Um dos materiais considerados prova no pedido de prisão de Santana, entregue ao juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, veio da cooperação obtida nos Estados Unidos.
Relatório da PF aponta 'possível envolvimento' de Lula em 'práticas criminosas'
A força-tarefa da Operação Lava-Jato cruzou documentos enviados dos Estados Unidos com provas reunidas em fases anteriores da investigação e números da Receita Federal para comprovar que o marqueteiro João Santana - responsável pelas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e da presidente Dilma Roussef, 2010 e 2014 - e sua mulher e sócia, Mônica Moura, são controladores da offshore Shellbill Finance S.A.. A offshore foi aberta no Panamá. Contas dessa empresa receberam pelo menos US$ 7,5 milhões, entre 2012 e 2014, da Odebrecht e do operador de propinas Zwi Skornicki, sustenta representação da Operação Acarajé, deflagrada nesta segunda-feira. O casal está com a prisão decretada. "Além do bilhete apreendido na residência de Zwi Skornicki, por meio do qual Mônica Moura faz alusão expressa a 'sua' conta mantida em nome da Shellbil Finance SA no Banque Heritage, observa-se que a cópia do contrato encaminhado por ela ao operador da Keppel Fels - firmado entre a Shellbill Finance SA e a Klienfeld Services Ltd - possui sua própria assinatura, o que exime de dúvidas quanto a titularidade e controle tanto da empresa offshore quanto da conta no banco suíço", informa o delegado Filipe Hille Pace, da força-tarefa da Lava-Jato. A Klienfeld é uma offshore que já havia caído no radar da Lava-Jato pelo pagamento de propina para outros acusados, entre eles o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque - indicado ao cargo pelo PT. A carta foi localizada na 11ª fase da Lava-Jato, batizada de My Way, na casa do operador de propinas Zwi Skornicki, que trabalhava para o estaleiro Keppel Fels. Um dos materiais considerados prova no pedido de prisão de Santana, entregue ao juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, veio da cooperação obtida nos Estados Unidos. O Banco Citibank, onde a Shellbill usava uma conta de passagem do dinheiro, remeteu uma primeira parcial com extrato das movimentações feitas da conta da offshore do marqueteiro do PT - no Banco Heritage, na Suíça -, que tiveram crédito ou débito naquele país. "São indícios contundentes que a conta pertence ao casal (Santana e Mônica)", afirmou o delegado Pace. O documento serve de mapa dos dados bancários de transferências "realizadas de maneira oculta - em contas no exterior - e dissimulada - a partir de contratos de consultoria ideologicamente falsos - por Zwi e Bruno Skornicki e pelo Grupo Odebrecht em favor de João Santana e Mônica Moura". Os extratos enviados pelos Estados Unidos sobre a conta no Citibank por onde a Shellbill movimentava dinheiro mostram o nome da filha de Santana, Suria Santana, e de seu genro, Matthew Pacinelli. "Além disso, os números depósitos para Suria Santana, filha de João Cerqueira de Santana Filho, residente no exterior - em Washington D.C., EUA - e casada com Matthew S. Pacinelli, que também recebeu recursos da conta da suíça mantida em nome da Shellbill Finance, não deixam quaisquer dúvidas sobre a titularidade e controle da conta no exterior abastecida com recursos provenientes da corrupção na Petrobras", informa a PF, no pedido de prisão do casal apresentado ao juiz federal Sérgio Moro. Segundo o documento, Suria Santana "recebeu, em 80 transações, no período de 28 de novembro de 2008 a 30 de março de 2015, o valor de USD 442.800,00 da conta no Banque Heritage em nome da Shellbill". "O genro do marqueteiro recebeu, em oito transações, entre 4 de março de 2009 e 11 de março do mesmo ano USD 75.000,00."
Contrato rasurado
Outro documento é o modelo de contrato enviado para o Zwi e seu filho Bruno - operadores de propina do estaleiro Keppel Fels - que traz a assinatura de Mônica Moura.
O contrato era um modelo para um aditamento entre a Shellbill e a Klenfeld, para justificar as movimentações financeiras. "É um modelo de 2013 que mostra que em 2011 já havia outro contrato. Ele foi enviado na carta encontrada nas buscas na casa de Zwi Skornicki, no ano passado", explicou o delegado.
Para a PF, depois de analisar os recebimentos de R$ 198 milhões das empresas de João Santana de campanhas do PT entre 2004 e 2014 e as declarações de rendimentos do casal, a "conclusão que se tem é que a fonte de renda de João Santana e Mônica Moura, no Brasil, advém essencialmente das atividades de marketing e publicidade que prestam ao Partido dos Trabalhadores, razão pela qual é extremamente improvável que a destinação de recursos espúrios e provenientes da corrupção na Petrobras aos dois, no exterior - em conta em banco suíço mantida em nome de empresa offshore - e de maneira dissimulada - mediante a celebração de contratos falsos -, esteja desvinculada dos serviços que prestaram à aludida agremiação política".
Relatório da PF aponta 'possível envolvimento' de Lula em 'práticas criminosas'
A Polícia Federal aponta para "possível envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em práticas criminosas". Em relatório de 44 páginas anexado ao inquérito da Operação Acarajé - 23.ª etapa da Lava-Jato -, em que complementa pedido de buscas o delegado Filipe Hille Pace analisa a anotação "Prédio (IL)" encontrada em celular do empresário Marcelo Odebrecht ao lado de valor superior a R$ 12 milhões.
"Em relação à anotação 'Prédio (IL)' a Equipe de Análise consignou ser possível que tal rubrica faça referência ao Instituto Lula. Caso a rubrica 'Prédio (IL)' refira-se ao Instituto Lula, a conclusão de maior plausibilidade seria a de que o Grupo Odebrecht arcou com os custos de construção da sede da referida entidade e/ou de outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva."
O delegado assinala que "é importante que seja mencionado que a investigação policial não se presta a buscar a condenação e a prisão de 'A' ou 'B'. O ponto inicial do trabalho investigativo é o de buscar a reprodução dos fatos. A partir disto, se tais fatos apontarem para o cometimento de crimes, é natural que a persecução penal siga seu curso, com o indiciamento pelo delegado de Polícia, o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público."
Por Edson Rodrigues
O senador Vicentinho Alves e seu filho, deputado federal Vicentinho Jr., recém filiado à legenda, juntamente com a cúpula nacional do partido, preparam uma grande festa para o início da primeira legenda de março, em Palmas, para receber centenas de filiações , dentre elas, de detentores de mandatos nos poderes Legislativos estadual e municipais, e dezenas de pré-candidatos a vice-prefeito, a prefeito e a vereadores, além de prefeitos candidatos à reeleição em diversos municípios importantes do Tocantins.
Os nomes estão sendo guardados “a sete chaves”, mas O Paralelo 13 teve acesso à essa relação e pode garantir que haverá grandes surpresas, pois os detentores de mandatos não vêm sozinhos. Trazem consigo as lideranças populares que os elegeram e seus seguidores. PRESENÇAS NACIONAIS
Já está confirmado que toda a cúpula nacional do PR estará presente ao evento, inclusive o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, o presidente nacional da legenda, ex-ministro Alfredo Nascimento, além de deputados federais e outros membros do governo federal.
Além dos prefeitos, vereadores e deputados estaduais que irão se filiar à legenda, várias outras lideranças políticas aguardavam com ansiedade a “janela” de troca de partidos sem o risco da perda do mandato, dentre elas, líderes comunitários, religiosos, empresariais e classistas.
Para o coordenador do escritório político do senador Vicentinho, Argemiro Silva, são vários colaboradores, amigos e irmãos que se empenharam em arregimentar as filiações que darão novo corpo ao partido no Tocantins.
Para ele, a importância das visitas semanais ora do senador Vicentinho, ora do seu filho, deputado federal Vicentinho Jr., e as visitas agendadas por ambos em seus respectivos escritórios políticos, foram de suma importância para que o interesse dos dois e da legenda, PR, no crescimento e desenvolvimento do Estado fosse levado a sério, e pesasse na escolha na hora da mudança.
Segundo Argemiro, esse trabalho vem sendo desenvolvido desde o ano passado, tanto pelo senador quanto pelo deputado federal, de uma forma planejada e transparente, sem levantar inimizades com quem quer que seja, sem alarde, sem brigas, picuinhas ou ciúmes, “um verdadeiro trabalho de companheiros”, definiu.
Argemiro complementa afirmando que esse trabalho “certamente fará do PR um partido vitorioso nas eleições deste ano, pois fomos orientados pelo senador Vicentinho a respeitar nossos adversários e seus espaços políticos, assim como somos respeitados”. “Com humildade e seriedade, procuramos resolver todos os problemas dos nossos companheiros, com absoluta transparência e sem prometer o que não podemos cumprir”, finalizou.
“Esse é o único segredo do sucesso que estamos buscando e que vamos alcançar”, revelou Argemiro.
O deputado federal Vicentinho Junior se filiou nesta quinta, 18, ao PR. O parlamentar estava no PSB, de onde sai para integrar as alas do Partido da República.
Foi o deputado federal e Presidente do PR, Alfredo Nascimento quem oficializou a filiação de Vicentinho Júnior. “O Partido da República é uma legenda forte, que cresce a cada dia, defendendo a missão de ajudar a construir o Brasil com muito trabalho e dedicação – características naturais encontradas no deputado Vicentinho Junior: um companheiro valoroso e trabalhador”, afirma Alfredo Nascimento.
Para o senador Vicentinho Alves, presidente do partido no Tocantins, a vinda do mais novo integrante reforça a composição de quadros do PR, que projeta mais filiações no Tocantins e em todo o Brasil. “Vicentinho Junior é o primeiro deputado federal a integrar o PR em 2016 e, além dele, demais companheiros virão conosco trabalhar pelo Brasil”, pontua.
O Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, também comemorou a nova filiação do partido. “O deputado federal Vicentinho Junior, em seu primeiro mandato, já mostrou a que veio, reunindo determinação e seriedade que coroam o trabalho que desenvolve em prol dos tocantinenses. Não é só o partido que ganha com sua filiação, mas o Tocantins, que agora conta com pai e filho empenhados, em Brasília, pelo progresso de seu estado”, atesta o ministro.
Para recepcionar o novo integrante e demais companheiros que chegam para integrar a legenda, o PR pretende realizar uma festa de filiação partidária na segunda quinzena de março, em Palmas -Tocantins.
Um dos últimos grandes baluartes da política brasileira (política no bom sentido da palavra) revelou à revista Istoé suas decepções, esperanças e sugestões para que o Brasil saia do atoleiro político
Por Edson Rodrigues
O Brasil vive ciclos específicos na política, em que, de tempos em tempos, despontam grandes estadistas, pessoas que têm a política no sangue e ideais democráticos indeléveis. Cada um com uma filosofia própria de ação, mas todos imbuídos em trazer melhorias ou mudar situações que colocavam em risco o futuro da nação.
Talvez os nossos mais autênticos estadistas tenham sido Rui Barbosa, o Águia de Haia, que se notabilizou como ministro da Fazenda procedendo importante reforma financeira no País.
O Barão do Rio Branco imbatível no campo diplomático sobrepujando ingleses, franceses, holandeses e argentinos com infinita e incomparável argúcia.
Se voltarmos ao passado longínquo, tivemos Floriano Peixoto, o "Marechal do Ferro", a quem se atribui a frase militar: "Receberei à bala", se referindo a colonizadores ou invasores estrangeiros. Prudente de Morais, muito prudente e abastado cafeicultor. E Campos Sales, negociador da dívida externa brasileira com os Rothschild. Somos um País surpreendente. Em 1898, o presidente Campos Sales teria ido à Europa negociar a dívida externa brasileira com os Rothschild. Naquela época fazíamos os mesmos maus negócios de hoje?
Em períodos sucessivos Getúlio Vargas, o grande ditador do Estado Novo, foi pioneiro nas leis trabalhistas e ideias nacionalistas. Suicidou-se no segundo governo, já eleito pelo povo.
Eurico Dutra, militar brioso com a maior dignidade, foi um presidente muito respeitado. Cognominado o "catedrático do silêncio".
Juscelino foi considerado um estadista brilhante. Depois de Brasília, o Brasil tornou-se outro País, com a veia política de realizar em cinco anos uma administração que correspondesse a 50 anos.
Na era militar, Castello Branco revelou-se muito expressivo, culto, cercado de políticos importantes e capazes.
Geisel democratizou o País com patriotismo.
Fernando Henrique intelectual, político e polêmico. Um grande ideal. Obras com louvores internacionais.
Nesse contexto, todos esses estadistas foram auxiliados por coadjuvantes que compartilhavam dos mesmos ideais mas preferiram agir no parlamento, dando condições para que os processos mais importantes para a política fossem colocados em prática.
Ulysses Guimarães, Ibsen Pinheiro e Itamar Franco também, cada um de sua maneira, fizeram muito pela credibilidade dos políticos brasileiros.
Mar, por que não falar de Pedro Ludovico, Henrique Santillo e de José Wilson Siqueira Campos, que uniam as melhores qualidades apresentadas acima, também contribuíram significativamente para a continuidade democrática e durante muito tempo, detiveram sob seu comando os desígnios de regiões consideráveis sem, porém, tirar nenhum proveito pessoal disso?
Pedro Ludovico criou Goiânia, emancipou diversos municípios no entorno de Brasília, quando da construção da Capital Federal e morreu apenas com a casa em que morava como bem pessoal.
Seu filho, Mauro Borges iniciou sua carreira política em 1958, quando foi eleito deputado federal por Goiás. Em 1960 foi eleito governador do estado, cargo que seu pai já exercera dezessete vezes entre 1930 e 1954, como interventor de Getúlio Vargas. Em 1979, foi eleito presidente regional do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1982, foi eleito senador pelo Partido Movimento Democratico Brasileiro PMDB e, em 1990, novamente deputado federal pelo Partido Democrata Cristão (PDC).
Henrique Santillo foi senador, governador e deputado federal e é lembrado como o grande transformador do estado de Goiás, também morreu como um homem de poucas posses.
Siqueira Campos, que praticamente fez surgir o Tocantins, construiu uma capital e comandou a maior coligação partidária que o Brasil já teve notícia, vive hoje de sua pensão de deputado federal.
PEDRO SIMON
Outro desses políticos é o ex-senador e ex-governador do Rio Grande do Sul, Pedro Simon, que em janeiro passado completou um ano de sua aposentadoria da vida parlamentar. Neste mesmo mês, ele comemora 86 anos, dos quais mais de 50 dedicados à vida pública, iniciada como deputado estadual em 1963. Longe da tribuna parlamentar, entretanto, Simon decidiu manter-se ativo no ano passado e optou por um giro pelo Brasil. Percorreu o País em palestras a políticos, estudantes, movimentos sociais e organizações empresariais. Agora, tira suas tradicionais férias na casa de verão na praia Rainha do Mar, de onde, após voltar de uma missa, conversou com a revista Istoé e colocou suas ponderações.
O Paralelo 13, sempre atento às boas iniciativas da imprensa, faz, aqui, uma compilação dos melhores trechos dessa entrevista, tão estarrecedora quanto reveladora, de um homem de opiniões fortes, de iniciativas, vezes frustradas, vezes louvadas e transformadas em ações, que, certamente, merece seu lugar no panteão da política Nacional.
AS COLOCAÇÕES DE SIMON
"Tenho muito medo que aconteça alguma coisa com eles (Moro e Papa Francisco)"Antigo entusiasta do PT e da candidatura de Lula à Presidência da República, o ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS) diz que o partido e o ex-presidente foram suas maiores decepções na política.
“Quando houve a primeira denúncia no caso dos Correios, eu subi à tribuna e disse que o Lula iria demitir os envolvidos. Mas ele não demitiu, nem deixou que criássemos a CPI. Precisamos do STF para criá-la. Hoje, o Lula não pode mais dizer que não sabia, porque está tão provado, está tão certo, que o melhor é ele ficar quieto. Certamente, Lula ficará marcado como uns dos homens públicos que levou à ruína do país”, declarou Simon à revista IstoÉ. “Ele não vai ser mais nada, as pessoas estão muito esclarecidas agora. O PT vai pagar suas contas e o Lula deixará a cúpula do partido”, acrescentou.
Aposentado da atividade parlamentar desde janeiro de 2015, Simon percorre o país fazendo palestras para estudantes, movimentos sociais e políticos e falando de seus mais de 50 anos dedicados à vida pública. “O PT foi, na história do Brasil, a maior decepção e a maior paulada que levamos na vida. Foi nossa maior esperança e nossa maior expectativa, que se contrabalanceou com a maior traição que tivemos.”
TRANSFOR AÇÃO NA ORDEM POLÍTICA BRASILEIRA
Para o ex-senador, as investigações da Operação Lava Jato serão responsáveis por uma verdadeira transformação na ordem política brasileira. “O Judiciário brasileiro nunca existiu, só existia para ladrão de galinha. Hoje, ele mudou. Com o Sérgio Moro as coisas vão aparecer. Vai ficar provado que o maior escândalo criminoso do século foi feito no Brasil e, pode ter várias origens, mas teve seu apogeu no governo Lula”, disse. “Eu rezo todas as noites pelo Sério Moro e pelo Papa Francisco. Tenho muito medo que aconteça alguma coisa com eles, porque são duas pessoas muito boas e que estão fazendo coisas extremamente relevantes”, complementou.
IMPEACHMENT
Um dos principais nomes da CPI que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, Pedro Simon avalia que o pedido de afastamento da presidente Dilma foi feito de maneira precipitada. “Na época (do Collor), nos reunimos em meu gabinete para criar uma CPI a partir das denúncias do irmão dele, o Pedro Collor, sobre o PC Farias. Ou seja, primeiro os fatos contra ele apareceram – e, sinceramente, nem eram tão graves quanto os que há hoje contra o Lula e a presidente. Mas dessa vez foi o contrário, foi antes do tempo, criaram a CPI para buscar os fatos. Eu confio muito mais no Supremo. Ele sim vai apurar dados graves contra o Lula e a Dilma”, avaliou.
Por: Daniel Machado
O presidente da OAB-TO (Ordem dos Advogados do Brasil no Tocantins), Walter Ohofugi, se reuniu, neste sábado, 13 de fevereiro, o arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito Guimarães, para tratar das ações que a campanha contra o caixa 2 nas eleições municipais realizará no Tocantins. A campanha, uma iniciativa conjunta da OAB Nacional e da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), será executada pela Ordem e pela Igreja Católica em todo o País. A reunião ocorreu na sede da Arquidiocese de Palmas e Ohofugi estava acompanhado do diretor-tesoureiro da OAB-TO, Ildo Cótico, e do presidente da Acipa (Associação Comercial e Industrial de Palmas), Kariello Coelho. A ideia é envolver outras entidades civis e representativas na campanha para, com isso, dar mais força à iniciativa. Ohofugi explicou que, depois que a OAB Nacional, em conjunto com outras instituições, encampou uma luta que culminou com o fim das doações eleitorais por parte das empresas, o combate ao caixa 2 é a segunda parte do processo, pois evita que o dinheiro ilegal irrigue as campanhas eleitorais. “O dinheiro ilegal ou ilícito é a raiz de muitas mazelas na administração pública. A gestão pública já começa errada tento que errada quando há financiamento ilegal. E quem paga essa conta somo nós”, destacou Ohofugi, ao explicar importância da campanha. O arcebispo Dom Pedro Guimarães destacou a importância da ação conjunta e defendeu que as campanhas eleitorais não podem ser vencidas pelo dinheiro. “Com certeza temos que fazer alguma coisa, a sociedade precisa agir. Hoje, só entra (só se elege) quem tem dinheiro”, salientou o religioso. O arcebispo disse que a atuação conjunta da Igreja e dos advogados vai ocorrer. Ohofugi, além de fazer o primeiro contato para acertar a atuação conjunta, convidou o arcebispo para o lançamento da campanha contra o caixa 2, que vai ocorrer em cerimônia na OAB, no dia 26, com a presença do juiz Marlon Reis, magistrado que foi um dos responsáveis pelo trabalho que culminou com a aprovação da Lei Ficha Limpa. Atuação Primeiramente, a ideia é que o trabalho conjunto da OAB e da Igreja Católica seja formando comitês em Palmas e no interior do Estado. “A ideia é que onde tenha uma OAB, ou uma paróquia, seja montado um comitê para receber denúncias de caixa 2”, explicou Ohofugi, dizendo que depois essas denúncia serão analisadas em conjuntas para serem encaminhadas à PRE (Procuradoria Regional Eleitoral) e para a Justiça Eleitoral. Fraternidade Por outro lado, o arcebispo aproveitou para convidar a OAB para ser parceira da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, que neste ano é saneamento básico. Tanto Dom Pedro, quanto Ohofugi, concordam que saneamento é um problema sério no Brasil e no Estado e as gestões públicas resistem a promover os investimentos necessários.