País tem a maior taxa de transmissão de covid-19 desde maio
Com Agências
O Centro de Controle de Epidemias do Imperial College, instituição científica de Londres, divulgou que o Brasil alcançou nesta semana a maior taxa de transmissão da covid-19 desde maio. O chamado ritmo de contágio (RT) chegou a 1,30 segundo os dados do instituto, o que significa que 100 pessoas infectadas transmitem a doença para 130. O número diz respeito à semana iniciada nesta segunda-feira (23) e é o maior detectado pelo College desde a semana do dia 24 de maio, quando estava em 1,31.
Ministro da saúde, Eduardo Pazuello, ao lado do presidente Bolsonaro.© ADRIANO MACHADO (Reuters) Ministro da saúde, Eduardo Pazuello, ao lado do presidente Bolsonaro.
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Pela margem de erro das estatísticas britânicas, a taxa pode estar entre 0,86 e 1,45. Logo, 100 pessoas infectadas passam o novo coronavírus para no mínimo 86 e, no máximo, 145 pessoas. Segundo os analistas, a ritmo de contágio acima de 1,00 significa que a doença está avançando, uma vez que um doente infecta mais de uma pessoa. Por outro lado, o RT abaixo de 1,00 indica uma diminuição da velocidade da taxa de transmissão.
Segundo o Imperial College, o Brasil passou cinco semanas seguidas, entre setembro e outubro, com o ritmo de contágio abaixo de 1,00. A menor taxa foi registrada há duas semanas (0,68), que coincidiu com a semana na qual houve um problema no sistema de dados do Ministério da Saúde (MS) que, segundo o órgão, atrasou a atualização da pandemia. Na segunda-feira da semana passada (16) o RT ficou em 1,10. Segundo o MS, até esta segunda (23), o Brasil tem 6.087.608 casos confirmados e 169.485 mortes pela covid-19. O país vive uma alta da média de mortes nas últimos dias, chegando a 496 por dia segundo o consórcio de veículos de imprensa, em análise feita com base nos dados oficiais das secretarias estaduais de saúde, quantidade 50% maior que a média há duas semanas.
O mesmo consórcio registrou o aumento considerável na média diária de mortes em três regiões: Sudeste (118%), Centro-Oeste (42%) e Sul (19%). Os dados batem com as estatísticas do Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba, que analisa o ritmo de contágio nos Estados brasileiros. Segundo a UFPB, quatro dos seis Estados com as maiores taxas são de Sudeste ou Sul: São Paulo (1,32), Paraná (1,28), Santa Catarina (1,25) e Rio de Janeiro (1,23).
Alerta nos hospitais e testes
Com o maior ritmo de contágio do Brasil e na região onde a média móvel de mortes mais cresce, São Paulo tem até hoje 1.210.625 casos confirmados e 41.276 mortes pela covid-19. Os dados apresentados na semana passada pelo Governo já chamavam a atenção: casos, internações e mortes vinham de duas semanas de aumento e já eram os maiores em dois meses de registro. O que mais preocupa a equipe de saúde do governador João Doria é a ocupação dos leitos de UTI do Estado. Nos números apresentados ontem pelo Governo, a taxa estava em 47,4% no Estado e 55,2% na Grande SP. Já é uma ocupação 17% maior que a semana passada, que por sua vez era 18% maior do que a anterior. “O vírus não estaciona, ele acelera quando não há cuidado. Nada contra os momentos de alegria, mas estamos perdendo vidas todos os dias no Brasil. Aqueles que querem conviver devem se proteger”, discursou Doria na última quinta-feira (19).
Apesar de minimizar algumas vezes o risco da segunda onda no Estado ao garantir que a nova crise sanitária europeia tem relação com o clima mais frio no hemisfério norte nesta época do ano, a equipe de saúde de Doria tomou providências frente aos aumentos. Na semana passada, o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, informou a publicação de um decreto que impede a desmobilização de qualquer leito de UTI ou enfermaria destinados à covid-19 para outros atendimentos de todos os hospitais, públicos e privados, e suspende novos agendamentos de cirurgias eletivas. O objetivo é reservar leitos para a covid-19 frente a uma possível alta ainda maior.
“Precisamos entender como essa curva se comportará. Esse decreto nos dá tempo para analisar e tomar medidas mais definitivas”, justificou Gorinchteyn. Nesta segunda-feira (23), o secretário voltou a dizer que “algumas informações ainda estão sendo inseridas no sistema para que possamos analisá-las e, aí sim, instituir medidas de maneira mais efetiva”. O Governo marcou uma entrevista coletiva para reclassificação das regiões paulistas de acordo com o plano de retomada econômica e possível anúncio de novas medidas restritivas para o dia 30 de novembro, um dia após o segundo turno das eleições municipais.
São Paulo não é caso isolado. A taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 92% na cidade do Rio de Janeiro no domingo. É a maior ocupação desde 12 de junho deste ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, informou a Agência Brasil. A ocupação dos leitos de tratamento intensivo, que chegou a baixar para 59% em meados de agosto, estava na faixa dos 80% desde o início de novembro. Além disso, o Ceará, cujo sistema de saúde também se viu pressionado no primeiro semestre, também vive um repique. De acordo com o jornal O Povo, a taxa de ocupação de leitos intensivos em Fortaleza chega a 56%, mas no interior a situação é pior. Na região conhecida como Sertão Central, onde Canindé é uma cidade de referência, a taxa de ocupação é de 90%.
Para presidente do BC, possibilidade de vacina começa a mudar mercados
Por Wellton Máximo
O programa de injeção de liquidez (recursos de rápida circulação) nos bancos em troca da ampliação do crédito será permanente, disse hoje (24) o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Segundo ele, parte das medidas tomadas durante a pandemia do novo coronavírus representam “mudança estrutural” e continuará, com alguns ajustes no próximo ano.
Na avaliação de Campos Neto, que participou de evento virtual promovido por um site especializado em mercado financeiro, a covid-19 acelerou medidas de estímulo ao crédito que estavam programadas.
“Isso já ia acontecer antes da pandemia. A pandemia acelerou, e nós acabamos fazendo de uma forma diferenciada. Mas é muito importante entender que, para esse mercado de crédito privado crescer, é importante que o banco possa usar o crédito na carteira como veículo de liquidez se houver uma necessidade, como foi feito agora”, declarou.
Otimismo
O presidente do BC comentou o bom desempenho do mercado financeiro nesta terça-feira. Hoje, a bolsa fechou no melhor nível desde o fim de fevereiro, e o dólar caiu para R$ 5,37, tendo a maior queda em uma semana, após avanços na transição presidencial nos Estados Unidos, que devem facilitar a distribuição de uma vacina contra a covid-19.
Na avaliação de Campos Neto, os mercados começaram a reagir a possibilidade mais concreta da vacina contra o novo coronavírus. “Hoje é um dia importante porque começamos a ver o comportamento diferenciado dos mercados”, disse.
A indicação da ex-presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), Janet Yellen, para a Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos a partir do próximo ano também animou os mercados. No entendimento dos investidores, o histórico de política monetária expansionista durante a gestão de Yellen no Fed indica que os Estados Unidos injetarão dólares para estimular a maior economia do planeta, aliviando a pressão sobre os mercados de países emergentes, como o Brasil.
Segunda onda
Sobre uma eventual segunda onda de covid-19, ele declarou que os casos começaram a ressurgir na Europa, porém com menor mortalidade, apesar dos recordes de infecções diárias. Campos Neto destacou que os casos aumentam em todo o planeta, mas disse que, no Brasil, o problema pode ser agravado pela redução do distanciamento social, principalmente entre os jovens, que são “menos pacientes”.
“O custo efetividade versus o custo econômico do distanciamento é inferior ao visto no passado. O mercado está mais focado em vacinas do que em impulsos de estímulos adicionais”, acrescentou.
Irajá está em contato com colegas senadores para se defender das acusações e tentar garantir alguma segurança no cargo
Por Daniela Lima, CNN
O andamento das investigações e o registro que foi feito tanto na boate quanto no hotel são considerados peças imprescindíveis para definir o futuro político do senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO), acusado de estupro por uma modelo de 22 anos.
A modelo conheceu Irajá durante um almoço no Jockey Club, em São Paulo, no domingo (22). Ela diz que o acompanhou à casa noturna Café de La Musique com mais um amigo dele, foi dopada, perdeu a consciência e acordou em um flat, no Itaim Bibi, já sendo abusada por ele.
Diante de um caso dessa gravidade e não havendo um suporte muito firme para sustentar a versão do senador, nenhum parlamentar está disposto a segurar a bronca do colega em um caso tão rumoroso.
Entenda
Irajá Silvestre Filho tem 37 anos, é filho da senadora Kátia Abreu (PP-TO), e tornou pública a relação com a filha de Monique Evans no primeiro trimestre de 2017. A modelo até cogitou se casar com o então deputado federal. Mas a distância minguou o relacionamento. Em agosto, Bárbara disse que já não via o amado com tanta frequência. Enquanto ele vivia na ponte aérea entre Palmas e Brasília, a loira ficava entre Rio de Janeiro e São Paulo.
O parlamentar iniciou a carreira na política oficialmente há dez anos, quando foi eleito o deputado federal mais novo do Tocantins, com 27 anos. Tornou-se senador em 2018, sendo o mais novo no cargo da história do Brasil. Na vida pessoal, formou-se em publicidade e propaganda e teve um filho aos 19 anos.
Sobre a acusação de estuprar uma modelo (que teve a identidade preservada), Irá Silvestre Filho desmentiu as acusações. Os dois teriam se conhecido em uma balada em São Paulo no domingo, dia 22, quando então foram para o quarto e a jovem, que disse estar embriagada, acordou a noite em meio a relação sexual.
A Secretaria de Segurança de São Paulo informou por meio de uma nota que solicitou exame de corpo de delito à vítima e imagens do local estão sendo analisadas. Por se tratar de investigação de crime contra a dignidade sexual, o processo segue sob segredo de Justiça.
Hoje são 6 milhões de casos e quase 170 mil mortes. Até agora, 5.445.095 pessoas já se recuperaram da doença
Por Larissa Gaspar
A média móvel diária de mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil ficou em 496 nesta segunda-feira, 23. O cálculo registra as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana. Desde ontem, foram registrados mais 17.585 casos e 344 mortes, segundo levantamento feito por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de saúde.
No total, o Brasil possui 6.088.044 diagnósticos confirmados de infecção por covid-19 e 169.541 mortes. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 5.445.095 brasileiros se recuperaram da doença e outros 473.028 seguem em acompanhamento. No início do mês, houve dificuldade de acesso à plataforma e-SUS, do Ministério da Saúde. Vários Estados divulgaram dados incompletos ou não conseguiram registrar informações. Isso terá reflexo nas indicações de tendência de alta, estabilidade ou queda no número de mortes, nos Estados e também nos percentuais nacionais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira, 23, que a "aposta mais segura" para algumas famílias será não realizar reuniões familiares neste Natal e Ano Novo para impedir a disseminação do coronavírus. O anúncio foi feito no mesmo dia em que a OMS saudou os esforços da Universidade de Oxford e do laboratório AstraZeneca “para tornar a vacina acessível e fácil de armazenar”.
O Brasil é o segundo país com mais mortos, atrás apenas dos Estados Unidos, que registrou 257.514 mortes por covid-19. No total de infectados, de acordo com a Universidade Johns Hopkins (EUA), o Brasil fica atrás dos Estados Unidos e da Índia.
Parceria
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, e feito em conjunto com as secretarias estaduais de Saúde. Os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal. De forma inédita, a iniciativa foi uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia e se manteve mesmo após a manutenção dos registros governamentais
Diego Moura Capistrano já foi condenado a 123 anos de prisão
Por iG Último Segundo
Na última sexta-feira (20), o quarto suspeito mais procurado do Brasil foi preso na cidade de Igarapé, em Minas Gerais. A prisão de Diego Moura Capistrano aconteceu durante uma operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Civil.
O chefe da divisão operacional do Getap, César Matoso, informou que Diego Capistrano foi abordado na BR-381 com um documento falso. Ele estava em um veículo, onde foram encontrados um fuzil e R$ 15 mil em dinheiro.
“O suspeito foi conduzido à delegacia com nome falso em seu documento, sendo autuado por posse ilegal de arma. Colhemos a digital e conseguirmos confirmar a identidade do suspeito”, disse o delegado.
Diego Capistrano tem 34 anos e é conhecido como “ Jovem ”. De acordo com Matoso, trata-se de um criminoso de altíssima periculosidade suspeito de ter participado de um assalto a uma empresa de transporte de valores no Paraguai em abril de 2017.
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Capistrano também já foi condenado a 123 anos de prisão por suspeita de liderar uma quadrilha que assaltou uma transportadora de valores em Ribeirão Preto (SP) em julho de 2016.
“No crime, eles [quadrilha] usaram armamentos pesados capazes de derrubar aeronaves. Explodiram carros fortes, fizeram famílias reféns e mataram um agende da PRF”, afirmou Matoso.
O suspeito também é investigado por dois crimes de roubo de carga: um em Três Corações e outro em Barão de Cocais, ambos em Minas Gerais .
A Delegacia de Repressão ao Roubo de Carga investiga o roubo de uma carga avaliada em R$ 2 milhões. Autoridades dizem que Capistrano é líder de uma organização criminosa e, além de coordenar as ações, ele financia recursos e fornece armamentos e veículos para que os roubos aconteçam.