Convenção do Republicanos para lançar ex-ministro ao governo de SP foi marcada por exaltação do presidente
Por Simone Queiroz e Fernando Jordão
O Republicanos oficializou, neste sábado (30.jul), a candidatura do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo, durante convenção na capital paulista. O evento, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi marcado por críticas ao PT e à gestão do PSDB em São Paulo, bem como por exaltação do atual chefe do Executivo.
Bolsonaro chegou ao local às 11h, acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Logo depois, uma criança que usava uma farda da Polícia Militar de São Paulo cantou o Hino Nacional.
Tarcísio falou por volta das 11h30. Em seu discurso, deixou a impressão de que era mais cabo eleitoral do presidente do que o contrário. "Ter ideias é fácil, mas não é todo mundo que tem capacidade de tirar essas ideias do papel. Foi o que o governo do presidente Bolsonaro mais fez nesse período. Tirou ideias do papel, transformou sonhos em realidade, plantou, semeou o futuro, semeou a esperança", disse. "O presidente fez a diferença. Com coragem, enfrentou todas as batalhas que venceu e está conduzindo o Brasil para um caminho de prosperidade, para um caminho de futuro", acrescentou.
O agora candidato também elencou medidas que pretende adotar caso eleito, com ênfase em obras e prometendo um plano baseado em "dois pilares": "O cuidado com as pessoas e a geração forte de empregos".
Não faltaram críticas às gestões dos PSDB no Palácio dos Bandeirantes. Segundo Tarcísio, o dia de hoje marcava "o fim de um ciclo". "O ciclo de um partido que está há 28 anos no poder. Um partido que criou raízes profundas e essas raízes hoje impedem o estado de andar."
Além de candidatos do Republicanos aos mais diversos cargos, o evento contou com as presenças do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha -- preso por corrupção -- que acompanhou todo o evento de cima do palco. A cerimônia também foi marcada por falhas técnicas, com organizadores reclamando constantemente do sistema de som.
Michelle e Bolsonaro
Depois de Tarcísio, quem teve a palavra foi a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que, em tom religioso, exaltou a esposa de Tarcísio, Cristiane Freitas. "Nesse momento, como mulher, como mãe -- e eu sei das dificuldades de estar ao lado de um presidente da República, eu quero pedir que Deus cenha abençoar a sua vida", disse. "A missão é árdua, mas Deus está com vocês", acrescentou Michelle, que recebeu um abraço do ex-ministro aos prantos.
A primeira-dama também recebeu afagos do marido, o presidente Jair Bolsonaro, que, em sua fala, chamou Michelle de sua "dona", apontou feitos de seu governo relacionados a pessoas com deficiências auditivas, os quais, segundo o presidente, foram ideias da primeira-dama, e disse ser mais feliz após o casamento.
O discurso amoroso dirigido à primeira-dama destoou do restante das declarações de Bolsonaro que, assim como Tarcísio, atacou o PSDB, inclusive, fazendo menção, sem citar o nome, ao ex-tucano e ex-governador paulista Geraldo Alckmin -- hoje no PSB e vice da chama de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência -- classificado como "criminoso conhecido por suas falcatruas no estado de São Paulo".
O presidente também repetiu declarações sobre a pandemia -- dizendo "que não errou nada" e criticando o fechamento do comércio -- e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro ainda convocou apoiadores a manifestações no 7 de Setembro e anunciou um desfile das Forças Armadas na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no Dia da Independência.