E, POR FIM, O PRÓPRIO TSE ENTRA NO JOGO DE VÁRZEA EM QUE SE TRANSFORMOU O 2º TURNO

Posted On Sexta, 28 Outubro 2022 17:24
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Sabe aquela sensação estranha que ficou quando o STF decidiu que após ser condenado em duas instâncias, o réu deveria ir para a prisão, mas, depois, desdecidiu isso para libertar Luiz Inácio Lula da Silva e, para fortalecer sua própria desdecisão, anulou as condenações que recaíam sobre o petista, devolvendo a ele os direitos políticos?

 

Por Edson Rodrigues e Luciano Moreira

 

Pois bem, o TSE acaba de entrar nesse “jogo de estranhezas” que envolve esta eleição presidencial, com seu presidente, ministro Alexandre de Moraes, vestindo a carapuça do ditado que diz: “se quer saber o caráter de uma pessoa, dê poder a ela”.

 

Para justificar o “jogo de várzea” usado no título deste editorial, vamos citar um artigo do colunista Ricardo Kertzman, do Jornal Estado de Minas, que definiu assim o atual momento de “todo poder emana do TSE”, pelo qual estamos passando: “A mais recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de impor censura prévia à Rádio Jovem Pan parece ser o epílogo de um filme de horror que insiste em não terminar. Ou de um jogo de futebol de várzea, onde todos estão errados, dos atletas indisciplinados ao juiz despreparado, passando pelos torcedores violentos. Em primeiro lugar: censura é inadmissível, inaceitável e intolerável”.

 

Na parte mais certeira da sua coluna, aquela que o leitor pode identificar por si próprio o que está sendo dito, Ricardo Kertzman vaticina: “Na esteira do derrame do chorume que transbordou, cada vez mais politizado e menos legalista, o Supremo Tribunal Federal (STF), após ir e vir, convenientemente, na prisão e soltura do ex-presidiário (sim, ex-presidiário!!) Lula da Silva, contaminou o colegiado eleitoral, que mais perdido que cego em tiroteio, anda metendo os pés pelas mãos.

 

O ministro Alexandre de Moraes, (foto) - Xandão para os íntimos, hehe - encarnou o juiz trapalhão, perdido, autoritário que, em meio ao jogo sujo dos atletas (dos dois times), que insistem em distribuir caneladas, descumprir as regras e ofender o próprio árbitro, não consegue controlar a partida, expulsa todo mundo, estraga o “espetáculo’ e desagrada a todos.

 

Repito os três Is acima: censura é inadmissível, inaceitável e intolerável. Mas os jogadores (os políticos) são igualmente culpados E a imprensa - certo tipo de imprensa - tem muita culpa no cartório também. Juntos, transformaram as eleições em partida de várzea, tornaram as torcidas (os eleitores) inimigas mortais e rebaixaram a democracia.

 

Sim, aproveitando a analogia com o futebol: nossa democracia foi rebaixada à segunda divisão. E corre o sério risco de cair para a Série C. O Brasil, independentemente do vencedor no dia 30, seguirá fraturado como jamais esteve. E custo a imaginar que se recupere tão cedo. Nós e as gerações futuras pagaremos o preço da irresponsabilidade.

 

Nada mais certeiro.

 

LIMITES

Há limites para tudo, inclusive para a ação das próprias instituições do Poder Judiciário, sob pena de fugirmos de uma possível ditadura governamental para vivermos uma “ditadura de togas”.

 

Faltando apenas dois dias para a votação do segundo turno presidencial, o TSE decidiu legislar, criando normas e aplicando como Leis, mudando a regra do jogo com o jogo em andamento, já no seu segundo tempo (ou segundo turno). Imaginem uma partida de futebol jogada no primeiro tempo cum uma regra e no segundo com outras regras...

 

Em Goiânia o Ministério Público Federal denunciou agentes da Polícia Federal por não prenderem o empresário que estava vendendo o quilo de picanha por 22 reais.  Agora, os membros do TSE querem porque querem fazer funcionários denunciar seus patrões por pedir votos a eles para seus candidatos a presidente, para tentar incriminá-los por “assédio eleitoral”, caso os patrões ofereçam benefícios ou façam ameaças em relação ao voto dos seus funcionários que, como de todo eleitor, é secreto.

 

Ora, se oferecer benefício aos funcionários pedindo voto ao seu candidato é crime, o que dizer, então, dos partidos que oferecem lanche e transporte para eleitores?

 

E, se o voto é secreto, o que impede o funcionário de aceitar a benesse e votar no outro candidato?

 

O que o TSE está conseguindo é fazer aflorar rixas entre patrões e empregados, uma vez que um funcionário insatisfeito com seu trabalho pode alegar assédio eleitoral, mesmo que não tenha ocorrido, no intuito de prejudicar seu patrão, uma vez que ficará a palavra do empregado contra a do empregador e, claro, o que o TSE quer é punir o empregador, nunca o empregado.

 

A forma com que o Poder Judiciário tem agido nesta eleição tem sido áspera e conflitante como nunca se viu em eleições anteriores. Regras estão surgindo a cada dia, sem que haja publicidade de que elas existem ou passaram a existir.

 

Se o Brasil tem o processo eleitoral mais claro e transparente do mundo, como já mencionaram membros da Justiça Eleitoral, por que cargas d’água seus membros estão agindo com tanta incoerência, aparecendo mais na TV que os próprios candidatos?  E sempre de forma desfavorável ao atual presidente, que busca uma reeleição?

 

COMO NÃO FAZER

Até agora, o que se viu neste processo eleitoral presidencial, é um “manual de como não fazer” nas eleições municipais de 2024. Até lá, espera-se que todas as regras do jogo sucessório estejam definidas e esclarecidas bem antes de o jogo começar, e que todas as “novidades” e “penduricalhos” sejam amplamente divulgados, para não prejudicar candidatos específicos, como vem sendo feito.

 

O eleitor – e os políticos – precisam de segurança para se envolver em uma eleição.  Sem eles, não haverá eleição. 

 

Por isso, por incrível que pareça, se faz necessário um ajuste de conduta dos membros da Suprema Corte Eleitoral para, pelo menos, aperfeiçoar o processo e evitar “sustos” e “penduricalhos legais”, que coloquem em risco o resultado final.

 

AOS TOCANTINENSES

 

Ao bom e ordeiro povo do Tocantins, que neste domingo, dia 30 de outubro, tudo transcorra em paz e harmonia e que o exercício da cidadania possa ser feito sem nenhum contratempo, com liberdade de ir e vir e consciência na hora do voto.

 

Mais que optar entre Bolsonaro e Lula, é importante que os eleitores não deixem a decisão sobre os próximos quatro anos de suas vidas nas mãos de outras pessoas.  Não à abstenção. Não ao voto nulo ou em branco.  Escolha o seu candidato e vote nele!

 

Vote consciente, pelo bem do nosso Estado e do nosso País!

 

Que Deus nos ajude!