Deputados aprovaram nove projetos de leis que darão mais impulso ao turismo tocantinense nos segmentos de eventos, ecoturismo, aventura, gastronômico e turismo cultural
Por Marcia Alves
De uma só vez, a Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), aprovou nove projetos de leis, que vão incentivar as atividades turísticas, culturais e esportivas do Estado. A aprovação ocorreu na sessão ordinária na última quarta-feira, dia 29. Com as novas leis, o Calendário Turístico Oficial do Estado do Tocantins ganha novas datas comemorativas, uma forma de fortalecer e dar mais impulso ao turismo de eventos, ecoturismo, aventura, gastronômico e turismo cultural.
Uma lei proposta pelo deputado Eduardo Mantoan institui a Semana do Turismo Rural no Calendário Turístico Oficial do Estado do Tocantins. A comemoração ocorrerá anualmente, na última semana do mês de setembro. “O fomento ao turismo rural se constitui numa alternativa de renda para o campo, contribuindo para estabilizar a economia local e a criação de negócios e empregos”, justificou o parlamentar.
O Tocantins agora tem o Dia Estadual do Vaqueiro, também inserido no Calendário Oficial de Eventos do Estado do Tocantins, e será comemorado anualmente em 29 de agosto. A lei de autoria do deputado Cleiton Cardoso e é uma forma de homenagear a classe dos vaqueiros, que ele classifica como “merecedores da gratidão, uma figura representativa da cultura brasileira, especialmente do interior do nosso Estado”, pontuou.
Mais incentivos
A deputada Cláudia Lélis propôs duas leis. Uma que inclui o Torneio de Pesca do Tucunaré e a outra lei insere as Cavalgadas, realizadas no município de Dianópolis. Já de autoria da deputada, Professora Janad Valcari, foi aprovada uma lei que institui a Rota Turística da Região Central do Estado do Tocantins. O roteiro turístico, histórico, cultural, religioso, gastronômico e ambiental, será composta pelos municípios de Porto Nacional, Palmas, Lajeado e Miracema.
O incentivo ao turismo também veio por meio de uma lei proposta pelo deputado Júnior Geo, que eleva o Distrito de Taquaruçu à Rota Estadual do Turismo ecológico, gastronômico, cultural e de aventura.
Duas leis aprovadas pela Aleto incentivam a prática de esportes. O deputado Olyntho Neto aprovou uma lei que regulamenta as atividades de off-road no Estado do Tocantins, que são aquelas praticadas em estradas de terra com veículos como motocicletas, quadriciclos, triciclos e 4x4. “A lei cria mecanismos legais que garantem a segurança do tráfego, além de atrair investimentos, tanto do poder público, quanto do privado, sem contar que com a regulamentação do off-road, será possível estruturá-lo melhor, facilitando a vida de quem busca maior contato com a natureza por meio destas atividades esportivas”, destacou o deputado ressaltando que o esporte de aventura tem um importante valor turístico para o Estado.
O secretário do Turismo, Hercy Filho, avalia que a iniciativa mostra que o parlamento tocantinense está sintonizado com a importância do turismo para o Estado. “A Assembleia Legislativa é parceira da Secretaria do Turismo e do Governo do Estado e essas leis aprovadas na Casa vêm consolidar essas rotas no nosso calendário turístico”, ressaltou. Ainda conforme observou o Secretário, as leis aprovadas irão facilitar a captação de recursos e promoção dos destinos. “Parabenizamos mais uma vez a Assembleia Legislativa pela aprovação das matérias, caminho legal para fomentamos o turismo”, concluiu.
Com a assinatura do documento, recursos devem ser repassados para o Estado ainda este ano
Por Ana Carolina Monteiro
Atento às demandas do setor cultural, o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), assinou nesta quinta-feira, 30, o Termo de Adesão à Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), que destinará aos estados e municípios brasileiros um montante de R$ 15 bilhões até 2027. A assinatura acontece após a aprovação do Plano de Ação apresentado pela secretaria ao Ministério da Cultura (MinC) e assegura o recebimento dos recursos de R$ 15 milhões previstos para serem repassados ao Estado ainda este ano.
De acordo com o plano apresentado, a Secult atuará na execução desse montante através de ações de fomento cultural; obras, reformas e aquisição de bens culturais; subsídio e manutenção de espaços e organizações culturais; implementação da Política Nacional de Cultura Viva e fomento às redes de Pontões de Cultura.
Para o secretário da Cultura Tião Pinheiro, trata-se de mais um importante reforço ao fomento do setor no Tocantins nessa retomada cultural, a partir das recriações do Ministério da Cultura no âmbito federal e da Secult pelo governador Wanderlei Barbosa no estadual.
Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura
Considerada a maior e mais estruturante política cultural da história, com uma legislação voltada à consolidação do Sistema Nacional de Cultura (SNC), a PNAB tem como beneficiários trabalhadores da cultura, entidades e pessoas físicas e jurídicas que atuem na produção, difusão, promoção, preservação e aquisição de bens, produtos ou serviços artísticos e culturais, incluindo o patrimônio cultural material e imaterial.
Além dos R$ 15 milhões previstos para 2023, serão destinados ao Estado do Tocantins R$ 3,8 milhões para os chamados CEUs da Cultura, equipamentos públicos de uso cultural, de pequeno a médio porte, com caráter comunitário, compostos por espaços associados à expressão corporal e atividade física, de arte e educação, trabalho e renda, meio ambiente, entre outras atividades inter-relacionadas à cultura.
No Estado, territórios estão sido acompanhados pela Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot)
Por Elâine Jardim
Elementos naturais e arquitetônicos, práticas e ritos tradicionais de comunidades quilombolas poderão ser tombados como patrimônio histórico nacional, com a assinatura da Portaria de Tombamento dos Quilombos, assinada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nesta segunda-feira, 20, Dia da Consciência Negra.
De norte a sul do Tocantins, há 45 comunidades quilombolas que poderão ser beneficiadas com a medida do Governo Federal. Os territórios têm sido acompanhados pela Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot), que se coloca à disposição no apoio pelo tombamento do território e também pelo seu reconhecimento como comunidade remanescente de quilombo.
Conforme o Iphan, a portaria garante uma forma de tombar, mais direta e objetiva, mas com proteção às comunidades, pois, segundo o órgão, não é necessária a análise de valoração de um bem que já está reconhecido como patrimônio desde a Constituição Federal. Cabendo ao órgão, verificar se os requisitos foram atendidos e fazer o reconhecimento.
Pela nova Portaria, será possível registrar como patrimônio cultural tanto os locais que contenham vestígios materiais de quilombos já extintos ou documentos que remetam à memória dessas comunidades, quanto os locais atualmente ocupados por comunidades quilombolas, que mantêm viva a herança de seus antepassados por meio de suas práticas atuais. O documento estipula que qualquer pessoa física ou jurídica tem o direito de requerer o registro desses documentos e locais, devendo encaminhar a solicitação à superintendência do Iphan no estado em que estão situados.
Para dar início ao processo declaratório, são necessárias informações como a certidão de autodefinição das comunidades, emitida pela Fundação Cultural Palmares, e, quando aplicável, o relatório de identificação e delimitação territorial emitido ou aprovado pelo Incra.
Tocantins
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 12.881 pessoas são autodeclaradas quilombolas no Tocantins, sendo que os municípios com as maiores comunidades são: Arraias (1.572), Chapada da Natividade (1.304), Mateiros (1.190), Brejinho de Nazaré (1.022), Natividade (867), Muricilândia (907), Aragominas (829), Paranã (778), São Félix do Tocantins (682) e Santa Fé do Araguaia (671). Proporcionalmente, no município de Mateiros está reunida a maior comunidade do Estado, com 43% da população sendo autodeclarada quilombola.
Legenda: Secretaria Narubia Werreria, secretária executiva Cristiane Freitas e diretora de Proteção aos Quilombolas, Ana Mumbuca, estiveram em Brasília para assinatura da portaria - Crédito: Vinícius Santa Rosa/Governo do Tocantins
Diferentes fatores formam uma ‘tempestade perfeita’ contra a emissora que já reinou absoluta na TV aberta
Por Jeff Benício
No ar entre maio e novembro de 1982, ‘Elas por Elas’ teve média geral de 40,6 pontos na faixa das 19h da Globo. Não foi um grande sucesso na comparação com o resultado de tramas anteriores e posteriores, mas ficou longe de fazer feio.
Estreado com alta expectativa no final de setembro, o remake da novela virou a maior dor de cabeça que o canal carioca teve nos últimos anos. Está com média de apenas 16,5 pontos. A pior audiência já registrada às 6 da tarde desde 1972. Nem o elenco de estrelas empolga o público e as redes sociais.
A explicação óbvia é de que ‘Elas por Elas’ está no horário errado. Ágil e contemporânea, deveria ocupar o espaço destinado às comédias, às 7 da noite, como sua versão original. A maioria dos telespectadores sinaliza preferir tramas mais leves e românticas às 18h.
Mas o problema vai além disso. A Globo enfrenta uma concorrência cada vez maior: dos canais pagos, das plataformas de streaming (inclusive do Globoplay, que vira um adversário interno), do YouTube, do Instagram, do Kwai, do TikTok...
Muita gente simplesmente perdeu o hábito de ver TV. Especialmente nessa época de temperaturas mais altas, quando é melhor fazer uma atividade externa (como aproveitar o ar-condicionado dos shoppings) a ficar ‘cozinhando’ no sofá de casa.
‘Fuzuê’ também patina em sua faixa. De agosto até agora registrou média de 20 pontos, 3 a menos do que antecessora, a bem avaliada ‘Vai na Fé’. A novela das 19h passou por mudanças no roteiro que começam a surtir efeito. A recuperação precisa ser rápida para não prejudicar a audiência da atração seguinte, o ‘Jornal Nacional’.
Na aferição geral da Kantar Ibope, das 7h à meia-noite, a Globo se sai bem com duas reprises. ‘Mulheres de Areias’, de 1993, exibida agora às 14h45, e ‘Mulheres Apaixonadas’, de 2003, às 17h, entregam bons índices. Costumam ficar a poucos décimos ou até empatam com ‘Elas por Elas’.
Os dois folhetins antigos atraem mais público do que todos os programas anteriores separadamente, incluindo o ‘Mais Você’ de Ana Maria Braga, o ‘Encontro’ com Patrícia Poeta e o ‘Jornal Hoje’ comandado por César Tralli. Prova incontestável de que boas novelas envelhecem bem. Agradam aos saudosistas e também às novas gerações. O acervo virou a salvação da Globo.
Ipueiras é um município que se originou respeitando as fortes ligações de sua coletividade com as referências culturais da região, exemplo disso é o registro, ainda na primeira metade da década de 1980, de um mutirão em prol da construção de uma pequena capela de pau a pique, onde eram feitas as preces e celebrações cristãs.
Por Edivaldo Rodrigues e Edson Rodrigues
Essa fé indestrutível de um rico passado, cresceu na mesma velocidade que se agigantaram as esperanças desse povo, que nos dias 1 2 de novembro de 2023, ao lado de autoridades constituídas, lideranças políticas e classistas, e muita gente simples do lugar, celebram seus costumes e tradições, como suas riquezas de valores imensuráveis.
Os Festejos das Santas Almas Benditas de Ipueiras é uma tradição que atravessa o tempo, que sobrevive como um elo entre as gerações. O mais admirado e respeitado líder dessa comunidade, Israel Siqueira de Abreu, disse a nossa reportagem que tem mais de 50 anos que ele faz parte ativa dessas festividades, sempre envolvendo toda a sociedade local. "A cada ano a emoção é ainda maior, carregando o nosso peito de um sentimento comunitário e de religiosidade. Sempre com mais festeiros e muita dedicação em nome da fé, da união e da celebração da vida", revelou, acrescentando ainda que ele próprio já o foi "rei"da festa. "Alem da minha pessoa, quase todos da minha família foram "festeiros", os responsáveis por essa celebração das nossas tradições. Hoje a rainha é a minha filha Lívia, que muito bem está representando a sua geração, engrandecendo essa confraternização junto com a nossa comunidade", pontuou Israel.
Durval Sacramento e Lívia Siqueira
Nesse Festejo das Santas Almas Benditas de Ipueiras, a rainha é a empresária Lívia Angélica Siqueira de Abreu Ribeiro Querido, e o rei Durval Sacramento, que reuniram nesse prestigiado "reinado" centenas integrantes da coletividade local e expressivas autoridades municipais, estaduais e federais.
Sr. Israel Siqueira e convidados
Seguindo o roteiro do Festejo, na tarde do dia 1° de novembro, a rainha Lívia Siqueira o rei Durval Sacramento, foram os anfitriões de um concorrido jantar, seguido da Missa de Todos os Santos e posteriormente a inauguração do Memorial Siqueira Campo.
Esse início da festividade, que foi marcado pela homenagem referencial ao maior líder político do Tocantins, contou com as prestigiadas presenças ex-primeira-dama do Estado, Marilúcia Uchoa, viúva do ex-governador Siqueira Campos, do conselheiro do TCE Wagner Prachedes, do ex- senador Vicentinho Alves, e do seu filho, Neto Ares, assessor governamental, dentre outras autoridades.
Deputado federal Vicente Junior e Neto Aires
Para Neto Aires, essa efervescência cultural, em constante resgate pela coletividade de Ipueiras, tem um valor imensurável, pois cria cidadania. "Tenho orgulho em ser parte dessa grandiosa expressão de fé e de tradição dessa nossa gente humilde e gigante em suas manifestações. Faz bem para nossa alma e nos inunda de emoção.
Na manhã do dia 2, Dia de Finados, a rainha Lívia Siqueira abriu as portas da casa de sua família para ali receber centenas de pessoas, de Ipueiras e de outras localidades, para um farto café da manhã e a reunião do Grupo de Congos, no preparo para a saída dançante pelas ruas da cidade até o cemitério local.
O Grupo de Congos de Ipueiras, retrata uma manifestação típica da cultura popular que expressa a mistura cultural ocorrida no Brasil desde o Período Colonial, unindo o batuque do povo negro e do índio à religiosidade católica trazida pelos Portugueses. Seu Melquides de Souza e Silva, o guia desses "dançantes", criado em 1946, composto por 12 mulheres e 12 homens, nos revelou que tem 41 anos que ele participa dessa manifestação cultural. "Nossa comunidade celebra a vida e não a morte. É por isso que, nesse dia 2, Dia de Fins dos, nós nos dirigimos para o cemitério e ali dançamos em nome da alegria, reverenciando os nossos mortos que vivem a ressurreição em Deus", revelou.
Homenagem e Siqueira Campos
Após a café da manhã todos seguiram a rainha é o rei, sob o batuque dos Congos até o cemitério da cidade. Ali, sob o comando dos monsenhores Jenes Pedreira, Juraci Cavalcante e do pároco Dorivam Ribeiro, na presença de dezenas de pessoas, dentre elas os deputados federais Vicentinho Júnior e Ricardo Aires e do assessor governamental Neto Aires, foi concelebrada uma Santa Missa, marcada pela emoção pelo tema central da celebração, que garantia: "Não estamos aqui celebrando a morte. A nossa presença neste lugar é para festejar a alegria da ressurreição!"
Nos seus agradecimentos finais, após a Santa Missa, a rainha Lívia Siqueira disse da sua emoção e responsabilidade em contribuir para continuidade de uma tradição tão importante e significativa para todos ali envolvidos, com tamanha fé. "Agradeço de coração a todos, indistintamente, por vivenciar essa cultura, esse costume de valor inestimável para todos nós!"
Após essas manifestações no cemitério da cidade todos retornaram para a casa da família da rainha onde foi servido um grande almoço seguido de um animado show musical.
Inauguração do Memorial Siqueira Campos