Em um ato histórico para o Tocantins, o governador Laurez Moreira recebeu, nesta terça-feira, 18, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para a inauguração da ponte que liga Xambioá/TO a São Geraldo do Araguaia/PA, sobre o Rio Araguaia, na BR-153

 

 

Por Fernanda França e Guilherme Lima

 

 

Em um ato histórico para o Tocantins, o governador Laurez Moreira recebeu, nesta terça-feira, 18, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Xambioá, para a inauguração da ponte que liga Xambioá/TO a São Geraldo do Araguaia/PA, sobre o Rio Araguaia, na BR-153. A estrutura era uma das obras mais aguardadas pela população dos dois estados e marca um avanço significativo para a integração regional.

 

A nova ponte consolida um corredor logístico estratégico da BR-153, reduzindo custos de frete, agilizando o escoamento da produção e ampliando a competitividade do Tocantins, do Pará e de toda a Região Norte no cenário nacional e internacional.

 

 

O governador Laurez Moreira agradeceu ao presidente Lula pela entrega da obra e ressaltou a emoção de participar desse momento histórico.

 

“Presidente Lula, é com muita alegria que celebro este marco na história, não só do meu querido estado do Tocantins, mas do nosso Brasil. Não tem nada melhor do que ver o sonho das pessoas sendo realizado. Muitos tocantinenses sonharam com essa grande obra, que sem dúvida alguma tem uma importância enorme para os dois estados e também outras localidades do Brasil”, frisou.

 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, comentou a importância desse momento para a história do Brasil, ressaltando a liberdade que a população vai ter com a conclusão da ponte, que facilitará a vida dos cidadãos dos dois estados. “Eu agradeço ao proprietário da balsa pelo serviço prestado durante tantos anos. Agora, porém, o Estado brasileiro voltou a assumir sua responsabilidade, garantindo uma travessia segura e digna para todos, sem que nenhum jovem, nenhuma família precise se arriscar em pequenas embarcações. Hoje, qualquer pessoa pode atravessar de bicicleta, moto, carro, caminhão, do jeito que quiser, com segurança”, afirmou o presidente Lula.

 

Estrutura era uma das obras mais aguardadas pela população dos dois estados e marca um avanço significativo para a integração regional (Crédito foto: Antonio Gonçalves/Governo do Tocantins)

 

Para o governador do Pará, Helder Barbalho, a conclusão da obra marca um avanço significativo para a economia dos dois estados, consolidando Tocantins e Pará como um importante elo de integração entre a região Norte e o restante do país. “Esta ponte inaugura um novo estágio na infraestrutura regional, fortalecendo a competitividade do agro, da produção rural e de toda a vocação econômica dos nossos municípios. A ponte reduz custos de frete, melhora o escoamento e impulsiona a geração de emprego e renda”, reforçou o governador do Pará.

 

Ponte sobre o Rio Araguaia

 

Executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a obra conta com 2.010 metros de extensão, 310 metros no lado paraense e 1.700 metros no lado tocantinense, e recebeu investimento de R$ 232,3 milhões do Governo Federal, sendo R$ 28,8 milhões provenientes do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

 

Presidente Lula ressalta a segurança e a liberdade garantidas pela nova travessia, que substitui décadas de dependência de balsas (Crédito foto: Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins)

 

A ponte foi construída pelo método de balanço sucessivo, técnica que consiste na execução da estrutura em etapas simétricas a partir de pilares centrais, utilizando segmentos chamados aduelas. No total, a nova estrutura possui 44 pilares, garantindo uma ponte moderna, sólida e segura.

 

O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou a magnitude da obra e explicou os processos adotados para que a ponte fosse concluída com qualidade e entregue de forma segura à população. “A ponte ficou seis anos em obras e, no governo do presidente Lula, concluímos os 45% finais. Essa era a maior obra em andamento no Brasil e, hoje [terça-feira,18] entregamos uma estrutura que integra Tocantins e Pará, fortalece a economia da região Norte e amplia as oportunidades para o agronegócio, o turismo e a população”, explicou o ministro.

 

O prefeito de Xambioá, Mayck Câmara, enfatizou a importância histórica da obra para a região e para o Brasil. “Essa é uma vitória não só do paraense, não só do tocantinense, mas de todo o país. Porque, através dessa ponte, vai atravessar todo o desenvolvimento que liga o Norte ao restante do Brasil, às demais cidades. É uma obra que demorou muitos anos para ser reconstruída, mas isso não importa. O que importa é que ela está sendo entregue hoje”, ressaltou.

 

Já o prefeito de São Geraldo do Araguaia, Jefferson Oliveira, agradeceu a equipe do governo federal, ressaltando o quanto os municípios ganham com a ponte nova. “Quero agradecer ao presidente e ao ministro pelos investimentos que têm transformado São Geraldo. Sabemos da importância da ponte para a região”, afirmou.

 

Governador do Pará, Helder Barbalho, ressalta que a obra consolida o Tocantins e o Pará como um importante elo de integração entre a região Norte e o restante do país (Crédito foto: Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins)

 

“Nós sabemos o quanto essa obra é importante para o nosso desenvolvimento. Estamos vendo essa entrega com a certeza de que iremos avançar ainda mais, diminuindo os custos de transporte, melhorando a saúde e impulsionando o crescimento da nossa região. É uma obra que transforma a vida das pessoas e fortalece o futuro do Tocantins”, finalizou o governador Laurez Moreira.

 

Comunidade em celebração

 

Antes a travessia entre as cidades era possível somente por meio de balsa ou pequenos barcos (voadeira), no qual os preços por travessia variavam entre R$ 2 e R$ 300, dependendo da modalidade.

 

Suamaria Silva, de 47 anos, natural de Xambioá, afirmou que a entrega da ponte representa a realização de um grande sonho. “É uma conquista que esperávamos há muito tempo, não só para a nossa cidade, mas para todos, porque se trata de uma obra muito importante. Estou muito feliz, pois muitos acreditavam que isso jamais sairia do papel. E hoje estamos aqui, emocionados e agradecidos, vendo essa obra grandiosa ser entregue ao nosso município e ao Brasil”, comentou a tocantinense.

 

Moradora de São Geraldo do Araguaia, no Pará, Maria da Conceição, celebra a obra que esperou desde a infância, descrevendo a ponte como a concretização do sonho de toda a região (Crédito foto: Antonio Gonçalves/Governo do Tocantins)

 

Moradora de São Geraldo do Araguaia, no Pará, a professora Maria da Conceição compartilha do mesmo sentimento. Ela espera por essa ponte desde a infância e, agora, aos 50 anos, celebra, o que define como mais que uma ponte, e sim a realização do sonho de toda uma região. “Esse é um sonho realizado para toda a nossa comunidade. Tenho muita gratidão aos responsáveis pela obra, pelo compromisso e pela valorização da nossa região. É uma conquista que vai beneficiar os dois estados”, celebrou.

 

Presenças

 

Também participaram da inauguração da nova ponte em Xambioá, o ministro das Cidades, Jader Filho; o ministro do Turismo, Celso Sabino; o senador Irajá; a ex-ministra e ex-senadora, Kátia Abreu; os deputados federais Alexandre Guimarães e Antônio Andrade; os deputados estaduais Eduardo Mantoan, Gipão, Gutierres Torquato e o presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), Amélio Cayres; o prefeito de Muricilândia, João Victor Borges; o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues; além do secretário de Estado de Assuntos Institucionais, Eduardo Sobrinho; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Thiago Franco Santana; o presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Adenieux Rosa; a secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social, Ana Carina Souto; o presidente do Instituto de Terras do Tocantins (Itertins), Herbert Brito Barros; e a presidente da Agência de Mineração do Tocantins (Ameto), Lina Ester Ribeiro.

 

 

Posted On Quarta, 19 Novembro 2025 06:50 Escrito por

Na última safra, foram cadastrados na Adapec 14,5 mil hectares de algodão.

 

 

Por Welcton de Oliveira 

 

 

A Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) anuncia a abertura da janela de plantio de algodão no Tocantins, a partir desta sexta-feira, 21, seguindo até o dia 15 de janeiro de 2026 para a primeira safra (sequeiro). Para o algodão safrinha, o plantio está autorizado a partir de 15 de janeiro. A liberação ocorre após o encerramento do vazio sanitário.

 

Segundo o gerente de Sanidade Vegetal da Adapec, Marley Camilo, os produtores devem realizar o cadastro obrigatório das áreas produtoras no escritório da Agência do município onde a lavoura está cultivada. O prazo é até 15 de janeiro para o algodão da primeira safra e até 15 de março para o algodão safrinha, conforme estabelece a legislação.

 

Dados

 

A área cultivada de algodão vem crescendo a cada ano no Tocantins. Na safra 2024/2025, houve um aumento de 58% na área plantada em relação à safra anterior, chegando a 14,5 mil hectares de algodão cadastrados na Adapec.

 

Fim do vazio sanitário

 

O vazio sanitário do algodão no Estado teve início no dia 20 de setembro e encerra nesta quinta-feira, 20. A medida contribui para a prevenção e o controle do bicudo-do-algodoeiro, principal praga que ataca a cultura.

 

Durante esse período, a Adapec realizou o monitoramento das áreas que cultivaram algodão, garantindo que não houvesse presença de plantas com riscos fitossanitários no campo, interrompendo o ciclo reprodutivo do inseto.

 

Bicudo-do-algodoeiro

 

Os adultos são besouros de coloração cinza ou castanha, com 3 mm a 7 mm de comprimento. A praga infesta as lavouras desde o início da emissão dos botões florais até a colheita, podendo desenvolver de quatro a seis gerações em um único ciclo da cultura. Se não for controlado, pode causar perdas de até 70% da produção.

 

 

 

Posted On Quarta, 19 Novembro 2025 06:24 Escrito por

Da Assessoria 

 

 

A participação do Governo do Tocantins na COP 30, teve como saldo positivo o alto interesse de potenciais compradores dos créditos de carbono oriundos do programa JREDD+ que está sendo implementado pelo estado. A informação é da Superintendente de Gestão de Políticas Públicas Ambientais da Semarh, Marli Santos, que integra a comitiva oficial, juntamente com o governador Laurez Moreira e o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Divaldo Rezende. “O Tocantins está sendo considerado exemplo pela maneira como está conduzindo o seu programa de JREDD+, estando muito próximo da certificação, o que atraiu interesse de potenciais compradores como a Amazon, Microsoft, Bank of America, Itaú e outras grandes empresas”, explicou a superintendente.

 

O Governo do Tocantins desenvolve o programa no formato jurisdicional, ou seja, considerando os resultados de redução de emissões dos gases de efeito estufa em toda a extensão do estado e com repartição de benefícios entre as populações indígenas e tradicionais, agricultores familiares e o setor agroprodutivo, além de investimentos em setores governamentais para combate ao desmatamento ilegal e degradação (incêndios florestais). “Estamos apresentando o JREDD+ em diversos painéis e reuniões bilaterais. Trouxemos materiais para apresentr o trabalho das consultas que fizemos com as populações envolvidas e comprovamos que tudo está sendo feito de acordo com os protocolos pré-estabelecidos”, esclareceu Marli Santos.

 

Portfólio Ambiental

 

Além do JREDD+, o Governo do Tocantins apresentou também na COP 30, o seu portfólio de ações para um desenvolvimento de baixas emissões, incluindo o programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), liderado pela Secretaria da Agricultura e do Meio Ambienta, além da Estratégia Tocantins Competitivo e Sustentável e outros programas e ações como a análise dos Cadastros Ambientais Rurais, investimentos em tecnologia para monitoramento ambiental, recuperação nascentes, entre outros.

 

 

A Semarh participou de um painel dedicado as iniciativas e soluções climáticas baseadas na natureza que atraiu um grande público, incluindo desenvolvedores de projetos e programas de carbono florestal da África, Indonésia, América Latina, além de membros do Instituto Nature4Climate. O Tocantins também apresentou seus programas em evento com a participação de empresas como a Microsoft, Bank of America, Banco Itaú, Amazon e Vale, potenciais compradores de créditos de carbono. “O Tocantins foi amplamente elogiado por esses potenciais compradores que já manifestaram interesse em avançar nas negociações, assim que nossos créditos de carbono estiverem validados e registrados, o que deve acontecer nos próximos seis meses”, anunciou a superintendente, Marli Santos.

 

 

Posted On Terça, 18 Novembro 2025 14:05 Escrito por

Centralização das compras vai gerar economia de escala e garantir cota da agricultura familiar

 

 

Da Assessoria

 

A Lei nº 3.297/2025, que atualiza e aprimora as regras da alimentação escolar e do Programa Escola Autônoma de Gestão Compartilhada nas unidades da rede municipal de ensino, foi aprovada na última quinta-feira, 13, pela Câmara Municipal de Palmas. A nova legislação revisa e moderniza dispositivos das Leis Municipais nº 1.210/2003, que trata da execução da alimentação escolar, e nº 1.256/2003, que regulamenta os repasses diretos e a gestão compartilhada entre a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e as unidades escolares, bem como consolida importantes avanços na governança, na eficiência administrativa e na segurança alimentar dos estudantes.

 

Com a nova legislação, a Prefeitura reforça o compromisso com a qualidade das refeições servidas aos estudantes e com a transparência no uso dos recursos públicos. A Lei mantém as modalidades de execução — direta, centralizada e terceirizada — mas estabelece critérios técnicos mais claros e seguros para cada uma delas.

 

“Com a aprovação da Medida Provisória nº 7/25, o Município de Palmas instituiu a centralização do processo de aquisição da merenda escolar, atribuindo à Semed a condição de ordenadora das respectivas despesas. A medida promove maior eficiência na execução do gasto público, ao possibilitar melhores negociações de preços com os fornecedores, decorrentes do alto volume demandado — processo conhecido como economia de escala nas compras públicas”, destaca o economista João Lucas Nascimento Brito.

 

Avanços

 

Entre os avanços, destacam-se: responsabilidade integral das empresas contratadas nas modalidades terceirizadas, garantindo conformidade com as normas nutricionais e sanitárias; aprimoramento dos procedimentos de aquisição de alimentos, conforme a Lei Federal nº 14.133/2021 (Lei de Licitações); participação mínima de 30% da agricultura familiar nas compras de gêneros alimentícios; e a padronização das informações enviadas pelas escolas, facilitando o planejamento e a distribuição.

 

Outro eixo importante da nova legislação é o reforço dos mecanismos de controle interno e de transparência. As unidades executoras passam a seguir procedimentos mais padronizados e completos, reduzindo o risco de erros e garantindo maior eficiência na aplicação dos recursos.

 

“A atualização era necessária para fortalecer a gestão pública, garantir segurança jurídica e assegurar que os recursos cheguem com ainda mais eficiência às nossas unidades. A legislação dá mais estabilidade e melhora a qualidade dos serviços prestados aos estudantes”, destaca a secretária municipal da Educação, Anice Moura.

 

Gestão Compartilhada mais moderna e eficiente

 

A Lei 3.297 também traz uma ampla atualização da Lei 1.256/2003, que regula o Programa Escola Autônoma de Gestão Compartilhada. Entre as novidades estão: possibilidade de execução direta pela Semed, quando demonstrada vantagem técnica e econômica; critérios objetivos para reprogramação e devolução de saldos; novo capítulo de fiscalização com auditorias periódicas; e prestação de contas trimestral, com transparência ampliada.

 

“Essas mudanças fortalecem a governança e garantem que os recursos cheguem às unidades de forma mais eficiente, com acompanhamento contínuo e responsabilidade compartilhada”, ressalta a secretária.

 

 

 

Posted On Terça, 18 Novembro 2025 13:48 Escrito por

As sucessivas operações da Polícia Federal contra o governador afastado Wanderlei Barbosa e parte de sua família vêm redesenhando, dia após dia, o tabuleiro político do Tocantins. As decisões do STF e do STJ, a divulgação de áudios e vídeos comprometedores e as suspeitas que envolvem a esposa, Karynne Sotero, dois filhos, o deputado estadual Léo Barbosa e Rérison Barbosa e até a sogra do governador, criaram um ambiente de forte contaminação política em torno do chamado “grupo curraleiro”

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

Neste cenário, a pergunta que começa a circular nos bastidores é até que ponto o desgaste de Wanderlei Barbosa pode inviabilizar seu nome para uma candidatura ao Senado em 2026? Nesta segunda-feira, a equipe do Observatório Político de O Paralelo 13 almoçou com quatro interlocutores de “alta plumagem”, simpatizantes da candidatura da senadora Professora Dorinha Seabra, pré-candidata ao governo do Estado e hoje líder nas pesquisas de intenção de voto.

 

A avaliação desse núcleo é dura e pragmática. Na visão deles, a possibilidade de retorno de Wanderlei ao comando do Palácio Araguaia é “próxima de zero”. As operações da PF, as provas tornadas públicas, inclusive a acusação de tentativa de obstrução de Justiça, e a sequência de denúncias exibidas pela TV Anhanguera contra a gestão afastada vão, segundo esse grupo, potencializando o desgaste irreversível da imagem do governador.

 

 

Uma das imagens usadas à mesa foi forte: “um pingo de creolina no copo de leite”. A metáfora ilustra o temor de que a presença de Wanderlei em uma chapa majoritária de oposição acabe contaminando todo o projeto político liderado por Dorinha e pelo senador Eduardo Gomes, vice-presidente do Senado.

 

SENADO OU CÂMARA?

 

Entre esses articuladores, há uma quase unanimidade de que se insistir em disputar o Senado, Wanderlei Barbosa tende a virar um problema e não um ativo eleitoral. A leitura é que, com as operações em curso e a possibilidade de novas ações policiais durante o período eleitoral, o risco de constrangimentos públicos é real.

 

 

A cena hipotética que eles projetam não poderia ser mais simbólica e uma agenda de campanha em alguma cidade do interior, com Dorinha candidata ao governo, Eduardo Gomes ao Senado, aliados reunidos, imprensa presente e, de repente, a Polícia Federal chegando para cumprir uma nova medida contra o ex-governador.

 

Esse tipo de cenário, avaliam, não apenas fragilizaria o discurso da chapa, como poderia entregar de bandeja munição aos adversários, transformando a eleição em um plebiscito sobre os processos de Wanderlei, e não sobre propostas de governo e futuro do Tocantins.

 

 

Por isso, o caminho considerado mais viável para o governador afastado seria uma candidatura a deputado federal. Nesse formato, Wanderlei teria condições concretas de se eleger, manter foro, defender seu legado político e tentar reconstruir parte da sua imagem, sem arrastar consigo toda a chapa majoritária da oposição.

 

LEALDADE TEM LIMITE

 

Os interlocutores ouvidos pelo Observatório Político reconhecem que existe, dentro do grupo de Dorinha e Eduardo Gomes, um sentimento de solidariedade pessoal com Wanderlei. Afinal, trata-se de um aliado recente, com peso eleitoral, que ajudou a compor o campo de oposição ao atual governo interino.

 

A corte especial do STF composta pelos 15 ministros mais antigos confirmaram por unanimidade o afastamento de Wanderlei 

 

Mas, para esse núcleo, é preciso separar solidariedade de suicídio político. A frase que resume esse sentimento é de que ninguém é obrigado a “pular no abismo” em nome da lealdade. A metáfora do “copo de leite” volta à mesa: aceitar, sem filtros, a presença de Wanderlei na chapa majoritária seria como beber, de olhos fechados, um copo no qual alguém pingou creolina, apenas para provar fidelidade.

 

A HORA DA DEFINIÇÃO

 

Deputados até então pretensos em apoiar o governador afastado Wanderlei Barbosa

 

Na visão desses articuladores, o momento é “melindroso” e extremamente sensível, com muita informação circulando, dossiês, vazamentos, especulações e pressão de todos os lados. Mas, justamente por isso, entendem que a senadora Professora Dorinha, hoje líder das pesquisas ao governo, precisa assumir uma posição clara.

 

O recado é que não dá mais para empurrar o problema com a barriga até 2026. Dorinha, Eduardo Gomes e o próprio Wanderlei teriam que sentar à mesa e tratar deste tema como prioridade, antes da formatação final da chapa majoritária.

 

A fórmula defendida por esse grupo é simples, pois querem chegar a 2026 com uma chapa “limpa”, sem pendências judiciais graves na linha de frente. Para isso é preciso construir um palanque focado em propostas e debates com a sociedade, e evitar que o processo eleitoral seja sequestrado por operações policiais e manchetes negativas.

 

DEBATES

 

Nos debates eleitorais e em entrevistas à imprensa, com as entidades classistas, a então candidata professora Dorinha teria que dar explicações sobre a presença de aliados e auxiliares investigados. Em vez de pautar o futuro do Tocantins e apresentar propostas, a candidata teria que responder sobre operações policiais, prisões e suspeitas que cercam integrantes de sua base. Essa necessidade constante de dar explicações reduz a margem para o confronto de ideias, fragiliza o discurso de ética e transparência e ainda expõe contradições internas em sua chapa, alimentando a narrativa de que o grupo está politicamente contaminado e tem dificuldades para se defender diante da opinião pública.

 

UM 2026 SEM CREOLINA

 

 

No fundo, o que está em jogo é a sobrevivência política de um projeto de oposição que, neste momento, encontra em Dorinha Seabra sua principal liderança, e em Eduardo Gomes um aliado com musculatura nacional.

 

Dinheiro encontrado durante busca 

 

A presença de Wanderlei pode ser decisiva em alguns cenários, mas, no diagnóstico desses observadores, como candidato ao Senado ele tende mais a subtrair do que a somar. Como candidato a deputado federal, por outro lado, ainda pode ter papel relevante, preservar espaço e tentar reorganizar sua trajetória.

 

Um dos investigados por operar propinas para governador fez selfie com dinheiro que seria entregue

 

 

O ano de 2026 ainda está ali adiante no calendário, mas, nos bastidores, a conta já está sendo feita: ou a oposição entra em campo com uma chapa majoritária sem “pingo de creolina no copo de leite”, ou corre o risco de ver seu projeto azedar antes mesmo da urna abrir.

 

 

 

 

Posted On Terça, 18 Novembro 2025 04:35 Escrito por
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