O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de caminhada em Maceió, na tarde desta quinta-feira (13), ao lado do governador afastado de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), e afirmou que a "condenação precipitada" do alagoano "cheira a minha condenação".
POR JOSUÉ SEIXAS E VICTORIA AZEVEDO
Em seu discurso, Lula falou ainda em colocar o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na cadeia. A declaração do petista ocorreu no momento em que o ex-presidente se dirigiu ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) e afirmou que o trabalho que ele fez como relator da CPI da Covid é uma "obra-prima que vai ficar para a história do Brasil".
"É através daquele relatório que a gente vai colocar Pazuello na cadeia. É através daquele relatório e da quebra de sigilo de 100 anos do Bolsonaro que a gente vai ver quem é honesto nesse país", disse Lula.
Apoiador de Lula, Dantas foi afastado do cargo na terça-feira (11) por decisão da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Ele é apontado pela Polícia Federal como líder de uma suposta organização criminosa que se valia de funcionários fantasmas para desviar dinheiro público da Assembleia Legislativa e de prefeituras alagoanas.
Em seu discurso, Lula disse a Dantas que sabe o que ele está passando. "Não sou advogado, não vou me meter. Mas posso dizer a você que, na minha opinião, todo mundo é inocente até que se prove o contrário. Essa condenação precipitada sua me cheira a minha condenação. Por que eu fui condenado? Exatamente para evitar que eu fosse candidato em 2018. Quem é que tem interesse de evitar que você seja candidato? Alguém", afirmou Lula.
O petista disse ainda que fez questão de participar do ato, mesmo após ter sido aconselhado a desistir.
"Tinham pessoas que diziam 'Lula, não vai a Alagoas porque o candidato está sub judice, ele foi condenado'. Quero dizer a vocês que jamais deixarei um companheiro no meio do caminho, jamais."
"Tomei a decisão de vir para mostrar minha solidariedade, minha confiança. Que você seja julgado, investigado decentemente e depois que for julgado e tiverem prova com você, podem te condenar. Mas condenar para você não ser candidato é um erro que já cometeram comigo", continuou o ex-presidente.
Dantas também abordou seu afastamento do cargo em seu discurso ao final da caminhada. Ele afirmou que no primeiro turno tentaram enganar a população com fake news e que agora, no segundo turno, "tentam, de maneira autoritária, mesquinha e perversa, montar uma grande armação contra a minha pessoa".
Ele ainda criticou seu adversário na disputa pelo governo de Alagoas Rodrigo Cunha (União Brasil) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).
"Sou ficha limpa, não devo nada a Justiça. Rodrigo Cunha, Artur Lira, vocês não são soberanos. Quem vai escolher o governador de Alagoas é o povo de Alagoas", disse Dantas.
Na caminhada desta quinta, Lula também estava acompanhado do ex-governador Renan Filho (MDB), dos senadores Renan Calheiros (MDB) e Randolfe Rodrigues (Rede) e da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, sua esposa.
Mais cedo, Lula participou de uma caminhada em Aracaju, Sergipe, e afirmou à imprensa que, caso eleito, terá uma boa relação institucional com os governadores, inclusive aqueles que estão no campo da oposição.
"Na relação de Estado para a Estado, todos serão tratados bem. Até quem me odeia, até quem fala que não gosta de mim. Não tem problema. Não quero casar com o governador, quero governar e ajudar a tratar bem o povo dele", afirmou.
O petista participará nesta sexta-feira (14) de caminhada em Recife, Pernambuco.
Paulo Dantas foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suposta participação em esquema de desvio de recursos públicos; inquérito ocorre sob sigilo
Por Jovem Pan
O governador afastado de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), falou sobre a operação da Polícia Federal (PF) que o investiga por suposta participação em um esquema de desvio de recursos públicos através da prática de apropriação de parte do salário de seus funcionários enquanto deputado estadual. Acompanhado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dantas ressaltou sua inocência e disse ser ficha limpa. “Não devo nada à Justiça. Rodrigo Cunha, Arthur Lira, vocês não são soberanos. Quem vai escolher o governador de Alagoas é o povo de Alagoas. […] Tentam agora no segundo turno, de maneira autoritária, mesquinha e perversa, montar uma grande armação contra a minha pessoa, mas eu quero dizer ao alagoano e alagoana, fui prefeito por duas vezes, deputado estadual, líder do governo de Renan Filho e estou há cinco meses no governo de Alagoas”, alegou o investigado.
O líder nas pesquisas de intenção de voto para assumir a presidência da República à partir do próximo ano, Lula também defendeu o governador afastado. “Tinha pessoas que falavam ‘Lula, não vai lá não, porque tem um candidato que foi condenado’. Quero dizer para vocês: eu jamais deixarei um companheiro no meio do caminho”, bradou o petista. No fim do primeiro turno, Dantas – que concorre à reeleição -, ficou em primeiro lugar na corrida com 46,64% dos votos válidos, contra 26,74% de Rodrigo Cunha (União Brasil). Crítico de Dantas e aliado de Cunha, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) comentou a situação eleitoral no seu Estado natal.
“O STJ decidiu, por ampla maioria, manter o afastamento do governador de Alagoas por corrupção. São denúncias gravíssimas de desvio de dinheiro público, uso do aparato policial do estado para impedir as investigações, e até ameaça de morte”, pontuou.
O STJ decidiu, por ampla maioria, manter o afastamento do governador de Alagoas por corrupção. São denúncias gravíssimas de desvio de dinheiro público, uso do aparato policial do estado para impedir as investigações, e até ameaça de morte.
Eventual fusão do MDB com outros três partidos criará uma bancada de 72 deputados federais na Câmara a partir de 2023
Por Igor Gadelha
O MDB de Simone Tebet negocia uma possível fusão com outras três siglas: Podemos, PSDB e Cidadania.
Segundo apurou a coluna, as conversas entre as quatro legendas ainda estão na fase inicial.
Se a negociação avançar, o novo partido fruto da fusão teria uma bancada de 72 deputados federais em 2023.
Nas eleições deste ano, o MDB elegeu 42 deputados; o PSDB, 13; o Podemos, 12; e o Cidadania, 5.
O governador afastado de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), é apontado pela Polícia Federal como líder de uma suposta organização criminosa que se valia de funcionários fantasmas para desviar dinheiro público da Assembleia Legislativa do estado e de prefeituras alagoanas
POR FABIO SERAPIÃO
Dantas, aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e apoiador da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Alagoas, foi afastado do cargo nesta terça-feira (11) por decisão da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Em nota, o governador afastado chamou a ação de "grotesca" e a classificou como uma "encenação". Disse ainda que uma "ala da Polícia Federal" tenta "dar um golpe" em sua candidatura à reeleição.
Dantas também foi alvo de busca e apreensão na segunda fase da operação Edema, que mira o possível cometimento dos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro a partir do período em que ele foi deputado estadual.
Segundo a PF, Dantas é o "principal beneficiário e autor intelectual" do esquema e que "parcela considerável dos desvios foi utilizada para pagamentos de despesas pessoais, honorários advocatícios, transferências a familiares e aquisição de bens em seu nome".
Mesmo após assumir o executivo estadual, em maio deste ano, o governador, dizem os investigadores, "manteve o controle sobre os desvios de verbas investigados, com origem no orçamento da Assembleia Legislativa de Alagoas, beneficiando-se de pagamentos em proveito pessoal da mesma forma que ocorreu desde 2019".
Dantas foi eleito governador de Alagoas numa escolha indireta feita pela Assembleia Legislativa. O ex-governador Renan Filho (MDB) havia se afastado do cargo para poder disputar o Senado. A vice-governadoria não estava ocupada.
Ele é candidato à reeleição e terminou o primeiro turno com 46,64% dos votos. Seu adversário, Rodrigo Cunha (União Brasil), recebeu 26,79%.
A investigação que resultou no afastamento de Dantas do governo teve início em 2021, quando a PF recebeu informações sobre a "movimentação e ocultação de vultosos valores, obtidos por meio de saques periódicos, em espécie, realizados em agências da Caixa Econômica Federal localizadas na cidade de Maceió (AL), nos anos de 2019 e 2021".
Na primeira fase da operação Edema, autorizada pela 17ª Vara Criminal de Alagoas, a PF encontrou os primeiros indícios de participação de Dantas e enviou o caso para o STJ.
Essa primeira fase foi deflagrada após a PF monitorar uma agência da Caixa e flagrar pessoas sacando grande quantidade de valores em espécie.
Um desses alvos monitorados, um policial militar aposentado, foi abordado quando sacava R$ 32 mil por meio de cartões da Caixa em nome de servidores públicos.
Ouvido no inquérito, o PM confirmou que os valores tinham origem em cartões de funcionários fantasmas da Assembleia e que eles tinham conhecimento do esquema.
"Tais servidores têm conhecimento disto e recebem de R$ 200,00 a R$ 300,00 para consentirem com a fraude. Que tais servidores não movimentam estas contas para recebimento de salários. Que diariamente o declarante realiza saques no valor total de R$ 32.000,00", disse o PM à Polícia Federal.
Ainda segundo ele, após os saques, o dinheiro era entregue a um cunhado de Paulo Dantas de nome Antônio Cintra.
"Mesmo com a saída de Paulo Dantas da Assembleia, tais servidores fantasmas continuam na função, provavelmente vinculados a outro parlamentar", completou.
O policial militar também relatou aos investigadores que, após a abordagem da PF, sofreu ameaças de uma pessoa ligada ao governador. Segundo ele, João Ferreira Júnior teria dito que ele seria assassinado caso não devolvesse os R$ 32 mil apreendidos pela PF.
"A ameaça relatada demonstra a periculosidade da organização criminosa investigada, revelando a utilização de meios intimidatórios para que a engrenagem do esquema criminoso não tenha solução de continuidade, tornando ainda mais imprescindíveis medidas imediatas que permitam a desarticulação do grupo."
Após o surgimento da suspeita sobre Dantas e a ida da apuração para o STJ, a PF continuou com a investigação e descobriu que o esquema ainda estava em funcionamento, mas havia alterado o modo de atuação.
Em vez de realizar os saques na agência da Caixa, os integrantes do grupo passaram a efetuar as retiradas de dinheiro em espécie em lotéricas.
Paulo Dantas e Renan Filho formam Time do Lula em Alagoas
"Constatou-se que o esquema criminoso permanece ativo, mesmo depois das medidas ostensivas cumpridas ainda perante o Juízo de primeiro grau, o que denota aparente desdém dos envolvidos ou, quiçá, superestimada confiança na impunidade", diz trecho da decisão da ministra Laurita Vaz.
A PF monitorou ao longo dos últimos meses ao menos dez laranjas e operadores do esquema sacando valores em espécie com o uso do cartão da Caixa em nome de funcionários fantasmas da Assembleia Legislativa de Alagoas.
"Algumas imagens capturadas são esclarecedoras em relação ao modus operandi do grupo, com a realização de saques pelos próprios servidores fantasmas nos limites de cada tipo de terminal", diz a decisão do STJ.
Os investigadores também receberam relatórios de inteligência financeira do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que indicaram o retorno de valores sacados para o governador.
Um desses relatórios apontou para uma transação de R$ 50,8 mil que teria sido utilizada para o pagamento de despesas pessoais de Dantas.
A PF também analisou a evolução patrimonial de Paulo Dantas e de sua esposa, Marina Dantas. Com base em dados sobre compras de imóveis pelo casal, a PF conclui que "no período em que os desvios de verbas da assembleia ocorreram", o casal apresentou uma "evolução patrimonial exorbitante".
"Somente para as aquisições dos imóveis mencionados foram desembolsados quase 10 milhões de reais entre 2019 e 2022", diz a PF.
Em nota, Dantas afirma que a operação da PF atende a "interesses político-eleitorais, tentando dar um golpe na minha candidatura à reeleição de governador de Alagoas para favorecer o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha".
"Aos que acham que os alagoanos são manipuláveis por uma fake news travestida de oficialidade, a nossa campanha avisa: nosso povo não se rende a enganações e sabe muito bem a origem das mentiras. O recurso judicial será firme, e vamos seguir rumo à vitória", diz trecho da nota.
Nas redes sociais, Dantas também disse que a decisão judicial é "encenação, teatro".
"E àqueles que tentam manchar uma campanha limpa e propositiva, fica o recado: a verdade vai vencer novamente e vamos seguir rumo à vitória", acrescentou, numa rede social.
Aliado do governador afastado, o senador Renan Calheiros disse que a decisão da ministra Laurita Vaz --a quem chamou de "bolsonarista"-- é "descabida e nitidamente política".
"A perseguição ao governador Paulo Dantas remonta a 2017, é da competência estadual. Foi parar no STJ por uma armação de [Arthur] Lira [presidente da Câmara] e lá perambulou por vários gabinetes até cair nas mãos certas da ministra bolsonarista Laurita Vaz, que não tem competência para o caso", escreveu Renan, em mensagem publicada nas redes sociais.
O secretário executivo da Associação Tocantinense dos Municípios – ATM – Jailton Bezerra, filho de Dianópolis, mostrou a força da sua influência política no tradicional município do Sudeste, coordenando a campanha à deputada estadual de Janad Valcari, presidente da Câmara Municipal de Palmas, que foi a candidata ao parlamento estadual mais votada na cidade.
Todo o trabalho de Jailton tem uma explicação: gratidão. Jailton foi candidato a prefeito de Dianópolis na última eleição municipal, ficando em segundo lugar, mas contou com o apoio e a força de Janad Valcari em sua campanha, apoio esse que teve reflexos muito positivos em sua votação.
Jailton Bezerra
As famílias de Jailton e Janad são amigas na vida pessoal e a atuação política conjunta une ainda mais esses dois expoentes da política tocantinense. Concorrendo pela chapa proporcional do governador Wanderlei Barbosa, a vereadora palmense teve a mesma receptividade que o governador e sua candidata ao Senado, Dorinha Seabra, obtiveram nas urnas da cidade, onde conseguiu uma votação de cerca de dois mil votos a mais que os seus adversários juntos.
Wanderlei, Dorinha e Janad receberam, também, apoio de outras lideranças da cidade, o que pode ajudar a entender a expressiva vitória eleitoral. A amizade entre Jailton e Janad é apenas uma parte da explicação do montante de votos.
Com uma campanha bem estruturada, bem planejada e amparada pelo apelo popular das candidaturas de Wanderlei Barbosa e Dorinha Seabra, Jailton e toda Dianópolis sabem que, a partir de 2023, a cidade poderá voltar a respirar política e influenciar no surgimento de novas lideranças, resgatando uma tradição secular e a dignidade do povo dianopolino, devolvendo à cidade a importância política de outrora.
Confira o desempenho dos candidatos ao governo em Dianópolis:
Wanderlei Barbosa (REPUBLICANOS) - 5.807 votos - 63,88%
Paulo Mourão (PT) - 1.802 votos - 19,82%
Ronaldo Dimas (PL) - 819 votos - 9,01%
Irajá (PSD) - 612 votos - 6,73%
Coronel Ricardo Macedo (PMB) - 37 votos - 0,41%
Karol Chaves (PSOL) - 10 votos - 0,11%
Dr Luciano do Oswaldo Cruz (DC) - 3 votos - 0,03%
Carmen Hannud (PCO) - 0 votos - 0,00%