Sempre ressaltamos que todas as análises políticas que fazemos em O Paralelo 13 são “apenas” uma foto do momento e que política é como as nuvens, pois, a cada vez que olhamos, o cenário já se modificou
Por Edson Rodrigues
Pois foi exatamente uma foto, divulgada em grupos virtuais, que nos levou a buscar embasamento para mais uma modificação no cenário político da sucessão municipal em Araguaína. Se, antes, o Palácio Araguaia dava sinais de que se manteria fora do processo sucessório, agora temos a certeza de que o governo do Estado estará, sim, presente – e muito – na disputa sucessória do segundo maior colégio eleitoral do Tocantins.
Deputado Elenil da Penha (MDB), Jornalista Tony Veras (Portal O Norte), Vereador e suplente de deputado Marcus Marcelo (PL), Deputado Jorge Federico (MDB), Ex-Secretário de Comunicação João Neto
O que nós já havíamos chamado até de “silêncio estratégico”, agora virou revelação – sem trocadilho – definitiva. Na foto, está João Neto, o home forte do marketing político do Palácio Araguaia, responsável pelas ações que elegeram Mauro Carlesse por três vezes consecutivas, em apenas um ano, governador do Estado do Tocantins.
TRABALHO DE “MINEIRO”
Tal qual o bom mineiro, apesar de ser goiano de Ceres, João Neto pode ter sido escolhido para comandar as “linhas avançadas” do Palácio Araguaia, e vem acompanhando há meses as pesquisas de consumo interno sobre o cenário político de Araguaína, e foi escalado para preparar a “receita” para derrotar o candidato ungido pelo prefeito Ronaldo Dimas, Wagner Rodrigues,á sucessão em Araguaína.
O prefeito Ronaldo Dimas e Wagner Rodrigues
A primeira “dose” da receita está sendo preparada para depois do dia quatro de abril, o “Dia D” da política brasileira, que será a união de todas as candidaturas de oposição contra o candidato de Dimas, presidente do Podemos Estadual e pré-candidato declarado ao governo do Estado em 2022, oposicionista ferrenho de Mauro Carlesse.
Ronaldo Dimas e Laurez Moreira, prefeito de Gurupi, são considerados os melhores prefeitos tocantinenses dos últimos 12 anos e espera-se que, com esse desempenho, consigam eleger seus sucessores.
O único detalhe nessa avaliação é que as pesquisas de intenção de votos apontam que Ronaldo Dimas não consegue transformar os frutos da sua boa administração em votos para o seu candidato. Segundo os bastidores, se Dimas não suspender suas andanças pelo Estado e as “esticadinhas” à São Paulo, pode não dar conta de fazer o “dever de casa”.
Em Gurupi, segundo fontes, a situação de Laurez Moreira é um pouco pior, e ele terá muita dificuldade para emplacar seu sobrinho como candidato vitorioso em outubro próximo.
Como é tendência em todo o Brasil, a transferência de votos passou a ser coisa do passado. Os debates têm sido mais eficazes que o apadrinhamento, na hora de ajudar o eleitor a decidir seu voto.
Ex-deputado Cesar Halum
Ao que tudo indica, o Palácio Araguaia vai concentrar esforços para que não só nessas duas cidades, mas em todos os principais colégios eleitorais do Tocantins, incluindo a Capital, Palmas, haja, pelo menos, uma disputa equilibrada entre oposição e situação.
DOIS CENÁRIOS
Com a intervenção do Palácio Araguaia no processo sucessório municipal, dois cenários distintos se tornam possíveis. Caso o candidato de Dimas à sua sucessão seja derrotado em Araguaína, sua candidatura ao governo do Estado passa a ficar seriamente ameaçada. Mas, se Dimas conseguir eleger Wagner Rodrigues, ele passa, automaticamente a ser o favorito para as eleições majoritárias de 2020, pois, em tese, teria garantida a maioria dos votos do segundo maior colégio eleitoral do Tocantins.
PALMAS E GURUPI
O Paralelo 13 vem acompanhando os bastidores de várias e várias reuniões e, a mesma receita utilizada em Araguaína pode ser replicada nas sucessões de Palmas e de Gurupi, cada uma, lógico, respeitando as particularidades de cada cidade.
Todos sabem que o cidadão Mauro Carlesse tem duas características marcantes que levou para a sua atuação política, que são gostar de desafios e ser leal com os companheiros. Carlesse também gosta de fazer tudo ao seu tempo, sem adiantar ou atrasar o andamento natural dos acontecimentos.
Para ele, o tempo, agora, é de garantir recursos para que seu governo possa cumprir as promessas de transformar o Tocantins no maior canteiro de obras do Brasil, com ações nos 139 municípios e, para isso, Carlesse conta com o apoio do Poder Legislativo, que soube atuar quando foi necessário, com a aprovação das medidas impopulares que marcaram o início do seu governo, mas que colocaram o Tocantins apto a contrair empréstimos com instituições financeiras nacionais e internacionais.
PLANO “B”
Mauro Carlesse tem mantido tratativas – que estão bem avançadas – com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem já se reuniu por duas vezes para viabilizar a liberação de um empréstimo pelo BRB – Banco Regional de Brasília – e a entrada do banco no mercado tocantinense, com possibilidades de passar a ser o banco oficial, responsável pela folha de pagamento dos servidores.
Enquanto isso, Mauro Carlesse “jogou fora a chave do cofre” nos três primeiros meses do ano, cortando gastos com diárias, combustíveis, aluguéis, e deixou apenas Tom Lira como “caixeiro viajante” do Estado, pois utiliza recursos 100% federais para esse fim.
Por enquanto é só.
Até breve!