O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 6, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) 2020-2021 com informações sobre turismo. De acordo com a pesquisa, no Tocantins, o número de viagens caiu 55,3% entre 2019 e 2020. No ano passado, o setor já começou a mostrar sinais de recuperação e a quantidade de deslocamentos aumentou 16,9%, em relação a 2020.
Da Assessoria
A proporção de domicílios tocantinenses em que os moradores realizaram ao menos uma viagem caiu de 35,4%, em 2019, para 17,5% em 2020. Um ano depois, aumentou para 19,4%. “Os resultados refletem os impactos causados pela pandemia no comportamento das pessoas em relação às atividades turísticas”, apontou a analista da pesquisa, Flávia Vinhaes. Em 2019, os tocantinenses realizaram 199 mil viagens, já em 2020, 89 mil e, em 2021, 104 mil.
De acordo com os resultados, a falta de necessidade (42,2%) foi o principal motivo que levou o tocantinense a não viajar em 2021. Em segundo lugar ficou a opção de não ter dinheiro (24%) e, em terceiro, a opção outro (13,3%). Essa categoria inclui os motivos relacionados à pandemia, como a impossibilidade de pegar voo, necessidade de isolamento social ou infeção pelo vírus no período. Em 2020, a justificativa da maioria também foi a falta de necessidade (31,8%), em seguida, não ter dinheiro (31,2%) e outro motivo (16,7%). Em 2019, em quase metade dos domicílios (43,8%) cujos moradores não viajaram, o motivo para a ausência de viagem foi a falta de dinheiro.
Em 2020, de todas as viagens feitas pelos tocantinenses, 14,6% ocorreram por motivos profissionais e 85,4% por motivos pessoais, ou seja, para lazer, tratamento de saúde ou consulta médica, visita a parentes e amigos, eventos familiares ou outro (inclui compras pessoais, religião ou peregrinação, cruzeiros, cursos, bem-estar estudos e congressos). Em 2021, 20% dos deslocamentos foram realizadas por ocasião de trabalho e 80% por motivo pessoal.
Com a pandemia, poucas pessoas viajaram a lazer nos últimos dois anos. Conforme a pesquisa, em 2021, o que mais motivou os tocantinenses a viajarem foi o tratamento de saúde ou consulta médica (45,8%), seguido de visita ou evento de familiares e amigos (38,4%), busca de lazer (11,5%) e outro (4,4%). Em 2020, 35,1% das viagens foram realizadas para visita a parentes e amigos, 32,4% para tratamento de saúde, 17,7% para lazer e 14,7% por outro motivo.
“A visita a parentes ou amigos continua bastante expressiva em todas as classes de rendimento, enquanto o lazer aparece mais nas classes de rendimentos mais elevados. Já o tratamento de saúde, que é bem significativo entre os motivos de viagens das classes com menores rendimentos, pode ser explicado pela necessidade de deslocamento de pessoas que moram em cidades pequenas, que muitas vezes não têm estrutura para realização de cirurgias, intervenções e outros tipos de tratamento”, explicou a analista da pesquisa.
Gastos com turismo
Pela primeira vez, a PNAD Turismo levantou os dados relativos aos gastos no setor. O gasto total médio das viagens dos tocantinenses com pernoite foi estimado em R$ 860 em 2020 e R$ 1.126 em 2021. São Paulo respondeu por 18,2% de todo o gasto com turismo no país no ano passado, totalizando R$ 1,8 bilhão. Esse estado foi seguido por Bahia (R$ 1,1 bilhão), Rio de Janeiro (R$ 1,0 bilhão) e Santa Catarina (R$ 864 milhões). O Tocantins, na 22º posição, participou com uma fatia de 0,8%, ou seja, R$ 79,8 milhões. Em 2020, o gasto total com turismo no estado foi menor: R$ 74,9 milhões, o que representou 0,7% na distribuição percentual entre todas as Unidades da Federação.
Principais destinos
As regiões mais visitadas no Brasil em 2021 foram Sudeste (40,9%), Nordeste (28,2%) e Sul (17,3%). Parte expressiva dos deslocamentos aconteceu dentro de uma mesma região e até no interior dos estados. São Paulo apareceu em primeiro lugar entre os destinos mais procurados para as viagens nacionais, concentrando 20,6% dos viajantes do país. Em seguida veio Minas Gerais (11,4%), Bahia (9,5%), Rio de Janeiro (6,6%) e Rio Grande do Sul (6,5%). Tocantins ficou com percentual de apenas 1%. Apesar do baixo índice, o estado tem atraído mais turistas e avançado no ranking dos destinos mais visitados: em 2019 ocupava o 24º lugar, em 2020 o 22º e, no ano passado, o 21º lugar.
Dados nacionais
Em todo país, em 2019, foram realizados 20,9 milhões de viagens e, em 2021, 12,3 milhões. O número de viagens caiu 41% entre 2019 e 2021. Já a proporção de domicílios em que os moradores realizaram ao menos uma viagem caiu de 21,8%, em 2019, para 13,9% em 2020. Um ano depois, chegou a 12,7%. As despesas totais em viagens nacionais com pernoite somaram R$ 9,8 bilhões em 2021, uma queda em relação ao total registrado no ano anterior, quando haviam sido gastos R$ 11,0 bilhões.
Sobre a pesquisa
A PNAD Turismo quantifica os fluxos de turistas nacionais entre as diferentes regiões do país e para o exterior. Em 2020 e 2021, foram apurados gastos e características das viagens realizadas, associados a outras variáveis, incluindo o rendimento domiciliar per capita. O tema Turismo vem sendo investigado na PNAD Contínua desde 2019, por meio de um convênio entre o IBGE e o Ministério do Turismo. Os dados da pesquisa podem ser acessados pelo Sistema IBGE de Recuperação Automática - Sidra https://sidra.ibge.gov.br/home/pimpfbr/brasil