Há exatamente quatro anos nos deixava órfãos Salomão Wenceslau. Meu amigo, meu irmão, conselheiro, padrinho e tudo o mais que “dois dedos de prosa” são capazes de cativar entre dois seres humanos que dividiam a mesma ideologia, as mesmas opiniões, as mesmas divergências e os mesmos gostos por uma amizade sincera.
Por Edson Rodrigues
Infelizmente, pelo que noto com o passar dos anos, sua presença, sua personalidade e sua persona vêm sendo paulatinamente esquecidos pelo povo tocantinense. Cada vez menos pessoas guardam na memória o quão importante ele foi – e continua sendo – para a história desse nosso Tocantins e da nossa Palmas.
É impossível escrever a história deste Estado sem um capítulo à parte sobre sua atuação como entusiasta, agregador, conciliador e ser humano.
Verdadeiro visionário, Salomão foi um verdadeiro guia para muitos dos políticos que hoje estão com suas carreiras concretizadas e realizadas, mas que, sem os seus conselhos, talvez hoje seriam meros coadjuvantes da vida política tocantinense.
Seu O Jornal foi um pilar na construção da democracia no Tocantins e serviu de bússola para muitos fatos que marcaram a história do nosso Estado. Construído junto com sua amada esposa, o grande amor da sua vida e a companheira ideal para sua personalidade, Joana Castro, O Jornal transcendeu seu papel de veículo de imprensa e transformou-se no lar de todos os amigos que Salomão e Joana amealharam aos milhares em pouco tempo.
Em sua casa, nos churrascos, nos chambaris, nas feijoadas, rabadas, galinhadas, peixadas e outros quitutes, e nos goles de pinga de engenho, também, eles recebiam de simples pessoas do povo até governadores, passando por jornalistas, empresários, políticos, desembargadores, todos com a mesma simplicidade e o mesmo tratamento hospitaleiro e amoroso.De suas reuniões informais nasceram ideias que levaram à criação de outros jornais, ações populares, blocos carnavalescos e um sem número de projetos e iniciativas, sempre visando o bem estar e a alegria do povo tocantinense.
A família de O Paralelo 13, eu, meus irmãos, minha esposa, meus filhos, perdemos, há quatro anos, uma das melhores pessoas que Deus poderia ter colocado em nossos caminhos. Perdemos um conselheiro, um amigo, um irmão, e sentimos essa dor da ausência o tempo todo, principalmente quando esta data fatídica se aproxima.
E esse nosso sentimento de gratidão não nos deixa esquecer que outros também perderam muito com a partida de Salomão, principalmente sua esposa, Joana e seu filho, Aurélio, que hoje estão esquecidos pela grande maioria dos que se diziam amigos íntimos e eternos de Salomão.
Salomão Wenceslau e oi defensor público Marcelo Thomaz
Esse esquecimento, que beira a mesquinhez, redunda em falta de apoio à Joana para que continue o legado de Salomão, para que continue com as edições impressas de O Jornal. Pessoas que hoje detém mandatos e cargos, aos quais só chegaram graças aos conselhos e à ajuda de Salomão, simplesmente viram as costas e fecham os olhos ante as necessidades que todo veículo de comunicação tem para se manter ativo. Não visitam a sede do Jornal, não atendem aos telefonemas, não respondem mensagens. Não estamos falando do povo, do gentio, das pessoas comuns que gostavam e admiravam Salomão. Esses conservam e demonstram a gratidão e a admiração. Falamos dos políticos, de gente graúda, que bebeu dos conhecimentos, dos conselhos, da sabedoria de Salomão ...
Mas, como costumo dizer para a minha “cunhada” Joana, o tempo é o senhor da razão e Salomão está lá em cima, olhando e observando tudo isso, certamente já mantendo “dois dedos de prosa” com o Pai, dando um jeito para arrumar essa situação.
Governador Marcelo Miranda prestigiando aniversário de ojornal
Queremos deixar aqui, à Joana, nossos pesares eternos, juntamente com a nossa promessa de jamais esquecê-la e ao seu filho, e cobrar-lhe nossos encontros, almoços e conversas, para mantermos fortes os laços de amor, carinho e gratidão que unem nossas famílias.
Salomão, que saudade!