Moeda brasileira ganha 3,08% em relação ao dólar de janeiro até agora; previsão para o fim do ano é de R$ 5,13
Por Guto Abranches
Mesmo levando em conta que o dólar anda pela casa dos cinco reais e alguma coisa já faz tempo, os economistas dizem que há motivos para o brasileiro sentir algum alívio nos dias atuais. Feitas as contas na ponta do lápis, do fim do ano para cá -- salvo altas e baixas abruptas e de rápida reversão --, o câmbio até que ofereceu alguma recuperação para a moeda brasileira. Com a cotação desta 6ª feira (15.jul) em R$ 5,407, o dólar perdeu 3,08% frente ao Real desde o início do ano; 2021 teve como última cifra apurada R$ 5,579.
Dia a dia
Olhando pela lente da vida real, vale lembrar que o pãozinho francês de todo dia depende do trigo importado de fora. E este valioso cereal é cotado em dólar. Outro exemplo. Quem tem planos de trocar de carro já passou os olhos pelo menos uma vez nas tabelas dos zero quilômetro, que andam rareando por falta internacional de componentes. Aí os carros usados, que têm muita eletrônica embarcada ao sabor da flutuação cambial, acabam subindo de preço no estica e puxa do mercado.
"É tudo por causa do diferencial entre taxas de juros", aponta Ricardo Rocha, professor de Finanças do Insper. O raciocínio segue o curso dos aumentos de taxas de referência no Brasil e nos Estados Unidos. Os dois países -- a exemplo de grande parte das nações do planeta -- enfrentam uma escalada inflacionária com consequente contragolpe de política monetária, também conhecido como aumento de juros.
Conta Feita
No Brasil, a inflação apurada no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu em 11,89% nos últimos doze meses. Pra fazer frente a ela, a taxa Selic é de 13,25%. O que dá um juro real, descontado o custo de vida, de aproximadamente 1,36 pp. Não é nada, não é nada... faz diferença. Claro que os números parecem inapelavelmente superiores aos americanos, onde a maior alta de juros promovida pelo Federal Reserve em 28 anos, no último mês de junho, impulsionou o custo do dinheiro em 0,75 ponto percentual. Com isso, a taxa foi residir em algum lugar na faixa entre 1,5% e 1,75%. Descontada uma inflação de 9,1%, resulta em juros reais negativos em cerca de 7,35 pp.
O movimento de alta nos juros dos Estados Unidos deve prosseguir, na opinião dos analistas. Mas, por enquanto, a disparada das nossas taxas de juros domésticas tem tido o efeito de preservar mais dólares por aqui do que se poderia esperar, principalmente num período de incertezas quanto à atividade econômica global, leia-se risco de recessão. Ficam mais dólares... a moeda brasileira perde menos. E o consumidor tem algum benefício.
Afim de voltar
"Tem boa parte do dinheiro de portfólio de gente rica que saiu do país até 2016, que quer voltar", avalia Ricardo Rocha, do Insper. A questão é o que promoveria o retorno dos portfólios. Sem esquecer que o Brasil vive um período pré-eleitoral reconhecidamente turbulento. Tempestade perfeita para retardar o reingresso do dinheiro investido lá fora. "Passada a eleição , seja quem for o vencedor, as coisas terão mais estabilidade e o dinheiro volta", aposta o professor. Não por acaso o mais recente relatório Focus do Banco Central projeta um dólar fechando 2022 na casa dos R$ 5,13. Ou, nas palavras do professor do Insper, "uma taxa mais baixa na fatura de compras do Natal".
Na internet, ele se apresenta como bolsonarista; no domingo (10.jul), ele matou militante do PT
Por João Carlos Coutinho
Segundo Camila Cecconello, delegada da Delegacia de Homicídios de Foz do Iguaçu, a partir da análise das imagens e dos depoimentos, o agente penal estava em um churrasco, quando tomou conhecimento da festa. Outra testemunha, que tinha acesso via celular das câmeras do clube, mostrou a comemoração ao agente penal. Naquele momento, Jorge José Guaranho não fez comentários e apenas perguntou qual era o local da festa.
O agente, então, sai do churrasco com a familia e vai ao local. Testemunhas disseram que ele ouvia música aluvisa ao presidente Jair Bolsonaro. Foi então que Marcelo Arruda saiu para ver quem era, troca algumas palavras e com as mãos, faz a letra "V".
Em seguida, Jorge Guaranho manobra o carro e volta a discutir sobre política. É neste momento que a vítima pega terra e joga em direção ao agente. A esposa dele, em depoimento, disse que a terra a atingiu e ao bebê e pediu para ir embora.
"Isso não vai ficar assim, nós fomos humilhados, vou retornar", disse Guaranho para a esposa antes de voltar para festa.
Após a discussão, Marcelo pega a arma no carro, enquanto outras pessoas vão até à entrada do clube pedir ao porteiro que feche o portão para evitar a entrada de agente penal. Garanho encontra o portão fechado, desce do veículo e abre. O porteiro avisa que ele não deveria entrar, mas o agente diz "sai da frente que o problema não é com você".
Ao perceberem a volta do agressor, a mulher do guarda municipal e outras pessoas, correm para avisá-lo. Jorge desce apontando a arma para a vítima que se identifica como policial e também está armado. A discussão dura cerca de três segundos, até que Guaranho dispara duas vezes contra Marcelo que cai ferido. O agente atira outras duas vezes mas erra, momento em que o guarda municipal reage e dispara 10 tiros, acertando quatro no agressor.
O tesoureiro do PT morreu no local. Num primeiro momento, a polícia informou que o assassino também teria morrido. Mas, em seguida, esclareceu que o agente penal federal foi socorrido e levado para o hospital. Ele ainda está em estado estável, sob cuidados médicos e escolta policial.
O celular de Jorge Guaranho foi apreendido apenas na última 5ª feira (14.jun), após decisão judicial sendo solicitada a quebra do sigilo telefônico e telemático. O aparelho está bloqueado e passará por perícia.
Ainda segundo a investigação, autor e vítima não se conheciam. Ambos haviam bebido, mas Marcelo não estava embriagado. Jorge apresentava sinais de embriaguez mas, ainda não há o resultado do exame realizado no hospital.
A testemunha que mostrou as imagens da festa pelo celular durante o churrasco, não foi indiciada e em depoimento, disse não imaginar que aquilo poderia acontecer.
A investigação contou com imagens de câmeras de segurança, diligências complementares e 17 testemunhas foram ouvidas. Entre elas, os convidados que estavam presentes na hora do tiroteio, familiares da vítima e também do policial penal federal que disparou contra Arruda. Participaram da entrevista coletiva o secretário da Segurança Pública, Wagner Mesquita, a delegada chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello, a delegada da Delegacia de Homicídios de Foz do Iguaçu, Iane Cardoso.
Motivação política
A polícia civil do Paraná descartou motivação política no assassinato do guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda. Segundo a delegada Camila Cecconello, "no momento em que Guaranho foi até o local pela primeira vez, ficou muito claro a provocação e a discussão com opiniões políticas. No entanto, não há provas suficientes de que, quando o agente penitenciário retorna ao local do crime, ele queria cometer um crime de ódio contra pessoas de outros partidos".
A delegada completou dizendo que "para você enquadrar num crime político, que a lei de crimes contra o estado democrático de direito, você tem alguns requisitos, como impedir ou dificultar uma pessoa de exercer seus direitos políticos. Então é complicado a gente dizer que foi motivado, ou que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir o exercício dos direitos políticos daquela vítima. A gente analisa que quando ele chegou ao local ele não tinha essa intenção de efetuar os disparos, ele tinha a intenção de provocar. A gente avalia que esse acirramento da discussão, a escalada da discussão entre os dois é que acabou fazendo com que o autor voltasse e praticasse o homicídio. Então é muito difícil analisar os autos, com as provas que nós temos, e dizer que o autor foi até lá, voltou porque queria cessar os direitos políticos ou atentar contra os direitos políticos daquela pessoa. Parece muitas vezes mais uma coisa que acabou virando pessoal entre duas pessoas que discutiram, claro, por motivações políticas", afirmou.
O crime
O guarda municipal Marcelo Arruda festejava seus 50 anos com amigos e familiares na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), quando o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho invadiu o local de carro gritando "Bolsonaro" e "mito". O homem, que estava armado, também teria ameaçado os convidados. A festa com temática do PT e do ex-presidente Lula, foi interrompida e os dois discutiram. Marcelo atirou pedras em direção ao carro do agente que chegou a deixar o local. Foi então que o petista buscou a arma funcional no carro.
O agente penal retornou após 10 minutos e desceu já apontando a arma para Marcelo. O guarda avisa ser policial, enquanto a esposa que é policial civil, pede calma ao homem, chegando a ficar na frente dele. Guaranho então dispara duas vezes contra Marcelo, que cai no chão. Mesmo ferido, o guarda municipal reage e dispara contra o policial penal federal, que também cai ferido, do outro lado do salão.
Federalização da investigação
O procurador-geral da República, Augusto Aras, aguarda a conclusão do inquérito da Polícia Civil do Paraná para decidir se é possível enviar o caso da morte do petista Marcelo Arruda à Justiça Federal.
Mulheres representam mais da metade do eleitorado
Por Agência Brasil
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou hoje (15) o número de eleitores aptos a votar no pleito de outubro deste ano. De acordo com o TSE, 156,4 milhões de pessoas poderão comparecer às urnas no dia 2 de outubro para escolher presidente e vice-presidente da República, governadores e vice-governadores, além de senadores, deputados federais, estaduais e distritais.
Em caso de segundo turno para a disputa presidencial e para governos estaduais, a eleição será em 30 de outubro.
As informações do cadastro eleitoral mostram que a maior parte do eleitorado é formada por mulheres -- são 82,3 milhões de eleitoras, número equivalente a 52,65% do total. Os homens são 74 milhões e correspondem a 47,33%.
Com 22,16% do total de eleitores, o estado de São Paulo é o maior colégio eleitoral do país. Conforme estatística do TSE, a cada cinco eleitores brasileiros, um está no estado.
Minas Gerais tem o segundo maior colégio eleitoral, com 10,41% do total, seguido pelo Rio de Janeiro, com 8,2%).
O número de jovens entre 16 e 17 anos que poderão votar aumentou, passando de 1,4 milhão no pleito de 2018, para 2,1 milhões no neste ano.
O eleitorado acima de 70 anos também aumentou, passando de 12 milhões para 14 milhões entre as duas eleições.
Também houve mudança no nível de escolaridade da maioria do eleitorado. Neste ano, 41,1 milhões (26,31% do total) declararam ter ensino médio completo. Nas eleições gerais anteriores, realizadas em 2014 e 2018, a maioria era composta por pessoas com ensino fundamental incompleto.
O eleitorado brasileiro cresceu 6,21% em relação ao pleito de 2018, quando o total de pessoas aptas a votar foi de 147,3 milhões.
Auxílio Brasil no valor mínimo de R$ 600 começará a ser pago em agosto. Famílias pobres são aquelas que têm renda familiar per capita de R$ 105,01 e R$ 210,00
Com Agência Brasil
O governo federal pretende gastar R$ 41,25 bilhões para pagar auxílios neste ano previstos na chamada PEC Kamikaze. Dentre os benefícios que devem ser criados ou ampliados está o Auxílio Brasil, que passa de R$ 400 para R$ 600 de forma temporária, o aumento do Auxílio Gás e a criação do Auxílio Diesel de R$ 1.000 para caminhoneiros autônomos.
Vale lembrar que parte dos beneficiários do Auxílio Emergencial não serão contemplados pelo Auxílio Brasil. Apenas quem já recebia o Bolsa Família receberá o novo benefício.
De acordo com informações da Caixa Econômica Federal, "podem participar do Programa as famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza que tenham, em sua composição, gestantes, mães que amamentam, crianças, adolescentes e jovens entre 0 e 21 anos incompletos".
Pelo critérios do banco, as famílias extremamente pobres são aquelas que têm renda familiar per capita mensal igual ou inferior a R$ 105,00. As famílias pobres são aquelas que têm renda familiar per capita de R$ 105,01 e R$ 210,00.
O Auxílio Brasil no valor mínimo de R$ 600 começará a ser pago em agosto após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Benefícios em dois turnos pela Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (14.07).
Uma das primeiras medidas a ser adotada pelo governo Bolsonaro com a PEC era justamente o aumento do Auxílio Brasil, subindo o valor de R$ 400 para R$ 600. Para isso, o governo destinou R$ 26 bilhões, que segundo o relator da PEC no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), também é suficiente para zerar a fila de espera do programa.
Governo prorroga prazos para atualização de dados no Cadastro Único
O Ministério da Cidadania prorrogou os prazos para a atualização de dados das famílias inscritas no cadastro único, beneficiárias do Auxílio Brasil. É o que consta da Instrução Normativa nº 17, publicada no Diário Oficial da União de hoje (14).
Devido aos impactos da pandemia, o ministério escalonou o processo de revisão cadastral. Com isso, apenas as famílias com cadastros atualizados pela última vez em 2016 ou 2017 foram convocadas para atualizar os dados no Cadastro Único. Famílias que atualizaram dados pela última vez em 2018 ou 2019 serão convocadas nos próximos anos.
A resolução publicada hoje prevê que os beneficiários do Auxílio Brasil que estão em revisão cadastral terão até 14 de outubro para atualizar as informações. “O prazo venceria originalmente nesta sexta-feira (15). Já as famílias em averiguação cadastral, cujo prazo para atualizar informações terminou em 10 de junho, ganharam prazo extra até 12 de agosto”, informou o ministério.
De acordo com a pasta, os processos estão em andamento desde fevereiro e englobam 8 milhões de famílias.
Decisão favorável e revés em questão de horas: Garotinho segue inelegível
Por Lucas Mendes
O TRE-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) confirmou nesta 5ª feira (14.jul.2022) uma condenação contra o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (União Brasil) por corrupção eleitoral.
A decisão foi tomada em sessão da Corte, um dia depois de o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Humberto Martins, ter suspendido os efeitos de uma outra condenação, por improbidade administrativa, e restabelecido seus direitos políticos.
Com a decisão da Justiça Eleitoral, Garotinho continua alvo da Lei da Ficha Limpa, que torna inelegível por 8 anos os condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, como é o caso do TRE-RJ. O político é pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro.
Vídeo relacionado: Trasladação de Eduardo dos Santos: impasse mantém-se e “pode ser o fim político de João Lourenço”
Trasladação de Eduardo dos Santos: impasse mantém-se e “pode ser o fim político de João Lourenço”
O advogado de Garotinho, Rafael Faria, disse ao Poder360 que vai recorrer da decisão.
O desembargadores do TRE-RJ rejeitaram, por unanimidade, um recurso da defesa de Garotinho contra a condenação da Corte. O político havia sido condenado pelos crimes de corrupção eleitoral, associação criminosa, supressão de documento e coação. Os fatos se deram no processo eleitoral de 2016 e também durante as investigações da ação penal, na cidade de Campos dos Goytacazes.
O entendimento da Corte foi de que Garotinho comandou durante a campanha um esquema fraudulento para uso eleitoreiro do programa assistencial “Cheque Cidadão”, de transferência de renda a pessoas em situação de vulnerabilidade social para compra de alimentos.