O salão de festas do Bar e restaurante Maresias ficou pequeno durante o lançamento do" A Mãe de Deus". Último livro de autoria do jornalista, historiador e escritor Edivaldo Rodrigues

 

Da Redação

 

Com muitas presenças ilustres o medico, farmacêutico escritor Célio Pedreira fez uso da palavra para lembrar da importância da obra de Edivaldo Rodrigues, em resgatar o contesto histórico e cultural e forma de aspectos da vida da sociedade portuense, que por muitos passaria despercebidos. Célio lembrou que Edivaldo é sem duvida o escritor que mais produz literatura hoje no Tocantins.

 

Como seres humano em nossa essência somos formado através do convívio em sociedade, levando em conta a internalização das diversas aprendizagens e experiências. Essas relações sociais e subjetividades, unidas à cultura criam e desenvolvem a identidade, que por sua vez muda e influencia o ambiente e nossas vidas. E a literatura tem esse poder  em ajudar na construção de nossa identidade.

 

A historia que da nome ao livro, segundo Edivaldo é a vida Josefa Pocópio, que sem perspectiva de vida, ela uma parteira que não podia mais exercer a profissão, passa a ser descriminada  pela sociedade, ele escreve:

 

 “...Em pouco tempo Josefa Pocópio já era reverenciada por quase todos os poderosos de Porto Nacional naqueles efervescentes anos 30. Olhos castanhos e cintilantes, o que permitia um brilho angelical a um rosto bem desenhado, em sintonia com longos cabelos aveludados. A fala era mansa, os gestos suaves, os seios se apresentavam fartos, em harmonia com uma cintura delineada, nádegas preponderantes e pernas torneadas, desenhando assim uma bela mulher”.

 

Esta crônica, “A Imã de Deus”, faz chamamento para as demais, que contém a mesma qualidade literária de Edivaldo Rodrigues. São textos carregados de histórias e fatos que marcaram um importante período em que, a sociedade portuense se desenvolvia com expressividade nas áreas social, política, econômica e cultural. Os personagens, centenas deles, são moldados com registro histórico e grandes pitadas de humor, o que permite a realização de uma viagem imaginária pelas ruas, ruelas, e becos, bares e bordéis daquela Porto Nacional ainda provinciana.

 

As obras anteriores do autor são envolventes cheias humor e com forte contexto histórico abre portas para a reflexão com respeito ao rico passado, que consolidou este presente preparando um futuro que chegará com bases solidificadas nos feitos, defeitos e conquistas dos nossos ancestrais.

 

Obras do AUtor

 “AS CRÔNICAS DO PARALEO 13” – (Crônicas – 2002), “PEDRAS DE FOGO” – (Romance – 2003), “...PELAS RUAS E BECOS DE PORTO NACIONAL – (Crônicas – 2004), “REMINISCÊNCIAS DE UMA CIDADE ESQUECIDA” –(Crônicas – 2007), “UM CONTADOR DE CAUSOS” – (Crônicas – 2008), ANA RODRIGUES: UM EXEMPLO DE VIDA ENTRE DORES, FLORES E SABORES – (Memórias - 2010), “O ASSASSINATO DO PRESIDENTE” – (Romance – 2012), “ASAS DE PEDRAS” – (Crônicas – 2013), “TERRA DE CORONÉIS” – (Romance – 2015) e “PONTAL” – (Romance – 2016).

 

Posted On Domingo, 27 Agosto 2017 08:10 Escrito por

A jovem de apenas 18 anos conquistou os jurados com sua beleza estonteante

 

Da Redação do Portal AZ20 e Rede Band de TV

Com seu gingado e o belíssimo sorriso, a jovem representou a beleza, a determinação e a garra das mulheres piauienses em uma competição disputadíssima. Monalysa Alcântara, estudante de 18 anos, é a primeira piauiense a ganhar o Miss Brasil em toda a história do concurso, que nesse ano chegou à sua 63ª edição. Na última etapa, disputando o prêmio com a gaúcha Juliana Mueller, a piauiense foi a grande vencedora por 5 votos a 1. O título de terceiro lugar foi para a Stephany Pim, do Espírito Santo.

 

“Eu, se for eleita Miss Brasil Be Emotion 2017, quero levar o poder para as mulheres, quero dar voz a vocês. Quero mostrar para todos que temos força de vontade, que temos coragem, inteligência e vamos passar por cima do preconceito e do machismo. Obrigada!”, respondeu Monalysa ao defender o seu reinado frente ao júri.


Em momento anterior, na noite deste sábado, a teresinense também mandou muito bem na resposta ao júri:

"Minha super estratégia será ser eu mesma: uma mulher nordestina, que passou por diversas coisas, muitas dores, que fizeram ser quem eu sou hoje. Vou ser eu mesma. Não tem segredo", defendeu Monalysa Alcântara.
O júri técnico do Miss Brasil Be Emotion foi formado por Patrícia Parenza (jornalista de moda), Renata Kalil (editora de beleza da redação Glamour), Gilberto Júnior (coordenador de moda da revista Ela, do jornal carioca O Globo) e pela diretora geral do concurso, Karina Ades.

Monalysa e mais 26 mulheres de todos os estados e do Distrito Federal - consideradas as mais bonitas do país em 2017 - disputaram neste sábado o posto de representante brasileira no Miss Universo.

 

O evento foi exibido e teve cobertura pela Band e cobertura em tempo real na página do Facebook da competição.

 

Prêmios para a grande vencedora

Além da vaga no Miss Universo, a vencedora da competição ganhou uma viagem para Dubai (com voo em classe executiva, hospedagem em hotel 5 estrelas e direito a acompanhante, por cinco dias); um carro Kia Cerato modelo 2018 zero quilômetro; contrato de R$ 100 com a Polishop; um relógio da marca Bulova; e uma jóia (conjunto de brinco e colar) em ouro branco, topázio e quartzo.

Natural de Teresina, Monalysa reside atualmente no bairro São Cristovão, na zona leste. O sonho de ser modelo surgiu na infância, mas o desejo de abrilhantar como Miss nasceu na adolescência. “Sempre quis ser modelo. Já o sonho de Miss era um sonho distante na infância. Porque não se via muitas negras participando de concursos de beleza nessa época, é por isso que eu não acreditava muito que um dia participaria e teria chances de ganhar.

 

Nessa fase também me sentia muito feia e não gostava do meu cabelo e da minha magreza. E por causa disso recebi muitos apelidos. Mas foi na adolescência que as coisas foram mudando e assumi meus cachos e minha personalidade. E busquei na moda, um refúgio e uma porta. E aos 16 anos, comecei a estudar, a gostar de concursos de beleza e a desfilar nas passarelas”, narra a jovem.

Durante a competição para a entrega do título estadual promovida pela emissora Band Piauí, Monalysa declarou que através da história e da vitória de Raíssa Santana no Miss Brasil 2016, ela se sentiu motivada a participar do concurso. “Se teve esse período tão longo para uma negra se tornar uma Miss Brasil (Raissa foi a segunda negra a vencer o concurso na história. Há mais de 30 anos, a gaúcha Deise Nunes levou o título e se tornou a primeira Miss Brasil negra), levando em conta que a boa parte da população é negra, tem algo errado ainda aí e que precisa ser mudado. Não é que ao participar eu vou ter algum tipo de cota ou favorecimento, não estou falando isso. E quando ouvi a Raíssa contando a história, eu e tantas outras garotas se reconheceram. Acredito que agora posso lutar igualmente com as outras candidatas. E esse foi um dos motivos de eu ter participado do concurso”, destaca.

Mesmo com o falecimento do pai aos cinco anos de idade, Monalysa conta que até hoje as pessoas elogiam o caráter e a personalidade dele. “Meu pai é a minha referência. É claro que a minha mãe foi e é importante para mim. Ela é supervisora de uma madeireira e tem muitas qualidades, como uma força muito grande e que a ajudou sustentar os filhos. Já meu pai, ouço muito até hoje, do quanto era honesto, simples, humilde e como ajudava as pessoas. E eu não esqueço essas características, justamente para basear nelas e orgulhar ele onde estiver. Porque sinto com tantas histórias dele, que ele não morreu, sabe?! Porque temos muitas coisas em comum, como a cor. E é por isso que sempre busquei me inspirar nele”, disse.

Neta de quebradeira de coco babaçu, Miss se orgulha da história da família

Ainda segundo a jovem, a família sempre a ensinou a ter garra, foco e a não desistir dos sonhos. “A minha família é um grande exemplo de que nunca posso desistir. E de que se você for pobre não significa que você não pode ‘subir’ e vencer na vida. Meu pai veio de um interior pobre e que só agora chegou energia lá. Meu pai teve a oportunidade de vencer, ingressou em uma família, quando criança, focada na área do Direito, e ele estudou bastante, trabalhou e entrou na polícia civil. Ele era a prova de que você tem batalhar. A família do meu pai era muito grande e bastante pobre. A minha avó era quebradeira de coco babaçu e meu avô era vigia de uma escola em Teresina. E foi quando meu pai decidiu mudar de realidade e veio para Teresina, onde adotado pelos padrinhos dele. E aqui ele conseguiu melhorar de vida e ter condições de ajudar meus tios. Até hoje meus tios são muito agradecidos, pelo o que meu pai fez pra eles”.

 

Monalysa sonha em ser professora
A partir do exemplo e da superação do pai, Monalysa declara que sempre acreditou na educação e por isso almeja um dia exercer o cargo de professora. “Acredito muito na educação e creio que ela pode salvar o Brasil. É claro que esse sonho foi deixado de lado nesse momento, porque estou focada em outros projetos, mas é meu sonho e ainda quero trabalhar com isso e levar conhecimento para muitas pessoas. E creio que sendo Miss posso levar isso também”, disse. A jovem já é ingressa do curso em Administração de Empresas e acredita que a área é essencial para a vida. “É um curso que vai me ajudar bastante, principalmente porque pretendo montar meu próprio e trabalhar com beleza. Também porque quero aprender tanto a administrar meu negócio como a minha vida”, acrescenta.

 

A beleza e o charme da mulher negra distribuídos em um corpo escultural de 58kg e 1.77m. E foram tais atributos físicos, além do belíssimo sorriso, que destacaram a teresinense diante das outras finalistas na disputa estadual. É por isso que quanto às dicas de beleza, Monalysa confessa que passa mais até duas horas cuidando do cabelo.

 

“Se tem uma coisa que sei e que gosto de fazer é de cuidar do meu cabelo. Às vezes fico uma ou até duas horas, só cuidando do cabelo e não fico cansada de fazer isso. Porque o meu cabelo é uma forma de me expressar. Então sempre procuro cremes para cabelos cacheados para hidratá-lo bastante. Porque hidratação é vida, principalmente por causa do nosso clima. Além disso, utilizo óleos para equilibrar a oleosidade e produtos específicos”, elenca.

 

Mas ela acrescenta que não utiliza pente para o cabelo. “Uso o pente garfo para dar volume, mas o pente em si não uso, porque ele quebra muito o cabelo cacheado. Uso os dedos e algumas técnicas que aprendi com os tutoriais no Youtube. Então indico paras as garotas acompanharem esses tutoriais para ter um cabelo saudável”.

 

A Miss Piauí 2017 também conta que bebe bastante líquido e que sempre tem o cuidado de retirar a maquiagem para manter a pele saudável. “É muito importante cuidar da pele, como dos lábios. Confesso que não tinha esse hábito de hidratar os lábios”.

 

Posted On Domingo, 20 Agosto 2017 07:10 Escrito por

De volta ao palco do Tendencies Rock Bar, neste sábado,19, a partir das 22h, a artista Sabrina Fittipaldi fará a diversão dos amantes do pop rock nacional anos 89,90 e 91. A noite promete ser embalada pelos principais hits, cantados por Kid Abelha e Rita Lee, que marcaram a época.

 

Com Assesoria

 

“Como eu quero”, “Fixação”, “Pintura íntima”, músicas de uma das grandes bandas nacionais –Kid Abelha- comandada por Paula Toller estarão no repertório de Sabrina Fittipaldi. “Matar a saudade dos melhores hits, reviver músicas que marcaram, em algum momento, a vida de muita gente, será maravilhoso”, afirmou.

 

E para quem gosta de um estilo musical mais despojado, Sabrina também garantiu “Ovelha negra”, “Erva Venenosa”, “Amor e sexo”, canções da rainha do rock nacional, Rita Lee. “É uma cantora que emplacou diversas músicas, teve as suas marcas desde o Tropicalismo até a Bossa Nova, MPB e até hoje carrega uma legião de fãs. Não poderíamos deixá-la de fora”, disse.

 

O público contará ainda com as participação especial de Ítalo Pereira. “Preparamos tudo com muito carinho e faremos um retorno digno ao palco do Tendencies”, acrescentou a artista.

 

O ingressos estão sendo vendidos na bilheteria do Tendencies Rock a R$ 15,00.

 

Perfil
Sabrina Fittipaldi tem 24 anos de carreira e iniciou a sua trajetória em Recife-PE. Passou pelas mãos de renomados mestres das Artes Cênicas e trouxe para Palmas projetos que passaram pelo teatro, música e cinema. Protagonizou o musical de 25 anos de Palmas, “É só uma poeira no olho”, atuou no cinema em curtas-metragens e no primeiro longa-metragem do Tocantins, “Palmas eu gosto de tu”. Musicalmente, Sabrina também ficou conhecida por meio do seu grupo “Os Zambubistas” e pelas suas músicas autorais.

Serviço
O quê: Especial Kid Abelha e Rita Lee
Horário: A partir das 22h
Local: Tendencies Rock Bar
Ingressos: R$ 15,00

Posted On Sexta, 18 Agosto 2017 17:31 Escrito por

Em um dia de folga, artistas do elenco de O Outro Lado do Paraíso visitaram a cachoeira do formiga, em Mateiros, onde falaram da exuberância do Jalapão

Por Jesuino Santana Jr

O elenco da próxima novela das nove da Rede Globo se reuniu neste sábado, 5, na Cachoeira do Formiga, no município de Mateiros, para um dia de lazer e folga das gravações de “O Outro Lado do Paraíso”. Durante o descanso, os atores Sergio Guizé, Bianca Bin, Juliano Cazarré, Caio Paduan e Erika Januza falaram sobre as belezas do Jalapão e definiram o lugar como exótico e exuberante.

Intérprete do matuto Candinho na novela das seis “Êta Mundo Bom” (2016), Sergio Guizé viverá um vilão na nova trama das 21 horas. O personagem do ator se chamará Gael, e será o filho mais velho de Sophia (Marieta Severo) e irmão de Livia (Grazi Massafera) e de Estela (Juliana Caldas). Trata-se de um sujeito intempestivo e agressivo, que irá se envolver com Clara (Bianca Bin), a mocinha da história. Guizé contou que chegou ao município de Mateiros na sexta-feira, 4, a noite, e que a experiência de gravar na região está sendo maravilhosa.

“Esse lugar é um paraíso. Além do que, a recepção das pessoas tem sido muito boa, estou bem feliz. Acho que vamos começar esse trabalho com o pé direito. Esse lugar tem a energia muito forte e isso reflete diretamente com o que fazemos. Eu acho que a força do trabalho tem a ver com a força do lugar”, exaltou Sérgio Guizé. O ator disse ainda que pretende interpretar o seu personagem respeitando a cultura da região. “O que a gente quer principalmente é elevar a cultura, mostrar essa parte do país que às vezes não é vista. Procuraremos fazer isso de um jeito artístico bonito, que valorize a região no sentido de produzir uma grande obra. Espero que as coisas que venham a partir disso sejam coisas boas e que fiquem bons frutos para o lugar”, complementou.

A mocinha da história, Bianca Bin, fará a personagem Clara que será uma jovem inocente quando se trata de assuntos amorosos. Ela se apaixonará por Gael (Sergio Guizé) logo no início da trama e enfrentará dificuldades para viver esse grande amor. A atriz contou que ficou encantada com a região do Jalapão e que pretende voltar ao local para fazer turismo. “O mais perto que eu já tinha vindo aqui do Tocantins foi quando fui à Chapada dos Veadeiros em Goiás. Eu estou completamente encantada por esta terra, eu não sei como eu não estive aqui antes, quero voltar com a família a passeio. A gente tem trabalhado muito aqui, hoje é um dia de folga, e nós demos a sorte de vir curtir aqui nesse lugar [Cachoeira do Formiga], que é maravilhoso, uma cachoeira incrível. Infelizmente, a gente não consegue conhecer nem metade de tudo que gostaríamos, mas o importante é que estamos tendo a sorte e o privilégio de gravar em lugares maravilhosos”, contou.

Bianca Bin disse estar contente por a trama se passar em outra região do país e, com isso, ampliar a vitrine de belezas naturais que o Brasil possui. “Estou muito feliz de poder fugir um pouco desse eixo Rio-São Paulo, que as novelas estão acostumadas. O Walcyr [Carrasco] foi muito audacioso e eu acho que a novela vai ser um sucesso porque essa terra é riquíssima, o Brasil é muito rico e a gente sempre busca fora, conhece muito mais fora do que aqui dentro. Eu já viajei várias vezes para outros países, mas nunca estive aqui no Tocantins, no meu país, tem umas coisas assim que a gente deixa passar e não deveria. E eu indico para todo mundo vir para cá, tenho certeza que esta terra vai ganhar muito mais turistas com a novela, porque a gente só está mostrando coisas lindas. Esse povo é muito acolhedor também, nós estamos fazendo um baita laboratório aqui, um trabalho de imersão mesmo. Enfim, estou muito feliz de estar contando essa história nesse pedacinho de chão aqui”, enfatizou.

O personagem que o ator Juliano Cazarré vai interpretar em "O Outro Lado do Paraíso" é um garimpeiro que trabalhará com uma conduta nada ética para atender aos interesses de uma família rica, obcecada por dinheiro e poder. Pela primeira vez na região do Jalapão, Cazarré contou que já havia feito teatro em Palmas e que na oportunidade chegou a conhecer o distrito de Taquaruçu. “Aqui [Jalapão] é bonito demais, impressionante, cheguei ontem [sexta-feira, 4], e hoje foi o meu primeiro dia na região. Estamos aproveitando a folga da equipe e viemos aqui para conhecer essa cachoeira [do Formiga]. Eu adoro cachoeiras, adoro natureza, mas o Jalapão é muito especial. A água aqui é clarinha, gostosa, tem aquela parte da d'água ali que é bom para fazer uma massagem nas costas”, narrou.

Juliano Cazarré falou também sobre como o turismo pode ajudar no desenvolvimento do Jalapão. O ator contou que viajou recentemente com sua esposa para a Califórnia [EUA], onde conheceu vários parques nacionais lá e procurou comparar com o uso que é feito com os parques aqui do Brasil. “A gente percebeu que dá para desenvolver, fazer negócios, gerar lucro, empregos, riqueza com sustentabilidade e consciência ecológica. Acredito que essa exposição em horário nobre vai ser benéfica para o Tocantins, pois você só preserva o que você conhece, então, se ninguém mostrar isso daqui, se o Brasil não souber que isso aqui existe, daqui a pouco chega alguém e acaba com tudo e ninguém vai reclamar, porque ninguém sabia mesmo. Agora, com todo mundo sabendo a maravilha que é o Jalapão, com certeza vai ser um lugar que vai ficar preservado. Fico muito feliz de que, como consequência do nosso trabalho, isso acabe trazendo mais visibilidade para a região. O que eu gostaria de ver era isso, o Brasil explorando muito mais o seu turismo, mas de uma maneira consciente”, refletiu.

Nenhum quilombo a menos Outra forte característica da região do Jalapão está na diversidade da sua cultura. Remanescentes de quilombos, os povoados do Mumbuca e Prata também servirão de cenário para a próxima novela das 21 horas. O ator Caio Paduan, que viverá o protagonista da trama chamado Bruno, terá um romance com a personagem da atriz Erika Januza, que interpretará Raquel, uma quilombola que vive em uma das comunidades da região. Juntos, eles vão enfrentar uma série de conflitos e preconceitos para poder ficar juntos.

Em sua fala, o ator defendeu os direitos das comunidades quilombolas e foi enfático ao pedir a preservação da cultura dos povos. “Os quilombolas fazem parte da história do país, do seu crescimento, da nossa formação, e eu fico até emocionado de falar sobre isso porque eu sou apaixonado. Acho que a gente tem que interferir o menos possível para que se mantenham as tradições, para que a história do Brasil permaneça viva e preservada como é feita. Não querendo ser político e nem nada, mas é um pedido para que as autoridades e governos mantenham essa cultura. Nenhum quilombo a menos, se eu puder falar sobre isso é o que eu quero expressar. Acho a cultura deles linda, acho que eles possuem muita brasilidade, e eu estou louco para conhecer a comunidade que tem aqui em Mateiros”, garantiu.

Caio Paduan também contou que pretende viver uma experiência junto ao povo Quilombola. “Já conheci alguns guias aqui e falei para eles que eu quero me entocar no mato para conhecer um pouco mais, para fazer vivência, para conhecer o dia a dia dos quilombolas. Eu pesquisei muito para entender essa cultura, eu gosto muito das religiões que permeiam esse universo, gosto da troca. Eu também sou um artista por causa disso, eu sou apaixonado por essa cultura local e acredito que é uma troca linda para ambos os lados. Além do artista, a gente se enriquece como pessoa, como cidadão brasileiro e como ser humano. Conseguir unir o meu trabalho com uma vivência dessas assim é um prazer enorme”, finalizou.

Patrimônio Cultural e Gastronômico Reconhecido recentemente pelo Governo do Estado como um Patrimônio Cultural e Gastronômico do Tocantins, o Chambarí também será destaque na nova trama das 21 horas. A personagem Raquel, vivida pela atriz Érika Januza, terá como um dos seus dotes culinários a preparação da iguaria tocantinense.

“Eu conheci o Chambarí pelo texto da minha personagem. Tem uma fala que eu digo que sei fazer chambarí e quando li questionei: "O que é chambarí?” Então, fui atrás para saber. Faz parte do meu trabalho querer viver um pouco do que a personagem vive. Ao invés de só falar que sei fazer, eu queria realmente aprender. Em um dia de folga das gravações, procurei alguém que soubesse fazer, tivesse disponibilidade e quisesse me ajudar. Encontrei uma senhora, a dona Maria da Paz, que abriu as portas da casa dela para mim. Aí eu comprei as coisas e a gente foi lá e ela foi falando e eu fui fazendo. A família dela que estava lá experimentou e aprovou. Levei várias marmitinhas para o pessoal da equipe e todo mundo gostou. E eu adorei aprender, e se for para fazer de novo eu estou apta, consigo fazer tranquilamente (risos)”, concluiu Erika Januza. A personagem da atriz também trabalhará com outro símbolo da região que são as peças feitas de Capim Dourado.

Cachoeira do Formiga O nome é por causa do rio Formiga. É uma queda pequena que forma um poço grande de águas em tons esverdeados que lembram esmeralda. A água é muito transparente e mesmo no lugar mais profundo pode-se ver a areia calcárea branca e fina. Ao redor dessa piscina natural, a vegetação é exuberante e lembra a mata atlântica, com palmeiras, samambaias e muitas árvores com bichos pulando pra lá e pra cá. Como outros encantos do Jalapão, fica em propriedade particular e paga-se pela visita. Também é permitido acampar e nesse caso, é necessário levar provisões e cumprir a exigência - válida para todo o Parque Estadual do Jalapão (PEJ) - de não deixar qualquer espécie de lixo.

Posted On Quinta, 10 Agosto 2017 08:47 Escrito por

Desde o fim da bossa nova, ele se reinventa sem cessar, figura decisiva em sucessivos momentos da MPB. Em especial no Tropicalismo, "big bang" que reverbera até hoje

Com site uia

Acordes de violão em modo menor, suaves, pulsantes. Sobre uma melodia tristonha, um homem e uma mulher falam de anseios não realizados, amor terminado em seco. "... que passou por meus sonhos sem dizer adeus, e fez dos olhos meus um chorar mais sem fim..." Vozes jovens, suaves, mas austeras, quase impessoais.

A canção Meu coração vagabundo abria Domingo, de 1967, estreia em LP de Maria da Graça Costa Penna Burgos – mais conhecida como Gal Costa – e Caetano (Emanuel Viana Teles) Veloso. Um melancólico idílio bossa nova – que não iria durar muito tempo.

Corte rápido para Tropicália ou Panis et Circensis: já em seu álbum solo do ano seguinte, Caetano provocava um big bang que iria abalar as bases da nação e seguir reverberando, décadas mais tarde. Seu nome já era um manifesto: "Tropicalismo" era a expressão de um Brasil entre a oca e a guitarra elétrica, entre o pau-de-arara e o homem na Lua.

Gilberto Gil, Tom Zé, Torquato Neto, Caetano e outros estavam pondo em prática a antropofagia postulada pelo pensador Oswald de Andrade. Aí, devoraram o baião e os Beatles da fase LSD, digeriram Stockhausen e música eletroacústica, metabolizaram o concretismo poético de Augusto e Haroldo de Campos. E puseram no mundo uma linguagem de transgressão de fronteiras artísticas e culturais.

Nunca se vira tal coisa na música popular brasileira: esse Caetano Veloso, então, era um vanguardista?

Personalidade caleidoscópica O baiano de Santo Amaro da Purificação, filho de Dona Canô, irmão de Maria Bethânia e mais outros quatro, faz 75 anos em 7 de agosto de 2017. E já completa meio século de carreira musical, do samba-canção ao rock, do tango ao reggae, da experimentação mais radical ao sucesso brega.

Como definir esse monstro da MPB, com capacidade camaleônica de se apoderar de quase qualquer gênero musical, reinventá-lo – de reinventar-se? Na tentativa de torná-lo mais palpável, a crítica musical norte-americana o compara a Bob Dylan ou Paul Simon, o New York Times declara-o "Poeta Laureado inoficial" do Brasil.

Títulos lisonjeiros, sem dúvida. Mas, a sério: como fazer jus a tal biografia, descrever o caleidoscópio dessa personalidade?

Flash back: um aeroporto brasileiro em 1969. Caetano e o conterrâneo Gilberto Gil esgotaram a paciência da ditadura militar. Depois de ter várias de suas músicas censuradas e proibidas, os dois foram detidos, tiveram a cabeça raspada, acusados de subversão, desrespeito ao hino e à bandeira nacional.

A terra do AI-5 está tenebrosa para artistas de espírito crítico ou meramente "irreverentes". Acompanhados das esposas, os baianos pegam o avião para Londres, no mesmo ano em que Chico Buarque se autoexila na Itália. Antes de retornar ao Brasil, três anos mais tarde, Caetano ainda fará escala em Madri e Tel Aviv.

Som e imagem Corte rápido para 2007: esmerando-se no sotaque lusitano, Caetano interpreta Estranha forma de vida, de Amália Rodrigues. Apesar do cenário de gosto duvidoso e de ser acompanhada por um pas-de-deux piegas e supérfluo, a cena é um ponto alto do semidocumentário Fados, de Carlos Saura. Um homem e seu violão: aos 60 e poucos anos, o baiano emite um falsete angélico, contido e comovente até as lágrimas.

Fusão para: cena de festa, cinco anos antes. O distinto senhor de cabelos grisalhos ficara registrado na memória afetiva do público internacional ao entoar docemente o huapango mexicano Cucurrucucú, paloma – no filme Fale com ela, de seu amigo pessoal Pedro Almodóvar.

Caetano Veloso não era um novato das telas. Na produção Tabu, de 1982, incorporara o compositor Lamartine Babo; em Os Sermões – A história de Antônio Vieira, de 1989, fora o poeta colonial Gregório de Matos – ambos filmes de Júlio Bressane. Em 1983 fizera também uma aparição em O Rei da Vela, do selvagem diretor paulista José Celso Martinez Corrêa.

Tratava-se da adaptação cinematográfica da peça homônima de Oswald de Andrade, o próprio mentor do Movimento Antropofágico. Coincidência ou não, exatamente dez anos mais tarde Caetano se reuniria a Gil no CD Tropicália 2. Embora detratores diagnosticassem mero oportunismo, uma coisa pelo menos está registrada nos vídeos dos shows: a dupla baiana se divertiu demais com esse revival.

"Cada macaco..." Corta para 1995. Gal se esgoela, debochada: "Flor do Lácio, sambódromo, Lusamérica latim em pó. O quer, o que pode esta língua?"; escande palavras de ordem: "A língua é minha pátria. E eu não tenho pátria, tenho mátria e quero frátria".

Caetano rapper, virtuose dos jogos de palavras, das alusões oblíquas. O arranjo de Jaques Morelenbaum sublinha a anarquia de referências culturais, faz colagem, misturando cuíca e cordas sinfônicas, escola de samba com o Tristão e Isolda de Wagner.

A canção Língua já aparecera em Cinema falado – mais uma incursão do veterano da MPB ao mundo do cinema, dessa vez também como roteirista e diretor. Contudo, a ambiciosa reflexão audiovisual de 1986, sobre linguagem e cultura, justapondo citações de Thomas Mann, Guimarães Rosa, Gertrude Stein, resultara indigesta até para gente que se jurava caetaniano até a morte. Em algumas cabecinhas, o máximo que sobrou de toda a filosofia foi o lento nu frontal de Maurício Mattar – ousadia quase impensável naquela pós-ditadura recente.

Não seria a primeira nem a última vez que o baiano despertava polêmica de âmbito nacional. Será que "Caê" ficou megalomaníaco de vez? Será que está confundindo arte inteligente com chatice intelectualoide? Afinal, ele é poeta ou letrista? Ou o quê? E essa mania de dar palpite em tudo que é debate no país? Não é melhor ficar "cada macaco no seu galho" – como aconselhava Chô chuá, sucesso de Gilberto Gil de 1972, reeditado em Tropicália 2?

As graças do patriarca Obviamente, o enfant terrible inveterado é a pessoa menos interessada nas respostas a questões do gênero. Ele já está ocupado o suficiente em "ser Caetano", provocando até sem querer e prosseguindo sua trajetória original e intransferível.

Felizmente, essa rota é também ampla e generosa, dando espaço a variadas combinações, sinergias, parcerias. Espécie de patriarca, ele não cessa de apadrinhar os músicos iniciantes em que acredita – seja Virgínia Rodrigues, Chico César, Maria Gadú – nem de resgatar, da ignorância generalizada e do esquecimento, veteranos como Clementina de Jesus ou Elza Soares. Fato que não deixou de suscitar reações do tipo: "Agora, para fincar pé na MPB, só com a bênção do 'Coroné Velô'...". Pura inveja? Caetano chega aos 75 com fôlego para projeto ao lado de seus três filhos. (foto: Marcos Hermes/Divulgação)

Posted On Segunda, 07 Agosto 2017 15:43 Escrito por
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