Presidente eleito garante que proposta será levada ao Congresso ainda no 1º semestre; segundo ele, número de votos que recebeu deveria ter sido maior
Por iG São Paulo
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, garantiu neste sábado (8) que pretende levar ao Congresso uma proposta de mudança no sistema de votação no Brasil. Segundo ele, a sugestão de reforma no sistema eleitoral será feita logo no primeiro semestre de 2019.
De acordo com o presidente eleito, a intenção é aperfeiçoar o processo de voto no País. Isso porque, segundo Jair Bolsonaro , mesmo tendo vencido a disputa pela Presidência da República, o número de votos que recebeu nas eleições 2018 deveriam ter sido muito maiores.
“Nós pretendemos votar no primeiro semestre uma boa proposta de sistema de votação no Brasil. Porque eu e muitos entendem que nós conseguimos a vitória porque tínhamos muitos, mas muitos mais votos do que eles”, disse. “Entendemos o apoio e a preocupação do Tribunal Superior Eleitoral, que dizia que não tem com o que se preocupar. Na verdade nós temos que nos preocupar”, continuou.
A declaração de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral brasileiro foi dada durante a sua breve participação ontem, por teleconferência, na Cúpula Conservadora das Américas, evento organizado por seu filho, Eduardo Bolsonaro, em Foz do Iguaçu (PR).
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro levanta a hipótese de que existam fraudes nas eleições no Brasil. Durante a sua campanha, o então candidato chegou a afirmar que não aceitaria “resultado diferente da minha eleição”. Além disso, afirmou diversas vezes que duvida das urnas eletrônicas .
“Não confiamos em nada no Brasil. Até concurso da Mega-Sena a gente desconfia de fraude. Estou desconfiando de alguns profissionais dentro do TSE”, disse Bolsonaro à época. Antes disso, Bolsonaro chegou a afirmar que a possibilidade de perder a eleição "na fraude" para o então candidato do PT, Fernando Haddad, era "concreta". "O PT descobriu o caminho para o poder, o voto eletrônico", dizia.
Jair Bolsonaro , que era deputado federal antes de ser eleito o próximo presidente do Brasil, chegou a ser autor, na Câmara, de uma lei aprovada pelo Congresso que prevê a impressão de um comprovante do voto para eventual conferência pela Justiça Eleitoral. Porém, a questão do sigilo do voto fez a proposta ser derrubada, neste ano, pelo próprio STF.