Com o fim do recesso parlamentar, entram, efetivamente, em cena, as articulações e negociações políticas para a formação das chapas
Tocantins, 02 de agosto de 2017
Por Edson Rodrigues
O momento é de grande pressão social sobre os governos federal, estadual e municipal, assim como sobre o Congresso Nacional, as Assembleias estaduais e as câmaras municipais. Gestores e detentores de cargos eletivos estão não só sob a mira da Justiça, mas, principalmente, dos eleitores, que, escandalizados com o mar de lama que envolve toda a classe política e parte da classe empresarial .
É sob esse clima que recomeçam, hoje, os trabalhos Legislativos, que estava em recesso para visita às bases, também conhecida como “férias”. Depois de um período de consulta às bases, mas também de muita conversação nos bastidores, os deputados federais votarão o pedido do Ministério Público Federal, assinado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot,para a abertura de um processo-crime contra o presidente da República, Michel Temer.
Caso a oposição consiga uma maioria de 364 votos, em poucos dias Temer será afastado por até 120 dias e terá poucas chances de retornar a cargo. Caso o presidente consiga se manter no cargo, estará livre para continuar sua proposta de um governo de reformas e que busca um equilíbrio econômico para o País.
TOCANTINS
No Tocantins o Poder Legislativo também tem uma grande demanda para decidir, espera-se, nos primeiros dias pós-recesso, que é a liberação do empréstimo já aprovado junto à Caixa Econômica Federal, no valor de 264 milhões de reais, direcionado à realização de diversas obras de interesse público, que vem sendo propositalmente protelada pelos deputados que fazem oposição ao governo Marcelo Miranda, comandados pelo presidente da Assembleia, Mauro Carlesse, possível adversário de Miranda na disputa eleitoral pelo governo do Estado em 2018.
Esses deputados oposicionistas que, hipoteticamente, não querem ver Marcelo Miranda fortalecido pelas obras em 2018. Esquecem que serão, justamente, essas obras que proporcionarão melhor qualidade de vida aos cidadãos e aos eleitores tocantinenses. Ou será que os senhores oposicionistas acham que a construção de uma nova ponte sobre o Rio Tocantins, a ampliação do Hospital Geral de Palmas, a construção dos Hospitais Gerais de Gurupi e Araguaína, obras de pavimentação de estradas e vias públicas e abertura de frentes de trabalho são mais importantes que seus próprios umbigos?
As reuniões que fizeram com suas “bases”, em que ouviram entidades classistas, ATM, lideranças comunitárias e o povo parece que abriram as mentes desses deputados para o fato de que se o povo é mais importante que seus próprios mandatos, é melhor fazer o que for melhor para o povo e aprovar o empréstimo que ficar sem ter o que fazer a partir de 2018.
MUDANÇAS ESTRATÉGICAS
Este mês também marcará mudanças estratégicas no seio do governo Marcelo Miranda, que deve dividir as atenções da administração estadual, com a diminuição dos problemas conseguida com uma suada, mas competente condução da “baça” tocantinense em meio à crise econômica nacional, e embarcar em uma série de viagens ao interior do Estado, para inaugurar obras, assinar ordens de serviço e iniciar debates com a sociedade civil organizada e lideranças políticas regionais acerca das demandas e ouvir sugestões e análises locais.
A outra mudança estratégica deve acontecer na equipe do governo estadual, com novos assessores e novas composições políticas, em um momento em que Marcelo Miranda aposta na oxigenação de seu governo para adquirir um novo fôlego e ganhar peso rumo a 2018.
Essas mudanças são uma espécie de preparação e antecipação á movimentação já iniciada tanto por Kátia Abreu quanto por Carlos Amastha, virtuais adversários na disputa pelo governo do Estado, que já estão a todo vapor em suas articulações para a formação de seus grupos e reunião de lideranças capazes de realizar convenções partidárias que consigam empolgar alguém.
Esse, claro, é o retrato do momento político atual no Tocantins que, como todos sabem, é peculiarmente sujeito a mudanças abruptas e repentinas.
Mas, assim é, se lhe parece!
KÁTIA CONFIRMA QUE PODE SER EXPULSA DO PMDB
Ao publicar em uma rede social uma postagem em que acusa o presidente nacional do PMDB, Romero Jucá de estar convocando a Executiva Nacional do partido para que seja analisada a sua expulsão e a do senador Roberto Requião da legenda, a senadora Kátia Abreu praticamente confirmou que sua presença incomoda aos demais componentes do PMDB.
Ao invés de se defender, Kátia preferiu, como é do seu estilo, partir para o ataque, afirmando que Jucá deixou de fora do pedido de expulsão os membros do PMDB que “usam tornozeleira”, e ainda ironizou, perguntando se Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima não seriam convocados para a reunião.
Vale lembrar que Kátia Abreu tem certa “tranquilidade” ante à situação, uma vez que seu mandato só termina em 2022 não precisa abdicar do cargo de senadora para se candidatar à governadora do Tocantins. Basta, uma vez expulsa do PMDB, conseguir uma nova legenda até março de 2018.
Aí é que mora o perigo....