O presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde desta segunda-feira (29) que o advogado Fernando Santa Cruz, que era militante de esquerda durante a ditadura militar (1964-1985), foi morto pelos integrantes da Ação Popular (AP), um grupo de luta armada contra o regime, e não pelas Forças Armadas. Santa Cruz é pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
Com Agências
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, disse nesta segunda-feira (29) que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que o presidente Jair Bolsonaro conte o que ele sabe sobre a morte do pai de Felipe. Fernando Santa Cruz foi morto em 1974, durante a ditadura militar no Brasil.
Bolsonaro afirmou mais cedo, em uma rede social, que o opositor do regime militar Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira não foi morto pelos militares, mas, sim, pela organização de esquerda Ação Popular do Rio de Janeiro, classificada pelo presidente como "grupo terrorista".
“Quero saber do presidente o que ele efetivamente sabe, se ele soube nos porões da ditadura, o que é muito grave, porque ele diz que soube à época quando era militar, então ele reconhece relação com os porões da ditadura. Vou ao Supremo Tribunal Federal pedir, interpelar o presidente para que ele esclareça isso”, disse o presidente da OAB.
Comissão da Verdade contraria Bolsonaro sobre morte do pai do presidente da OAB
Órgão afirma que Fernando Santa Cruz foi morto por militares e não por militantes de esquerda, como disse o Presidente da República
Divulgado em 2014, o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) indicou queFernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, teria sido morto por órgãos de repressão da Ditadura Militar. O documento, entregue à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) após 2 anos e 7 meses de investigações, não registrou indícios de que Santa Cruz, integrante de um grupo revolucionário, pudesse ter sido morto por "justiçamento de esquerda", como afirmou o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (29).
Embora o corpo de Fernando Santa Cruz nunca tenha sido encontrado, o documento da CNV apresenta duas hipóteses para o desaparecimento dele: uma termina no Rio e a outra em São Paulo. Em ambas, a morte é atribuída a agentes do Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI). Um documento secreto da Aeronáutica, obtido pelo colunista Bernardo Mello Franco ,confirma que Santa Cruz estava sob custódia do estado desde 22 de fevereiro de 1974. Santa Cruz é pai do presidente da OAB .
“Nós temos todo respeito pela figura do presidente da República. Mas o presidente Jair Bolsonaro não agiu hoje como tal. Hoje ele agiu como amigo do porão da ditadura, agiu olhando o passado e dividindo a sociedade brasileira”, disse Santa Cruz, que também publicou uma carta em que diz que o presidente da república é "cruel" e não sabe separar o público do privado.
Felipe Santa Cruz lembrou que o nome do seu pai sempre esteve na lista de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar: “Não há qualquer dúvida. Meu pai era estudante de direito e morreu lutando pela democracia. O presidente mostra uma faceta muito preocupante do governante, que é a crueldade e a falta de empatia com o ser humano.”
Equipe da Polícia Federal visitou local com lideranças indígenas; conselho das aldeias fala em morte 'violenta' causada por invasão de garimpeiros
Por Último Segundo
O procurador do Ministério Público Federal do Amapá (MPF-AP) Rodolfo Lopes declarou, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (29), que as investigações preliminares na terra indígena Waiãpi ainda não identificaram vestígios da presença de garimpeiros na área onde foi morto o líder indígena Emyra Waiãpi .
De acordo com Lopes, lideranças indígenas guiaram os peritos da Polícia Federal que apuram as circunstâncias da morte do cacique, em terra indígena localizada próxima à cidade de Pedra Branca do Amapari (AP). O MPF investiga as circunstâncias da morte e de possível invasão da dermarcação por garimpeiros.
Segundo o procurador, cerca de 25 policiais participaram das diligências na manhã desta segunda-feira. Duas embarcações estiveram à disposição dos policiais durante as buscas. Lopes não confirmou a área total e o número de aldeias onde foram realizadas as incursões, mas frisou que a equipe da PF foi conduzida por lideranças locais .
De acordo com o representante do MPF, não foram identificados "vestígios como pegadas, restos de fogueiras e outros elementos" que pudessem caracterizar presença não-indígena.
"Não se confirma, por ora, (a acusação) de que houve invasão nessa terra. Não há vestígios de invasão nesses locais para onde os peritos foram levados por lideranças indígeneas. Mas não se descarta a possibilidade de invasão", afirmou Lopes.
Lopes afirmou ainda que não pode, atualmente, confirmar as circunstâncias da morte de Emyra Waiãpi. Segundo comunicado divulgado pelo Conselho das Aldeias Waiãpi (Apina) no domingo, o chefe indígena "foi morto de forma violenta" na segunda-feira, dia 22, na aldeia Waseity. A morte só teria sido constatada no dia seguinte. Representantes indígenas relataram sinais de facadas no corpo de Emyra .
A nota da Apina afirma que um exame no local, por parte de parentes do chefe indígena, levou ao encontro de "rastros e outros sinais de que a morte foi causada por pessoas não-indígenas". O inquérito está a cargo da Polícia Federal.
"As investigações continuam, esses encaminhamentos serão melhor analisados agora. Hoje (segunda-feira) à tarde vamos fazer uma reunião para acertar o cronograma das investigações. As medidas são diversas, vai depender da análise do que for encontrado no local. Já a perícia do corpo vai ficar a cargo das autoridades competentes", disse o procurador do MPF.
Choque de versões
De acordo com o comunicado da Apina, um grupo não-indígena de pessoas armadas foi encontrado na sexta-feira na aldeia Yvytotô, que também integra a terra indígena Waiãpi. Houve relato de outro invasor encontrado na madrugada de sexta para sábado, na aldeia Karapijuty. O conselho das aldeias também afirma que barulhos de tiros foram ouvidos no fim de semana. Um grupo da Polícia Federal e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Amapá esteve na terra indígena no domingo em busca dos invasores.
Lopes não soube precisar se houve alguma invasão recente à terra Waiãpi, no período anterior à morte do chefe indígena, e disse que não houve relato das lideranças locais de necessidade de fuga por conta da presença de invasores.
No sábado, um memorando interno da Fundação Nacional do Índio (Funai) atribuiu a morte de Emyra a uma invasão de garimpeiros . Em um primeiro momento, uma equipe da Funai havia associado a morte do líder indígena a um possível afogamento causado por ingestão de uma bebida tradicional, durante uma cerimônia.
Nesta segunda, porém, em nova manifestação, a Funai fez coro ao relato da Polícia Federal de "não haver indício, até o momento, de presença de grupo(s) armado(s) no local", e informou ter alertado os órgãos de segurança para "se certificar da veracidade das informações" que vinham sendo divulgadas sobre a morte do indígena . João Vilhena, um representante da Funai, sentou-se ao lado do procurador Rodolfo Lopes na entrevista coletiva desta segunda-feira, mas não se manifestou - por orientação da própria Funai, segundo o procurador.
Oito pessoas foram presas durante operação que investiga corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. De manhã, PF fez buscas na casa do senador em Manaus.
Por G1 AM
Nejmi Aziz, esposa do senador e ex-governador do Amazonas Omar Aziz, foi presa pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (19). Além dela, três irmãos de Omar e outras quatro pessoas também foram presas. Todos são alvos da operação Vertex, que investiga a prática de crimes de corrupção passiva, lavagem de capitais e organização criminosa. Um nono alvo das investigações, em Brasília, tem mandado de prisão em aberto.
Nejmi é vice-presidente estadual do PSD-AM e nas últimas eleições concorreu ao cargo de deputada estadual, mas não foi eleita. Seu marido, Omar Aziz, foi governador do Amazonas entre os anos de 2010 e 2014. Desde 2014 ele ocupa vaga no senado. Em 2018 Omar tentou a reeleição ao governo, mas terminou em quarto lugar.
Os três irmãos de Omar Aziz, presos ao longo da manhã desta sexta, são: Murad, Amim e Mansour Aziz. Além dos oito presos em Manaus, a operação cumpre um 9º mandado de prisão em Brasília.
A Polícia Federal, em pronunciamento durante coletiva de imprensa em Manaus, afirmou que não comentará sobre os alvos das investigações, que segue em andamento.
"A investigação não se encerrou. A partir desse momento, os investigados e testemunhas passam a ser ouvidas e apresentarão suas versões. Versões, essas, que podem alterar as hipóteses criminais. Não trabalhamos com pré-julgamentos. E é um padrão nosso, da Polícia Federal, de não tratar o nome de alvos", afirmou o delegado da PF, Alexandre Teixeira.
Ao G1, por meio de nota, a assessoria de imprensa de Omar Aziz informou que ainda não teve acesso aos autos do processo e que aguarda o seu advogado ter acesso para poder se manifestar.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa da ex-primeira-dama ou dos três irmãos Aziz.
Operação Vertex
Logo no início da manhã desta sexta-feira a PF cumpriu um mandado de busca a apreensão na casa do senador Omar Aziz. Horas depois, Nejmi foi levada à sede da Polícia Federal em Manaus.
Ao todo foram cumpridos oito mandados de prisão temporária em Manaus. Um último, em Brasília, está em aberto. 15 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de bloqueios de contas de pessoas físicas e jurídicas (de aproximadamente 92,5 milhões de reais), e sete mandados de sequestro de bens móveis e imóveis.
Segundo a PF, entre as vantagens indevidas de que se tem suspeita, teria acontecido entregas de dinheiro em espécie ou por meio em negócios simulados ou superfaturados, a fim de ocultar a entrega de dinheiro dissimulado por meio de contratos de aluguel e de compra e venda.
Desdobramento da Maus Caminhos
A investigação da operação Vertex está diretamente relacionada com as outras fases da Maus Caminhos, que são: 'Custo Político', 'Estado de Emergência' e a operação 'Cashback'.
Na operação Custo político se apurou a prática de crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e pertinência a organização criminosa. Todos praticados por cinco ex-secretários de estado, bem como diversos servidores públicos e o núcleo da organização criminosa desbaratada na primeira fase da operação.
Na operação 'Estado de Emergência' completava-se o núcleo político do poder executivo estadual, tendo alcançado o ex-governador, José Melo, que chegou a ser preso.
A operação Cashback investiu nas investigações do envolvimento de outras empresas em conluio, com a suspeita de que foram efetuados pagamentos embasados em notas fiscais falsas, sem a correspondente prestação de serviço, além de pagamentos por serviços superfaturados
Grupo que já praticou três atentados a bomba em Brasília planeja matar o presidente da República
Com Diário de Pernambuco
Silvestre (SSS) - grupo terrorista que já praticou pelo menos três atentados a bomba em Brasília e é procurado pela Polícia Federal há seis meses - foi entrevistado pela revista Veja e revelou que o grupo planeja matar o presidente da República.
O terrorista identificado por Anhangá estabeleceu contato pela deep web - uma área "clandestina" da internet irrastreável que é utilizada por muitos criminosos - por orientação do grupo e contou detalhes. De acordo com Anhangá, o SSS, que se exibe como "braço brasileiro" do Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS), o plano de matar o presidente Jair Bolsonaro é esboçado desde o momento em que foi eleito.
Capa da Revista Veja dessa senana trata do assunto
A execução deveria ter acontecido no dia da posse, conta o integrante, mas o esquema de segurança montado pela polícia e pelo Exército dificultou o andamento da ação, fazendo com que a missão fosse adiada. "Vistoriamos a área antes. Mas ainda estava imprevisível. Não tínhamos certeza de como funcionaria", relata Anhangá. Poucos dias antes da cerimônia de posse, a SSS colocou uma bomba em frente a uma igreja católica localizada a 50 metros do Palácio do Planalto. O explosivo não explodiu por uma falha do detonador. No mesmo dia, o grupo publicou um vídeo na internet afirmando ser responsável pelo ataque e apresentando detalhes da bomba que só eram conhecidos por quem a construiu.
Nessa mesma postagem, o SSS anunciou o seu próximo alvo: o presidente eleito. A ameaça foi suficiente para levar as autoridades a sugerir que o desfile em carro aberto fosse cancelado. “Facilmente poderíamos nos misturar e executar este ataque, mas o risco era enorme (…) então seria suicida. Não queríamos isso", conta Anhangá sobre a ação que contaria com explosivos e armas. “A finalidade máxima seriam disparos contra Bolsonaro ou sua família, seus filhos, sua esposa.”
Depois desse incidente, dois carros do Ibama foram incendiados em um posto do órgão em Brasília no mês de abril. Foram encontrados palitos de fósforo, restos de fita adesiva e vestígios de um líquido inflamável em meio aos escombros. Também havia, no local, pichações com ameaças de morte ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Outro vídeo foi publicado pelo grupo na internet clandestina (ou deep web) reivindicando o atentado e exibindo o material utilizado durante o ataque, confirmando a autoria. Segundo Anhangá, o acontecimento foi mais um aviso, só que desta vez endereçado ao ministro Ricardo Salles. “Salles é um cínico, e não descansará em paz, quando menos esperar, mesmo que saia do ministério que ocupa, a vez dele chegará. (…) É um lobo cuidando de um galinheiro”.
O integrante revela ainda que existe um terceiro alvo no governo, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. "[Ela] se tornou a cristã branca evangelizadora que prega o progresso e condena toda a ancestralidade. O Eco-extremismo é extremamente incompatível com o que prega o seu ministério", enfatiza.
Os terroristas brasileiros estão sendo monitorados pelas autoridades há algum tempo. O relatório intitulado "Informações sobre Sociedade Secreta Silvestre" produzido pela diretoria de inteligência da PF traz informações que, inclusive, não foram veiculadas pela mídia. Como uma bomba deixada na rodoviária de Brasília em 2017, atentado que não foi noticiado pela imprensa, mas teve detalhes revelados em um site do grupo chamado Sociedade Secreta Silvestre, assinados por um indivíduo identificado como Anhangá e até traduzidos para diversos idiomas.
Após a ameaça ao presidente Bolsonaro, a Polícia Federal decidiu, em dezembro, pôr no caso os melhores agentes da seção antiterrorismo. Os policiais já seguiram várias pistas e chegaram a prender três suspeitos, mas os integrantes do grupo ainda não foram identificados. Anhangá afronta "(Eles) são incompetentes (...). Não somos meros amadores, dominamos técnicas de segurança, de engenharia, de comportamento social. (...) Discutimos internamente com membros de outros países." “.
Ex-ministro do governo Temer é acusado de ter recebido R$ 1 milhão em propina da Galvão Engenharia por meio de doação para campanha ao Senado
Com iG
O ex-ministro do Planejamento e ex-líder do governo Michel Temer (MDB) no Senado, Romero Jucá (MDB), tornou-se réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por suposto esquema de corrupção em contratos da Transpetro. A denúncia, aceita nesta quinta-feira (18) pelo juiz Luiz Antônio Bonat, de Curitiba, alcança também o ex-presidente da estatal Sérgio Machado.
De acordo com os procuradores da Operação Lava Jato, Romero Jucá recebeu propina de R$ 1 milhão da Galvão Engenharia por conta de quatro contratos e sete aditivos celebrados entre a empresa e a Transpetro. Os valores teriam sido pagos por meio de doação à campanha do emedebista ao Senado, em 2010.
Mais denúncias contra Romero Jucá
Lava Jato denuncia Jucá por propina de R$ 1 milhão em esquema da Transpetro Fachin contraria Dodge e envia inquérito sobre Jucá para Justiça Federal no DF E-mails revelam que Jucá consultava Odebrecht antes de apresentar MP ao Senado
Segundo a denúncia, a Galvão Engenharia , em razão de contratos e aditivos que mantinha na Transpetro, e com a finalidade de continuar recebendo convites para participar das licitações da estatal, efetuava o pagamento de propinas no percentual de 5 % do valor de todos os contratos com a subsidiária da Petrobras a integrantes do MDB que compunham o núcleo de sustentação de Sérgio Machado no cargo de presidente da Transpetro.
O então presidente da Transpetro, Sérgio Machado , indicado e mantido no cargo por Romero Jucá e integrantes do MDB, tinha a função de arrecadar propinas para seus padrinhos políticos. Em contrapartida ao pagamento de propinas pelas empresas, Machado, conforme acertado com seus padrinhos políticos, garantia às empreiteiras a continuidade dos contratos e a expedição de futuros convites para licitações.
A relação dos dois ganhou popularidade após o grampo de uma ligação de Sérgio Machado a Jucá em que o ex-presidente da Transpetro dizia que a solução seria tirar Dilma Rousseff da presidência e colocar Michel Temer, "em um grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo". O caso foi parar no STF, que arquivou a denúncia. Esta ligação, porém, pressionou Temer a demitir Jucá do cargo de ministro.
Ex-senador, Romero Jucá foi derrotado nas eleições de 2018 e, assim, perdeu o foro privilegiado. O político de Roraima, entretanto, segue como presidente nacional do MDB.