O renomado e festejado escritor Guimarães Rosa pontuou em um dos seus mais belos textos que “os bons homens não morrem, ficam encantados”. É este sentimento que neste instante inunda minha alma, repetidamente advertindo-me que o meu admirado, amado e respeitado “Tio Celso” não morreu, encantou-se, materializando entre nós seus feitos e exemplos de dignidade, fraternidade, retidão, solidariedade e companheirismo.

 

Por Edivaldo Rodrigues

 

Desde a adolescência, com apenas 16 anos, já era o “homens de confiança” de meu avô Filogônio Rodrigues Nogueira, proprietário da mítica Fazenda Corredor, onde aquele jovem esquelético cuidava da criação e de outros afazeres inerentes ao bucólico ambiente rural. Aos 22, com a venda de algumas cabeças de gado, resultado de seu trabalho, recursos que foram juntados a uma pequena poupança, que ele confiava a sua mãe Anízia de Souza Rodrigues, comprou uma singela propriedade, que escorria do pé da Serra dos Macacos até as ribanceiras do rio Mantança.

Ali, ao lado de sua amada Iracema, desbravou aquelas inóspitas terras, enfrentando cascavéis, surucucu e jararacas, além de “peitar” suçuaranas e pintadas, que vinham buscar cães, gatos e bezerros na cancela principal de sua pequena morada. Persistente e determinado Celso Rodrigues Nogueira ergueu na localidade um patrimônio respeitável, ao mesmo tempo em que constituiu uma família admirável, 14 filhos ao todo: Maria das Mercês, Domingos, Maria das Graças, Ademar, Maria de Fátima, José dos Santos, Maria de Lurdes, João, Maria de Jesus, Edmilson, Adilsom, Valdiney e Paulinho.


Celso Rodrigues Nogueira, sempre soube que o homem é superior ao tempo e assim posto, de sol a sol, foi construindo condições para a formação cidadã de sua prole, proporcionando a todos a infinita luz do conhecimento. A eles repassou também os princípios da respeitabilidade, da retidão, da fraternidade, da moral, da ética e principalmente da fé cristã, ensinamentos de dignidade que se impregnou nos corações e nas almas de 37 netos e 23 bisnetos.

Ele não cuidava tão somente de sua prole, mas também da mãe Anízia e da irmã Ana, contribuído significativamente para a formação do nosso caráter. Eu, Edmar e Edson, que não convivemos com a figura paterna, tínhamos em “Tio Celso”, uma expressiva referência de pai. E ele exercia este papel com muita responsabilidade, nos repreendendo quando preciso e oferecendo amor e carinho fraternal como compensação da cotidiana reverência e do singular respeito que sentíamos por ele.

Durante toda sua vida ele nos mostrava, todos os dias, o agigantamento de seus braços e coração, onde além de sua prole, acolhia e acomodava também os irmãos, Lurdes, Mírian, Elci, Ana, Rosilvo e Jorgina, dando lhes a medida exata da admiração que nutria por eles. A sua rusticidade, a sua “áurea de durão”, eram sempre fragmentadas com largos sorrisos diante dos seus, numa rodada de conversa, bebericando licores de vários sabores, fumando um cigarro de palha e observando a vida acomodado no pedestal dos vitoriosos, mas contido pela sábia humildade que sempre o caracterizou.

Minha avó Anízia e minha mãe Ana Rodrigues, constantemente nos levavam a passear na fazenda de “Tio Celso” e ali, no exercício de todas as vontades inalcançáveis em solo urbano, inundávamos nossos cérebros com as novidades do campo Foi numa destas passagens pela Fazenda Matança, que o vi bater com um machado na cabeça de um porco e, em seguida fazendo uso de uma faca. E pouco tempo depois algumas panelas já ocupavam as bocas de um fogão a lenha, onde ferviam o preparo de deliciosos pedados da carne suína e suas vísceras.
Aquela imagem não saída da minha cabeça e então resolvi reproduzir o ato alimentar com o meu irmão Edson. Combinei com ele para que ficasse de quatro, e em sua nunca acomodei um travesseiro de capim, amolei bem a faca e reservei o machado numa das mãos. Disse também que era para ele gritar igual a o porco, quando o golpe acertasse seu pescoço. Quando já preparava para desferir a machadada, carregando a faca na cintura, “Tio Celso” adentrou a o quintal da casa da minha avó, onde morávamos e deu um grito apavorante. Salvando assim meu irmão caçula. Nesse dia apanhei duas vezes: da minha mãe e dele, que me aconselhou demoradamente, destacando os caminhos que eu, Edson e Edmar, deveríamos seguir.

Outro fato relevante que marcou, por definitivo, aminha convivência com “Tio Celso”, foi quando em uma das minhas traquinagens pelas ruas de Porto Nacional, atirei uma pedra sem direção que acertou o para-brisa de um veiculo estacionado na Pracinha das Mercês. O proprietário do automóvel, após conferir o prejuízo, saiu em disparada tentando me agredir. Menino ligeiro, consegui a proteção de minha morada.

Naquele período, mensalmente “Tio Celso” juntava sua tropa de mulas e nelas acomodavam jacás e bruacas carregadas de mantimentos para abastecer a dispensa da casa de minha avó. Exatamente naquele dia ele tinha acabado de descarregar os animais e ainda guardava um revolver e um facão na cintura quando o raivoso homem apareceu na porta principal daquela singela residência, dando de cara com Celso Rodrigues Nogueira, que com convicção se apresentou como meu pai. O cidadão, que tinha certeza que naquela casa encontraria somente duas frágeis mulheres, voltou os olhos para o chão e se retirou.

“Tio Celso” era um homem de fé e, por toda sua vida, exerceu sua crença com extremada devoção. Todos os anos ele e sua admirada Iracema abriam as portas de sua morada para receber centenas de amigos, vizinhos e familiares, para juntos celebrar os feitos milagrosos de Santa Luzia, dentre outras divindades celestiais. É por tudo isso que ele, neste último dia 8 de outubro, aos 88 anos, foi chamado para ocupar seu lugar ao lado do Nosso Pai Criador, e dali cristalizar e certeza de que “os bons homens não morrem, ficam encantados”. Tal encantamento certamente vai nos propiciar, a todos que ele amava, uma vigilância protetora, nos permitindo destacar na prática os exemplos de cidadania que ele nos deixou.

 

Posted On Sexta, 20 Outubro 2017 19:04 Escrito por O Paralelo 13

Por Cinthia Abreu

 

Membros do Movimento Sem Terra (MST) que ocupavam o acampamento Dom Celso, na zona rural de Porto Nacional, a 61 Km de Palmas, foram atendidos pela Defensoria Pública do Estado Tocantins (DPE-TO) nesta quinta-feira, 19.  A defensora pública Denize Souza Leite visitou o acampamento, onde constatou a destruição de vários barracos, após o episódio ocorrido na noite da última quarta-feira, 18. O atendimento coletivo foi realizado com acompanhamento da delegacia de Repressão dos Conflitos Agrários (Derca), que irá instaurar inquérito para apurar a ocorrência do crime, e também da Ouvidoria Agrária Nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

 

Na ocasião, a Defensora Pública prestou orientações e atendimento jurídico às famílias, que denunciaram a ocorrência do grave episódio de violência, com tiroteio provocado por quatro homens armados, que ameaçaram os ocupantes e atearam fogos em alguns barracos.

 

Segundo a Defensora Pública, 17 barracos foram queimados, não houve feridos com o episódio de violência, mas foram perdidos, no incêndio, roupas, móveis, produtos alimentícios, entre outros. Parte dos barracos estava vazia porque alguns integrantes do MST estão acampados em uma manifestação na sede do Incra, em Palmas.

 

Atendimento

Por ser um território nacional, o acompanhamento do caso será feito pela Defensoria Pública da União, porém, a Defensoria Pública do Estado do Tocantins segue acompanhando no que tange à perda de bens materiais. “Nós faremos um relatório de todos os danos ocorridos, relação dos bens materiais danificados e anexar no processo para que, em sendo apurada e comprovada a autoria de tais ações, que estão acontecendo de maneira reiterada na área, a Defensoria Pública posse requerer a indenização  por danos matérias , bem como por dano moral coletivo, em beneficio da comunidade afetada”, explicou Denize Souza Leite.

 

Conforme a Defensora Pública, diversos episódios de violência vem acontecendo no local e a DPE-TO acompanha o caso desde 2015. “O processo foi remetido para a Justiça Federal e ainda está em trâmite,  aguardando uma decisão da justiça sobre a permanência ou não dos acampados na terra”, explica Denize.

 

 

Violência

Episódios de violência no campo têm sido recorrentes no Tocantins com a destruição de objetos pessoais, casas incendiadas, torturas e agressões. Em reunião na sede da DPE-TO em Palmas, o ouvidor agrário nacional substituto do Incra, José Lívio de Moraes Matos, falou sobre o atendimento coletivo realizado em Porto Nacional e também sobre os crescentes episódios de violência no Estado. “Estou muito preocupado com o Tocantins. Aqui não tinha esses grandes conflitos que estão surgindo, muitos casos graves que envolvem até mortes”, comentou.

 

Matos aproveitou a ocasião para parabenizar a Defensoria pela atuação nos conflitos do campo. “A doutora Denize foi bem orientadora, prestando esclarecimentos importantes para a comunidade e tenho acompanhado sempre a atuação do Pedro Alexandre, que tem tido um importante papel de mediação e defesa dessas comunidades. Se nós caminharmos juntos em defesa dessa sociedade excluída, certamente teremos um bom resultado”, defendeu o ouvidor.

 

Histórico

A área do acampamento Dom Celso, localizada a 18 km de Porto Nacional, sedia o Projeto de Assentamento Retiro, criado pelo Incra, SR-26, em 1995, conforme Portaria n° 93 de 10 de janeiro de 1995, desapropriado para fins de reforma agrária onde, na época, foram assentadas 23 famílias que, ao longo do tempo, foram apropriados de forma irregular por várias pessoas que não têm perfil para serem beneficiários da reforma agrária.

 

Atualmente, o acampamento encontra-se com 150 famílias acampadas dentro da área. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupou o local em maio de 2015, onde estão residindo e reivindicando os lotes em questão junto ao Incra e à Justiça Federal para que seja realizado o assentamento das famílias acampadas.

 

Parte das famílias pertencia ao acampamento Sebastião Bezerra, instalado às margens da Rodovia TO-050- córrego Chupé, Porto Nacional, entre 2011 a 2015, e parte são famílias da cidade de Porto.

Posted On Sexta, 20 Outubro 2017 14:05 Escrito por O Paralelo 13

Certamente não foi uma luta de um só guerreiro, pois nesta caminhada, que se agarrou à linha do tempo e atravessou quase três séculos, uniu nesta longa jornada gente simples, desprovida de esperanças, idealistas que sonhavam com a terra prometida, intelectuais, consolidando opiniões e muitas autoridades, debatendo e preparando as bases para a construção do Tocantins que todos sonhavam.

 

Por Edivaldo Rodrigues

 

Um dos fatores que contribuíram decisivamente para aflorar ainda mais a rebeldia do povo do Norte Goiano, foi certamente as dificuldadespara se estabelecer desenvolvimento, como também o isolamento geográfico e principalmente o descaso das autoridades do Sul com esta região. A ausência de acesso e falta de contato permanente dos habitantesnortenses com os sulistas, levou esta coletividade a estabelecer mais vínculos comerciais com os estados vizinhos, dentre eles Pará e Maranhão, consolidando com isso certeza de que, os ventos que sopravam da parte rica de Goiás, eram desnecessário para a sobrevivência desta gente pobre do Norte, cinte de que romper os grilhões com o atraso era preciso.

 

Movimento separatista

A partir de 1821, o movimento separatista se fortaleceu com o Governo Autônomo de Tocantins. Com isso, em 1920, as ideias libertárias ganharam força novamente, mas ainda sem sucesso. Com a construção da Capital Federal no coração Goiás, permitiu mais esperanças e desenvolvimento ao Norte do Estado. Além disso, as obras da Belém-Brasília, a mineração de ouro e calcário e o extrativismo da madeira, aqueceram a economia da região, expandindo a população, a agricultura e o comércio.

 

A luta separatista seguiu soberana, o que levou em oportunidades distintas, nas décadas de 1980, a aprovação de duas propostas distintas pelo Congresso Nacional,iniciativa que libertava o povo do Norte Goiano do Julgo sulista. Estesprojetos foram vetados respectivamente pelos então presidentes da República, João Figueiredo e José Sarney. Finalmente, com a promulgação da Constituição do Brasil, em 1988, o tão sonhado Estado do Tocantins foi criado.

 

Porto nacional decisivo

Mas, para que este sonho se tornasse realidade, fez se necessário entoar o tambor de guerra, fazer tremular a bandeira da ocupação, armar-se de idealismo e, com muita determinação, partir para o enfretamento e derrotar os gigantescos interesses políticos e econômicos que mantinha o povo tocantinensesubjulgado aos mandatários do Sul de Goiás. Nesta luta Porto Nacional foi decisivo, senão vejamos:

Em 1958 Porto Nacional se posicionou com expressividade nesta luta libertária e, através de vários movimentos envolvendo importantes membros da sociedade portuense faz com que parte do Brasil tomasse conhecimento da reivindicação do povo do Norte de Goiás. O brado guerreiro desta gente nortense somente teve repercussão em boa parte do País graças a idealistas como Oswado Ayres da Silva, Fabricio Cesar Freire e João Matos Quinaud, que naquele ano fundaram a ATI – Associação Tocantinense de Imprensa.

 

A ATI, reconhecida nacionalmente como uma instituição sempre voltada para a defesa das liberdades individuais e da cidadania, foi o palco de grandes debates naquele período, oportunidade em que reunia as mais expressivas figuras púbicas do Norte Goiano, entre eles intelectuais, profissionais liberas e parte significativa da sociedade civil e destacadas lideranças políticas, que juntos elaboravam contundentes manifestos a favor da criação do Estado do Tocantins.

 

Noticias para o Brasil

Era das esqueléticas máquinas de datilografia e dos surrados mimeógrafos da Associação Tocantinense de Imprensa que se materializavam como noticias as ideias separatistas do povo nortense. Graças a estes ilustres portuenses que contundente e expressivo material noticioso chegava aos grandes centros do Brasil e eram repercutidos nos principais jornais da época, principalmente nos periódicos comandados pelo mítico Assis Chateaubriand.

 

Estas matérias jornalísticas, escritas pelos principais articulistas da ATI, já pontuavam que, criado o Tocantins, Porto Nacional seria a capital do novo Estado. A certeza se sustentava na condição que a cidade exercia como grande centro educacional, polo cultural, além de já contar com uma excelente estrutura, destacando se alguns imponentes e funcionais prédios públicos, que inicialmente seriam usados para abrigar os equipamentos administrativos e também na serventia de sede definitiva do governo, suas secretarias, autarquias e órgãos afins.

 

“Porto Nacional, Estado do Tocantins”

Neste período, outras figuras públicas se destacavam por suas iniciativas separatistas, dentre elas o Brasil se solidarizou comum homem das leis, que expressava seus sentimentos libertários juntamente com os líderes da ATI, através de sua posição institucional. Ele era o Juiz de Direito Feliciano Machado Braga, da comarca portuense, que através de manifestos, documentos oficiais e processos específicos, destacava a necessidade de se criar o Estado do Tocantins, tendo Porto Nacional como capital. 

 

Enfático e determinado nas suas posições, o magistrado portuense, além de liderar manifestações, organizar congressos temáticos e debater publicamente as ideias separatistas, fazia questão de assinar documentos oficias, enfatizando sempre sua sonhada localização geográfica, e assim ele grafava: “Porto Nacional, Estado do Tocantins”.

 

Por esta postura de rebeldia institucional ele foi alertado inúmeras vezes pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, que não logrou êxito nas suas advertências. Ignorado publicamente, o judiciário goiano revidou e então oficializou uma dura punição a Dr. Feliciano Machado Braga, que persistiu na luta separatista ainda por longos anos, até os últimos dias de vida.

 

Outras trincheiras

Além da ATI, outra instituição que também fortaleceu a luta separatista foi a CENOG – Casa do Estudante do Norte Goiano, que teve um papel fundamental durante os anos de 1960, período em que Porto Nacional se consolidou como Capital Cultural, dada a expressividade intelectual dos portuenses. Esta condição era o resultado de uma educação de excelência implantada na cidade ainda no final do século XVIII, pelos frades dominicanos.  

Esta capacidade do povo portuense de discernir, de compreender com clareza a necessidade de diuturnamente se criar cidadania e mais qualidade de vida, balizando todas as ações nas liberdades individuais e no estado de direito, incomodou muito os golpista de 1964, que perseguiu duramente os filhos de Porto Nacional, dentre eles jovens estudantes, renomados intelectuais e centenas de profissionais liberais, como professores, médicos, engenheiros, arquitetos e advogados.

 

Guerreiros exilados

Quase todas as tradicionais famílias portuenses choraram a prisão, a tortura e o desparecimento de parentes próximos, que durante anos, os que sobreviveram, sofreram nos calabouços do Regime Militar. Naquele período de chumbo, sangue e desesperança, Porto Nacional novamente recebeu o apoio incondicional de religiosos: Dom Alano Maria Du N’oday, Bispos Diocesano desta secular coletividade, enfrentou de peito aberto e com muita determinação a covardia dos golpistas de 64.  

  

Por ser Dom Alano naquela oportunidade uma figura dedicada a um expressivo trabalho evangelizador, o que permitiu sua Diocese, naquela primeira década de bispado, ordenar 25 padres, fato raríssimo naquele Norte Goiano isolado, sem estrutura de informação e comunicação, por isso a consolidação das dificuldades formação sacerdotal. E por ser ele também um conciliador e defensor intransigente das liberdades individuais, da cidadania e principalmente da sociedade portuense, se fazia a última esperança das famílias dessa centenária comunidade nas questões políticas, culturais, econômicas e sociais da cidade.

 

Ciente do seu papel e de sua importância para esta sociedade, ele, por várias oportunidades viajou a Brasília, ao Rio de Janeiro e a São Paulo e frente e frente com asmais elevadas patentes das Forças Armadas, foi firme nas suas palavras e nas convicções que amparavam sua postura em defesa das liberdades individuais, buscando com isso livrar os filhos de Porto Nacional das mazelas das prisões militares. Como em toda sua vida, naquele período Dom Alano fez história. Ele foi fundamental para que muitos destes portuenses pudessem refazer suas vidas em outros países como asilados e também quando retornaram ao Brasil, recebendo dele o apoio necessário para a retomada de suas cidadanias. 

 

No final da década de 1970, muitos outros filhos de Porto Nacional, não menos dilacerados pela saudade, se exilaram em grandes centros populacionais, desta feita buscando as universidades. Belém, São Paulo, São Luiz, Rio de janeiro, Brasília e Goiânia foram algumas das cidades onde centenas de jovens, oriundos de todas as classes sociais, foram buscar conhecimento e consequentemente uma profissão para ser exercida no tão esperado Estado do Tocantins, iniciativa separatista que a cada dia recebia mais apoio de importantes setores da sociedade civil e politica de todo o Brasil.

Base de luta

Neste processo de busca de qualificação, Goiânia foi a cidade que mais recebeu filhos de Porto Nacional, tornando-se uma combativa base da luta separatista. Tal condição tinha justificativa. A capital goiana, que na época registrava um numero significativo de jovens portuenses matriculados em quase todas as instituições de ensino superior ali implantadas, também abrigava as sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciárioonde certamente estava consolidado os empecilhos que obstaculavam o sonho libertário do povo do Norte Goiano.   

 

Naquela oportunidade, os jovens portuenses se organizaram e associações, uma delas a AJUT – Associação da Juventude Tocantinense, como também influenciavam nos centros acadêmicos, debatiam em reuniões temáticas e fundaram jornais, dentre eles O Paralelo 13, que passou a ser uma tribuna do movimento separatista. Além disso, se fizeram ouvir em importantes congressos onde se discutia a criação do Tocantins, como também participaram de debates na Assembleia Legislativa de Goiás, além de integrarem inúmeras caravanas que foram a Brasília reivindicar a criação do Estado do Tocantins.

 

Em todas estas oportunidades os portuenses defendiam, com intransigência, que a capital do sonhado Tocantins não poderia ser em outro lugar, senão em Porto Nacional. Centenas de manifestos, de abaixo assinado, de ofícios e outros documentos foram entregues às autoridades competentes, sinalizando que os filhos das terras de Félix Camoa não aceitariam a escolha de outra cidade para sediar o Governo do Estado. 

 

Comissão de estudos

Neste período, não muito diferente da ATI – Associação Tocantinense de Imprensa, do Aeroclube e nem da CENOG – Casa do Estudante do Norte Goianos, a atuação da CONORTE – Comissão de Estudos dos Problemas do Norte Goiano, fundada em 31 de outubro de 1981, e tendo sempre um portuense na direção, com objetivo de lutar pelos ideais libertário do povo do norte, municiando tecnicamente os principais lideres que encabeçavam o movimento.

 

A entidade foi fundada e era composta por economistas, engenheiros, arquitetos, professores universitários, estudantes, intelectuais, religiosos dentre outras figuras públicas. Com expressiva capacidade técnica, através de encontros periódicos, congressos e reuniões temáticas, eram elaborados projetos e defendidas inúmeras teses na busca sensata de prepara um Tocantins para o futuro sem os vícios das demais unidades federativas.

 

Uma destas teses defendidas pela CONORTE, era a de que, a capital do futuro Estado, criação em debate no Congresso Constituinte, fosse localizada no Centro Geográfico do Tocantins. Esta ideia, amparada por estudos que indicavam que, isso facilitaria o desenvolvimento econômico regional expandir de forma harmônica e equilibrada, saindo de uma governança centralizada, levando ações administrativasem direção a todas as áreas. Este argumento fortaleceu Porto Nacional.     

 

Sonho realizado

Quando se instalou a Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1988, lá estavam novamente os portuenses se movimentando pelos corredores do Congresso Nacional, levando a senadores e a deputados federais as reivindicações desta coletividade, dentre elas a de que a capital do sonhado Estado, ali em debate a sua criação, teria que ser Porto Nacional. E então, no dia 5 de outubro de 1988, a nova Constituição Federal do Brasil foi promulgada e em seu bojo, através das Leis Transitórias, o Estado do Tocantins foi criado, e com isso o povo do Norte Goiano se libertou das amarras do abandono imposto pelo Sul de Goiás.

 

Posted On Quinta, 05 Outubro 2017 06:28 Escrito por O Paralelo 13

2 dos 3 veículos destinados pelo Deputado Federal Vicentinho Júnior vão para o Abrigo João XXIII

 

Da Assessoria

 

Nesta segunda, 25, a Secretaria de Assistência Social de Porto Nacional (SEMAS) recebeu 2 dos 3 veículos destinados pelo Deputado Federal Vicentinho Júnior (PR/TO) para atender aos idosos do Abrigo João XXIII, em Porto Nacional, com a presença da secretária da pasta, Verônica Fontoura, do assessor parlamentar, Kennedy Martins, servidores e a comunidade.

 

Os recursos no valor total de R$ 159.763,33 é mais um compromisso cumprido do Deputado Federal Vicentinho Júnior, que por meio de emendas parlamentares, viabilizou a aquisição dos veículos.

 

O deputado informa que em breve será entregue mais um veículo, que no momento encontra - se em fase de licitação, para em seguida atender também ao Abrigo João XXIII e assim fortalecer o atendimento e os benefícios socioassistenciais no município.

 

"A nossa obrigação de mandato se deve a destinação, o empenho e o pagamento dos recursos junto à Secretaria de Governo, em Brasília. Ficando sob a responsabilidade do prefeito realizar a devida entrega. Assim esperamos", disse Vicentinho Júnior.

 

Posted On Terça, 26 Setembro 2017 15:14 Escrito por O Paralelo 13

A secretária do Trabalho e Assistência Social (Setas), Patrícia do Amaral participou hoje, dia 19, em Porto Nacional da 1ª Reunião entre Municípios Vinculados e Município Sede da Regionalização dos Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes.

 

Por Luciano Dourado

 

 

Participaram da reunião, os prefeitos das cidades de Brejinho de Nazaré, Fátima, Monte do Carmo e Silvanópolis. Também são contemplados na Regionalização os municípios de Oliveira de Fátima e Ipueiras, mas os representantes das mesmas não puderam comparecer a reunião.

 

As discussões são para tornar a cidade de Porto Nacional o ponto de apoio para que as demais cidades possam discutir os assuntos referentes a crianças e adolescentes que precisam ser acolhidas em abrigos. “Todos os municípios estão sujeitos à vulnerabilidade desse público-alvo. A Setas está nos dando a oportunidade de reestruturarmos as nossas ações nesse espaço democrático de discussões”, disse o prefeito de Porto Nacional, Joaquim Maia.

 

O prefeito de Fátima, Washington Luiz Vasconcelos também gostou da iniciativa. “Não poderemos mais individualizar nossas ações. Temos que trabalharmos juntos. Com esses esforços poderemos atender as exigências da sociedade e dos órgãos fiscalizadores”, disse.

 

A secretária Patrícia do Amaral, também comentou sobre a reunião: “As negociações se estenderam um pouco por conta de dificuldades financeiras dos municípios, mas ao final da manhã conseguimos chegar a um denominador comum, onde vamos atender tanto a unidade sede que é Porto Nacional quanto os seis municípios vinculados que receberam as 10 vagas destinadas ao acolhimento das crianças e adolescentes”, disse a secretária.

 

Sobre a Regionalização

O foco da reunião é sensibilizar gestores com relação ao serviço regionalizado de acolhimento, e fomentar a proteção social especial de alta complexidade entre os municípios. A discussão é legitimada pelas resoluções CNAS nº31/2013 e 11/2014 que delimita tais serviços de proteção social de alta e média complexidade.

Posted On Quarta, 20 Setembro 2017 09:11 Escrito por O Paralelo 13
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