Butantan reafirma que evento adverso não tem relação com a vacina

 

Por Luciano Nascimento e Flávia Albuquerque

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu manter a suspensão dos testes de estudo clínico da vacina CoronaVac. A suspensão ocorreu por causa de um “evento adverso grave” ocorrido.

 

De acordo com o presidente da agência reguladora, Antonio Barra, a decisão foi tomada pela área técnica da Anvisa a partir de informações encaminhadas ao órgão pelo Instituto Butantan, laboratório que conduz os estudos no Brasil. Ainda não há previsão de retomada dos testes.

 

As informações foram recebidas e analisadas pela gerência-geral de medicamentos da Anvisa, responsável por acompanhar os testes. Em coletiva de imprensa realizada hoje (10) sobre o assunto, Barra disse que a agência seguiu o que está previsto nos protocolos de Boas Práticas Clínicas para este tipo de procedimento.

 

“Quando temos eventos adversos não esperados, aqueles que no primeiro momento não conseguimos estabelecer uma correlação, a sequência de eventos é uma só: a interrupção do estudo”, disse Barra. “O protocolo manda que seja feita a interrupção do teste e se nós não o fazemos, a responsabilidade obviamente é nossa diante da repetição desse mesmo evento”, afirmou Barra.

A defesa foi acompanhada pela diretora da Anvisa, Alessandra Bastos, que justificou a decisão da agência dizendo que, até ontem (9), a única informação de que a agência dispunha era que um evento adverso grave não esperado havia ocorrido, o que, segundo o protocolo, determinava a suspensão.

 

“Todos nós aqui queremos ter a saúde resguardada e quando estamos falando de uma vacina para o enfrentamento de uma doença nova não há, de fato, a menor possibilidade de dúvida. Quando a informação não nos da segurança para seguir, isso [a suspensão] é previsto em protocolos internacionais”, afirmou Alessandra.

 

Durante a coletiva, o gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, reconheceu que as informações sobre o evento foram encaminhadas pelo Butantan, mas não foram recebidas pela agência em razão do ataque hacker ocorrido na semana passada, que atingiu diversos órgãos, entre eles o Ministério da Saúde.

 

Mendes disse que, após o ocorrido, foi acionado um plano de contingência, e as informações foram recebidas no dia 9, no final da tarde. “Não poderíamos cometer o risco de que mais voluntários fossem vacinados sob o risco de que mais voluntários pudessem ter eventos adversos semelhantes. Usamos o princípio da precaução que parte do pressuposto de que, na dúvida, não podemos arriscar”, justificou.

 

Questionado sobre informações noticiadas por diferentes veículos de comunicação de que o evento adverso grave foi um óbito, por suicídio, não tendo ligação com a vacina, Barra disse que a Anvisa não recebeu a informação por canais oficiais.

 

Segundo ele, as informações vão ser analisadas por um comitê independente de especialistas que darão um parecer sobre a continuidade dos testes. Somente a partir daí a Anvisa vai decidir sobre a retomada dos procedimentos.

 

“Diante do evento adverso grave, o comitê independente tem que atuar. Então a informação tem que vir daquele canal, os demais canais por mais que tenham informações relevantes, eles não são o comitê independente”, disse.

 

Butantan

Em outra coletiva de imprensa sobre o assunto, em São Paulo, na manhã de hoje, o Instituto Butantan afirmou que o evento foi reportado detalhadamente à Anvisa no último dia 6. O voluntário teria recebido a dose no dia 29 de outubro, 25 dias antes de o evento adverso acontecer. Por causa do ataque hacker, no entanto, a Anvisa só recebeu as informações ontem.

 

Apesar de ter se referido ao evento como um óbito na noite de ontem, hoje o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, não confirmou a morte do voluntário. Ele garantiu que o evento ocorreu mais de três semanas depois da aplicação da dose e que efeitos adversos relacionados são esperados em até sete dias.

 

O Butantan também reforçou que ainda não se sabe se o voluntário, que era paciente do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, tomou a vacina ou o placebo (uma substância que não apresenta interação ou efeito no organismo).

 

Covas ressaltou que, por conta do sigilo, de aspectos éticos e de respeito à família do voluntário, não é possível divulgar dados do paciente. "Não podemos dar detalhes porque isso envolve sigilo e nos impede de dar as características do voluntário. O que afirmo é que esses dados estão todos com a Anvisa. A conclusão do relatório é exatamente isso: o efeito adverso grave foi analisado e não tem relação com a vacina".

 

Covas ressaltou, que os dados foram enviados à Anvisa dentro dos protocolos determinados pela agência reguladora e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), com todas as informações exigidas para o esclarecimento e para evitar a necessidade de paralisação do estudo. Ele criticou a suspensão anunciada pela Anvisa sem a realização de uma reunião prévia para mais esclarecimentos, o que foi feito na manhã de hoje de forma virtual.

 

"Eu fiquei sabendo disso pela imprensa ontem à noite. Nem eu nem os responsáveis pelo estudo recebemos nenhum telefone da Anvisa anteriormente. Ontem o Butantan recebeu um e-mail às 20h40 para comunicar da reunião para tratar do assunto, mas anunciava ao mesmo tempo a suspensão do estudo. Vinte minutos depois essa notícia estava em rede nacional", disse.

 

Para Covas, o anúncio da suspensão dos estudos clínicos foi precoce e não há motivo para a interrupção. "Aqueles que estão participando que continuem tranquilos. A reação não tem relação com o que eles receberam, eles não terão nenhum tipo de efeito adverso, isso eu afianço a eles. Aqueles que estavam na fila para receber, por favor, continuem, mantenham-se fiéis à vontade que vocês têm de ajudar o país, de ajudar esse desenvolvimento. A presença de vocês no estudo é fundamental. Nós precisamos concluir esse estudo agora mais rapidamente do que nunca", pediu.

 

 

Posted On Quarta, 11 Novembro 2020 02:50 Escrito por

Estimativa é de 268,9 milhões de toneladas

Por Pedro Peduzzi

 

O Brasil deverá produzir 268,9 milhões de toneladas de grãos, segundo o 2º Levantamento da safra de grãos 2020/21, divulgado há pouco pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O número supera em 11,9 milhões de toneladas (4,6 %) o que foi produzido na temporada de 2019/2020.

 

Na comparação com as estimativas apresentadas o volume estimado no mês passado, houve aumento de 269 mil toneladas. Com este resultado, o Brasil caminha para bater novo recorde, após já ter se tornado o maior produtor mundial. Algo que, segundo a Conab, deve se manter na próxima safra, uma vez que a soja praticamente alcançou o nível de plantio da safra passada.

 

Isso, segundo o gerente de Levantamento e Avaliação de Safra da Conab, Kleverton Santana, mostra a capacidade de plantio do país. “Esse atraso em relação à safra passada foi anulado nessa semana e a gente espera que ultrapasse a semana passada já na semana que vem”, disse ele ao apresentar o levantamento. O aumento da área plantada também deve contribuir para o recorde. A previsão é de que sejam cultivados 67,1 milhões de hectares (número 1,8% maior do que o da safra passada).

 

A nova estimativa considera a recuperação da produtividade das culturas da soja e do milho primeira safra, severamente prejudicadas pela estiagem em 2019, em especial no Rio Grande do Sul. De acordo com a Conab, a produção de soja deve chegar a 135 milhões de toneladas, em uma área estimada em 38,2 milhões de hectares. A safra total de milho também deverá ser a maior da história, com produção estimada em 104,9 milhões de toneladas, produzidas em uma área total de 18,4 milhões de hectares.

 

Chuvas

Apesar do atraso das chuvas neste ano, os produtores aceleraram o ritmo. Até a última sexta-feira, o plantio alcançava 55% da área estimada, contra 56% no mesmo período da safra passada. O milho estava em 54%, contra 42% há um ano; e o plantio do arroz, com 67% até o dia 6, percentual superior aos 53% da safra anterior.

 

“Tivemos chuvas abaixo da média no momento do plantio. Assusta um pouco essas chuvas abaixo da média ou o atraso das chuvas que aconteceu em setembro/outubro. Mas o problema para culturas como a soja normalmente são quando ocorre veranicos em dezembro ou janeiro, a depender do momento do plantio ou do local do país”, acrescentou Santana.

 

Segundo ele, nesse momento há ainda possibilidade de recuperação, inclusive em regiões de potencial de produtividade. “As previsões de precipitações são boas para a próxima semana, e isso deve favorecer muito a cultura da soja nessas regiões. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia é de que vem grandes volumes de chuvas consideráveis no país todo, com destaque no corredor do centro-oeste [onde ocorre o fenômeno chamado de rios voadores], passando por Mato Grosso e Goiás até as regiões de café no sul de Minas e norte de São Paulo”.

 

 

Posted On Quarta, 11 Novembro 2020 02:48 Escrito por

Informação foi divulgada pela TV Cultura no começo da tarde desta terça, minutos depois de a coletiva do governo de São Paulo sobre o caso ter sido encerrada

 

Com Estado de Minas

 

Um laudo médico emitido pelo Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a causa da morte do voluntário da CoronaVac - vacina produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan -, que fez a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interromper os testes de forma imediata, foi suicídio. A informação foi divulgada pela TV Cultura, no começo da tarde desta terça-feira (10).

 

De acordo com o canal, o IML deve divulgar o laudo, oficialmente, às 17h. Minutos antes de a TV Cultura dar a informação, uma coletiva foi realizada pelo governo de São Paulo para explicar o 'evento adverso grave' utilizado pela Anvisa, nessa segunda (9), para interromper os testes. Os membros da cúpula paulista evitaram falar em morte, mas já haviam adiantado que o falecimento não tinha relação com a vacina, que foi aplicada na terceira fase de testes da CoronaVac.

 

"Como eu disse, do ponto de vista clínico do caso e nós não podemos dar detalhes, infelizmente, é impossível, é impossível que haja relacionamento desse evento com a vacina, impossível, eu acho que essa definição encerra um pouco essa discussão”, disse o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

 

Covas e o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, evitaram falar em morte. Apenas o secretário-executivo do comitê de contenção do coronavírus de São Paulo, João Gabbardo, admitiu que o voluntário havia falecido, mesmo assim, sem especificar a causa, por “sigilo e questão de ética”.

 

Na coletiva desta manhã, Covas, Gorinchteyn e Gabbardo questionaram a decisão da Anvisa de interromper os testes. Uma reunião entre o governo de São Paulo e o órgão foi realizada nesta terça. Os documentos para a retomada dos estudos foram reenviados e a expectativa é que tudo volte ao normal nos próximos dias.

 

Nesta manhã,

o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao responder um apoiador, disse que havia "ganhado" do governador de São Paulo, João Dória, após a Anvisa interromper os testes da CoronaVac.

"Morte, invalidez, anomalia... esta é a vacina que o Doria quer obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", disse, em resposta.

 

 

 

Posted On Terça, 10 Novembro 2020 15:54 Escrito por

Este tipo de interrupção é previsto pelas normas da Anvisa e faz parte dos procedimentos de Boas Práticas Clínicas esperadas para estudos clínicos conduzidos no Brasil

 

Com Agências

 

Projeto de vacina contra a covid-19 defendida insistentemente pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a Coronavac está com seus estudos clínicos suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A medida foi divulgada pelo órgão na noite desta segunda-feira, 9, e na prática interrompe por tempo indeterminado os testes no Brasil do imunizante prometido pelo político tucano.

Em nota divulgada em seu site, a Anvisa afirma que a paralisação da testagem da Coronavac no país se deve a “ocorrência de evento adverso grave”, que teria ocorrido em 29 de outubro. Com a decisão, o órgão enfatiza que, até segunda ordem, “nenhum novo voluntário poderá ser vacinado”. De acordo com os responsáveis pela agência, a suspensão se faz necessária como medida de segurança em favor da saúde pública brasileira.

 

Sobre o “evento adverso grave”, a equipe da Anvisa informa que mais detalhes a respeito do caso devem ser mantidos sob sigilo. No entanto, o órgão avisa que, ao menos em relação a testagem de vacinas, tal classificação se dá por causa de uma das seguintes situações:

 

Morte

Risco potencialmente fatal

Invalidez ou incapacidade persistente

Internação hospitalar

Anomalia congênita

Suspeita de transmissão de agente infeccioso

Ou outro evento clinicamente significante

A rádio CBN informa que, segundo sua apuração, o “evento adverso grave” foi a primeira opção descrita pela Anvisa: óbito. De acordo com a emissora, um voluntário brasileiro do projeto da Coronavac morreu. Informações dão conta de que ele não tinha contraído a covid-19. A causa da morte ainda não foi confirmada.

 

Em entrevista à TV Cultura, o diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que a Anvisa foi notificada de um óbito não relacionado com a vacina - veja mais abaixo.

 

Além do Brasil, os testes clínicos da Coronavac também ocorrem na Indonésia e na Turquia, mas não há relatos de suspensão nestes países.

 

A Coronavac é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech. O governo de São Paulo firmou acordo para a compra de 46 milhões de doses e para a produção do imunizante no Brasil por meio do Instituto Butantan. O Ministério da Saúde chegou a anunciar que compraria doses da vacina, mas foi desautorizado na sequência pelo presidente Jair Bolsonaro.

 

O diretor Dimas Covas afirmou que a Anvisa foi notificada de um óbito não relacionado com a vacina. Ele negou que a morte possa ser classificada como um evento adverso. "Como são mais de 10 mil voluntários neste momento, pode acontecer um óbito", disse.

 

 

Posted On Terça, 10 Novembro 2020 04:20 Escrito por

“Morre-se mais de indignação do que de fome nos Estados Unidos” 

 

 

JOHN KENNETH GALBRAITH

 

Da Redação

 

Veja

 

Cenas de um drama nos tribunais: a vilanização das vítimas de estupro

 

Vídeo do tratamento humilhante de uma jovem em audiência mostra como o ambiente machista da Justiça costuma tratar mulheres que buscam reparo contra essa violência.

Passadas quase quatro décadas e, guardadas as devidas proporções, ecos do caso Ângela Diniz ressurgiram no país, mostrando que os tribunais não se livraram do ranço machista que costuma vilanizar mulheres vítimas de violências justamente quando elas procuram reparação na Justiça. O episódio que trouxe à tona a triste lembrança de um julgamento moral refere-se a uma denúncia de estupro em uma boate de luxo em Florianópolis, o Cafe de La Musique. A acusadora, a influencer Mariana Ferrer, diz que, depois de ser drogada, acabou violentada pelo empresário André de Camargo em um camarim privado da casa noturna. A agressão ocorreu em dezembro de 2018. Nas roupas dela, a perícia encontrou sêmen do empresário. O inquérito policial concluiu que Camargo cometeu estupro de vulnerável, denição jurídica para os casos em que a vítima não tem condições de oferecer resistência. Em sentença publicada no dia 9 de setembro, porém, seguindo a percepção do Ministério Público, o juiz Rudson Marcos absolveu o empresário sob o argumento de que não haveria “provas contundentes nos autos a corroborar a versão acusatória”.

 

Na semana passada, no entanto, o episódio voltou ao noticiário graças a uma reportagem do site The Intercept Brasil, que revelou um degradante vídeo dos bastidores do julgamento de Mariana. Nele, o advogado de defesa insurge-se contra a influencer, ofendendo-a e a acusando-a de publicar fotos provocativas nas redes sociais, como se isso, de alguma maneira, justificasse o avanço de alguém sobre o corpo dela.

 

Eleição acirrada nos Estados Unidos é retrato de uma nação rachada ao meio

 

Disputa expõe uma nação onde o conservadorismo empunhado por Trump se revela enfronhado em diversos setores da sociedade — e resiste.

 

Se o processo de apuração de eleições presidenciais dos Estados Unidos é tenso em qualquer situação, ele é ainda mais asfixiante quando a diferença entre os dois candidatos é mínima. Passados dois dias e duas noites da votação de 3 de novembro, a de maior suspense em muito tempo pela intensa radicalização dos dois lados, até o fechamento desta edição, na quinta-feira 5, às 20 horas, os americanos ainda não sabiam quem seria o novo presidente. O democrata Joe Biden aparecia com mais chances: faltando acabar a contagem em seis estados, precisava levar apenas dois para chegar aos almejados 270 votos no Colégio Eleitoral. O republicano Donald Trump penava para alcançar o número mágico de modo a prorrogar por outros quatro anos sua vulcânica atuação na Casa Branca.

 

Como a esquerda tenta se livrar do ex-presidente Lula

 

Até o próprio PT busca uma forma de convencer o ex-presidente de que seu tempo passou, mas ele insiste em continuar se colocando na condição de protagonista.

Os partidos de esquerda há muito teorizam sobre a oportunidade de testar uma estratégia eleitoral que já deu certo em alguns países: unir forças para derrotar um adversário comum. Foi essa perspectiva que levou muita gente a festejar um encontro do ex-presidente Lula (PT) com seu ex-ministro Ciro Gomes (PDT) — ocorrido há dois meses, mas só revelado recentemente — como se fosse o início de um projeto nessa direção. A conversa entre eles seria um sinal de reaproximação de dois líderes que se afastaram depois do embate das eleições de 2018. Mais: indicaria, inclusive, que Lula estaria disposto a abrir mão do projeto hegemônico e até da candidatura presidencial petista para apoiar um aliado na próxima disputa presidencial. Em suma, estaria se materializando uma chapa encabeçada por Ciro tendo Lula como vice para enfrentar Jair Bolsonaro em 2022. O problema é que isso não passa de uma miragem.

 

O ex-presidente é dono de algumas qualidades políticas, mas a magnanimidade não é uma delas.

Leia mais em Veja.

 

Istoé

 

Sem Trump os EUA voltam a ser os EUA

 

Poucas vezes as eleições americanas foram tão importantes para determinar o futuro do planeta. A virtual vitória do democrata Joe Biden representa uma derrota do retrocesso civilizatório imposto por Donald Trump, apesar da guerra judicial lançada pelo republicano contra os resultados.

 

O centro surfa nas eleições As candidaturas dos partidos mais moderados têm recebido a preferência dos eleitores e lideram nas principais capitais brasileiras. Os postulantes à direita e à esquerda naufragam e antecipam o que pode acontecer em 2022.

 

A falácia do estupro culposo

Numa completa inversão de valores, a modelo e influenciadora digital Mariana Ferrer, vítima de violência sexual, é desacreditada e desrespeitada em audiência judicial. O processo da modelo e influenciadora digital Mariana Ferrer é um dos maiores disparates da Justiça brasileira nos últimos tempos. Mariana arma ter sido estuprada pelo empresário André de Camargo Aranha no clube de praia Café de La Musique, em Santa Catarina, em 2018, quando tinha 21 anos. No julgamento do caso, na semana passada, porém, houve uma inversão completa de valores e uma provável vítima de violência sexual passou a ser acusada de ser uma mentirosa contumaz. Aranha foi inocentado e a dignidade da modelo ultrajada: mais uma vez os operadores do direito colocaram uma mulher estuprada na posição de culpada. O caso chocou o País depois que o site The Intercept divulgou imagens da jovem sendo humilhada durante a audiência.

 

Leia mais em Istoé.

 

Época

O que restará da América após a eleição

 

Que futuro aguarda os Estados Unidos depois da disputa presidencial mais acirrada deste século, que deixará como legado uma nação partida e a névoa do populismo.

 

“Eu poderia ir para o meio da Quinta Avenida, atirar em alguém e não perderia nenhum eleitor”, disse há mais de quatro anos o ainda pré-candidato pelo Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump, para uma plateia de fiéis evangélicos em Sioux City, Iowa, uma das comunidades mais conservadoras dos Estados Unidos. Ao longo da Presidência Trump, a frase foi retomada de tempos em tempos por comentaristas de TV, analistas e eleitores democratas inconformados que tentavam entender se de fato não havia limite para a disposição dos apoiadores do presidente em defendê-lo independentemente do que havia dito ou feito.

 

A contagem de votos nas eleições deste ano, que até o fechamento desta reportagem não havia cravado um vencedor, comprovou a força do populismo inaugurado nos Estados Unidos por Trump, o “nacional-populismo”, como alguns cientistas políticos passaram a se referir ao fenômeno. Essa modalidade deve transcender governos e colorações partidárias nas próximas décadas, pois sua ascensão é consequência de um debate que ganhou força ao longo da última década, sobretudo após a crise financeira de 2008. Cada vez mais, os americanos contestam a legitimidade das elites econômicas e políticas para tomarem decisões em nome de uma população da qual estão cada vez mais desconectadas. O discurso desse novo populismo também se aproveita do questionamento da sociedade sobre sua capacidade de absorver os fluxos migratórios, que diminuíram de ritmo com a pandemia, mas podem voltar a crescer, e as mudanças étnicas e culturais em países que absorvem esses fluxos sem precedentes na história moderna. Essas mudanças nas demografias nacionais geram ansiedade e apreensão em parcelas da sociedade, que se voltam para líderes que prometam trazer de volta uma prosperidade vivida no passado.

 

A sombra da adulteração de resultados sobre o futebol brasileiro

 

Falta de visibilidade e poucos recursos fazem das divisões inferiores campo fértil para um esquema de apostas e manipulação.

 

A jornada eleitoral de Rogéria, a matriarca Bolsonaro

 

As andanças da ex-mulher do presidente em busca de votos para se tornar vereadora do Rio de Janeiro ao lado do filho Carlos.

 

Leia mais em Época

Posted On Segunda, 09 Novembro 2020 12:45 Escrito por
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