Por Yago Modesto
A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) divulgou na manhã desta sexta-feira, 04, informações sobre o principal suspeito do desaparecimento da menor Laura Vitória, Ronaldo Santana da Silva, de 40 anos, que reside no mesmo prédio que a família da criança desaparecida.
Segundo informações do delegado João Sergio Kennup, responsável pelas investigações, Ronaldo Santana está sendo procurado pela polícia civil, devido a fortes indícios de seu envolvimento no caso.
O delegado explicou que no dia do desaparecimento da menina Laura Vitória, Ronaldo estava bebendo e foi visto tentando aliciar uma garota na escadaria do prédio, o que foi confirmado em depoimento à Polícia Civil. “Em seu depoimento, Ronaldo nos disse que tentou levar a garota para o seu apartamento, mas desistiu porque sua mulher estava em casa. No entanto, a esposa de Ronaldo desmentiu essa versão, dizendo que estava trabalhando e só chegou, em casa por volta das quatro horas da tarde”, esclareceu o delegado.
João Sérgio falou ainda que as investigações levam a crer que, quando Ronaldo desceu de seu apartamento, a menor Laura Vitória estava no mercado, próximo ao prédio onde mora e onde ela foi vista pela última vez. “Temos informações de que ele (Ronaldo) tentou seguir a menina Laura”, afirma Kennup.
Com o desenrolar das investigações o delegado diz que tentou ouvir Ronaldo Santana novamente, mas ele já tinha desaparecido. Diante dos fatos, o delegado representou, junto ao poder judiciário e foi expedido um mandado de prisão temporária contra o suspeito.
De acordo com a DHPP, Ronaldo já tem passagem pela polícia, tendo sido preso em flagrante por estupro de vulnerável no mesmo prédio. Ele estava em liberdade condicional e responde a três processos pelo mesmo crime.
A Polícia Federal pediu nesta quinta-feira, 3, ao juiz Sérgio Moro que decrete a prisão preventiva do publicitário João Santana e de sua mulher e sócia Monica Moura, ex-marqueteiros de Lula e Dilma nas campanhas de 2006, 2010 e 2014.
Alvo da Operação Acarajé, o casal foi preso na quarta-feira, dia 24 de fevereiro, por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Inicialmente, Moro impôs a Santana e a Monica regime temporário por cinco dias, prorrogado por mais cinco na sexta-feira, 26. Ao pedir conversão para regime preventivo - sem prazo para terminar - a PF alegou "não restar dúvidas" que a sigla "Feira" é uma referência para o casal. Os investigadores citam um laudo grafotécnico apontando que bilhetes encontrados na residência de Maria Lúcia Tavares, secretária de executivos da Odebrecht, com o termo "Feira" e vários telefones do casal e menções a horários foram redigidos por Mônica Moura. Maria Lúcia era a suposta controladora de repasses ilícitos da empreiteira para o casal de marqueteiros. A palavra "acarajé" era a senha para as transferências. "Há fortes indícios aqui de trinta e nove operações de pagamentos em espécie dos ''''acarajés''''! Ademais, a utilização de codinomes e entregas cifradas não deixam margem quanto à origem espúria dos valores aqui identificados", assinalam os delegados Márcio Adriano Anselmo e Renata Silva Rodrigues, que presidem o inquérito da operação. A investigação aponta repasses no exterior de US$ 7,5 milhões da Odebrecht para o casal entre 2012 e 2014. Os investigadores citam a nova planilha "Lançamentos X Saldo (Paulistinha)", encontrada com Maria Lucia, com referência a "Feira" e indicação de pagamentos de R$ 21,5 milhões sob títulos diversos como "café", "crise", "tênis" entre 30 de outubro de 2014 e primeiro de julho de 2015, quando a Lava Jato já avançava sobre a Odebrecht. A PF alega que o casal recebeu dinheiro da empreiteira no exterior e que "não haveria qualquer sentido em receber da Odebrecht valores no Brasil por conta de um suposto pagamento não oficial concernente a serviços prestados à campanhas eleitorais de Angola e Venezuela". O documento de 22 páginas ainda traz detalhes da quebra de sigilo do e-mail do casal, mostrando que João Santana deletou sua conta no aplicativo Dropbox de armazenamento de arquivos na nuvem no dia 22, quando houve a deflagração da 23ª fase da Lava Jato que tinha como alvo o marqueteiro e sua mulher. Eles só não foram presos na mesma data porque estavam na República Dominicana. O casal voltou ao Brasil e se entregou aos investigadores no dia seguinte. Com Estadão Conteúdo
Na página 'A Bem da Verdade', ao todo são divulgadas 45 medidas legais tomadas pelos três, isolada ou conjuntamente
Entrou no ar nesta quarta-feira (2), uma página na internet em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus filhos, Luis Cláudio e Fábio Luis, apresentam seus argumentos às acusações das quais são alvo e revelam o inteiro teor das ações que eles movem contra jornalistas, políticos e um procurador de Justiça. Na página 'A Bem da Verdade', ao todo são divulgadas 45 medidas legais tomadas pelos três, isolada ou conjuntamente.
Entre elas há nove ações indenizatórias ou de reparação de danos morais e cinco interpelações criminais interpostas contra jornalistas dos mais importantes meios de comunicação. Repórteres do jornal O Estado de S.Paulo são alvos de uma interpelação criminal motivada pela publicação de reportagem sobre a Operação Zelotes.
Outros tópicos do site, como "Publicações" e "Feed" divulgam notas à imprensa e notícias que apresentam os pontos de vista da defesa da família de Lula. O site apresenta ainda o currículo de Lula, Fábio Luis e Luís Cláudio.
O domínio da página está em nome da G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda, cujos sócios são Fábio Luis, e os irmãos Kalil e Fernando Bittar. A G4 funciona no bairro dos Jardins, em São Paulo, no mesmo endereço que uma empresa de Luis Cláudio, a LFT Marketing Esportivo, que foi alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal no âmbito da Operação Zelotes.
Consultado, o Instituto Lula afirmou que não é o responsável pelo conteúdo do site. A reportagem entrou em contato com a G4 Entretenimento e Tecnologia por meio do telefone que consta em seu cadastro, mas ninguém atendeu. A assessoria da defesa de Lula e seus filhos também foi contatada mas limitou-se a informar que "o site é autoexplicativo".
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, defendeu nesta quarta-feira (2) o imediato afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara, após votação do Supremo Tribunal Federal (STF).
A maioria dos 11 ministros da corte votou pelo recebimento da denúncia do Ministério Público Federal contra Eduardo Cunha por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. "Até quando o deputado Eduardo Cunha continuará na Presidência da Câmara? A votação de hoje no STF, que indica que a maioria do tribunal vota a favor de acolher a denúncia do Ministério Público contra o deputado Eduardo Cunha e torná-lo integrante da lista de réus em ações decorrentes da Operação Lava Jato, reforça a necessidade de o deputado se afastar imediatamente da Presidência da Câmara. O afastamento é necessário para que o deputado não tenha meios de atrapalhar as investigações, no âmbito da Justiça e também dentro do Legislativo, e para que a autoridade da Câmara não continue a ser prejudicada", afirmou Lamachia.
O julgamento continuará nesta quinta-feira (3). Se nenhum dos seis ministros que votaram a favor do recebimento da denúncia mudar o voto, Cunha se tornará réu na Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki apontou "indícios robustos" para o recebimento parcial da denúncia da Procuradoria-Geral da República.
Para Teori, o deputado usou o cargo para fazer pressão e receber propina do esquema que atuava na Petrobras. O entendimento foi apoiado pelos ministros Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Edson Fachin, Luis Roberto Barroso e Rosa Weber. Cunha é acusado formalmente de receber propina de US$ 5 milhões.
Os valores seriam referentes a contratos de aluguel de navios-sonda da Petrobras firmados pela Diretoria Internacional da estatal, considerada cota do PMDB no esquema de corrupção.
Em seu voto, Teori afirmou que há "elementos básicos" para o recebimento da denúncia, porque há indícios de que a então deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ) – hoje prefeita de uma cidade fluminense – teria atuado na Câmara para defender os interesses de Eduardo Cunha.
O próprio promotor que notificou Lula e Marisa para prestar depoimento presencial admitiu ter havido equívoco
O juiz Nuevo Campos, da 10ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, concedeu parcialmente nesta quarta-feira (2) liminar favorável ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que nem ele, nem a esposa, Marisa Letícia, sejam conduzidos coercitivamente para prestar depoimento no Ministério Público de São Paulo sobre a compra de um apartamento tríplex, em Guarujá, no litoral paulista.
De acordo com o juiz, o próprio promotor que notificou Lula e Marisa para prestar depoimento presencial, Cássio Conserino, admitiu ter havido equívoco sobre a forma proposta para o casal apresentar esclarecimentos.
“O representante do Ministério Público em primeiro grau de jurisdição, espontaneamente, prestou esclarecimentos e apresentou documentos. Esclareceu, a propósito, ter ocorrido equívoco, em relação aos termos das notificações dos pacientes, consistente em utilização de formulários inadequados, pois, por estarem na condição de investigados, não estão sujeitos à condução coercitiva”, disse o juiz na liminar.
Nuevo Campos explicou que, como o próprio promotor reconheceu o erro, a liminar foi concedida apenas para obrigar a correção das notificações no caso, sem a exigência de que Lula e Marisa prestem esclarecimentos presenciais ao Ministério Público na atual fase do processo. “De rigor o deferimento parcial da liminar tão somente para, afastada a condução coercitiva dos pacientes, determinar, nos autos da investigação criminal, seja formalizada a regularização das notificações apontadas como equivocadas”, ressaltou Campos na decisão.
Em nota, o Instituto Lula destacou que a convocação, originalmente marcada para esta quinta (3), foi a segunda tentativa do promotor de forçar depoimento presencial de Lula e Marisa. “O próprio promotor admite que 'errou' ao ameaçar Lula e Marisa com a obrigatoriedade (inexistente) do testemunho presencial -- ainda que só tenha se manifestado sobre o assunto depois de protocolado o pedido de habeas corpus.”
A nota acrescenta que o pedido da defesa de Lula, ratificado pela decisão do Tribunal de Justiça, não é uma "tentativa de protelar investigações ou de não prestar as informações pertinentes, mas de garantir o regular andamento do processo." Segundo o texto, por ser um cidadão como todos os demais, Lula deve ter seus direitos constitucionais preservados.
O ex-presidente e sua esposa apresentaram ao Ministério Público explicações por escrito, na última segunda-feira (29).