Pesquisa mostra que padrinhos políticos podem afastar ao invés de atrair o eleitorado na disputa pelo comando da capital paulista
Por Jésus Mosquéra
O instituto de pesquisa Datafolha divulgou, neste sábado (6), um levantamento sobre o poder de influência de padrinhos políticos na disputa pela prefeitura de São Paulo (SP). Os dados indicam que 56% dos eleitores admitem mudar o voto a depender de quem acompanhará seus candidatos nos palanques.
Dos 56% que cogitam essa possibilidade, 37% trocariam de candidato com certeza, e 19% “talvez” mudariam o voto. Por outro lado, 41% manteriam os votos. E 2% não souberam responder. Essas porcentagens foram obtidas com base em 1.092 entrevistas realizadas no município de São Paulo, entre terça (2) e quinta-feira (4). A margem de erro é de 3% para mais ou para menos. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.
Bolsonaro lidera rejeição
O Datafolha mediu a influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Dos quatro, Bolsonaro é o que mais afugenta eleitores: 65% responderam que não votariam em qualquer candidato apoiado por ele. A rejeição aumentou em relação a maio, quando 61% responderam não querer votar em um candidato apoiado pelo ex-presidente.
Em segundo lugar vem o apadrinhamento de Tarcísio, com 48% de rejeição. Alckmin vem em seguida, com 47%. Já Lula tem 45% de rejeição como padrinho político.
Quais serão os “afilhados”?
A pesquisa buscou também os palpites dos eleitores sobre quais serão os candidatos apadrinhados. Entre os entrevistados, 40% afirmaram não saber quem será o “afilhado” de Bolsonaro, 11% disseram que seria Pablo Marçal (PRTB) e 27% acertaram, ao apontar o nome do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), a quem o ex-presidente já declarou apoio. Nunes tem também o apoio de Tarcísio.
Quase metade dos eleitores - 48% - sabe que Lula apoia a pré-candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura de São Paulo. Apenas 7% sabem que o apoio de Alckmin é a Tábata Amaral (PSB). Boa parte - 24% - acredita que ele fechará com Boulos. E 13% afirmaram que o candidato de Alckmin é Nunes. Outros 39% não souberam responder.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, a rejeição a um candidato apadrinhado pelo governador do estado, Cláudio Castro (PL), é de 61%. Em relação a um possível afilhado de Bolsonaro, a rejeição é de 57%. Já Lula é rejeitado como padrinho por 46% dos eleitores.
Mais da metade dos cariocas - 54% - não sabem qual candidato Castro e Bolsonaro devem apoiar. O apoio de Lula ao prefeito Eduardo Paes (PSD) é reconhecido por 42% dos eleitores, enquanto 38% não sabem qual o candidato do presidente.
Belo Horizonte e Recife
Em Belo Horizonte, 60% dos eleitores declararam que não votariam de jeito nenhum em algum candidato de Bolsonaro,. A rejeição a Lula é de 53%. Já o governador Romeu Zema (Novo) afasta 48% dos eleitores. No Recife, 67% dos eleitores rejeitam um candidato apoiado por Bolsonaro, enquanto 38% admitem trocar o voto se o apoio vier de Lula. A governadora do estado, Raquel Lyra (PSDB), afasta 59% dos eleitores.