Começa caça às bruxas após votação que deu a vitória ao presidente da República. Partidos apontam e punem “infiéis”
Da Redação
O Planalto vai publicar nesta semana uma série de exonerações de servidores que foram indicados por deputados que votaram a favor da denúncia de Michel Temer. Mais de 20 nomes estão sob análise. Na maior parte dos casos os líderes da base aliada indicarão os substitutos, mas em alguns Estados a infidelidade foi tão alta que as nomeações caberão aos poucos que se mantiveram ao lado do presidente. É o caso de Sergipe. Lá, só dois dos oito deputados votaram com Temer.
Horizontal Praticamente todos os infiéis serão alvo de retaliação, garantem aliados de Temer. Pouquíssimas exceções só serão mantidas por ordem direta do presidente.
Vários deputados foram avisados de que a lista de exonerações estava praticamente pronta e tentaram fazer um último apelo. Em mensagens a integrantes do governo, pediram que o Planalto observasse “o histórico” de parceria e não só o desempenho no dia da votação.
Waldir Maranhão (PP-PI), que anulou com uma canetada o impeachment de Dilma Rousseff no ano passado, tinha feito as pazes com Temer, mas durou pouco. Pelo voto pró-denúncia, vai perder indicado que nomeou diretor da ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
Com as mudanças em cargos de segundo e terceiro escalão, o governo sinaliza que vai mesmo preservar o atual desenho da Esplanada, sem substituição de ministros.
O deputado Beto Mansur levará ao Planalto nesta terça (8) o quadro dos infiéis na votação da denúncia contra Temer. Fará um comparativo com a estimativa de apoio que o governo tinha para a reforma da Previdência antes do recesso.
Dias após a bancada do PSDB sair rachada da votação da denúncia contra Michel Temer, a ala do partido contrária ao presidente prepara um texto alternativo à reforma da Previdência apresentada pelo governo.
A proposta é uma demonstração de que alguns tucanos mentem ao dizer que dentro ou fora do governo votarão pela Previdência. Antes da crise da JBS vários deputados do partido demonstravam indisposição em encarar a matéria no plenário — ela é impopular.
O advogado de Michel Temer, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, entregará nesta terça-feira (8) ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, o pedido de suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A iniciativa estava em estudo, como antecipou a colunista Mônica Bergamo, mas a entrevista de Janot à Folha, nesta segunda (7) acirrou de vez os ânimos.
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse a quem o visitou na prisão que acha mais provável fechar sua delação premiada depois que Rodrigo Janot deixar a chefia da PGR. Ele fica no cargo até 17 de setembro.
Integrantes da PGR dizem que há “fortes elementos” para sustentar a denúncia contra Temer por organização criminosa.
Os elogios de Michel Temer a João Doria e a ida do secretário de governo do Planalto, Antonio Imbassahy, à Bahia em homenagem ao prefeito foram sinais eloquentes de que o governo escolheu um lado do PSDB para apostar.
Os votos de 11 dos 12 deputados do PSDB de São Paulo contra Temer caíram na conta do governador Geraldo Alckmin (PDSB). O problema é que o presidente conseguiu barrar a denúncia na Câmara e ainda teve a maioria da bancada tucana ao seu lado.
No governo federal sobram críticas ao tucano. Dizem que ele não fez política “nacional”, mas pensando apenas em São Paulo e que se isolou.
Além do giro pelo Nordeste e na cidade de São Paulo, o ex-presidente Lula disse a aliados que quer ir ao Rio de Janeiro. Deve visitar a Baixada Fluminense, São Gonçalo e a zona oeste.
PR pede demissão de quem votou contra Temer
Dois dias após a vitória na Câmara, começaram as retaliações a integrantes da base que votaram contra o presidente. A exoneração de Gustavo Adolfo Andrade de Sá da diretoria de Administração e Finanças do Dnit será publicada no “Diário Oficial” desta sexta (4).
Ele foi indicado para o cargo pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB), que votou contra Temer. O pedido de punição partiu do ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR).
O Planalto espera que as outras siglas da base façam pente-fino em suas bancadas, identifiquem os traidores e peçam a cabeça de seus indicados no governo.
Número de pacientes que abandona o tratamento ainda é alarmante
Neste dia 6 de agosto, é celebrado o Dia Estadual de Conscientização, Mobilização e Combate à Tuberculose. A data foi criada para reforçar o combate à doença no Estado do Rio, mas os números ainda preocupam. Em 2016, foram registrados cerca de 15 mil casos da doença e deste total, 12 mil novos registros. A tuberculose tem cura, mas só com o diagnóstico precoce e o tratamento correto é possível diminuir as chances de transmissão.
- Muita gente não sabe, mas a tuberculose tem cura. O grande problema é que nem todos concluem o tratamento, nossa taxa de abandono, em 2016, foi de 11,4%. De acordo com a OMS, teríamos que ter essa taxa em, no máximo 5%. O diagnóstico também é muito importante e os sintomas não devem ser negligenciados. Quem apresenta uma tosse persistente, há mais de 15 dias, deve procurar uma unidade de saúde perto de casa – explica o secretário estadual de saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr.
Um dos principais sintomas da tuberculose é a tosse seca ou contínua, no início da doença. Por isso, é preciso ficar alerta ao apresentar esse sintoma por duas semanas ou mais. Outros sinais frequentes são: cansaço excessivo, febre baixa, geralmente no final da tarde, suor noturno, dor no tórax, falta de apetite, emagrecimento, fraqueza e prostração, podendo ainda ocorrer escarro com sangue.
- Para considerarmos a doença sob controle, temos de alcançar uma incidência de três casos por 100 mil habitantes, mas, em 2016, essa taxa ficou em 70 casos para 100 mil habitantes, fato que preocupa e precisa do engajamento de todos - explica Ana Alice Pereira, coordenadora do Programa de Combate à Tuberculose da Secretaria de Estado de Saúde.
O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sem interrupção. Geralmente, os pacientes que seguem as orientações médicas até o final são curados. Depois de 15 dias usando a medicação, os pacientes deixam de ser transmissores da doença, mas para evitar uma recaída e ainda o surgimento da forma resistente da doença, é essencial que o tratamento seja realizado sem interrupções e pelo período estabelecido pelo médico.
Tuberculose X AIDS Os soropositivos são mais vulneráveis à doença. Pessoas vivendo com HIV/AIDS têm maior probabilidade de adoecer quando entram em contato com outra pessoa que esteja transmitindo a doença. - Sempre que a tuberculose é investigada em um paciente é necessário fazer o teste de HIV também. Muitas pessoas são soropositivas e a tuberculose se apresenta como a primeira doença, devido a sua baixa imunidade provocada pelo desenvolvimento da AIDS - explica Ana Alice. A doença A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria, a Mycobacterium tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch. A bactéria afeta principalmente os pulmões, mas também pode atingir outros órgãos e tecidos, como as meninges, pleura, rins, gânglios, pele, olhos e aparelho genital (Tuberculose Extrapulmonar). Tratamento longo O tratamento é longo, com duração mínima de seis meses, e é muito importante que não seja interrompido. A interrupção do tratamento pode levar a recaídas da doença, com uma forma já resistente às drogas, cujo tratamento já será mais prolongado (mínimo de 18 meses). Prevenção Para prevenir as formas graves da doença, como a meningite, por exemplo, é necessário imunizar as crianças obrigatoriamente, no primeiro ano de vida ou no máximo até cinco anos, com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de AIDS não devem receber a vacina. A doença não é transmitida através de objetos compartilhados, como copos, talheres e pratos. Ao tossir, espirrar ou falar, os doentes eliminam bacilos no ar e podem transmitir a doença. Em ambientes fechados, esses bacilos podem ser inalados por quem convive por muitas horas neste espaço.
Ministro da Fazenda afirmou que não há espaço para flexibilização do projeto
Com Agência Estado
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira que a expectativa é de ver a reforma da Previdência aprovada em outubro, prazo que contemplaria sua apreciação tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado.
Falando a jornalistas após participar de conferência organizada pelo Goldman Sachs, Meirelles avaliou que não há espaço para flexibilização do projeto, que preservou ao redor de 75% dos benefícios fiscais calculados originalmente pela equipe econômica da forma como aprovado em comissão especial na Câmara.
"Achamos que funciona, mas não há muita margem para mudar isso", disse, voltando a ressaltar a importância da matéria para o reequilíbrio fiscal no país.
Na véspera, a Câmara dos Deputados rejeitou a denúncia contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção com o apoio de 263 parlamentares -- pouco acima da maioria, mas num número ainda distante dos 308 necessários para aprovar uma mudança constitucional, como a proposta para a Previdência.
Questionado a respeito dessa diferença, Meirelles avaliou que são votações diferentes.
"O que foi feito foi uma decisão específica, sobre um assunto específico e que foi tomada decisão clara a esse respeito, com quórum demandado para aquela decisão", disse.
Meirelles disse ainda que o governo está "trabalhando duro" na reforma tributária, que deverá ser apresentada ao Congresso Nacional "proximamente". Para esta reforma, prevê votação ainda em 2017.
Questionado sobre a viabilidade da meta fiscal deste ano, que vem sendo colocada em xeque diante da fraqueza na arrecadação e frustração com receitas extraordinárias, Meirelles afirmou que a princípio a meta é de déficit primário de R$ 139 bilhões, e que o objetivo é cumpri-la.
O ministro ressaltou que a equipe econômica está observando com cuidado e atenção a evolução da arrecadação para saber se serão necessárias medidas adicionais.
Nesta quinta-feira, a Receita Federal divulgou que a segunda rodada do programa de regularização de ativos no exterior, mais conhecido como repatriação, gerou receitas de R$ 1,615 bilhão, bem abaixo da última estimativa oficial do governo, de R$ 2,85 bilhões.
(Por Thais Freitas; Texto de Marcela Ayres; Edição de Luiz Guilherme Gerbelli)
Deputado Wladimir Costa tatua nome de Temer no ombro
Com Agência Estado
O amor eterno do deputado Wladimir Costa (SD-PA) por Michel Temer pode sair com água e sabão. Pelo menos é o que garante o tatuador Frederick Nascimento, que tem 25 anos de profissão e é um dos precursores da tatuagem de henna para o Brasil. Costa contou à reportagem sobre a tatuagem nesta segunda-feira, 31.
Mais conhecido como Lico, Nascimento acordou com uma série de ligações e marcações em sua página no Facebook, nesta segunda-feira, 31. O motivo: o deputado que apareceu com "Temer" tatuado no braço disse que fez a obra em um estúdio chamado "Mundo da Tatoo", nome do estúdio do Lico, em Brasília. "Não, não fiz. Eu conheço uma tatuagem de henna de longe. É só você ver pela foto. Tem uma mancha na letra "r", um borrão... Não tem como ser de verdade. Acho que vocês nunca mais vão ver o deputado sem camisa".
O tatuador diz ainda que se houver uma empresa com o mesmo nome da sua, vai à justiça. "Se esse senhor tiver divulgado em algum lugar nosso nome iremos procurá-lo e exigiremos uma retratação imediata", afirmou.
Conhecido pelas polêmicas que lançou durante a votação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a respeito da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), o deputado federal diz ter decidido marcar para sempre o apoio a Temer. O parlamentar afirma ter feito uma tatuagem no ombro direito com o nome do presidente, a qual afirma ser permanente. "Paraense não é de se arrepender não", disse Costa.
A tatuagem, finalizada na última sexta-feira, 28, teria custado R$ 1,2 mil em seis vezes no cartão, segundo o parlamentar. À reportagem, ele disse que a tatuagem não é de henna - e que "só conhece tatuagem com agulha na pele". A reportagem não encontrou um estúdio com esse nome no Pará.
"Se eu encontrar com o deputado, vou cobrar essa conta", brinca o tatuador. "Mas eu posso garantir que ele está mentindo. É henna", afirma Nascimento.
A pedido do site de mobilizações sociais na internet Avaaz, o Ibope ligou para mil eleitores a partir dos 16 anos para saber o que eles esperam dos deputados durante a sessão e 81% disseram que esperam a abertura do processo.
Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, a vontade pela continuidade da investigação é de quase 90% e de 70% no grupo que tem 55 anos ou mais. Para 73% dos eleitores consultados, o deputado que votar contra a abertura do processo não merece ser reeleito em 2018.
Com Jornal do Brasil
Às vésperas da votação no Plenário da Câmara da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, o Ibope divulgou nesta segunda-feira (31) pesquisa encomendada pela ONG Avaaz com resultado desfavorável ao peemedebista. Para 81% dos entrevistados, os deputados federais devem aceitar a denúncia e autorizar a abertura de processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Apenas 14% dos entrevistados pelo instituto de pesquisas entre os dias 24 e 26 de julho são contrários e 5% não souberam ou preferiram não opinar sobre o assunto.
Entre os que acreditam que a Câmara deve autorizar a denúncia contra Temer, 89% são jovens, 86% e 85% têm, respectivamente, ensino médio ou superior, 87% têm renda familiar de mais de 2 a 5 salários mínimos. Além desses, destacam-se os entrevistados da região Sul (87%) e os que residem nas capitais (86%).
Ainda pensando na abertura do processo no STF, foram apresentadas algumas frases para medir o grau de concordância dos entrevistados. Observa-se que, para a afirmação “Ficarei indignado se os deputados votarem contra a abertura do processo no STF”, 70% concordam, 26% discordam e 4% não sabem ou não respondem. Sobre a frase “Respeitarei a decisão tomada pelos deputados em relação à abertura do processo contra o presidente Michel Temer”, são 74% os respondentes que concordam com ela, 23% os que discordam e 4% aqueles que não sabem ou não opinam.
Frente à sentença “Acho que a denúncia é correta e o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice da corrupção” nota-se que quase 8 em cada 10 entrevistados (79%) concordam com ela, 18% discordam e 3% não sabem ou não respondem. Por fim, a frase “O deputado que votar contra a abertura do processo não merece ser reeleito em 2018” registra 73% de concordância, 25% de discordância e 2% que não sabem ou preferem não emitir opinião a respeito.
No início de junho, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia criminal contra Temer por corrupção. A denúncia já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e seguirá para votação na Câmara dos Deputados. Os deputados federais votarão se Supremo Tribunal Federal (STF) deve ou não deve dar início a um processo que torna o Presidente Michel Temer réu por crime de corrupção.