O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o segundo balanço da coleta do Censo Demográfico 2022. Desde o início da operação, em 1º de agosto, até a manhã desta segunda-feira, 3, foram recenseadas 755.504 pessoas, em 249.901 domicílios no Tocantins. Destas, 49,6% são homens e 50,4% mulheres. Esse total de pessoas entrevistadas corresponde a 47% da população estimada do estado. Conforme os dados, já foram contados 13.832 indígenas (1,61% da população recenseada no estado) e 8.113 quilombolas (1,09%).
Da Assessoria
“O IBGE vai prorrogar o término da coleta do Censo. São Paulo e Mato Grosso, por exemplo, são estados que vão demorar mais tempo. Mas o Nordeste, com certeza, vai terminar no final de outubro até início de novembro. A expectativa é que a gente encerre a coleta na primeira semana de dezembro nesses que estão mais graves, para poder fazer a divulgação no último dia do ano”, informou o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo. No hotsite do Censo 2022 (https://censo2022.ibge.gov.br/acompanhamento-de-coleta.html), é possível acompanhar diariamente o total da população recenseada no país e a evolução do trabalho por unidades da federação.
Os questionários no Tocantins foram respondidos majoritariamente (86%) de forma presencial, sendo que 0,11% optaram por responder pela internet e 0,18% pelo telefone. Em 11,68% dos domicílios os moradores estavam ausentes. Já em cerca de 1,64% os moradores se recusaram a responder o Censo. Em comparação com a recusa da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do 2º trimestre deste ano (3,06%), o índice é bem menor. De toda forma, o Instituto espera reduzir esse percentual até o final da operação, após aplicados todos os protocolos de insistência. Frente ao primeiro balanço (1,78%), já houve uma ligeira redução.
Em relação ao tipo de questionário, 79,7% dos domicílios responderam ao questionário básico e 20,3% ao ampliado, percentual consistente com a amostra definida pelo Instituto. O tempo mediano de preenchimento tem sido de 6 minutos para o questionário básico e de 16 minutos para o questionário ampliado.
Municípios tocantinenses
Nos principais municípios do estado, a população contabilizada pelo IBGE até esta manhã foi de 104.212 moradores em Palmas, 65.239 em Araguaína, 35.938 em Gurupi, 29.613 em Porto Nacional e 23.209 em Paraíso do Tocantins.
Recenseadores
O Instituto está enfrentando dificuldades relativas à falta de pessoal para atuar como recenseador em determinados locais. Em todo o país, o IBGE conta com 95.448 recenseadores em ação, 52,2% do total de vagas disponíveis. O estado com maior déficit de recenseadores é o Mato Grosso, com 36,8% do número de vagas ocupadas. Já Sergipe está com 68,8% dos postos ocupados.
O IBGE ressalta que os recenseadores estão sempre uniformizados com o colete, boné do Censo, crachá de identificação e o Dispositivo Móvel de Coleta (DMC). Além disso, é possível confirmar a identidade no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800 721 8181. Ambos constam no crachá do entrevistador, que também traz um QR code que leva à área de identificação no site. Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do recenseador.
Cenário nacional
No Brasil, desde o início da operação, foram recenseadas 104.445.750 pessoas, em 36.567.808 domicílios no país. Destas, 42,0% estavam na Região Sudeste; 27,0% no Nordeste; 14,3% no Sul; 8,9% no Norte e 7,8% no Centro-Oeste. Até o momento, 48% da população recenseada eram homens e 52% eram mulheres. O percentual de recusa do país é de 2,27%. O total de pessoas entrevistadas corresponde a 49% da população estimada.
Da Assessoria
A eleição de Professora Dorinha (UB/TO) ao Senado teve grande representatividade. Os 395.408 mil votos recebidos por Dorinha, neste dia 2 de outubro, fazem dela a mulher com a maior soma de votos da história do Tocantins. Nenhuma outra mulher que tenha disputado um cargo eletivo pelo Estado alcançou tamanha quantidade de votos numa eleição. Um feito que demonstra a força da mulher na disputa eleitoral no Estado.
“Sem dúvida essa é uma grande vitória para todas nós mulheres tocantinenses. Quero reforçar meu agradecimento a todos e a todas que acreditaram no projeto de mudar a presença do Senado na vida dos tocantinenses, com a proposta de fazer um mandato mais próximo das pessoas”, afirmou Dorinha.
A votação maiúscula de Dorinha também fez dela a senadora mais bem votada da história do Tocantins, superando a quantidade de votos recebida por cada um daqueles que já disputaram o cargo de Senado pelo Estado.
Outro fator que merece destaque é que Dorinha é a mulher no Brasil com a segunda melhor votação percentual ao Senado nesta eleição. Com 50,42% dos votos válidos no Tocantins, Dorinha obteve o segundo melhor percentual de votos entre as mulheres eleitas neste 2 de outubro ao Senado no país.
Dorinha só fica atrás da ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, Tereza Cristina, que no Mato Grosso do Sul obteve 60,85% dos votos. As outras duas senadoras eleitas este ano foram Teresa Leitão, que obteve 46,12% dos votos em Pernambuco, e a ex-ministra da Mulher Damares Alves, eleita com 44,98% dos votos no Distrito Federal.
O Observatório Político de O Paralelo 13 fez vários alertas e foi insistente que, em caso de derrota nas eleições de ontem, alguns políticos tocantinenses fariam parte “de corpo presente” de um sepultamento coletivo, caso suas candidaturas não terminassem em vitória. E foi exatamente isso que aconteceu.
Por Edson Rodrigues
Ante ao poderio da candidatura do governador Wanderlei Barbosa à reeleição, ao lado da deputada federal Dorinha Seabra ao Senado, alguns dos políticos mais tradicionais – e alguns da nova leva, também – acabaram sucumbindo, tomando decisões errôneas e, a partir de hoje passam a trazer em seus currículos uma derrota acachapante, difícil de ser ignorada pelos eleitores nos próximos pleitos e, principalmente, muito difícil de ser explicada.
Wanderelei Barbos com o pai Fenelon o vice Laurez Moreira e a senadora eleita Professora Dorina Seabra
Wanderlei Barbosa, em uma jogada de mestre, montou uma estrutura de campanha e um grupo político repleto de bons nomes. Juntou-se a Laurez Moreira, seu candidato a vice-governador e à Dorinha Seabra como candidata a senadora. Por trás dessa chapa majoritária, estavam vários bons nomes a deputado federal e estadual, com penetração em todas as regiões do Estado, configurando um aglomerado político muito difícil de ser batido.
O grupo era tão bom, que atraiu a atenção da senadora Kátia Abreu e de seu filho, o também senador Irajá Abreu. Kátia chegou a dar declarações à imprensa elogiando o trabalho de Wanderlei Barbosa, participou de cerimônias e eventos palacianos e, realmente, chegou a ser cogitada pelo grupo político.
MOVIMENTOS ESTRANHOS
Mas, eis que Irajá Abreu, primeiro, resolve apoiar a candidatura do deputado federal Osires Damaso ao governo. Um movimento estranho, que causou um estremecimento no relacionamento de Kátia Abreu com o grupo palaciano.
Kátia Abreu em encontro Político com Osires Damaso
Kátia já não contava com a simpatia unânime dentro do Palácio Araguaia e, quando Irajá Abreu resolveu, em uma convenção partidária realizada em Lavandeira, um dos menores colégios eleitorais do Estado, longe da imprensa e das cúpulas dos partidos, lançar a si próprio como candidato ao governo, deixando Osires Damaso em maus lençóis, Kátia Abreu se viu sem nenhuma “moeda de troca” para barganhar com o grupo palaciano que, de imediato, resolveu apoiar Dorinha Seabra ao Senado.
Os movimentos de Irajá Abreu foram estranhos por dois motivos: primeiro, ele só se elegeu senador por conta do prestígio de sua mãe. Segundo, sem nenhum grupo político definido ou grandes lideranças a apoiá-lo, revelou-se candidato ao governo depois de declarar seu próprio apoio a um candidato.
De uma tacada só, Irajá Abreu prejudicou sua mãe – muitos chamam isso de traição –, praticamente forçou Osires Damaso a desistir de sua candidatura ao governo, e colocou a si próprio em situação delicada, pois claramente não reunia nem experiência política nem um grupo de apoio, com partidos e lideranças políticas, necessários para uma empreitada tão audaciosa.
MAIS MOVIMENTOS ESTRANHOS
Kátia Abreu em fala de apoio a Marcelo Miranda e Dulce Miranda
Depois de ter o caminho de sua derrota política pavimentado pelo seu próprio filho, Kátia Abreu se viu “no mato sem cachorro”, com pouco tempo para mudar suas estratégias e reinventar sua candidatura à reeleição.
Mas, a solução escolhida por ela passava por outro movimento estranho aos eleitores e acabou naufragando, levando junto um dos políticos mais carismáticos do Tocantins e, de lambuja, sua esposa.
A união impensável entre o ex-governador Marcelo Miranda e sua esposa, deputada federal Dulce Miranda com Kátia Abreu surpreendeu a todos no meio político. Primeiro porque Kátia já tinha uma grande rejeição entre os deputados estaduais e, segundo, porque o próprio Marcelo Miranda, por várias e várias vezes, havia afirmado que jamais estaria em um mesmo palanque político que Kátia Abreu.
Não se sabe o quanto a ausência do saudoso Dr. Brito Miranda, que jamais perdeu uma eleição no Tocantins, teve reflexos nos caminhos escolhidos por Marcelo Miranda, mas, certamente, faltou orientação e coerência, e o resultado não poderia ser outra: Kátia Abreu, Marcelo Miranda e Dulce Miranda não se elegeram, e vãos e juntar à “família” Dimas, Ronaldo Dimas, ex-prefeito de Araguaína e candidato a governador, e Tiago Dimas, candidato à reeleição como deputado federal, que também sofreram derrotas desmoralizantes.
Tudo dentro do que foi previsto pelo nosso Observatório Político.
PROFESSOR DE DEUS
Ex-prefeito Ronaldo Dimas o derrotado
Ronaldo Dimas, aliás, é um caso exemplar de “murro em ponta de faca”. Considerado um dos melhores prefeitos da história de Araguaína, com administrações que trouxeram desenvolvimento e melhores condições de vida à população da cidade – tanto que conseguiu eleger seu sucessor e boa parte da Câmara de Vereadores – Dimas parece que deixou o sucesso subir à cabeça.
Essa é a única explicação plausível para que ele tenha imposto sua candidatura para o governo ao seu grupo político, mesmo que isso significasse contrariar prefeitos dos 11 maiores colégios eleitorais do Tocantins, que queriam o senador Eduardo Gomes como candidato.
Dimas “bateu o pé” e Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, para evitar um “racha’ no grupo político, resolveu não só apoiar, mas coordenar a campanha do ex-prefeito de Araguaína.
Senador Eduardo Gomes com o presidente Jair Bolsonaro
Eduardo Gomes trabalhou ininterruptamente para tentar transferir seu prestígio a Ronaldo Dimas, tanto que conseguiu apoio dos prefeitos de Gurupi, Josi Nunes, e de Paraíso do Tocantins, Celsim Morais, além de colocar uma ótima infraestrutura de campanha à disposição do seu candidato, trazendo, também, diversos bons nomes para as chapas proporcionais e, em um último esforço, o presidente Jair Bolsonaro, que esticou uma motociata do estado do Maranhão até a região do Bico do Papagaio, onde pediu votos para Dimas.
Mas a arrogância de Ronaldo Dimas e seu jeito de “professor de Deus”, não foram bem recebidos nem em seu grupo político nem no eleitorado tocantinense.
Na verdade, a candidatura de Dimas nunca chegou a decolar, ficando presa ao solo pelo peso do seu ego, que acabou tendo reflexos na vida política do seu filho, Tiago Dimas, que não conseguiu se reeleger deputado federal.
ELEITORADO DEU A SENTENÇA
Por fim, como em toda eleição, coube aos eleitores julgar o comportamento, as propostas e as atitudes dos candidatos que concorreram à uma vaga de governador, uma de senador, oito de deputado federal e 24 de deputado estadual.
E a sentença foi dura. Ficou que o povo julgou estar trabalhando direito, entrou que os eleitores acharam que mereciam uma chance e ficaram de fora os que provocaram dúvidas, trouxeram incertezas e demonstraram comportamentos incertos ou estranhos aos seus olhos.
Kátia e Irajá Abreu, Ronaldo Dimas, Tiago Dimas, Marcelo e Dulce Miranda são apenas os nomes mais conhecidos dos derrotados, mas, sabemos, muitos outros nomes tradicionais da política tocantinense também ficaram de fora, engrossando a fila do “sepultamento político coletivo”.
Irajá Abreu e Kátia Abreu mãe e filho - Marcelo Miranda e Dulce Miranda, marido e esposa
Foram derrotas duras e amargas, difíceis de serem digeridas e revertidas, mas todos os que possuem históricos de serviços prestados ao Tocantins, apesar deste sepultamento político, ainda têm condições de se repaginar, se reinventar e recomeçar suas carreiras. Mas, antes disso, precisam calçar as “sandálias da humildade”, repensar suas atitudes e fazer uma profunda reflexão, em busca das respostas sobre o que fizeram ou estão fazendo de errado, que os levou a serem rejeitados pelos eleitores.
Como dizia o saudoso Tancredo Neves, “fazer política tem a ver com amor e servir ao povo, não a si próprio”.
Fica a dica!
Eleições gerais brasileiras, 2022