Porto Nacional, aos dezenove dias do mês de novembro de 2020
Por Edson Rodrigues
Cientistas políticos não descartam a hipótese de Ciro Gomes deixar o PDT, comandado com mão de ferro por Carlos Lupi, que planeja uma coligação, em nível nacional, como PT, de Luiz Inácio Lula da Silva, engessando o partido, que ficaria impedido de coligar-se com qualquer outra legenda.
Segundo os mesmos analistas, o caminho de Ciro Gomes pode ser o DEM, do seu amigo pessoal, deputado federal Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal.
Com essa hipótese, a senadora Kátia Abreu se vê obrigada a acelerar sua decisão sobre em qual partido se filiar, uma vez que, assim como Ciro, também não está confortável no PDT. Caso não queira se filiar a nenhum partido até abril de 2022, a senadora pode ficar sem partido mas, não, sem mandato, já que seu cargo lhe pertence, ficando, porém, o partido, fora de qualquer comissão do Senado.
Kátia, segundo os analistas, precisa de uma legenda que dê segurança política e jurídica a ela e aos seus seguidores, principalmente aqueles que pretendem se candidatar a vereador ou a prefeito no ano que vem.
Vale lembrar que as eleições municipais do ano que vem serão o termômetro para as eleições majoritárias de 2022 e, para ser convidada a sentar à mesa para discutir a formação de uma chapa majoritária vencedora, não só Kátia, mas todos os políticos tocantinenses que tenham pretensões em 2022, precisam da união de tempo de rádio e TV com um bom fundo eleitoral.
Logo, de acordo com os bastidores, Kátia não pode esperar nem demorar para escolher sua nova legenda e formar o seu grupo para 2020.
EXTINÇÃO DE MUNICÍPIOS
A proposta do governo Jair Bolsonaro que prevê a extinção dos municípios com menos de cinco mil habitantes, entregue ao Congresso Nacional, para os principais cientistas políticos do Brasil é um grande equívoco. A intenção é que se economize com o fim dos pagamentos de salários pagos a prefeitos e vereadores, obras e repasses obrigatórios.
Segundo os analistas políticos, essas ideias vêm dos mesmos executivos e economistas que foram contra a criação do Tocantins, na Constituinte de 1998. Um Estado criado graças à resignação de homens como José Carlos Leitão, um dos principais líderes da Conorte que, junto com os filhos das cidades do então Norte Goiano, que trabalhavam fora de sua terra natal como jornalistas de grandes jornais da época, como o Correio Braziliense, economistas, profissionais de diversas áreas e estudantes, conseguiram mostrar a viabilidade econômica do novo Estado e conseguiram, na voz de Siqueira Campos, autor da emenda à Constituição, e no coração do saudoso Ulysses Guimarães, fazer reverberar a voz de um povo sofrido, que merecia sua redenção em forma de um novo Estado, na forma do Tocantins.
Extinguir os municípios com menos de cinco mil habitantes representaria um grande retrocesso para o Tocantins e para todos os estados afetados, mas, no próximo dia 28, estarão em solo tocantinense o presidente da República, Jair Bolsonaro, do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara Federal, Rodrigo Maia. Um manifesto reivindicativo e bem fundamentado, feito pela direção da Associação Tocantinense de Municípios – ATM – deve colher assinaturas dos 24 deputados estaduais, dos oito deputados federais e dos três senadores, sugerindo ao presidente da República um reordenamento, diminuindo o número de vereadores para cinco e dando um prazo de 12 anos para os municípios viabilizarem sua sobrevivência financeira, com auto-sustento, ficando responsáveis por arrecadar, pelo menos, 10% dos custos para sobreviver.
O momento se fará oportuno, principalmente por causa da reunião inédita de lideranças políticas no Tocantins, com a presença da mídia nacional e internacional.
Com a palavra, a ATM.
SUCESSÃO MUNICIPAL PALMAS 2020
Os dirigentes dos principais partidos políticos do Estado e da Capital têm consciência da falta de grandes líderes populares, capazes de aglutinar, de comandar a massa popular e de encantar com seus discursos.
Até agora, os que tornaram públicas suas intenções de disputar as eleições municipais de 2020, ainda estão longe de despertar aceitação ou simpatia por parte do eleitorado palmense. Muitos deles têm “fotos no retrovisor”, que relatam “visitas às 6h da manhã, por parte da Polícia Federal”, mesmo não sendo réus em nenhum processo, enquanto outros, como é o caso da atual prefeita, Cinthia Ribeiro, pagam o preço por terem terceirizado suas administrações. Caso não surja uma candidatura vinda do segmento empresarial, com alto poder de gestão e reputação ilibada, infelizmente o eleitor da Capital terá que optar pelo candidato que considerar “menos ruim”.
A pirâmide eleitoral de Palmas tem em sua base, formada por 82% dos eleitores, pessoas de baixa renda, que sonham com novas oportunidades de trabalho e de crescimento pessoal, com Saúde Pública e Educação de boa qualidade, Segurança Pública eficiente, uma política de capacitação da juventude e de valorização da classe empreendedora, sejam de grande, médio ou pequeno porte, além dos autônomos.
QUAL SERÁ O NOME PERFEITO?
É por isso que a maioria esmagadora dos empresários da Capital sonha com um candidato a prefeito que realmente os entenda, que conheça o mercado, que seja um bom gestor e que não tenha nenhum envolvimento em ilícitos, ou seja, ficha limpa.
As pesquisas de consumo interno mostram com clareza de informações, que o eleitorado palmense quer uma mudança radical, deixando de lado os políticos tradicionais e clamando por algo novo.
Por isso, o momento de “demarcar território” é agora, pois, aquele que se encaixar nas prerrogativas acima, sairá com a vantagem significativa de corresponder aos anseios do eleitorado. Quem perder esse momento para se anunciar como pré-candidato, terá que esperar pela passagem das festas de fim de ano (momento em que famílias se reúnem e a política vira assunto cotidiano), as férias escolares, o recesso parlamentar nos Legislativos municipal, estadual e federal e um longo período de desmobilização social.
Perder tanto tempo, com uma campanha eleitoral se aproximando, pode não ser a melhor opção, lembrando que os adversários já são políticos e sabem, na “hora H”, como atrair a faixa do eleitorado que lhes interessa.
Os índices de rejeição aos principais pré-candidatos à prefeitura da Capital dá a um candidato da classe empresarial a chance de se apresentar como a solução para as demandas dos eleitores. Logo, está passando da hora desse candidato-novidade mostrar quem é e a quê veio, seus pontos de vista e quais as suas prioridades.
Caso o empresariado palmense se uma, acreditamos que seu candidato saiba, exatamente, como olhar para a cidade com uma visão de futuro, levando em consideração desde a geração desburocratizada de empregos e abrindo uma discussão sobre as altas taxas e tarifas municipais – caras demais e sem o retorno prometido – sintonizando seu plano de governo com os anseios populares. Mas, isso tem que ser feito já, ainda na primeira quinzena de dezembro.
A pressa é inimiga da perfeição, mas pode fazer bem em corridas. Principalmente em corridas eleitorais!