Com partidos aliados deixando o governo e entregando ministérios, presidente pede apuração rápida das acusações e diz não temer delação da JBS

 

Por Edson Rodrigues

 

O presidente Michel Temer embarcou na mesma “ferrovia” que levou a ex-presidente Dilma Rousseff ao impeachment.  Com a revelação dos áudios da delação do presidente do grupo JBS, Joesley Batista, a romaria dos partidos aliados de seu governo rumo à porta de saída começou forte, indicando a perda paulatina da governabilidade e eliminando qualquer condição de que se consigam aprovar as reformar propostas por sua equipe ministerial, carro-chefe de seu mandato.

 

A saída dos partidos da base de apoio ao governo Temer vem acontecendo com a entrega dos ministérios.  O primeiro a desembarcar foi Roberto Freire, presidente do PPS, que era ministro da Cultura.  O partido, porém, não deixou o ministério da Defesa por considerar a pasta “importante demais para ficar dem comando”.

 

O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), disse que a legenda só decidirá sobre a permanência no governo após reunião com o presidente da República, Michel Temer.

 

Segundo Bauer, o encontro vai acontecer ainda nesta quinta- feira. Os tucanos vão ao encontro sob a presidência interina do senador Tasso Jereissati (CE). Tasso assumiu o comando da sigla após Aécio Neves (MG) se licenciar da função para se defender das acusações na Operação Lava Jato.

 

“Nossos ministros continuam trabalhando, estão trabalhando. E nós não vamos tomar nenhuma providência com relação à permanência deles no governo ou não antes de termos uma conversa com o próprio presidente Michel Temer. Coisa que ainda vai acontecer hoje, comandada pelo senador Tasso Jereissati”, disse Paulo Bauer.

 

A população também se manifestou e, em pelo menos 29 cidades, incluindo Brasília, houve manifestações pedindo a enuncia de Temer.

 

REFORMAS

relator da proposta de reforma da Previdência Social, Arthur Maia (PPS-BA), divulgou uma nota nesta quinta-feira (18), sobre as denúncias envolvendo o presidente Michel Temer, na qual afirmou não há espaço para avançar com o projeto no Congresso.

 

Uma das principais prioridades do governo para este ano, a reforma da Previdência apresenta novas regras para a aposentadoria, entre as quais idade mínima de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres poderem direito ao benefício.

 

O parecer de Arthur Maia sobre a proposta foi aprovado na semana passada pela comissão especial que discutiu o tema e já está pronto para ser votado no plenário da Câmara.

 

"De ontem [quarta, 17] para cá, a partir das denúncias que surgiram contra o presidente da República, passamos a viver um cenário crítico, de incertezas e forte ameaça da perda das conquistas alcançadas com tanto esforço", diz trecho da nota.

 

"Certamente, não há espaço para avançarmos com a reforma da Previdência no Congresso Nacional nessas circunstâncias. É hora de arrumar a casa, esclarecer fatos obscuros, responder com verdade a todas as dúvidas do povo brasileiro, punindo quem quer que seja, mostrando que vivemos em um país em que a lei vale para todos", acrescenta o deputado.

 

Já o relator da reforma trabalhista nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e Assuntos Sociais (CAS) do Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), divulgou nota nesta quinta-feira (18) em que afirma que o calendário de análise da proposta está suspenso em razão da "crise institucional" que se instalou após a revelação de que o presidente Michel Temer foi gravado dando aval para a compra de silência ao ex-deputado Eduardo Cunha.

 

Pela previsão de governistas, a análise da proposta pelo Senado seria concluída até o dia 15 de junho, mas as denúncias que envolvem Temer devem atrasar esse andamento.

 

Entre outros pontos, a reforma estabelece regras para que acordos entre empresários e representantes dos trabalhadores passem a ter força de lei, o chamado "negociado sobre o legislado". O tema é uma das prioridades do governo Temer para o ano de 2017.

 

Parlamentares da oposição já falavam em paralisar a análise da medida, assim como, a votação da reforma previdenciária, que está em análise na Câmara.

 

Na nota, Ferraço chamou disse que a crise institucional é "devastadora" e que os parlamentares devem priorizar a solução do problema antes de dar continuidade à análise da reforma trabalhista.

 

"Na condição de relator do projeto, anuncio que o calendário de discussões anunciado está suspenso. Não há como desconhecer um tema complexo como o trazido pela crise institucional. Todo o resto agora é secundário”, afirma o senador tucano na nota.

 

LULA, DILMA, RENAN E SERRA

E, segundo os analistas políticos, a teia da JBS e o poder dos irmãos Joesley e Wesley Batista foram muito além do que foi divulgado até agora. Vão explodir nesta sexta-feira, delações que atingem mortalmente, pela ordem, os ex-presidentes Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) e o ex-chanceler e ex-presidenciável José Serra (PSDB). Os valores são de tirar o fôlego e surgirão nomes que até aqui vinham passando ilesos.

 

Quem teve informações sobre o material informa que os tentáculos do grupo JBS não ficam a dever nada aos da Odebrecht, mas com uma diferença: o dono e os executivos da empreiteira decidiram fazer delação premiada depois de presos, já com capacidade limitada de produzir novas provas tão contundentes. Já os irmãos Batista estão há meses gravando seus interlocutores e pautando os monitoramentos da Polícia Federal.

 

O resultado é considerado devastador e arrasta para o fundo do poço não apenas o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, pelas gravações liberadas  à noite nesta quinta-feira, mas o próprio mundo político. Esta sexta-feira será mais um novo dia para nunca ser esquecido na história brasileira.

As redes sociais dão o tom da insatisfação da população com a classe política e, por incrível que pareça, já há cidadãos pedindo a volta dos militares ao poder.  Uma citação do ex-presidente João Batista de Figueiredo, o “último general”, em que ele faz um prognóstico sobre a condução da democracia pelos partidos políticos, que ganhou ares  de “profecia”, já tem milhões de compartilhamentos.  Confira a imagem abaixo:

A “aeronave Brasil” voa sem radar, sem bússola e com o tanque de combustível vazando.  Tomara que, pelo menos o manche, esteja nas mão de Deus...

Oremos!

Posted On Sexta, 19 Mai 2017 06:02 Escrito por O Paralelo 13

Deputado Rocha Loures e Frederico Pacheco de Medeiros foram flagrados pela PF
O Globo/CN

A delação da JBS, a mais dura em três anos de Lava-Jato, merece este título em grande parte devido às cenas a seguir. Nelas, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), destacado pelo presidente Michel Temer para tratar com Joesley Batista dos interesses de seu grupo empresarial, é flagrado pegando R$ 500 mil em propina — a primeira parcela de um montante prometido de R$ 480 milhões.

As cenas também são devastadoras para o presidente do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves. A Polícia Federal filmou o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, pegando, a mando de Aécio, R$ 1,5 milhão em propina — três quartos dos R$ 2 milhões que Aécio pediu, sem saber que era gravado, para Joesley. As cenas abaixo mostram esta entrega, ocorrida em 28 de abril deste ano.


Já o presidente do PSDB indicou o primo Frederico Pacheco de Medeiros para receber o dinheiro. Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014. Tocava a área de logística. Quem levou o dinheiro a Fred foi o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. Foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma. A PF filmou três delas. As cenas abaixo mostram a primeira entrega, ocorrida em 12 de abril deste ano.

As filmagens da PF mostram que, após receber o dinheiro, Fred repassou, ainda em São Paulo, as malas para Mendherson Souza Lima, secretário parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG). Mendherson levou de carro a propina para Belo Horizonte. Fez três viagens — sempre seguido pela PF. As investigações revelaram que o dinheiro não era para advogado algum. O assessor negociou para que os recursos fossem parar na Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella, filho de Zeze Perrella. As cenas abaixo mostram a primeira entrega, ocorrida em 12 de abril deste ano.

Um dos grandes diferenciais da delação dos donos da JBS foi exatamente as "ações controladas" feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Polícia Federal. Neste mecanismo de investigação, o flagrante do crime é calculado de maneira que seja produzida uma determinada prova. Nessa investigação, a PF acompanhou, com câmeras e escutas, a entrega de dinheiro para intermediários de Temer e de Aécio.

ESQUEMA NO CADE O primeiro contato entre Rocha Loures e Joesley foi em Brasília. O dono da JBS lhe contou o que precisava do Cade.

Desde o ano passado, o órgão está para decidir uma disputa entre a Petrobras e o grupo sobre o preço do gás fornecido pela estatal à termelétrica EPE. Localizada em Cuiabá, a usina foi comprada pelo grupo em 2015. Explicou o problema da EPE: a Petrobras compra o gás natural da Bolívia e o revende para a empresa por preços extorsivos. Disse que sua empresa perde "1 milhão por dia" com essa política de preços. E pediu: que a Petrobras revenda o gás pelo preço de compra ou que deixe a EPE negociar diretamente com os bolivianos.

Com uma sem-cerimônia impressionante, o indicado de Temer ligou para o presidente em exercício do Cade, Gilvandro Araújo. E pediu que se resolvesse a questão da termelétrica no órgão. Não há evidências de que Araújo tenha atendido ao pedido. Pelo serviço, Joesley ofereceu uma propina de 5%. Rocha Loures deu o seu ok.: "Tudo bem, tudo bem". Para continuar as negociações, foi marcado um novo encontro.

Desta vez, entre Rocha Loures e Ricardo Saud, diretor da JBS e também delator. No Café Santo Grão, em São Paulo, trataram de negócios. Foi combinado o pagamento de R$ 500 mil semanais por 20 anos, tempo em que vai vigorar o contrato da EPE.

Ou seja, está se falando de R$ 480 milhões ao longo de duas décadas, se fosse cumprido o acordo. Loures disse que levaria a proposta de pagamento a alguém acima dele. Saud faz duas menções ao "presidente".

Pelo contexto, os dois se referem a Michel Temer. A entrega do dinheiro foi filmada pela PF. Mas desta vez quem esteve com o homem de confiança de Temer foi Ricardo Saud, diretor da JBS e um dos sete delatores. Esse segundo encontro teve uma logística inusitada.

Certamente, revela o traquejo (e a vontade de despistar) de Rocha Loures neste tipo de serviço. Assim, inicialmente Saud foi ao Shopping Vila Olímpia, em São Paulo.

Em seguida, Rocha Loures o levou para um café, depois para um restaurante e, finalmente, para a pizzaria Camelo, na Rua Pamplona, no Jardim Paulista. Foi neste endereço, próximo à casa dos pais de Rocha Loures, onde ele estava hospedado, que o deputado recebeu a primeira remessa de R$ 500 mil.

Apesar do acerto de repasses semanais de R$ 500 mil, até o momento só foi feita a primeira entrega de dinheiro. E, claro, a partir da homologação da delação, nada mais será pago.

Rocha Loures, o indicado por Temer, é um conhecido homem de confiança do presidente. Foi chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência sob Temer. Após o impeachment, virou assessor especial da Presidência e, em março, voltou à Câmara, ocupando a vaga do ministro da Justiça, Osmar Serraglio.

Posted On Quinta, 18 Mai 2017 15:42 Escrito por O Paralelo 13

Agora, não tem mais pra onde correr.  O Brasil virou motivo de vergonha mundial por meio da sua classe política e o povo brasileiro se vê estarrecido e sem poder de reação.

 

PLANALTO É AVISADO QUE BASE ALIADA QUER RENÚNCIA DE TEMER

 

Por Edson Rodrigues

 

Quem vem acompanhando os noticiários chega à única certeza de que a podridão é o habitat dos políticos brasileiros, de vereadores até, infelizmente, ao presidente da República – sem esquecer do eleitor  - e é da lama podre da corrupção que todos se alimentam.

 

Como mudar?  Como depurar?  Como tirar os que enganaram os eleitores e estão nos corredores de Brasília roubando e corrompendo tudo em que tocam?

 

PLANALTO É AVISADO QUE BASE ALIADA QUER RENÚNCIA DE TEMER

 

Articuladores políticos do governo foram avisados no fim da noite desta quarta-feira (17) que vários grupos de parlamentares que integram o núcleo duro da base aliada querem a renúncia do presidente Michel Temer.

 

Segundo o jornal "O Globo", o dono da JBS, Joesley Batista, entregou gravação ao Ministério Público com uma conversa entre ele e Temer na qual eles discutiram a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A Presidência confirmou a reunião, mas negou a tentativa de impedir a delação.

 

Em uma reunião com conselheiros políticos, na noite desta quarta, o presidente já disse que não tem disposição em renunciar. Além disso, segundo auxiliares, o presidente se defendeu e ressaltou que, em nenhum momento, falou sobre o silêncio de Cunha.

 

Várias reuniões aconteceram dentro e fora da Câmara durante a noite. Segundo relatos feitos por parlamentares da base, o clima é de velório.

 

O Planalto foi avisado que, se Temer não der sinalização rápida de solução para a crise política, através da renúncia, haverá forte movimento nesse sentido pelos próprios aliados, o que deixaria a situação do presidente insustentável.

 

Já há parlamentares que avaliam que, se Temer não tomar essa posição, será atropelado e perderá qualquer tipo de influência sobre o processo de sucessão.

 

Na avaliação de deputados da base, só o fato de Temer ter recebido Joesley Batista reservadamente no Palácio do Jaburu mostra que houve movimento desesperado do presidente, que sofria chantagem explícita de Cunha, inclusive através de perguntas encaminhadas à Justiça Federal.

 

Se Temer não optar pela saída mais rápida, a renúncia, ele poderia, dizem aliados, sofrer um processo de impeachment ou ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitora, que julgará, no mês que vem, a ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.

 

"A renúncia do presidente passou a ser um imperativo para não agravar ainda mais a crise. O governo Temer acabou hoje", disse ao Blog o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. O partido comanda o Ministério de Minas e Energia.

 

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também defende a renúncia de Temer. O partido chefia o Ministério da Educação.

 

E até deputados do PPS já cobram até a saída do partido do govenro. Atualmente, o PPS tem dois ministros: Roberto Freire (Cultura) e Raul Jungmann (Defesa).

 

 

FRAGILIDADE

A revelação de que Michel Temer foi gravado autorizando pagamentos para silenciar o ex-deputado Eduardo Cunha e o operador Lúcio Funaro, alvos da Operação Lava Jato, divulgada pelo jornal O Globo, pôs o presidente sob máxima pressão e abriu especulações sobre sua eventual saída do cargo. Especialistas em direito penal consideram que a nova acusação, saída da delação premiada de executivos da JBS, fragiliza o peemedebista no processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e também no Congresso, onde a oposição já pede seu impeachment.

 

Embora o áudio de Temer não seja objeto do processo que corre no TSE, cujo julgamento será retomado em 6 de junho, a sombra lançada sobre o presidente pode influenciar a decisão dos ministros e levá-los a dar uma solução rápida ao escândalo. “Pode ser a opção menos traumática”, disse um ex-ministro do TSE e atual advogado de figurões da política. “Os ministros não decidem de forma desconectada à sociedade. A ação já tem bastante provas contra a chapa, além de já ter um entendimento de que não tem como separar as condutas [conforme defende Temer].”

 

Outro risco para Temer é tornar-se alvo de um processo de impeachment. Um pedido do afastamento já foi protocolado na Câmara pelo deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) na noite desta quarta-feira. Embora alguns especialistas hesitem em enquadrar a nova acusação como crime de responsabilidade — tipificado como um delito político-administrativo executado durante o exercício da função pública —, há os que enxergam flagrante quebra do decoro e violação à probidade na administração, também previstos na lei do impeachment. Em comum, juristas consultados pelo site de VEJA acreditam que um novo processo do gênero, apenas um ano após o afastamento de Dilma Rousseff, poderia arrastar-se até o fim do mandato do peemedebista.

 

Como o brasileiro pode ser um povo tão cego, a ponto de não perceber que um País rico, celeiro do mundo, não consegue se desenvolver, não consegue dar qualidade de vida à população, não consegue cumprir com seus deveres de Estado e proporcionar Saúde, Educação e Segurança?

 

POLICIA FEDERAL

A nossa Polícia Federal é, hoje, a instituição com maior credibilidade no País e está fazendo um trabalho muito importante para as novas gerações.  Infelizmente, esse trabalho vem se traduzindo em revelar corrupção sobre corrupção e prender pessoas que deveriam preservar e proteger o patrimônio público, expondo as entranhas podres dos bastidores de Brasília, onde cifras milionárias viram troco em negociatas e acordos espúrios.

 

Muita gente tem criticado os apelos feitos aos militares, mas, ante a atual situação, até o mais radical dos defensores da democracia começa a ver uma intervenção militar como a única saída possível para resgatar a segurança institucional e econômica.

 

Enquanto a Polícia Federal prende e as primeiras instâncias da Justiça condenam os envolvidos, o povo fica à espera das Cortes Supremas, que até agora não condenaram ninguém, para que passem da complacência à ação, com o equilíbrio e a sensatez que a situação exige.

 

A verdade é que o tsunami provocado pelas últimas revelações atingiram em cheio o cerne do governo brasileiro, implicou todos os políticos mais importantes desse cenário e colocou em xeque a nossa democracia.

 

Como disse um grande amigo, que conhece de perto os corredores da capital federal: “tudo pode acontecer, assim como pode não acontecer nada.  Qualquer previsão, neste momento, é chute”!

Que Deus nos abençoe...

 

Posted On Quinta, 18 Mai 2017 07:30 Escrito por O Paralelo 13

No dia em que a Lei de Acesso à Informação (LAI), que obriga os órgãos públicos a fornecerem suas informações financeiras e administrativas à população, completou cinco anos, o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral da União (CGU) divulgou a 3ª edição da Escala Brasil Transparente (EBT).

 

Por Edson Rodrigues

 

O ranking mostrou que 25 dos 27 Estados avaliados (incluindo o Distrito Federal) receberam nota maior que 8 e nas capitais 74% alcançaram resultado maior ou igual a 7. A nota da EBT vai de 0 a 10 e é composta por 12 critérios, baseados na regulamentação da LAI, que tem peso de 25% e na atuação do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), que representa 75%.

 

Segundo o ranking da EBT, as capitais que obtiveram nota máxima na aplicação da transparência foram Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Recife (PE), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Palmas aparece na 15ª colocação entre 27 capitais.

 

EXONERAÇÕES

Talvez, essa colocação mediana da capital tocantinense tenha como um dos motivos situações como a dos concursados em 2013 e 2014, exonerados pelo atual prefeito, Carlos Amastha após um ano de efetivação, mesmo com o direito à nomeação garantido por ordem judicial.

 

Alguns servidores revoltados com essa situação compareceram ao gabinete do vereador à procura de uma solução. Lúcio Campelo afirma que a situação é muito complicada, "o prefeito está descumprindo ordem judicial e passando por cima das leis”, disse. O vereador afirma que, por meio de ação parlamentar, irá alertar o Ministério Público.

 

Conforme o parlamentar, em 7 de abril de 2016, o prefeito publicou o Decreto nº 1.223 declarando a falta de necessidade e interesse público em nomear os candidatos do cadastro reserva, como uma forma de controle de gastos. Entretanto, ao longo dessa batalha judicial, a Prefeitura de Palmas adquiriu inúmeros contratos para cargos administrativos e prestação de serviços terceirizados, segundo o vereador.

 

É exatamente esse tipo de “transparência”, que o ranking nacional observa na hora de apontar quem realmente não tem medo de revelar o que faz...

 

Posted On Quinta, 18 Mai 2017 05:16 Escrito por O Paralelo 13

A gravação feita por Joesley Batista é parte de declaração que os controladores da JBS deram à PGR em abril

Com Jornal do Brasil e redação

Tida no meio politico como um bomba atônica a reportagem do colunista Lauro Jardim e de Guilherme Amado, do jornal O Globo, afirma nesta quarta-feira (17) que o presidente Michel Temer foi gravado já durante o mandato pelos donos da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista, dando aval para que fosse comprado o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), preso na Lava Jato.

Em seguida, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), indicado por Temer para negociar, via propina da JBS, o silêncio de Eduardo Cunha, foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?".

As gravações foram entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira passada. Segundo o colunista Lauro Jardim, Joesley e Wesley entraram apressados na Suprema Corte se seguiram direto para o gabinete do ministro Edson Fachin.

Os donos da JBS estavam acompanhados de mais cinco pessoas, todas da empresa. Diante de Fachin, a quem cabe homologar a delação, os sete presentes ao encontro confirmaram: tudo o que contaram à Procuradoria-Geral da República em abril foi por livre e espontânea vontade, sem coação, afirma o colunista do Globo.

Joesley disse, ainda, que pagou R$ 5 milhões para Eduardo Cunha após sua prisão. O valor é referente a um saldo de propina que o deputado cassado tinha com ele. O empresário também revelou que devia R$ 20 milhões pela tramitação de lei sobre a desoneração tributária do setor de frango.

Segundo Lauro Jardim, "a velocidade supersônica para que a PGR tenha topado a delação tem uma explicação cristalina": o que a turma da JBS (Joesley sobretudo) tinha nas mãos era algo nunca visto pelos procuradores: conversas comprometedoras gravadas pelo próprio Joesley com Temer e Aécio — além de todo um histórico de propinas distribuídas a políticos nos últimos dez anos. Em duas oportunidades em março, o dono da JBS conversou com o presidente e com o senador tucano levando um gravador escondido — arma que já se revelara certeira sob o bolso do paletó de Sérgio Machado, delator que inaugurou a leva de áudios comprometedores. Ressalte-se que essas conversas, delicadas em qualquer época, ocorreram no período mais agudo da Lava-Jato. Nem que fosse por medo, é de se perguntar: como alguém ainda tinha coragem de tratar desses assuntos de forma tão desabrida?".

Posted On Quarta, 17 Mai 2017 20:36 Escrito por O Paralelo 13
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