A aliados, ex-presidente fala em conciliação como modo de se fazer política; nesta sexta, petista almoça com prefeito Eduardo Paes
Por Caio Sartori
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para 2022, se reuniu com líderes da esquerda do Rio durante três horas nesta quinta-feira, 10. O encontro foi fechado, mas o Estadão apurou que o petista defendeu a importância de buscar o centro na composição eleitoral de 2022 e disse que a conciliação é uma característica do seu modo de fazer política.
Lula também lamentou os rumos tomados pelo PDT de Ciro Gomes, que passou a atacá-lo como forma de mirar o eleitorado de direita e roubar votos de Jair Bolsonaro. Por estar no Rio, evocou ainda o nome do ex-governador Leonel Brizola, pedetista histórico. O PSB, partido-chave para o PT em 2022, recebeu acenos.
Participaram do encontro quadros da esquerda como os deputados federais Marcelo Freixo (PSOL, mas com ida encaminhada para o PSB), Alessandro Molon (PSB), Jandira Feghali (PCdoB) e Benedita da Silva (PT), além da presidente e do vice do diretório nacional do PT, Gleisi Hoffmann e Washington Quaquá. Deputados estaduais e vereadores petistas também estiveram presentes. A reunião se deu em um hotel na orla de Copacabana, zona sul da cidade.
O Rio é considerado uma das prioridades de Lula para 2022. Além da situação crítica do Estado, palco de crises políticas e econômicas nos últimos anos, foi lá que surgiu o bolsonarismo. Conquistar uma vitória local e ter um palanque forte para fazer oposição ao presidente na eleição é tido como algo essencial. No momento, o desenho aponta para uma candidatura de Freixo. Essa chapa teria o apoio do PT e, no melhor cenário, de forças políticas de centro.
Freixo está prestes a definir sua filiação ao partido do colega de Câmara Molon. Eles ocupam, respectivamente, as funções de líder da minoria e da oposição na Casa. O PSB também se prepara para receber outros quadros importantes, como o governador maranhense Flávio Dino e a ex-deputada gaúcha Manuela D'Ávila, do PCdoB.
No âmbito nacional, a atenção dada ao Rio ilustra as prioridades eleitorais do PT. O partido está focado em eleger Lula e formar uma robusta bancada de deputados. Candidaturas próprias a governador e senador serão preteridas em troca de apoios no pleito presidencial.
Lula chegou ao Rio no início da tarde. O encontro com líderes da esquerda carioca foi seu primeiro compromisso na cidade, onde fica até domingo de manhã. Nesta sexta, ele tem almoço marcado com o prefeito Eduardo Paes (PSD), considerado peça-chave na busca pelo centro para a formação da aliança ampla no Estado.
O encontro entre os dois, que mantiveram boa relação quando Paes ocupou a prefeitura pela primeira vez (2009-2016), será no Palácio da Cidade, de onde o prefeito despacha. Trata-se da primeira visita de Lula a um chefe de Executivo desde que teve os direitos políticos retomados.
Nesta quarta, em almoço com empresários do Grupo Lide, Paes teceu elogios ao ex-presidente, lembrando de como ele era "o centro das atenções" em viagens internacionais que faziam naquela época. Também classificou o petista e o tucano Fernando Henrique Cardoso como "grandes líderes políticos".
Também amanhã, Lula visita um estaleiro na capital fluminense. No sábado, reúne-se com artistas.
Agora, petista vence por 48% a 37%. Em abril, taxas eram de 52% e 34%. Melhora desempenho de Doria e Ciro
POR SOPHIA LOPES - Poder 360
O ex-presidente Lula venceria Jair Bolsonaro no 2º turno se as eleições fossem agora, segundo pesquisa PoderData realizada nesta semana (7-9.jun.2021). A vantagem, no entanto, mostra tendência de queda.
O petista tem 48% das intenções de voto contra 37% do atual presidente –diferença de 11 pontos percentuais. Em abril, marcava 52% enquanto Bolsonaro estava em 34%, uma distância de 18 pontos.
A variação a cada mês da intenção de voto em Lula e Bolsonaro no 2º turno tem ficado dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais.
Esta pesquisa foi realizada no período de 2ª a 4ª feira desta semana (7 a 9 de junho de 2021) pelo PoderData, a divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.
Foram 2.500 entrevistas em 522 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
DORIA E CIRO MELHORAM CONTRA BOLSONARO
Identificados como candidatos de “3ª via”, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), apresentaram considerável melhora nos cenários de 2º turno contra o presidente Jair Bolsonaro.
Doria saltou 7 pontos em relação à pesquisa anterior, no início de maio. Está numericamente empatado com o presidente, os 2 com 39%.
Ciro, que aparecia tecnicamente empatado com o presidente em maio (38%, contra 41% de Bolsonaro), subiu 6 pontos. Agora marca 44%, superando os 36% do atual ocupante do Palácio do Planalto.
A melhora de João Doria e de Ciro Gomes coincide com a mudança de estratégia de ambos.
O governador paulista começou 2021 tentando se impor ao PSDB quase como nome único para ser o candidato a presidente no ano que vem. Também passou para muitos empresários uma imagem de certa arrogância ao decidir os protocolos de distanciamento social e de fechamento dos estabelecimentos comerciais. De abril para cá, o tucano amenizou sua atuação. Procurou empresários para conversar e busca uma atuação menos beligerante dentro de seu partido.
Ciro Gomes contratou João Santana, que foi condenado no Mensalão e fez campanhas presidenciais para Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014). O marqueteiro tem suavizado a imagem do pré-candidato do PDT a presidente, mostrando Ciro em filmes mais informais na internet.
O apresentador Luciano Huck segue em vantagem contra Bolsonaro. Tem 45%, com 10 pontos à frente. Os 2 registraram variação dentro da margem de erro em relação à rodada anterior.
PESQUISAS MAIS FREQUENTES
O PoderData é a única empresa de pesquisas no Brasil que vai a campo a cada 15 dias desde abril de 2020. Tem coletado um minucioso acervo de dados sobre como o brasileiro está reagindo à pandemia de coronavírus.
Num ambiente em que a política vive em tempo real por causa da força da internet e das redes sociais, a conjuntura muda com muita velocidade. No passado, na era analógica, já era recomendado fazer pesquisas com frequência para analisar a aprovação ou desaprovação de algum governo. Agora, no século 21, passou a ser vital a repetição regular de estudos de opinião.
Além de acesso a recursos, filiação ao partido envolve cálculo de distância segura em relação ao presidente, que recebeu convite do Patriota
Por Bernardo Mello
Apesar da aproximação da família Bolsonaro com o Patriota, aliados do presidente Jair Bolsonaro em diferentes estados buscam abrigo no PSL para disputar as eleições de 2022, de olho nos recursos do fundo eleitoral e no tempo de TV proporcionado pela sigla.
Em estados como Bahia, Ceará e Tocantins, as conversas sobre filiação ao PSL envolvem também a possibilidade de manter uma distância segura de Bolsonaro, a depender da popularidade do presidente no ano que vem. No Rio, com um possível desembarque de deputados da base do governo Bolsonaro para acompanhar o presidente rumo ao Patriota, o PSL entrou na mira do prefeito de Belford Roxo, Waguinho (MDB).
Para o PSL, as negociações fazem parte da tentativa de atrair políticos com votação elevada em seus estados, de olho em emplacar uma bancada numerosa na Câmara em 2022. Na última eleição, o partido elegeu mais de 50 deputados federais.
Por ora, o PSL mantém postura dúbia em relação a Bolsonaro. O presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), tem sinalizado que apoia a construção de uma terceira via nas eleições presidenciais, mas parlamentares que seguem alinhados a Bolsonaro incentivaram seu retorno ao partido, do qual saiu brigado em 2019. Integrantes mais críticos a Bolsonaro, como o deputado Junior Bozzella (PSL-SP), já admitiram a possibilidade de deixar o PSL por conta da reaproximação com Bolsonaro e da abertura de espaços a aliados do presidente.
Um dos movimentos mais significativos ocorreu no Ceará, onde o deputado federal Capitão Wagner (PROS-CE) foi convidado publicamente a se filiar pelo também deputado Heitor Freire (PSL-CE), presidente estadual do PSL e integrante da "ala bivarista" do partido.
Para atrair Wagner, o PSL acenou com uma estrutura partidária robusta para acomodar aliados do deputado, além da possibilidade de unificar a oposição ao grupo do governador Camilo Santana (PT). Por ter feito a segunda maior bancada da Câmara em 2018, o PSL será um dos principais destinatários de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) em 2022, segundo a legislação em vigor. No ano passado, nas eleições municipais, o partido recebeu R$ 199 milhões do chamado "fundão".
"Capitão Wagner tem um grupo forte, muitos deputados federais e estaduais, então unindo as nossas forças, nós teremos mais condições de combater esse grupo que tem comandado o Ceará nos últimos anos", informou Freire em nota divulgada na última semana.
Embora tenha recebido apoio de Bolsonaro na eleição à prefeitura de Fortaleza em 2020, quando ficou em segundo lugar, Wagner evitou trazer a imagem do presidente para a campanha e fez críticas à conduta do governo federal na pandemia, numa tentativa de marcar distância do presidente. Mesmo assim, recebeu apoio público de lideranças bolsonaristas locais e também de policiais militares — em 2012, Wagner liderou um motim da PM cearense durante o governo de Cid Gomes, aliado do atual governador.
Na Bahia, o deputado federal Elmar Nascimento (DEM), aliado do presidente do DEM, ACM Neto, costura uma filiação ao PSL para se lançar ao Senado na mesma chapa do correligionário, que disputará o governo do estado. O movimento é estudado em comum acordo entre Elmar e ACM, já que a troca de partido facilitaria a construção da chapa e o acesso a recursos do PSL. O plano de Elmar é fazer a troca na próxima janela partidária, no início de 2022.
Com bom trânsito com Bolsonaro, Elmar tem procurado reaproximar ACM Neto do ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos). Ambos se afastaram depois que Bolsonaro chamou Roma para o ministério, em fevereiro. O presidente do DEM evita se associar ao bolsonarismo por conta da alta rejeição ao presidente na Bahia, apontada em pesquisas, mas busca ocupar o espaço de candidato antipetista, já que seu principal adversário deve ser o ex-governador e atual senador Jaques Wagner (PT-BA).
— A mudança ao PSL seria uma condição para facilitar a construção da chapa majoritária, já que não tem como fazer aliança ocupando duas vagas com nomes do DEM. O PSL, com sua estrutura, é um aliado importante para encorpar nosso grupo. É um diálogo estritamente local. Tenho trabalho pela união de todos — disse Elmar.
Disputa por comando
No Rio, o PSL entrou no radar de Waguinho, reeleito em Belford Roxo no ano passado numa campanha na qual buscou associar seu nome ao do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Desde o fim de 2020, em paralelo à reaproximação entre Bolsonaro e PSL, Waguinho e aliados têm buscado a cúpula nacional do partido para assumir o diretório estadual.
Waguinho faz parte do grupo de prefeitos da Baixada Fluminense mais próximos ao governador Cláudio Castro (PL), e que inclui o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), cotado para disputar o Senado. Além do acesso a recursos partidários, a tomada do PSL pelo grupo de Waguinho garantiria o partido na base de Castro. Embora a defesa do apoio a Bolsonaro em 2022 seja uma bandeira comum a Castro e ao atual presidente do PSL fluminense, deputado federal Gurgel Soares, ambos vêm se desentendendo nos últimos meses e não garantem estar na mesma chapa.
Com uma possível filiação de Bolsonaro ao Patriota, a maioria dos 12 deputados federais e dos 10 deputados estaduais do PSL cogita seguir o presidente no novo partido. O esvaziamento do PSL facilitaria a tomada do partido pelo grupo de Waguinho, que articula candidaturas de aliados à Câmara e à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). No entanto, segundo a colunista Berenice Seara, do Extra, Gurgel vem garantindo ter o aval da cúpula do PSL para seguir no comando local.
Em estados da região Norte, a aproximação ao PSL vem sendo feita por pré-candidatos a cargos majoritários que apostam em ter Bolsonaro no palanque, ainda que o presidente esteja numa sigla diferente. No Tocantins, o governador Mauro Carlesse já se desfiliou do DEM e ingressou no PSL, mirando uma possível candidatura ao Senado — outra opção é se lançar a deputado federal. Carlesse se mantém próximo ao senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo Bolsonaro no Congresso e possível candidato ao governo de Tocantins. A depender da decisão de Gomes, Carlesse pode adotar um apoio menos explícito a Bolsonaro.
No Amapá, o PSL é uma das opções colocadas para o vice-governador Jaime Nunes (PROS) disputar o governo. Nunes, que tenta assumir a bandeira de candidato bolsonarista no estado, é aliado do deputado federal Acácio Favacho (PROS-AP) e também vem conversando com legendas como PTB e MDB. O diretório estadual do PSL foi dissolvido em dezembro de 2020 e segue sem comando.
A mudança para o partido atrairia recursos e tempo de propaganda eleitoral para encorpar a coligação de Nunes, que deve ter como adversários o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e um candidato indicado pelo grupo do também senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
TCU contraria presidente e nega questionar 50% das mortes por covid
Por Lauriberto Pompeu
O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta segunda-feira, 7, que um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta número inflado de mortes por covid-19 no Brasil. O Estadão apurou que o TCU prepara uma nota sobre o assunto para negar a conclusão citada por Bolsonaro
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"O relatório final, que não é conclusivo, disse que em torno de 50% dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid, segundo o Tribunal de Contas da União", afirmou Bolsonaro a apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada.
"Esse relatório saiu há alguns dias. Logicamente que a imprensa não vai divulgar. Já passei para três jornalistas com quem eu converso e devo divulgar hoje à tarde. Está muito bem fundamentado, todo mundo vai entender, só jornalista não vai entender", completou o presidente.
Ministros do TCU negam a existência de um relatório da Corte que coloca dúvida sobre 50% dos registros de morte por covid no País.
O Brasil tem mais de 470 mil mortos por coronavírus. Desde o início da pandemia, Bolsonaro e aliados agem para minimizar o número de vidas perdidas em decorrência de covid-19. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), por exemplo, chegou a compartilhar nas redes sociais, em maio de 2020, notícias falsas de que o governo do Ceará estaria sepultando caixões vazios para inflar o número de vítimas da doença.
Na semana passada, ao justificar a realização da Copa América no Brasil, durante a pandemia, Bolsonaro novamente criticou as medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos. "Lamento as mortes, mas nós temos de viver. Se é para todo mundo ficar em casa, vamos determinar que é para o homem do campo ficar em casa também. Quero ver do que a cidade vai sobreviver", afirmou ele.
Em pronunciamento veiculado em rede nacional de rádio e TV, na quarta-feira, 2, Bolsonaro também exaltou a vacinação contra o vírus e comemorou a transferência de tecnologia para o laboratório da Fiocruz fabricar o imunizante da AstraZeneca por conta própria.
Na ocasião, o grupo de sete senadores independentes e de oposição na CPI da Covid, conhecido como G7, divulgou nota para criticar o pronunciamento do presidente. "A inflexão do presidente da República celebrando vacinas contra a covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso", escreveram os senadores.
TCU contraria Bolsonaro e nega questionar 50% das mortes por covid
O TCU (Tribunal de Contas da União) disse nesta 2ª feira (7.jun.2021) que é falsa afirmação do presidente Jair Bolsonaro. Horas antes, ele atribuiu a suposto relatório do tribunal informação que “em torno de 50% dos óbitos de 2020 por covid não foram por covid”.
Em nota, o tribunal nega a existência de qualquer conclusão nesse sentido: “O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje”.
De acordo com Bolsonaro, o documento “não é conclusivo”, teria sido finalizado “há uns dias” e seria divulgado pelo Planalto na tarde desta 2ª feira (7.jun).
Órgão não viu 'transgressão disciplinar' por parte do ex-ministro e arquivou procedimento
Com Agências
O Comando do Exército anunciou nesta quinta-feira, 3, que o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello não cometeu transgressão disciplinar por ter participado de ato político no Rio de Janeiro ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
A polêmica decisão acaba indo ao encontro à vontade do presidente, que não queria que seu aliado fosse punido. Mas também amplia o desgaste das Forças Armadas com o governo, já que a punição para o general era defendida por muitos oficiais de alta patente.
"Acerca da participação do General de Divisão Eduardo Pazuello em evento realizado na Cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general. Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello", afirma o comunicado emitido pelo Exército.
Com isso, foi arquivado o procedimento administrativo que havia sido instaurado para verificar a conduta do general.
A polêmica, porém, deve continuar por um bom tempo já que a decisão abre brecha para que o regulamento disciplinar fique desacreditado. Uma punição para o general mostraria que o Exército não hesitaria em punir um oficial de alta patente, mesmo que ele fosse aliado do presidente, em nome de sua disciplina interna. Como isso não ocorreu, a mensagem enviada é a oposta.
Na sua defesa, Pazuello argumentou que o passeio de moto no Rio não representou um evento político-partidário. Também lembrou que não é um período eleitoral e que o presidente Bolsonaro sequer está filiado a algum partido.
O Regulamento Disciplinar do Exército e pelo Estatuto das Forças Armadas proíbe a participação de militares da ativa em manifestações políticas. No ato que gerou o procedimento disciplinar, Pazuello chegou a subir em um trio elétrico onde Bolsonaro discursava para apoiadores.