Voto de Gilmar Mendes causa divergência de opinião entre os brasileiros, mas pode estabilizar a economia do País
Por Edson Rodrigues
Depois de vários dias de julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral, (TSE), sobre os ombros do Ministro Gilmar Mendes pesou uma decisão complexa, o que levou a inúmeras críticas vistas por vários ângulos. O presidente da Corte foi responsável pelo voto de desempate, que absolveu o presidente da República Michel Temer de ser condenado e cassado pela acusação de abuso do poder econômico supostamente ocorrido nas eleições de 2014.
Como presidente do Supremo, cabe a Gilmar Ferreira Mendes o voto de minerva. O processo foi conduzido do relator Herman Benjamin teve três votos em favor da cassação e três votos contra. Em seu voto, Mendes explicou que "cassações de mandato devem ocorrer em situações inequívocas. Não se substitui um presidente da República a toda hora, ainda que se queira”.
A partir de então os comentários são inúmeros, alguns acreditam que a decisão do ministro se baseia na busca pelo equilíbrio democrático, institucional e econômico do País, outros já defendem que trata-se de interesses pessoais, alguns técnicos. O fato é que as divergências de opiniões e conclusões sobre a soberania de uma decisão conclusiva são inúmeras.
Ao que parece, o ministro Gilmar Mendes teve uma interpretação sensata, altiva, equilibrada. Algum brasileiro já se imaginou sendo presidido por Rodrigo Maia, atual presidente da câmara dos deputados? Maia certamente seria candidato a presidência da república, nas eleições indiretas, e dentro do Colégio eleitoral, com conchavos políticos assumiria o Brasil até dezembro de 2018.
As mudanças de um quadro sucessório não pararia por aí, tudo seria renovado, o país voltaria ao mesmo ponto de há um ano, no entanto com a possibilidade de continuar afundando-se em um abismo, em que todos os brasileiros foram de forma indireta obrigados a entrar, sem previsões de saída.
Os bancos públicos teriam novos gestores e as financeiras como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco da Amazônia (Basa) e Banco Central concentraria as maiores exportações, conchavos políticos, e seriam responsáveis por financiar alguns projetos e obras eleitoreiras. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também faria parte do pacote, um verdadeiro “samba do crioulo doido”.
O voto de Gilmar Mendes
A princípio pode até parecer tendencioso a decisão do ministro, e ainda que não pareça, o país inicia a semana em uma situação de trégua, um tempo para que o empresariado respire aliviado sem ser obrigado a se submeter a um novo governo, um presidente interino que também é réu em processo no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), acusado de participação na Lava Jato.
Não podemos esquecer ainda do homem do campo. O produtor rural, do agronegócio está a todo custo mantendo uma balança comercial de exportação recorde o que demonstra que teríamos um índice maior na inflação, pois a instabilidade política do país respinga principalmente na economia e na visão de empresários internacionais sobre o país, que desistem de investir onde não há consolidação.
E a corrupção praticada por mais de 90% dos políticos, mantenedores de cargos em todas as esferas, que vão das câmaras municipais até a presidência da república mais uma vez, ajustariam seus valores, fariam novas alianças, em detrimento de interesses pessoais.
Reformas
Precisamos lembrar que o voto de Gilmar Mendes fez com que o País continue com propostas, reformas, e não volte à estagnação. Precisamos lembrar a responsabilidade do Congresso Nacional diante de reformas trabalhistas, políticas e previdenciária que auxiliará na melhoria da elevação dos índices de emprego, redução dos preços de combustíveis, como vêm acontecendo, e que voltemos a crescer como o gigante país e nação que construímos.
Do pequeno, médio, micro ao grande comerciante, empresário, produtor, atualmente todos estão sobrecarregados de impostos, taxas altíssimas, lucro mínimo que por sua vez divide com o consumidor, que é quem paga a parte mais cara do bolo, e acaba ficando com a menor fatia.
O País acompanha uma situação de rombo, em que empresas como a JBS, recebeu incentivos milionários para investimentos no país de financeiras públicas, mas causaram rombos astronômicos. Assim como a JBS, tantas outras que sonegam, mas repassam a conta para os consumidores. Financeiras, empresas de energia elétrica, e tantas outras instituições que tem levado nosso sistema previdenciário ao caos, e ainda assim continuam atuando no mercado, sem punição alguma.
TSE, o aparelho da economia
Hoje, o Supremo é considerado a máquina de oxigênio do País, mas ainda assim os momentos de turbulências devastadoras não terminaram. O presidente Michel Temer precisa agora mostrar força dentro e fora do Congresso para administrar.
Presidente sob investigação
Lembrando que paira sobre ele graves denúncias, que por sua vez estão sendo investigadas pelo Judiciário. Segundo as acusações, Michel Temer teria usado os recursos da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), o serviço secreto brasileiro, para investigar o relator da Lava Jato, Luiz Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal.
Agora mesmo diante de ter negado a acusação, Michel Temer terá que provar sua inocência ao Supremo e demais Cortes, assim como a todos os brasileiros. Caso fique comprovado o envolvimento do presidente, não somente é o fim do seu mandato, como da sua vida pública. E o País, volta ao ponto de estagnação, com presidência interina, eleições indiretas, e todos os demais processos burocráticos de sucessão, que nos devolve, mais uma vez, ao fundo do poço.