Festival é considerado um dos mais importantes do segmento no país
Por Abrão de Sousa
O Balé Popular do Tocantins, projeto do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), venceu no Festival Internacional de Dança de Goiás na categoria juvenil, idade entre 16 e 18 anos. O grupo foi premiado com o primeiro lugar, em danças populares, com a coreografia “Me Leve”, de Maicon Cardoso; e o segundo lugar, com dança contemporânea com a coreografia “Homem com H”, de João Vicente. O festival teve início no dia 5, em Goiânia e as competições entre os grupos continuam até sábado, 8.
O professor e coreógrafo Jefferson Marques comenta sobre a competição. “Estamos confiantes e satisfeitos com os resultados alcançados até o momento. Esperamos que todos estejam felizes e consigam passar, ao entrarem no palco, essa sensação à plateia. O resultado é consequência de toda uma dedicação ao trabalho com ensaios e compromisso de todas as equipes”, comentou.
O Tocantins levou à competição as seguintes coreografias, com seus respectivos autores: Apenas me abrace, de Maicon Cardoso; Homem com H, de João Vicente; Alerta Vermelho, Diego Neves e elenco; Me sinto bem, de Maicon Cardoso; O que habita, de Émerson Magalhães; Âmago, de Jefferson Marques; Me leve, de Maicon Cardoso; Meu Gibi, de Maicon Cardoso; Intangível, de Luiz Felipe; Projeta-me, de João Vitor e Diego Neves; Lhe possuo, de Maicon Cardoso; Deus Íris, de Jefferson Marques.
Ao todo, participam do festival 58 bailarinos, da Escola Estadual Professora Elizângela Glória Cardoso e da Escola Estadual Rachel de Queiroz de Palmas, acompanhados de oito professores.
O Festival
O Festival Internacional de Dança de Goiás é uma realização do Studio Dançarte, em parceria com o Governo de Goiás e o Conselho Brasileiro da Dança (CBDD). Bailarinos de todo o Brasil estão apresentando coreografias de ballet clássico, dança contemporânea, jazz, sapateado, danças urbanas, danças populares e estilo livre. O Balé Popular está competindo nas categorias infantil e juvenil com as coreografias: Encontros e Despedidas; Um Novo Tempo; Pool Party; O Retorno e O Arraiá das Bailarinas.
Reportagem da revista Piauí expõe que Wilma Petrillo tem histórico de assédio moral a ex-funcionários, ameaça, e que também, faliu a artista
Por Lívia Carvalho
A empresária Wilma Petrillo, viúva de Gal Costa, que morreu aos 77 anos em novembro passado, é acusada de assédio moral contra ex-funcionários, ameaças e golpes financeiros, além de ser apontada por levar a cantora -- uma das maiores e bem-sucedida artistas da MPB -- à falência. A reportagem de Thallys Braga, na edição de julho da revista Piauí, expõe os detalhes do caso a partir de entrevistas com 13 pessoas: seis ex-funcionários de Gal, seis amigos e o irmão.
Um dos dois funcionários conta que chegou a testemunhar uma discussão das duas em 2015. "O dinheiro entra e some, as dívidas não param de chegar. Que tipo de empresária é você?", questionou Gal. "Você é uma velha, as pessoas não querem mais te contratar", replicou Wilma.
O funcionário disse que o atrito, inclusive, teria chegado a ser físico. Sonia Braga também teria se afastado de Wilma depois de também ter sido vítima de um suposto golpe. A atriz, porém, não respondeu aos pedidos de entrevista.
Prejuízos na carreira
Já o produtor Rodrigo Bruggermann, responsável pela organização dos shows de Recanto nas cidades do sul do Brasil, categoriza Wilma como 'a pior pessoa com quem lidei nesse meio'. "Além de ser grosseira, ela fazia mudanças de última hora e aplicava taxas surpresa". disse. Ele também contou que a cantora não podia fazer participações especiais nos shows de outros artistas porque Wilma não deixava. "Provavelmente nem deixava os convites chegarem até ela", revelou.
O produtor Ricardo Frugoli também deu seu depoimento e disse que Gal Costa teria perdido oportunidades de shows no Brasil e na Europa por conta do comportamento de sua companheira. Wilma teria feito acusações infundadas de roubo e furto contra funcionários, causado intrigas e algumas pessoas da equipe teriam ficado depressivas por conta das humilhações sofridas nos bastidores.
A empresária teria, inclusive, barrado um show de Gal no Carnegie Hall, em Nova York. "Na próxima vez que ligarem, diga que a Gal não gosta de se apresentar nos Estados Unidos", teria dito a um funcionário. Ao repassar para Gal a proposta e a resposta de Wilma, a artista negou. "Isso é mentira", teria alegado.
Afastamento de familiares e amigos
O médium Halu Gamashi, amigo próximo de Gal, lembra que, por causa do ciúmes de Wilma, passou a se encontrar com a cantora em sigilo. O homem conta que ouviu a empresária perguntar se Gal não sentia vergonha por estar tão gorda. "Você está pensando que é quem? Nana Caymmi?". Inclusive, ele consta que estranhava o silêncio da cantora diante dessas situações.
Guto Burgos, irmão de Gal Costa, disse que Wilma Petrillo o afastou da irmã em 1997 e que não participou da vida da cantora nos últimos anos. "Por favor, eu não quero mais falar disso. É um assunto que me dói muito", disse à reportagem.
Ao morrer, Gal Costa deixou para o filho, Gabriel, um apartamento no bairro dos Jardins, em São Paulo. O imóvel foi comprado em 2020 pelo valor de R$ 5 milhões. Um ex-funcionário que trabalhou com Gal disse à publicação que sua conta bancária era "um buraco negro".
Todos os entrevistados concordaram que a situação financeira de Gal Costa foi minada no período de tempo em que a cantora esteve com Wilma Petrillo. Existiam dívidas altas de restaurantes, mensalidades da escola de Gabriel, pagamento de empregados e até com a Receita Federal dos Estados Unidos.
A amigos, Gal Costa disse que tinha medo de retornar aos Estados Unidos e ser presa, já que Wilma tinha vendido um apartamento da cantora no país e não tinha pagado os devidos impostos.
Sepultamento
Quando Gal Costa morreu, Guto mandou um recado para Wilma alertando de que a cantora tinha o desejo de ser enterrada no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, ao lado da mãe, onde a artista tinha um jazigo perpétuo. Ainda assim, a empresária decidiu que Gal seria sepultada no Cemitério da Consolação, no mausoléu da família dela.
Procurada para comentar as acusações, Wilma não respondeu as tentativas de contato e ainda bloqueou o repórter da Piauí no WhatsApp. O advogado da viúva de Gal Costa mandou uma "advertência" para a revista, solicitando que a reportagem não fosse publicada, sob pena de sofrer "as medidas judiciais cabíveis".
Longa-metragem de ficção O Barulho da Noite, da cineasta Eva Pereira, fará estreia nacional no 51º Festival de Gramado, no dia 15 de Agosto
Por Luiz Melchiades
O filme O Barulho da Noite, da cineasta tocantinense Eva Pereira, foi selecionado para a mostra competitiva do 51º Festival de Cinema de Gramado. A comissão organizadora anunciou oficialmente nesta terça-feira, 4, a lista dos longas-metragens brasileiros de ficção, documentais e gaúchos que serão exibidos no evento que acontecerá de 11 a 19 de agosto de 2023.
Esta é a primeira vez que uma produção do Estado do Tocantins entra na programação oficial do Festival de Gramado, que é considerado o principal evento do cinema nacional. A roteirista e diretora Eva Pereira conta que foram muitos anos desde a concepção da ideia até a entrega do filme.
“Foram quase 20 anos, metade da minha vida, para chegarmos até aqui. Tenho consciência de que sou apenas um instrumento dentro deste processo, e é com humildade, senso de responsabilidade e pé no chão que pedimos licença para contarmos esta história”, afirma.
Para a diretora, a emoção é ainda maior, porque as sessões marcarão a estreia nacional e internacional do filme, no dia 15 de agosto. “Estou muito feliz em estrear O Barulho da Noite no Festival de Cinema mais importante do país, depois de disputar a janela de exibição em Gramado com diversos filmes nacionais. Passar pela curadoria do Festival já é uma grande conquista”, comemora.
O Barulho da Noite ficou entre os seis filmes longas metragens ficção e cinco filmes documentários selecionados, dentre 300 filmes inscritos para participar do Festival. A curadoria é assinada pelo ator e diretor Caio Blat; pelo jornalista, escritor, crítico de cinema e professor Marcos Santuário; e pela premiada atriz e cantora argentina Soledad Villamil, protagonista de “O segredo dos seus olhos”, ganhador do Óscar de melhor filme estrangeiro em 2010.
Marco
Para Eva Pereira, a participação no Festival de Cinema de Gramado é um marco importante para o audiovisual tocantinense, para o cinema da região Norte do Brasil, para o cinema feito por mulheres no Brasil e sobretudo para o Estado do Tocantins, que por tantas vezes emprestou suas belezas para grandes produções nacionais, e agora entra no cenário nacional brasileiro como realizador, mostrando enorme potencial técnico e artístico para contar as suas próprias histórias.
“Os desafios são inúmeros, mas somos resistência e persistência. A trajetória do filme está só começando, já estamos confirmados em outros festivais e aguardando a confirmação de mais, inclusive, internacionais”, disse a cineasta.
O Barulho da Noite
O filme é um drama familiar que se passa na zona rural do Tocantins e conta a história da menina Maria Luiza, de 7 anos, que tem que lidar com um misto de sentimentos ao ver a sua família se desestruturar com a chegada do novo ajudante de roça do seu pai. Repleto de referências da cultura popular, o enredo tem como pano de fundo a Folia do Divino Espírito Santo, festejo bastante tradicional na Região Norte do Brasil.
O Barulho da Noite reúne grande elenco, liderado pelos atores Marcos Palmeira e Emanuelle Araújo, com a participação especial de Tonico Ferreira e Patrick Sampaio. Do Tocantins, participam atores consagrados como Mêrces Campelo, Whertemberg Nunes e Cícero Belém. O longa também revela as pequenas atrizes Alícia Santana, da Região do Jalapão; e Ana Alice Dias, de Miracema do Tocantins.
O filme tem a produção da MZN Filmes, Márcio Mazaron, Diego Mazaron e Cunhã Porã Filmes; produção associada de Luiz Carlos Teixeira e co-produção da Bananeira Filmes e Canal Brasil.
O primeiro longa-metragem de ficção de Eva Pereira é também a primeira obra audiovisual do Tocantins a conquistar o prêmio do Prodecine I, da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Conta, ainda, com patrocínio do Grupo Energisa e Grupo Cristália.
UMA HISTÓRIA QUASE PERDIDA NO INTERIOR DO TOCANTIS
ESTÁ SENDO CONTADA PARA O CINEMA COM O TÍTULO DE
“REVOLUÇÃO NAS TRILHAS DO CERRADO”
EM MAIS UMA PARCERIA DE GOIANYR BARBOSA E VICENTINI GOMEZ
Com Assessoria
A eleição de Mauro Borges em 1960, como governador do Estado de Goiás, trouxe com o seu plano de governo o projeto de uma reforma agraria “simples e objetiva”, baseado no modelo de Kibutz Israelense, que seria implantado nas regiões dos municípios de Arraias, Tocantinópolis e Araguacema, então Norte Goiano, hoje Estado do Tocantins.
Enquanto Mauro Borges implantava as Rurópolis, na mesma região, no então povoado de Rio da Conceição, município de Dianópolis, surgia um núcleo de guerrilheiros das Ligas Camponesas.
O movimento guerrilheiro havia comprado nas imediações três propriedades rurais pela Companhia de Colonização: A Catingueira, próximo do povoado de Rio da Conceição; José Alves e Boqueirão do Cascavel. Chegaram identificando-se como da companhia de colonização que estava a desenvolver um grande projeto agrícola na região.
Eram jovens idealistas, disciplinados e dispostos que conquistaram a população com sociabilidade, assistência social, recursos médicos, trabalho e as festas. Tinham como objetivo formar um governo popular que promovessem reformas de base e implantassem uma política de independência através da luta armada.
Em setembro de 1962 os guerrilheiros foram surpreendidos pelas Forças Armadas e pela Polícia Federal, apoiadas por advogados, juízes e políticos conservadores da época. Inverso do que estavam preparando, ao invés de atacar, foram atacados.
Muitos conseguiram fugir do país, outros presos e um sem número deles foram assassinados. Mauro Borges foi destituído pelo golpe militar de 1964, acusado de práticas comunistas, e o projeto acabou sendo abandonado.
Muitos destes homens e mulheres que participaram desta epopeia estão vivos no interior do Estado do Tocantins e em outros Estados. Dos que estiveram envolvidos “Prós e contras” Deram depoimento: Mauro Norberto da Silva, Bento Lopes de Brito, Gesilio Alves de Carvalho, Valtaire Wolney Aires, Natalino Pereira da Silva, Osvaldo Rodrigues de Carvalho e o grande líder estudantil da época Tarzan de Castro; reunindo um significativo material com um pouco mais de 12 horas de depoimentos.
Necessário urgente resgatar a memória destes “velhos” da terra que muitas "lembranças" poderá nos contar, afirma o cineasta Vicentini Gomez. Precisamos valorizar a memória dos “velhos da terra”, que se não escutarmos, em breve os perderemos.
Importante, fundamental resgatar esse acontecimento histórico, ocorrido em terras do então norte goiano, hoje Tocantins. A coragem daqueles estudantes, o sonho utópico deles, de estabelecer um núcleo de resistência armada, a fim depor o governo da época, tendo como bandeira ideológica um plano de reforma agrária radical, denominado de “Ligas Camponesas”, ainda causa muita admiração e impressão tanto aos que vivenciaram o período como aos que passam a conhecer a façanha revolucionária dos rebeldes sonhadores. Portanto, muito oportuno o documentário “Revolução nas trilhas do cerrado”, que começa a ser construído sob a batuta do ator e cineasta Vicentini Gomez, completa o jornalista Goianyr Barbosa.
Revolução nas trilhas do cerrado é mais um projeto apresentado pelo jornalista Goianyr Barbosa, encampado pelo ator e cineasta Vicentini Gomez, que mesmo sem recursos já está em fase de pré-filmagem.
O plano é uma peça de planejamento em que são reportadas as metas e ações estratégicas para utilização dos recursos da lei
Da Assessoria
A Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar Nº 195, de 8 de julho de 2022) prevê o maior investimento já feito no setor cultural brasileiro, com um repasse de R$ 3,862 bilhões aos estados e municípios do país. Dessa quantia, mais de R$ 41 milhões são destinados ao Tocantins, sendo R$ 25,5 milhões para gestão do Estado e R$ 16 milhões para gestão dos municípios. Um dos quatro primeiros estados da federação a cumprirem as etapas da LPG, o Tocantins já tem o seu recurso em conta, no entanto, diversos municípios necessitam até o dia 11 de julho, fazerem o envio do seu Plano de Ação, etapa essencial e obrigatória para o recebimento da verba.
Segundo o último levantamento feito no Painel de Dados do Ministério da Cultura (MinC), dos 139 municípios do Estado, apenas 26 estão com o plano de ação cadastrado e autorizado, sendo que 72,66% das cidades do Tocantins ainda não enviaram o documento. Para receberem os recursos oriundos da LPG, os municípios devem se atentar ao prazo final para a inserção do plano na plataforma TransfereGov
A partir da análise e aprovação do documento pelo MinC, o município deverá realizar a assinatura do termo de adesão à lei, processo que indica a concordância dos solicitantes com os seus direitos e obrigações enquanto beneficiados pela LPG. Em seguida, o recurso será liberado aos municípios, que estarão aptos a lançar editais, chamamentos públicos, entre outras formas de seleção pública.
Arisvalda Ferreira da Silva, secretária de Educação e Cultura do município de São Sebastião, na região do Bico do Papagaio, conta que a cidade já aderiu à lei. Com o envio e aprovação do seu plano de ação, os valores já estão em caixa para a execução. “Gostaria de dizer que São Sebastião já está com o recurso na conta. E isso não serve para nos vangloriar, mas sim dar exemplo para os outros municípios se engajarem nessa lei que veio para dar qualidade à cultura ", completou.
A Lei Paulo Gustavo é para todos e para investir e fortalecer o setor da cultura de cada município, gestores e agentes culturais devem se atentar aos prazos para adesão e não perder a oportunidade.