TOCANTINS
Mesmo com o início antecipado da corrida sucessória para a eleição municipal de 2020, ainda há fatos do passado assombrando alguns políticos, como é o caso do ex-governador Sandoval Cardoso. Empresário bem-sucedido no ramo da agropecuária, Sandoval resolveu entrar para a vida pública e foi duas vezes eleito deputado estadual, tornando-se presidente da Assembleia Legislativa e, com a renúncia do ex-governador Siqueira Campos, elegeu-se, indiretamente, governador, tornando-se candidato natural à reeleição pelo grupo político que representava, herdado de Siqueira Campos.
O problema é que a cultura política da época era baseada no “caixa dois”, imortalizado pela frase do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que “todo mundo faz”.
Eis que veio a Operação Ápia, da Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, que calculou um rombo de 250 milhões de reais, pilhado por uma organização criminosa que superfaturou aditivos e pagamentos de obras não realizadas, direcionando a soma para a campanha de Sandoval.
O resultado foi a inclusão de Sandoval e de Siqueira como réus no processo que apura o crime.
DELAÇÃO NÃO DESCARTADA
Sandoval vem dando um “baile” nos oficiais de Justiça que tentam citá-lo, mas não tem deixado de conversar com amigos de longa data. Um deles, inclusive, nos confidenciou que Sandoval estaria pagando por uma dívida que não é apenas dele. Que Sandoval é um homem bom, justo, humilde e trabalhador e que, por isso, o fim dessa história pode ter outro “roteiro”, pois Sandoval pensa, sim, em uma delação premiada, em que todos os que participaram do “banquete” serão nominados, para que “a conta seja dividida irmãmente”.
Esse amigo de Sandoval prosseguiu, afirmando que muita gente que hoje detém mandatos pode ser surpreendida caso a decisão de Sandoval seja, mesmo, pela delação. “Vamos dividir a culpa, cotizar o prejuízo”, finalizou, acrescentando que após a operação da PF, “todos sumiram, ninguém liga, ninguém aparece” e que os verdadeiros amigos de Sandoval trabalham no convencimento para que ele faça a delação.
SUCESSÃO MUNICIPAL
Em Porto Nacional o empresário Álvaro da Sete aparece como uma das opções para prefeito, colocando seu nome à apreciação do eleitorado.
Filho de Porto Nacional e empresário bem sucedido na área da construção civil, o nome de Álvaro vem sendo bem comentado entre os jovens e o eleitorado feminino, além, é claro, entre os amigos empresários. No momento, Álvaro já admitiu a possibilidade de assumir de frente a candidatura e vem mantendo contatos constantes com lideranças políticas e partidárias, sondando a comunidade, os amigos e deve, no segundo semestre, escolher um partido para se filiar. Uma legenda que lhe dê guarida e segurança para o registro de sua candidatura e que o permita a construção de uma grande base partidária, sempre mantendo os pés no chão.
Álvaro é muito franco e assertivo ao afirmar que “se conseguirmos viabilizar o apoio político suficiente para uma candidatura competitiva, serei candidato. Caso eu sinta algum empecilho ou possibilidade de fracasso, deixarei para outra oportunidade”.
Álvaro sabe que tem tempo suficiente para construir sua base partidária e, segundo ele mesmo, já tem um esboço de formação de uma linha administrativa visando a gerações de emprego e renda com desenvolvimento sustentável, concentrando esforços no distrito de Luzimamgues, incluindo infraestrutura de saneamento básico, pavimentação asfáltica e conjuntos habitacionais, incluindo a construção e instalação de uma subprefeitura no distrito, com despachos dois dias por semana.
Álvaro diz, também, que entre suas prioridades estão o distrito industrial de Porto Nacional e os demais distritos, assim como o centro da cidade, pois quer fazer uma administração para todos, sem distinção de classe social, religião ou localização geográfica.
OPERAÇÃO "TAPA BURACO"
O governo do Estado está com várias equipes em todas as regiões do Tocantins em operações de recuperação das vias pavimentadas. Na Região Central, há operações nas cidades de Porto Nacional, Monte do Carmo, Silvanópolis, Brejinho de Nazaré e Oliveira de Fátima.
O trabalho realizado pela secretaria de Infraestrutura resgata antigas demandas dos cidadãos que trafegam constantemente pelas rodovias e que estão vendo que, com o fim das chuvas, o governo não mede esforços para consertar o que o tempo estragou.
O trabalho prossegue em todo o Estado.
BRASIL
“DESCUIDO FORMAL”
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse hoje (14) que pode ter cometido um "descuido formal" ao trocar mensagens com membros da Força-Tarefa Lava Jato por meio de um aplicativo de mensagens.
"Eu não cometi nenhum ilícito. Estou absolutamente tranquilo em relação a todos os atos que cometi enquanto juiz da Lava Jato" , disse o ministro durante apresentação do esquema de segurança da Copa América, evento que começa na noite de hoje, em São Paulo.
"Eventualmente, pode ter havido algum descuido formal, mas, enfim, isso não é nenhum ilícito", disse o ministro. "Temos que entender o contexto do trabalho que havia na 13ª Vara naquela época. Atendiamos a várias questões urgentes, operações que envolviam o enfrentamento a pessoas muito poderosas envolvidas em corrupção. Então, tinha uma dinâmica de trabalho que era muito intensa", acrescentou Moro, dizendo que não considera que receber uma notícia-crime e repassá-la ao Ministério Público pode ser qualificada como conduta imprópria.
PROTESTOS
Durante um café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro respondeu sobre a greve geral que mobiliza mais de 26 estados e o DF contra a reforma da Previdência e os cortes na educação.
O presidente comentou sobre o movimento: "[Vejo] com muita naturalidade. Quando resolvi me candidatar, sabia que ia passar por isso", disse.
Sobre reforma da Previdência, alvo das paralisações de hoje, Bolsonaro voltou a defender a importância das mudanças nas regras da aposentadoria, sem as quais os empresários não terão "segurança para investir".
HOMOFOBIA
O presidente Jair Bolsonaro classificou nesta sexta-feira como "completamente equivocada" a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) da véspera de enquadrar o crime de homofobia como racismo e avaliou que, se a corte tivesse ministros evangélicos em sua composição, iniciativas como essa não prosperariam.
"A decisão do plenário está completamente equivocada", disse o presidente em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Segundo o presidente, o Supremo está legislando no caso e agora a "bola está com o Congresso". Bolsonaro disse acreditar que vai haver uma reação.
Para Bolsonaro, além de estar legislando, a decisão do STF acaba por criar dificuldades adicionais a homossexuais. Ele disse que, por exemplo, um empregador pode ficar com receio de contratar um homossexual sob o temor de posteriormente ser processado pelo funcionário por racismo.
O presidente afirmou que, se tivesse um ministro evangélico no Supremo, ele poderia pedir vista do processo e "sentar em cima dele" -- o que, na prática, adiaria o julgamento da causa. Para ele, tem de haver um equilíbrio na corte.
"Não é mistura de política com Justiça e religião", disse. "Não custa nada ter alguém lá (com o perfil evangélico)", completou.
O Supremo Tribunal Federal decidiu na quinta-feira que o Congresso Nacional se omitiu ao não criminalizar a homofobia e decidiu enquadrá-la na lei que criminaliza o racismo até que o Legislativo crie legislação específica para o tema.
DEMISSÃO NOS CORREIOS
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta sexta-feira (14) que vai demitir o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, por ele ter se comportado como "sindicalista".
Ao final de um café da manhã com jornalistas, o presidente comentou que deve exonerar Juarez nos próximos dias por seus gestos durante audiência pública na Câmara.
Desagradou o presidente o fato de o general ter tirado foto com parlamentares de esquerda e de ter dito que não haverá privatização dos Correios, como é planejado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ele disse ainda que está estudando um substituto para o cargo.
A declaração sobre o presidente da estatal se deu quando ele comentava sobre a saída do general Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo, formalizada na quinta (13).
DEMISSÃO DE GENERAL
O presidente Bolsonaro demitiu na quinta-feira o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo da Presidência da República.
A queda do ministro, antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo, foi a terceira no primeiro escalão em menos de seis meses de mandato.
O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, confirmou que Santos Cruz será substituído pelo general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, que é comandante militar do Sudeste.
Desde que chegou ao Planalto, em janeiro, Santos Cruz se envolveu em seguidas crises com os filhos do presidente, além de um embate com o escritor Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro. A comunicação de governo era um dos principais pontos de disputa.
Santos Cruz foi avisado de sua demissão em reunião com o presidente e com o ministro Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que ocorreu 12h20 no Palácio do Planalto, pouco antes de Bolsonaro decolar para Belém para uma agenda de governo.