partidárias serão decisivos para quem deseja ser prefeito ou vereador nos 139 municípios tocantinenses, com ênfase nos maiores colégios eleitorais.

 

As articulações, os conchavos, a entrada do Palácio Araguaia e do governo federal e, até mesmo, as traições, são ingredientes novos , mas com grande poder de transformar o atual cenário.

 

Logo, neste exato momento, ainda não existem candidatos imbatíveis, muito menos candidatos já derrotados. Muitas surpresas ainda estão por vir.

 

No quatro principais colégios eleitorais do Tocantins, eleição é coisa para profissional, não para amadores!

 

Última modificação em Domingo, 23 Junho 2024 06:38