Os candidatos a vice-prefeito e a insegurança dos imprevistos

Posted On Domingo, 14 Julho 2024 05:37
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REFLEXÃO DESTE DOMINGO

 

Por Edson Rodrigues

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 faz um alerta aos partidos, pré-candidatos a prefeito, grupos políticos e ao eleitorado de todos os 139 municípios, quanto à importância das indicações para a vaga de vice-prefeito, não só pelo cargo em si, mas pela responsabilidade da estabilidade da governança de cada cidade tocantinense, em relação aos imprevistos que a vida pública reserva.

 

O eleitor que irá chancelar, com seu voto, um mandato de prefeito aos pré-candidatos que estão com seus nomes em avaliação, precisa estar atento – e muito – a quem será o candidato a vice-prefeito nessa chapa. Assim como o prefeito, o vice-prefeito tem que ser uma pessoa capacitada e preparada para assumir a gestão municipal sempre que precisar. Tem que ter, no mínimo, compromisso com o programa de governo do seu titular, e capacidade de coloca-lo em prática na ausência do prefeito.

 

De nada vale um vice-prefeito decorativo, daquele que só compôs a chapa porque tinha votos ou porque residia uma localidade importante para a composição final dos votos, se, quando precisar, ele não souber administrar uma cidade ou for ao contrário de tudo o que os eleitores esperavam ao eleger a chapa.

 

Logo, os grupos políticos e, principalmente, os eleitores precisam, também, avaliar a qualidade dos candidatos a vice-prefeito que estarão no páreo em outubro próximo.

 

PRODUTO NA PRATELEIRA

 

Partidos e grupos políticos precisam estar cientes de que candidatos a vice-prefeito não são produtos expostos em uma prateleira, do tipo em que se escolhe – e se paga – por aquele que mais convier em busca da vitória nas urnas.  O risco de erro é muito grande.

 

Obviamente “produto na prateleira” é apenas uma metáfora para o que pode acontecer na definição de um nome para ser o vice-prefeito em uma chapa. Muitos chegam ao posto por negociatas, compra de vagas, negociações espúrias, troca de favores e outros subterfúgios não republicanos, que, notoriamente são usados nos bastidores da política.

 

Claro que a maioria chega ao posto por méritos políticos, mas são inúmeros os casos em que, sabe-se, isso não acontece.

 

Imaginemos que, por motivos médico, de morte ou de viagem – ou de crime contra a administração pública -, o prefeito se afaste do cargo e o poder passe para seu vice. Se ele não for capacitado ou se for mal intencionado, o município que ele passará a administrar pode se transformar em um caos completo, com insegurança não só da população, mas, também, dos servidores públicos municipais.

 

Ou, em casos em que o vice é reconhecidamente capaz e tem condições de manter o que vinha sendo feito de bom e mudar o que estava dando errado, pode ser uma bênção para o município. Mas, casos assim são raros.

 

DEBATE COM OS CANDIDATOS A VICE

 

O nível de capacidade, de habilidade política e de empatia dos candidatos a vice-prefeito deve ser avaliado, também, se possível com a realização de debates entre eles.  É nos debates que os paraquedistas são identificados e desmascarados, e os capazes se destacam dos demais, facilitando a elaboração do voto pelo eleitor.

 

A importância de um bom vice-prefeito é a mesma de se ter um bom prefeito, mas funciona como um “seguro” de bens. É bom que ele esteja lá, mas só será eficaz se você precisar acioná-lo.

 

]é por isso que fazemos um apelo à Associação dos Veículos de Comunicação do Tocantins – AVECOM – na figura do seu presidente, Alex Câmara, para que promova debates com os candidatos a vice-prefeito dos maiores colégios eleitorais do Tocantins, para evitar retrocessos administrativos.

 

Os exemplos são muitos, mas o mais emblemático aconteceu na capital de Goiás, na última eleição municipal, em 2020, quando Maguito Vilela se elegeu prefeito, tendo como vice Rogério Cruz. Maguito adoeceu antes de assumir, o cargo foi passado para Rogério que, com a morte de Maguito, assumiu a prefeitura de Goiânia.  A questão é que Rogério era totalmente desconhecido do eleitorado goiano e desentrosado com a classe política estadual e, o pior, sem nenhum conhecimento ou experiência em gestão pública.

 

Goiânia foi tomada por um caos administrativo e político e passou a ter falhas nas áreas da Saúde Pública, no transporte urbano, foi alvo de operações e investigações do Ministério Público e das Polícias Civil e Federal, e vai levar anos para se recuperar da gestão desastrosa que vai acabar neste fim de ano.

 

CONCLUSÃO

 

Portanto, esse é o nosso alerta para que todos façam uma reflexão, neste domingo. Não basta ser esposa, filho, pai, amigo de infância, de qualquer figurão para ser vice-prefeito. É necessário, primeiro, ter caráter, um passado limpo, conhecimento e capacidade administrativa, além de habilidade política a toda prova, para que nossos municípios não corram o risco de ficar à mercê da possibilidade de serem governados por pessoas que não têm identificação local nem capacidade para tal.

 

Até a reflexão do próximo domingo!