O Balé Popular do Tocantins é um projeto do Governo do Estado e oferece aulas de dança gratuitas a estudantes de Palmas Por Núbia Daiana Mota Com muita dedicação e talento, os integrantes do Balé Popular do Tocantins foram aprovados na seleção do Festival Internacional de Dança de Goiás, que acontece de 4 a 9 de julho no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia. Os tocantinenses irão competir com cinco coreografias e concorrer à premiação em dinheiro que varia de R$ 2 mil a R$ 15 mil.
O primeiro grupo do Tocantins viaja para a capital goiana na próxima segunda, 3 de julho. Os 14 dançarinos apresentarão duas coreografias, na categoria infantil. No dia 5, quarta-feira, é a vez dos 22 bailarinos da turma juvenil embarcarem para a mostra competitiva, para disputarem com três coreografias. Um dos professores do grupo, Jefferson Marques, contou que a preparação dos bailarinos tocantinenses tem sido intensa para garantir bons resultados na competição. “Estamos ensaiando de segunda a sábado e muitas horas por dia. É uma verdadeira maratona de treinamento, nesta reta final, com aulas específicas para as turmas que vão participar do festival”, relatou. Segundo Jefferson, apesar de ansiosos com a competição, os dançarinos do Tocantins têm grandes chances de serem premiados. “A ansiedade é enorme para eles, principalmente para a turma infantil que vai competir pela primeira vez em um festival. Estamos confiantes, por conhecer o comprometimento, a dedicação e o talento do grupo que está bem preparado e com condições de competir em condições de igualdade. Queremos muito ganhar, porém esse não é nosso principal objetivo. A intenção é proporcionar essa vivência a eles, para que conheçam companhias de outros estados e até internacionais, vejam o nível da dança deles e aprendam com essa experiência”, ressaltou. O Festival Internacional de Dança de Goiás é uma realização do Studio Dançarte, em parceria com o Governo de Goiás e o Conselho Brasileiro da Dança (CBDD). Bailarinos de todo o Brasil apresentarão coreografias de ballet clássico, dança contemporânea, jazz, sapateado, danças urbanas, danças populares e estilo livre. O Balé Popular irá competir nas categorias infantil e juvenil com as coreografias: Encontros e Despedidas; Um Novo Tempo; Pool Party; O Retorno e O Arraiá das Bailarinas. A quinta edição do Festival inclui ainda atividades como workshops com profissionais renomados do Brasil, Chile e México. As aulas serão ministradas pela chilena Natalia Berrios, o mexicano Omar Carrum e os brasileiros Alice Arja, Cristina Helena, Danilo Santana, Tíndaro Silvano, Eliane Fetzer, Erick Gutoerrez, Karla Mendes e Israel Alves.
No aniversário do centenário de Luiz Gonzaga, comemorado agora em 2012, o Rei do Baião foi e está sendo lembrado como divisor de águas: apresentou ao Brasil a cultura do Nordeste, juntou a sanfona gaúcha com a nordestina e sua música continua viva na identidade do migrante pobre, desvinculado de suas raízes nas periferias das grandes cidades.
Por Robson Rodrigues
Apesar de toda a alegria das músicas que Luiz Gonzaga cantava sobre o Nordeste acompanhado do acordeom, da zabumba e do triângulo, é triste saber que um século passou desde que o maior expoente da música nordestina e denunciador do flagelo do sertão nasceu, mas as duras condições de vida do sertanejo permaneceram inalteradas e que os deserdados da chuva ainda continuam desamparados.
Certamente responsável por dar voz à cultura nordestina e um dos primeiros a trazer a sonoridade da região para o eixo Rio-São Paulo, o pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) apresentou a realidade da histórica estrutura econômica e social do Nordeste para o Brasil, no contexto em que a migração para o Sudeste mais se acentuou: na década de 1950.
Ao passo que o baião de Gonzaga mostrava ao Brasil o sofrimento e também o que há de belo no Nordeste, ele falava individualmente com cada retirante marginalizado, que tem suas particularidades regionais fundidas nas grandes cidades, onde as elites insistem em chamá-lo de Paraíba ou baiano. Não é por acaso que esse gênero musical – dos acordeões aos teclados – se desenvolveu com força dentro das engrenagens da indústria cultural.
A temática de sua música trata das influências de onde veio. Carregada de regionalismo e lirismo, o sanfoneiro cantava temas locais de caráter universal ao falar de seca, migração, sertão e latifúndio. Gonzagão jogou luz sobre a triste realidade que sempre assolou a região. “Que braseiro, que fornaia / Nem um pé de prantação / Por farta d’água perdi meu gado / Morreu de sede meu alazão.”
Sua maior missão era sair pelo Brasil trovando as glórias de sua terra, incumbência imortalizada na letra de seu filho legítimo Gonzaguinha. “Minha vida é andar / Por esse país / Pra ver se um dia descanso feliz / Guardando as recordações / Das terras por onde passei / Andando pelos sertões / E dos amigos que lá deixei.”
O velho Lua fez grandes sucessores, como Dominguinhos, que trilham caminhos semelhantes. “Luiz Gonzaga foi o grande benfeitor de minha carreidera artística”, afirma o cantor que começou na vida de sanfoneiro em 1950, época de ouro do baião, em que Gonzaga era o rei e Dominguinhos era só José Domingos de Morais, um menino de oito anos que tocava com os irmãos em Garanhuns (PE).
Quatro anos depois, foi Chicão, o pai biológico de Dominguinhos, quem fez a ponte entre o pequeno músico e o rei do baião, que recebeu a família Morais dando de presente uma sanfona de 80 baixos. “Recebi das mãos dele [Luiz Gonzaga] minha segunda sanfona e nunca mais me afastei dele”, lembra Dominguinhos.
Não tardou e Dominguinhos vingou a promessa de grande sanfoneiro, dando continuidade ao legado da sanfona nordestina e hoje segue firme com o talento e a simpatia de seu mestre.
Cabra cantadô e escrivinhadô
Neste histórico 5 de outubro, os 25 anos de criação do Estado do Tocantins foram comemorados durante todo o dia com uma vasta programação cultural, musical, esportiva e religiosa em Palmas. Pela manhã, a abertura oficial aconteceu no hall do Palácio Araguaia, onde o Governador Siqueira Campos assinou uma carta escrita por ele aos colegas parlamentares constituintes que contribuíram para tornar realidade a autonomia do povo tocantinense. O Governador destacou o crescimento do Estado de 1988 para cá. “Temos terras férteis, recursos minerais e hídricos e, sobretudo, a determinação do seu povo. O que eu quero é que acreditem nesse País e no nosso Estado”, pontuou. Siqueira Campos destacou ainda a importância de Ulysses Guimarães, então presidente da Assembleia Nacional Constituinte, para a criação do mais novo Estado da federação.
No hall do Palácio Araguaia, os visitantes podem conferir a exposição 25 Olhares, de artistas plásticos. A Diretoria Regional dos Correios lançou ainda selos postais comemorativos do aniversário de 25 anos do Tocantins, que trazem registros das belezas históricas e culturais do estado. Mostra de cinema no Memorial Coluna Prestes e espetáculos infantis fecharam a programação pela manhã.
Tocantinenses que nasceram aqui ou adotaram o Estado participaram da programação. O auxiliar de transportes Regimar Batista trouxe a família para comemorar o aniversário do Estado que o recebeu de braços abertos. “Vim do interior de Goiás para o Tocantins em 1992, realizei sonhos como o de formar minha família. Viemos para cá a convite de um tio, hoje estamos enraizados aqui”, afirmou. Maria de Jesus, servidora pública, trouxe a neta Letícia de 10 anos para participar da programação de aniversário. “Este é um dia em que renovo minhas esperanças, dos meus filhos e netos”, afirmou.
Durante a tarde, atividades recreativas fizeram a diversão da criançada. Para os amantes da corrida e do ciclismo, uma competição de duathlon desafiou os esportistas. Na Igreja de São José em Palmas, a comunidade católica participou da missa celebrada por Dom Pedro Brito em comemoração aos 25 anos. À noite, os visitantes puderam observar a nova iluminação do Palácio Araguaia ao som do Coral Mil Vozes e da Orquestra Sanfônica Amor Perfeito.
As atrações nacionais começaram às 21h com os cantores Moacyr Franco e Agnaldo Timóteo. A dupla sertaneja João Lucas e Marcelo encerra a noite de shows a partir das 23h cantando sucessos como "Tchu Tcha Tcha". A programação de aniversário continua neste domingo, 9, com a Exposição de Artes Visuais "Tocantins 25 Olhares", Mostra de Cinema tocantinense e espetáculos infantis pela manhã. À noite as apresentações de catira, sússia e quadrilhas na Concha Acústica começam as 19h e as 22h show com a paraibana Elba Ramalho.
A edição 2013 da Flit - Feira Literária Internacional do Tocantins, que aconteceria em outubro foi cancelada. A informação foi divulgada pelo governo do estado no dia 28 de agosto. De acordo com ATN – Agência Tocantinense de Notícias a decisão foi tomada em virtude da condição financeira do Estado. Tenho certeza que muitos se assustaram com o título deste editorial. O que se vê nas ruas são pessoas reclamando por causa do cancelamento da Feira. Não vou omitir aqui que cerca de 20% das pessoas que freqüentam a Flit de fato buscam o conhecimento, novidades sobre publicações e até uma programação cultural de altíssimo nível. Mas é número é considerado baixo, o que se vê de fato é uma alta concentração de pessoas nos shows, com exceção de alguns, eles bebem e dirigem o que gera mais um custo para o Estado, pois os acidentados na maioria dos casos são encaminhados para o HGP – Hospital Geral de Palmas. O Governo anunciou que em 2012 cerca de meio milhão de pessoas prestigiaram o evento e foram gastos neste período quase nove milhões de reais. É de conhecimento público que a situação financeira do Estado encontra-se em déficit devido à baixa nos repasses do Governo Federal. O Tocantins tem feito de tudo para cortar gastos. Diminuiu o salário dos comissionados, tem expediente de um período, tudo no intuído de diminuir despesas. Na Flit de 2012 foram investidos R$ 8,9 milhões. A última edição da feira aconteceu em julho de 2012 e foram lançados 70 livros de autores nacionais e regionais, 12 shows com artistas nacionais, 26 espetáculos circenses e teatrais, nove palestras com escritores nacionais, nove palestras com escritores internacionais, 49 oficinas e 260 atividades para servidores da educação. A mídia nos últimos dias tem frisado bastante o anúncio do cancelamento, mas é esta mesma mídia que diariamente encontra-se na porta do HGP relatando a falta de medicamentos, de leitos, de profissionais, de estrutura, é tão tendenciosa que se esqueceram de noticiar que R$80 milhões serão destinados a ampliação do Hospital, o que desafogará o problema do HGP. Sabemos que resolver o problema da saúde no Estado, não será uma tarefa fácil. Devo admitir também que a população anseia por cultura, por informação, por conhecimento. Mas seria justo realizar uma festa milionária, enquanto pessoas passam por dificuldades em um hospital? É claro que cada pasta do Governo tem a sua verba destinada, no entanto o que é da Educação será gasto com educação. Em uma conversa informal com o Secretário Danilo de Melo, a meu ver um ótimo gestor, que melhorou consideravelmente a educação no Tocantins, ele disse sobre o desejo de realizar a Feira em 2013, e do quanto buscou parcerias junto a empresas e ao Governo Federal, no entanto tornou-se inviável a sua realização com este atual cenário. Não bastasse a situação da saúde, o baixo índice de aproveitamento cultural na Feira, há um agravante ainda maior. O benefício de algumas empresas, que usam da Feira para superfaturar o valor dos seus serviços. São tendas, shows, equipe técnica, banheiros químicos, uma série de questões envolvidas. Estes empresários, que também possuem a mídia na mão, com a desculpa de favorecer a população fazem com o Governo se sinta obrigado a realizar estes eventos. Não se enganem eles não preocupados com o povo, com os doentes, com a educação ou cultura, simplesmente querem faturar cada vez mais, independente de que pretextos sejam utilizados. O cancelamento da Feira, é um alerta para que a população aprenda filtrar as informações, leiam, tirem suas próprias conclusões, não sejam apenas meros reprodutores de informações, fatos e até mesmo boatos. Comecem a enxergar o que está além, sejam críticos, se manifestem, e estejam conscientes de que a saúde hoje é prioridade, que às vezes é necessário cancelar o circo para que o povo tenha como ganhar o pão.
A Catedral de Nossa Senhora das Mercês e o complexo arquitetônico do Seminário São José vinham, ultimamente, apresentado goteiras e infiltrações que começavam a compreender a estrutura das edificações.
Qualquer intervenção reparadora nas construções antigas que compõem o centro histórico de Porto Nacional demanda por recursos financeiros e técnicos, muitas vezes acima do que dispõe seus proprietários ou administradores.
Entretanto, a Mitra Diocesana de Porto Nacional, preocupada com a preservação e manutenção dos edifícios sob sua responsabilidade, alocou os próprios recursos e buscou cutros através de convênios com o Governo do Estado do Tocantins para as urgentes intervenções.
Concluída a parte dos edifícios do Seminário, que incluem o que atualmente funciona a Cúria Diocesana, iniciou-se os reparos na Catedral que foram concentrados no teto e nas infiltrações, agravadas pela inadequada tinta acrílica que recentemente revestiam parte do interior.
Por orientação do IPHAN, a empresa “JF Construções” foi contratada por tratar-se da única empresa no Tocantins com habilitações para a execução de obras com tal complexidade tecnológica. Portanto, deveria ser executada uma prospecção pictórica com o objetivo de substituir o revestimento de tinta acrílica existente no interior do templo por outro com tinta à base-de-cal, como originalmente o templo foi pintado. Além disso, a execução dos necessários reparos no teto, forro, escada de acesso ao coro e retirada da vegetação (cactos) que brotaram na parte superior.
Durante a execução dos trabalhos, o IPHAN achou por bem interromper momentaneamente as obras da Catedral sob argumento de que foram detectadas a existência de outras camadas superpostas de pintura que deveriam ser minuciosamente analisadas pelos técnicos.
Feito isto, somente na última quarta-feira (15), após uma reunião entre os técnicos do IPHAN, da JF Construções e o Bispo Diocesano, as obras forma retomadas.
Neste meio tempo, vieram à tona alguns debates sobre os quais a sociedade de Porto Nacional esta preocupada em se posicionar:
A) Qual é a politica publica de preservação do patrimônio físico localizado no centro histórico da cidade?
B) Como os proprietários dos imóveis podem mantê-los diante da enormidade de exigências do IPHAN e dos altos custos inerentes a elas?
C) Para se fazer, mesmo que pequenos reparos, como cumprir o que exige um Órgão Federal localizado em Palmas, bem longe da realidade de nossos problemas?
D) Diante do alto custo de manutenção dos casarões, quais recursos o IPHAN dispõe para as obras de conservação do patrimônio, dito de interesse nacional?
E) Porque o IPHAN não esta presente em Porto Nacional para orientar o dia-a-dia das iniciativas que querem conservar o patrimônio?
F) Qual é realmente a ajuda material que o IPHAN nos oferece para manter o patrimônio?
G) Porque o IPHAN não tem um programa de educação e conscientização, acerca do patrimônio cultural, no ensino fundamental das escolas da cidade?
H) Porque o IPHAN não consegue estabelecer um diálogo mínimo com a sociedade e, simplesmente, impõe exigências ate agora incomparáveis?
A sociedade portuense espera um posicionamento do IPHAN que venha carregado de corresponsabilidade e não somente de imposições e restrições.
É bom que se diga que, não foi o IPHAN que preservou o patrimônio histórico de Porto Nacional durante os mais de duzentos e cinquenta anos de historia. Foram as próprias famílias portuenses e a Diocese com sua consciência histórica e seus limitados recursos. O que ainda existe aqui na cidade histórica esta preservada e conservado graças às famílias proprietárias dos casarões e da Diocese de Porto Nacional.
Não cabem, agora, as criticas e os empecilhos feitos pelo IPHAN à conservação e a manutenção que fizemos durante séculos em nossos casarões e prédios antigos, por mais simples e rudimentares que tenham sido feitas. Ate agora, tudo o que foi feito para manter do que ainda temos de patrimônio histórico foi feito por nossos próprios esforços e por conta de nossas próprias expensas.
Atribui-se, erroneamente, à sociedade portuense, incluindo aqui a Diocese, descaracterizações pontuais do patrimônio histórico sob sua guarda. Entretanto, o tempo é inexorável. O longo tempo de espera por uma ação concreta doIPHAN, que não faz e nem deixa fazer, é que esta causando a verdadeira descaracterização e destruição dos nossos casarões antigos. Muitos já caíram, outros estão em ruinas e outros ainda agonizam à espera de restauração.
Conversar, conscientizar e ponderar dará melhor resultado do que ditar regras fora do contexto local, exigir recursos financeiros e técnicos que não temos ou impor a vontade de uma só cabeça.
Queremos a presença do IPHAN conosco e não sobre nos.
Edson Rodrigues
Jornalista