FAKE NEWS CONTAMINAM ELEIÇÕES – A TENTATIVA DE ENGANAR O POVO TOCANTINENSE COM O MESMO EXPEDIENTE UTILIZADO PELA REVISTA ÉPOCA CONTRA BOLSONARO

Posted On Quinta, 19 Setembro 2019 06:08
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Por Luciano Moreira – Correspondente O Paralelo 13 no Rio de Janeiro

 

Segundo levantamento do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai), da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 12 milhões de pessoas compartilharam fake news no Brasil em junho deste ano. O levantamento, que monitorou 500 páginas digitais de conteúdo político falso ou distorcido, indica que tais notícias têm potencial para alcançar grande parte da população brasileira se considerada a média de 200 seguidores por usuário.

 

No Brasil, a Fundação Getúlio Vargas acaba de concluir um levantamento no qual aponta que os robôs – também conhecidos como contas automatizadas, que ficam clicando e massificando certas postagens para criar no meio da sociedade uma falsa sensação de apoio majoritário a uma determinada ideia ou pessoa – foram responsáveis por 10% do engajamento no debate de conteúdo político nas redes em 2018.

 

A influência das fake news sobre o voto no próximo ano é dada como certa para especialistas como a diretora da agência de checagem Lupa, Cristina Tardáguila. “Já existe notícia falsa hoje em dia em um cenário fora da campanha eleitoral. A probabilidade é 1.000% de notícias falsas permeando as campanhas”, afirmou.

 

O principal impacto das fake news é tumultuar o processo pelo qual as pessoas recebem as informações sobre questões de interesse público, diz Cristina, com efeitos de intensidade imprevisível. “A unidade básica da tomada de decisão é a informação. Se você está mal informado, você tomará más decisões”, afirma.

 

ÉPOCA DEMITE

Três integrantes do alto escalão de revista Época, a diretora de redação Daniela Pinheiro, o redator-chefe Plínio Fraga e o editor Marcelo Coppola, pediram demissão nesta terça-feira (17) após a repercussão negativa de uma matéria sobre a atuação de Heloisa Wolf Bolsonaro, esposa de Eduardo, como coach e psicóloga.

 

Publicada na última edição da revista, que entrou em circulação nesta segunda-feira (16) e também divulgada na internet, a reportagem "uma Bolsonaro ensina a vencer na vida" foi duramente criticada pela família presidencial e por seus apoiadores.

 

Após as respostas negativas, a cúpula da revista soltou uma nota afirmando que analisou a reportagem e que ela não extrapolava os limites éticos do jornalismo. Pouco depois o Grupo Globo publicou outra nota em que rebatia o entendimento dos gestores, confirmando que a matéria havia sim extrapolado a ética jornalista.

 

Assim, diante das divergências, os três membros da cúpula da Época foram demitidos pelo Grupo Globo.

 

FONTES

A “fonte” é o principal patrimônio de qualquer jornalista.  Uma das premissas do jornalismo, é que a “fonte” deve ser preservada a qualquer custo.  Mas, é preciso ter cuidado com as “fontes”, com sua credibilidade, com suas intenções, com sua índole.

 

Reza o manual do bom jornalismo que “após as entrevistas, a apuração jornalística segue com a avaliação do material que foi coletado. Compare informações ditas pelas fontes, e veja se há dados que vão em direções contrárias. Pense no modo que as informações serão recebidas pelo leitor. Se coloque no lugar do público, e avalie se será uma leitura agradável que irá agregar credibilidade.

 

Com o conteúdo da apuração em mãos, faça um estudo do que foi coletado, diante de possíveis problemas quanto a veracidade do depoimento ser contestado de alguma forma. Procure sempre ter respaldo com dados oficiais ou testemunhas que podem comprovar as informações que serão publicadas.  Uma informação falsa pode prejudicar de modo profissional, pessoal, emocional ou até mesmo fisicamente. A publicação de fake News pode acabar coma a carreira de um jornalista, por isso a postura ética e o cuidado na apuração devem ser essenciais.

 

Antes de dar como encerrado o trabalho de apuração, verifique novamente tudo que foi coletado, e o modo que o conteúdo será transcrito. Uma interpretação de texto feita de modo incorreto pode mudar completamente o rumo da notícia.

 

TOCANTINS

Nesta quarta-feira, o povo tocantinense amanheceu vítima de mais uma fake News que atinge a família do governador Mauro Carlesse.  Estamos falando isso porque prezamos pelo bom jornalismo, um jornalismo ético, sério, responsável e de credibilidade.

 

O alvo das fake News é o sobrinho do governador Mauro Carlesse, Claudinei Quaresmin, que teve seu nome envolvido em um processo de tráfico internacional de drogas, no Estado de São Paulo, cujo número processual inexiste em qualquer comarca paulista ou brasileira, conforme apurado por O Paralelo 13.

 

Pelo que foi apurado por O Paralelo 13, houve uma junção entre um processo em que Quaresmim aprecia como réu – já arquivado por falta de provas – com outro sobre tráfico internacional de drogas, culminando com uma identificação processual inexistente, sob o número 0003468-89.2017.8.26.0320.

 

Conclamamos nossos leitores a pesquisar esse número de processo e perceber que ele, simplesmente, não existe em nenhuma vara judicial de São Paulo, conforme a “reportagem” publicada.

 

Fica a pergunta:  ao publicar uma montagem grosseira, teria o veículo de comunicação a intenção de prejudicar Quaresmim e o Governo Carlesse por tabela ou teria sido ludibriado por sua fonte?

 

Essa incoerência de dados transforma a “reportagem” publicada, em uma grande fake News, que atinge a pessoa que montou uma equipe de marketing e de jornalismo que venceu três eleições consecutivas em um mesmo ano.

 

A intenção, se houve, seria evitar a participação de Quaresmim nas próximas eleições?

 

CONSEQUÊNCIAS

Sem importar a intenção, fica o veículo de comunicação – e os responsáveis por ele – sujeito às penalidades previstas na legislação para crimes virtuais.

 

O ministro do STF, Alexandre Moraes, também defendeu a aprovação imediata de uma regulamentação da propaganda eleitoral na internet como alternativa de freio à proliferação dos boatos. O impacto negativo de mentiras disseminadas especialmente nas redes não é pequeno. Estudo da Universidade de São Paulo (USP) apontou que mais de 12 milhões de pessoas – número equivalente a 6% da população brasileira – difundem as tais notícias falsas dentro do ambiente digital.

 

Estaria tal veículo – e seus responsáveis – pronto para receber “nos peitos” uma punição rigorosa?

 

Pois é. Nem precisa responder. Fake News, assim como o crime comum, não compensam!