Atos contra o governo são registrados em capitais como Rio de Janeiro, Recife e Goiânia na manhã deste sábado
Por Agência O Globo
Milhares de manifestantes voltaram às ruas na manhã deste sábado (3) para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e cobrar celeridade na vacinação contra Covid-19. Os atos transcorrem em meio a um desgaste sofrido pelo governo diante de denúncias de corrupção e propina em negociações para compra de vacinas.
No Rio de Janeiro, o ato acontece na Avenida Presidente Vargas, no Centro da cidade. Entre cartazes contra o presidente, destacaram-se também bandeiras do Brasil e do movimento LGBTQIAP+ . O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), líder da minoria na Câmara, foi à manifestação vestindo uma camisa com as cores do Brasil. É o primeiro protesto do qual o parlamentar participa.
"As cores do Brasil não pertencem a nenhum ditador. Pertencem ao povo brasileiro. Bolsonaro fez as cores da bandeira serem a da divisão e do ódio. Qualquer um que defenda a democracia tem o direito de usar a bandeira", afirmou Freixo.
A bandeira brasileira e as cores verde e amarelo eram marcas das manifestações a favor de Bolsonaro mesmo antes de sua eleição, em 2018. Agora, nos protestos contrários ao presidente, o uso dos símbolos seria uma forma de fazer acenos a movimentos do centro e da direita que hoje se posicionam contra o bolsonarismo e a favor do impeachment.
Devido à pandemia, alguns manifestantes distribuíram álcool em gel e máscara para os demais presentes no ato.
Até a noite desta sexta, estavam previstos 361 atos em 315 municípios de todos os estados brasileiros e em 15 países na América e na Europa, segundo os organizadores . Também está programado um tuitaço contra o presidente da República.
Um dos destaques das entregas foi a conclusão da ponte de Abunã, essencial para a integração do Acre com o resto do país
Com Assessoria
Os estados da região Norte do Brasil terão R$ 17.388.941.000 em investimentos privados e públicos em infraestrutura de transportes. Fazem parte da conta as obras realizadas com recursos da União e também os valores previstos de injeção com as concessões previstas para o segundo semestre de 2021.
Apresentados nesta sexta-feira (2) pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, os dados fazem parte do balanço dos primeiros seis meses do ano do MInfra. Os empreendimentos e projetos que abrangem os modais rodoviário e aeroviários entre outras iniciativas visam garantir mais conforto e segurança à população.
"Os valores mostram como é importante para o governo do presidente Jair Bolsonaro a integração da região Norte com o resto do país através de obras de infraestrutura e de concessões à iniciativa privada", avaliou o ministro da Infraestrutura.
LIGAÇÕES - Um dos principais exemplos é a conclusão da Ponte do Abunã. Essencial para a BR-364/RO se tornar uma via fundamental ao abastecimento de alimentos, remédios e demais insumos à Rondônia, o empreendimento eliminou o uso das balsas e agora permite a travessia em apenas cinco minutos. Foram investidos mais de R$ 160 milhões na obra.
Ainda no modal rodoviário, o MInfra concluiu os 12 quilômetros finais de pavimentação de trecho paraense da BR-230/PA, a Transamazônica, entre as cidades de Itupiranga e Novo Repartimento. Com investimento de R$ 26,8 milhões, o empreendimento possibilita a conexão do interior do Pará com os grandes centros, além de proporcionar melhores condições para o escoamento da produção regional, como madeira e cacau, e de reduzir o tempo de viagem e do valor do frete. A expectativa é que a revitalização da via beneficie cerca de 500 mil pessoas no interior do Pará.
O transporte hidroviário também foi contemplado com a construção da Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte (IP4) no município de Alvarães, no estado do Amazonas. A construção do pequeno porto representa um investimento de R$ 23 milhões. A estrutura busca facilitar o acesso dos principais insumos, como medicamentos e alimentos, entre outros.
LEILÕES - Na aviação, foram leiloados sete terminais do bloco Norte, que inclui os aeroportos de Manaus (AM), Tabatinga (AM), Tefé (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Cruzeiro do Sul (AC) e Boa Vista (RR). Juntos, eles terão R$ 1,48 bilhão em investimentos. Outro terminal concedido à iniciativa privada estava no bloco Central, o Aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues, localizado em Palmas, no Tocantins.
Em rodovias, a BR-153/080/414/TO/GO receberá cerca de R$ 14 bilhões em investimentos, entre duplicações e melhorias na segurança viária (R$ 7,8 bilhões), além da contratação de serviços ao usuário (R$ 6,2 bilhões). A rota é relevante para o agronegócio, interligando as regiões Norte e Sul.
ATIVOS - Importantes ativos serão repassados à iniciativa privada. A BR-163/230/MT/PA, por exemplo, está prevista para ser leiloada no trecho de 970 km entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), com R$ 1,9 bilhão de investimentos. O segmento é por onde a maior parte da safra de grãos do norte do Mato Grosso é escoada através da hidrovia do Rio Tapajós até os portos marítimos de Santarém (PA) e Santana (AP). Esse é considerado o principal corredor logístico do eixo norte do país.
No setor hidroviário, o MInfra prepara o arrendamento de terminal voltado para a movimentação e armazenagem de granel vegetal sólido, especialmente Farelo de Soja, no Porto de Santana (AP). Estão previstos investimentos de R$ 41 milhões e o prazo de 25 anos para exploração do terminal.
A assinatura de contratos de autorização de exploração pela iniciativa privada vai possibilitar o investimento de R$ 43,1 milhões em Itaituba, no Pará. O terminal é destinado à movimentação de combustíveis, responsável pelo abastecimento nos municípios de Itaituba e Santarém.
O presidente Jair Bolsonaro, de olho nas eleições de 2022, voltou a colocar em xeque a seguranças das urnas eletrônicas, e afirmou a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada que está em contato com hackers para fazer uma demonstração pública, via redes sociais, sobre a segurança do sistema.
Com Agências
Em meio às diversas críticas ao governo devido a escândalos envolvendo a compra de vacinas, Bolsonaro tem evitado comentar o tema e aumentando o tom na afirmação de que haverão fraudes nas eleições do ano que vem.
"Eu pretendo, estou tentando, já fizemos contato com as pessoas que entendem do assunto, são hackers, para fazer uma demonstração pública. Lógico que a televisão não vai mostrar, mas vou fazer uma live", afirmou o presidente.
O voto impresso, que o presidente chama de "auditável", é uma das bandeiras de Bolsonaro, que já afirmou ter provas de que o pleito que o levou à presidência teria sido fraudado. Ele alega que teria vencido no primeiro turno em 2018.
Em 24 de junho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes deu 10 dias para que o chefe do Executivo apresentasse provas de suas alegações de irregularidades no sistema eleitoral. Hoje, Bolsonaro comentou sobre o tema: "apresento se eu quiser. Não tenho obrigação de apresentar prova pra ninguém".
O discurso de fraude nas eleições do presidente vem acompanhado por ataques ao seu principal adversário político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O que Bolsonaro tem falado a apoiadores é que existe uma "articulação" para colocar Lula de volta no Planalto através de fraude. "O que um candidato aí está fazendo?", começou, evitando citar o nome de Lula, "ele está reunindo alguns líderes partidários já loteando o futuro governo dele. Daí os caras começam a trabalhar contra o voto auditável. Porque só chega, esse cara só chega na fraude".
Prazo de validade dos imunizantes é rigorosamente acompanhado
Por André Richter
O Ministério da Saúde informou hoje (2), em Brasília, que nenhuma dose vencida de vacina contra a covid-19 é repassada aos estados e ao Distrito Federal. A pasta acrescentou que o prazo de validade dos imunizantes é rigorosamente acompanhado desde o recebimento até a distribuição.
A divulgação da informação foi motivada pela publicação de uma matéria do jornal Folha de S.Paulo. Segundo a publicação, cerca de 26 mil doses de vacinas da AstraZeneca teriam sido aplicadas após o vencimento em 1.532 municípios.
Segundo o ministério, os estados são orientados a distribuírem imediatamente os imunizantes recebidos, sendo obrigação dos gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS) fazer o armazenamento correto e a aplicação das doses dentro do prazo de validade.
Divergências no preenchimento de dados
Em nota, a prefeitura de Maringá (PR), apontada pela reportagem como o município que mais teria aplicado doses vencidas, afirmou que nenhuma dose fora da validade foi usada. Segundo o secretário de Saúde, Marcelo Puzzi, há divergências no preenchimento de dados no sistema eletrônico do SUS.
“O lançamento no Sistema Conect SUS está diferente do dia da aplicação da dose. Isso porque, no começo da vacinação, a transferência de dados demorava a chegar no Ministério da Saúde, levando até dois meses. Portanto, os lotes elencados são do início da vacinação e foram aplicados antes da data do vencimento. Concluindo, não houve vacinação de doses vencidas em Maringá e sim erro no sistema do SUS”, explicou.
A Secretaria de Saúde do governo do Distrito Federal também disse que é improcedente a informação sobre aplicação de vacinas vencidas.
“Ocorre que nem sempre a vacina aplicada é registrada no sistema do Ministério da Saúde na mesma data em que foi administrada no paciente. Caso o digitador não altere esta data de aplicação na hora de fazer o registro no sistema, corre-se o risco de a vacina ser registrada como uma aplicação fora do prazo de validade”, afirmou a secretaria.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro declarou que recebeu do Ministério da Saúde todos os lotes de vacinas dentro do prazo de validade. Informou, também, que está verificando se houve aplicações de doses vencidas.
Segundo o Ministério da Saúde, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 (PNO) orienta que doses aplicadas fora do prazo de validade não podem ser consideradas para imunização, sendo recomendado recomeçar o ciclo vacinal, respeitando intervalo de 28 dias entre as doses.
Fiocruz
Em nota, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que os lotes que estariam com prazo de validade expirado não foram feitos no Brasil. O órgão pertence ao Ministério da Saúde e é responsável pela produção nacional dos imunizantes da AstraZeneca contra a covid-19.
Segundo a Fiocruz, os lotes sob suspeita foram importados da Índia e são do tipo do imunizante da AstraZeneca chamado de Covishield. Os demais carregamentos foram enviados pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS).
“Todas as doses das vacinas importadas da Índia (Covishield) foram entregues pela Fiocruz em janeiro e fevereiro dentro do prazo de validade e em concordância com o MS [Ministério da Saúde], de modo a viabilizar a antecipação da implementação do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, diante da situação de pandemia. A Fiocruz está apoiando o PNI [Programa Nacional de Imunização] na busca de informações junto ao fabricante, na Índia, para subsidiar as orientações a serem dadas pelo programa àqueles que tiverem tomado a vacina vencida”, informou a Fiocruz.
Cerca de 20 policiais federais e 4 servidores da CGU cumprem quatro mandados de busca e apreensão nos municípios de Natal (RN), Goiânia (GO) e Aparecida de Goiânia (GO)
Com Estadão Conteúdo
A Polícia Federal, a Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte deflagraram na manhã desta quinta, 1º, a Operação Rebotalho, para investigar supostos crimes de dispensa indevida de licitação e peculato na compra de respiradores 'usados' pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal.
De acordo com a PF, a investigação teve início em novembro de 2020, com base em auditoria da CGU, que identificou 'indícios de montagem e direcionamento da dispensa de licitação, além de superfaturamento no montante de R$ 1,4 milhão'.
"Os elementos de prova já colhidos indicam que os aparelhos respiradores adquiridos pela SMS Natal são sucateados, chegando a 15 anos de uso, e parte deles possui origem clandestina, haja vista a empresa fabricante ter informado que os números de série não correspondem a equipamentos por ela produzidos", explicou a PF em nota.
A PF estima um prejuízo ao erário em mais de R$ 1 milhão. Em nota, a corporação registrou que a Justiça Federal autorizou o bloqueio de tal valores em contas dos investigados.
COM A PALAVRA, A SECRETARIA DE SAÚDE DE NATAL
Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com a Secretaria de Saúde de Natal, mas sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.