DIAS DE TURBULÊNCIA POLÍTICA COM PEDIDO DE CASSAÇÃO DE CARLESSE E WNDERLEI ENQUANTO CRESCEM FILIAÇÕES E ADESÕES AO DEM ANTECIPAM SUCESSÃO MUNICIPAL

Posted On Domingo, 09 Junho 2019 21:57
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Os dias atuais são de uma turbulência nunca vista antes no Tocantins e os reflexos dessa situação anômala implicam na antecipação da corrida sucessória municipal, que se horizonta como a mais disputada da história.

 

A audiência para ouvir as testemunhas do pedido de cassação do mandato do governador Mauro Carlesse e do seu vice, Wanderlei Barbosa, feita pelo Ministério Público Federal foi o estopim para aquecer e antecipar o processo de articulações, negociações e discussões da sucessão municipal de Palmas e dos demais municípios tocantinenses. 

 

 

Como o caso corre em segredo de Justiça, são muitas as interpretações e leituras feitas pelos analistas políticos e pela imprensa. O que se sabe é que a Justiça está juntando os documentos angariados nas investigações, pelas buscas e apreensões da Polícia Federal na secretaria da Fazenda aos extratos dos movimentos das contas da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

 

O rito jurídico vai resguardar as etapas que precisam ser cumpridas mesmo depois do julgamento da ação, uma vez que o governador e seu vice têm foro privilegiado.  Dessa forma, mesmo com veredicto negativo, ainda há os recursos às instâncias superiores da Justiça.

 

O governo vem demonstrando pouca preocupação com a ação da Justiça, porém vem monitorando de perto seu andamento.

 

 

DEM

Enquanto isso, no Democratas, a pergunta que não quer calar é “quem ficará com o comando da legenda junto ao TRE?”.

 

A deputada federal professora Dorinha e o governador Mauro Carlesse são os protagonistas de um imbróglio criado pela cúpula do nacional do DEM, que para trazer mais um governador para a sua cota, ofereceu o comando do partido à Carlesse, mas não contava com a resistência de Dorinha.

O certo é que essa é uma disputa que deve ser resolvida até a convenção e que haverá um verdadeiro êxodo de políticos, lideranças, prefeitos, vices e vereadores, tendo como destino o DEM, inclusive o vice-governador, Wanderlei Barbosa e o presidente da Assembleia Legislativa, Antônio Andrade, todos levando, junto, apoio à posição de Mauro Carlesse.

 

Com toda essa ebulição no partido, é bom que ninguém aposte em ninguém, por enquanto, como candidato á prefeitura de Palmas pois, justamente o vice-governador, Wanderlei Barbosa, tem pretensões de ser candidato á prefeitura da Capital e os políticos que irão se filiar ao DEM no rastro de Mauro Carlesse não escondem de ninguém que a intenção é, sim, ter o controle da legenda.

 

Já pelos lados da deputada Dorinha Seabra, presidente do Diretório Estadual do DEM, são categóricos em afirmar que o comando no partido no Estado, em Palmas e nos demais municípios é de estrito controle de Dorinha e que não abrem mão dessa premissa.

 

Premissa essa, aliás, reforçada pelo fato de Dorinha Seabra ser um quadro tradicional do partido, permanecendo nele por diversos mandatos e mantendo-se fiel frente às diversas mudanças de nome da legenda, é uma líder consolidada, sempre exercendo cargos importantes, como secretária da Educação do Estado, por exemplo e com uma vasta folha de serviços prestados ao Tocantins.

 

CÂMARA MUNICIPAL DE PALMAS MOSTRA MATURIDADE

 

Os nobres edis de Palmas, diante do desconforto sobre a medida provisória de autoria do Executivo Municipal acerca dos reajustes da data-base dos servidores municipais, que ficou 120 dias na Casa de Leis e não foi votada, demonstraram maturidade ao se manifestar prontamente frente a repercussão do caso.

Em nota que termina afirmando que a Câmara Municipal de Palmas está alerta "prezando sempre pela relação harmoniosa entre os poderes", os vereadores explicaram que a Medida Provisória enviada pelo Executivo não foi votada a tempo, pois precisava de alterações para se adequar às Leis federais que regem os reajustes de algumas categorias trabalhistas constantes na MP.

 

A sociedade e os servidores palmenses acompanham pela imprensa as ações, posicionamentos e atitudes de cada um dos membros do Poder Legislativo.  Imprensa que, inclusive, em todos os canais atuais de informação, seja impresso, rádio, TV ou online, vem cumprindo com maestria seu papel de informar a população de forma independente, baseada na liberdade de expressão garantida pela nossa Constituição Federal. 

 

Logo, não há fato que não seja noticiado, muito menos impedimentos para que qualquer vertente da imprensa faça a sua leitura própria desses fatos.

 

Essa liberdade é cristalina e dela a imprensa não abre mão.

 

SENADORES KATIA E IRAJÁ ABREU: PERTO OU LONGE?

Correndo “por fora” no páreo da sucessão municipal e agindo de forma discreta, os senadores Kátia e Irajá Abreu articulam com suas bases políticas visitando lideranças em todas as regiões do Estado, preparando o terreno para lançar companheiros e aliados como candidatos a prefeito, a vice e a vereadores, assim como as coligações possíveis, com a vantagem de controlarem duas legendas, o PDT (Kátia) e o PSD (Irajá).

 

Dias atrás, segundo fontes, a senadora Kátia Abreu manteve uma conversa reservada com a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro. Sabe-se que o encontro foi em Brasília, mas fora do Senado e muito, muito longe das câmeras.

 

Kátia, por sua lealdade à ex-presidente Dilma Rousseff e por ter sido ministra da Agricultura no governo do PT, mantém um ótimo relacionamento com a cúpula nacional petista, com grandes chances de ter a legenda como aliada na sucessão municipal de 2020.

 

Kátia e Irajá têm como parceiros e companheiros vários prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, que compõem suas bases de sustentação política.  Os dois têm conseguido milhões de reais em recursos federais para os municípios onde seus correligionários são prefeitos, beneficiando a todos os que poderão concorrer à reeleição.

 

O que ainda não está claro no posicionamento político do clã dos Abreu é se estão apenas mantendo uma distância estratégica do governo Mauro Carlesse ou se articulam, mesmo, para manter-se distantes dos ecos do Palácio Araguaia. Mesmo assim, os dois não têm sido obstáculo no apoio às demandas do Tocantins na Câmara Federal.

 

O certo é que nenhum dos dois, Kátia ou Irajá, foi visto, até agora, junto com Mauro Carlesse em eventos políticos na Capital ou no interior.  Tem-se que levar em conta que Carlesse será um rival imediato na disputa pelo senado em 2022 e que seu grupo político trabalha um nome para ser seu sucessor no governo do Estado, minando duas possibilidades para a continuidade da vida pública da senadora Kátia Abreu.  Logo, dificilmente os dois estarão em um mesmo palanque.

 

Carlesse, Kátia e Irajá querem o mesmo objetivo: construir uma base pluripartidária sólida, para ter candidatos nos principais colégios eleitorais, principalmente em Palmas, Araguaína, Gurupi, Colina, Guaraí, Paraíso e Tocantinópolis, sem esquecer, claro, dos demais municípios, gerando um conflito de interesses que impossibilitaria uma aproximação de forma natural.

 

CANDIDATOS SERÃO DECISIVOS

 

Ante a forte tendência de mudança que vem regendo as escolhas do eleitorado, os nomes dos candidatos que cada partido apresentará para o pleito de 2020 será o fator mais importante para os eleitores encamparem a campanha de A ou B.

 

Os partidos políticos como um todo, do maior ao menos, do mais tradicional ao mais novato, todos enfrentam um grande desgaste junto à opinião pública por conta dos casos de corrupção, das operações da Justiça Federal, da Polícia Federal, do Ministério Público e dos órgãos fiscalizadores.

 

Em Tocantin

s o quadro não é diferente e até é mais grave, pois já tivemos governador cassado, ex-governador preso, ex-governador com bens bloqueados, prefeitos respondendo a processos por improbidade administrativa e muitas pessoas que ocuparam cargos de auxiliares, ordenadores de despesas, sendo investigadas pelas autoridades policiais.

 

Levando-se em conta que não haverá coligação proporcional nas eleições de 2020, fica difícil para os partidos se fiarem em suas representatividades ou apostar em seus nomes tradicionais, uma vez que decisões judiciais podem impedir registros de candidaturas, como é o caso das cidades de Palmas, Porto Nacional e Augustinópolis, onde muitos políticos estão sendo investigados após prisões, busca e apreensão em gabinetes nas Câmaras Municipais, aguardando apenas o pronunciamento do Judiciário.

 

Alguns processos correm em segredo de Justiça, mas informações indicam que no segundo semestre muitos deles terão sentenças proferidas, o que coloca muitos “medalhões” políticos mergulhados em incertezas.