Ministro afirmou que Brasil teve leve crescimento de mortes por covid-19 nos últimos dia mas descartou terceira onda

 

Do R7

 

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou neste sábado (12), em coletiva de imprensa, que o Brasil teve "leve" crescimento de mortes por covid-19, com aumento expressivo no número de casos nas últimas semanas.

 

“Há uma tendência pequena de aumento de óbitos, mas estamos vigilantes”, disse o ministro. “Isso é consequência do crescimento do número de casos registrado há duas semanas. Os estados que mais preocupam são o Tocantins e Mato Grosso do Sul”.

 

Queiroga também citou ações do governo para transferir pacientes sem vagas em hospitais no Mato Grosso do Sul, que tem 104% de ocupação nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da rede pública. Ao todo, o estado tem 7.366 óbitos em decorrência da covid. No Tocantins, a taxa consolidada é de 93% de ocupação das UTIs.

 

"Esses casos que nós temos se devem primeiro em função de uma certa abertura maior das cidades. Quando abre, há uma tendência a ter novos casos. Segundo, nós temos a estação do inverno, onde há uma tendência maior de circulação de vírus e com isso podemos ter mais casos", explicou.

 

Ele ainda mencionou a variante delta do novo coronavírus, que veio da Índia, mas disse que só nove casos foram registrados oficialmente no Brasil até agora.

 

O ministro, porém, não falou em terceira onda da covid-19. Ele pontuou a antecipação da entrega de 3 milhões de doses da vacina da Janssen, que devem chegar na próxima terça-feira (15). Com aval da farmacêutica, a pasta ainda busca estender o prazo de validade dos imunizantes, de 27 de junho para o dia 8 de agosto. O pedido dependerá de análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

 

Neste sábado, o Brasil registrou 2.037 mortes por covid-19, chegando a marca de 486 mil vítimas desde o início da pandemia.

 

Posted On Segunda, 14 Junho 2021 06:03 Escrito por

Em entrevista ao iG, o pesquisador dá seu ponto de vista sobre a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o alto comando militar

 

Por Carlos Eduardo Vasconcellos

 

Para o antropólogo Piero Leirner , pesquisador das Forças Armadas desde o início da década de 1990 e professor da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), a ascensão de Bolsonaro à presidência não foi mero acidente, mas construída dentro do alto comando militar desde 2014.

 

Em entrevista exclusiva ao iG, o autor do livro " O Brasil no espectro de uma guerra híbrida - Militares, operações psicológicas e política em uma perspectiva etnográfica" diz que até mesmo as falas controversas de Bolsonaro e os ataques às instituições democráticas fazem parte de um "roteiro", no qual Bolsonaro fora pensado para gerar discórdia e fazer com que os militares figurem como a ala "moderada" do governo. Confira abaixo os melhores momentos da entrevista.

 

Em dois anos e meio de governo Bolsonaro, são pelo menos 6 mil militares em funções civis no governo federal. Dá para dissociar o governo Bolsonaro de um governo militar?

 

De todo modo, o problema aqui, me parece, vai bem além dos cargos. O que me interessa é qual projeto está por trás deste aparelhamento. Minha hipótese é que se trata de um movimento de transformação do Estado de modo a centralizar a política nos militares, então vai além de um governo no sentido transitório.

 

Se você quiser usar uma metáfora, é um sistema operacional (por exemplo o Windows) rodando em 'modo de segurança', sendo o administrador do sistema — aquele que diz o que pode e o que não pode rodar, ou aparecer na interface — é o militar, e não o presidente.

 

Com uma série de decretos que estão sendo implementados desde o fim de 2018 e projetos de lei que estão tramitando, o desenho institucional aponta essa administração para as gavetas do GSI (Gabinete de Segurança Internacional).

 

A partir disso, desce para os ministérios e o que era uma política passa a ser informação, comando e controle . Isso às vezes escapa dessa forma, às vezes vem 'paisanizado', na forma de uma gestão militar. Assim, por exemplo, o controle das burocracias que mapeiam, geram uma cadeia de informações e direcionam o fluxo de dinheiro passa a ser monitorado, controlado e comandado por militares.

 

 

Bolsonaro, em certo sentido, é uma peça funcional desse maquinário. Mas qual é a sua função exatamente? É dar uma 'cara' ao governo, isto é, manter a aparência de que tudo é consequência das eleições. A partir disso, o governo Bolsonaro estampa seu rótulo em tudo, e essa engrenagem fica camuflada.

 

Desse modo ele é um agente ideológico terceirizado para dar a sensação que isto que estamos vivendo é um governo (ou desgoverno, dependendo do ponto de vista), e não um sistema de comando, controle e informações militar.

 

Você diz que Bolsonaro é um 'projeto de generais'. As Forças Armadas 'embarcaram' na candidatura de Bolsonaro ou construíram essa candidatura de maneira ativa? E em que momento isso começou a ser arquitetado?

 

Foi construída. Esta pretensão à Presidência nasce publicamente dentro de uma
instalação militar em novembro de 2014: na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), quando ele é conduzido para discursar para cadetes e assume que, com o apoio dos militares, vai chegar à Presidência em 2018. Qualquer um com o mínimo de conhecimento do mundo militar sabe muito bem que não existe espaço para improvisos dentro de um quartel.

 

O que ele fez lá naquele dia teve o aval da cadeia de comando. Com o detalhe que isto é completamente ilegal, e centenas de vezes mais grave do que o que ocorreu com Pazuello .

 

 

Deveriam ser punidos os cadetes, seus comandantes, o comandante da Aman, e no mínimo exonerados o General responsável pelo Departamento de Educação e Cultura do Exército e o Comandante da Força.

 

Mas o que aconteceu? Ele repetiu a dose em 2015, 2016, 2017 e 2018. Eninguém falou nada. Tendo isto na cabeça fica mais fácil perceber a natureza dessa ligação, e a partir daí perceber como toda contradição entre Bolsonaro e as Forças Armadas é uma emulação, um “teatro de operações” , para usar a linguagem deles.

 

Muito se fala em 'desconforto' entre militares e Bolsonaro, mas ele segue fazendo política da mesma forma — atacando as instituições democráticas. O vice-presidente Hamilton Mourão constantemente discorda publicamente de Bolsonaro. Essas 'divergências' seriam uma forma de os militares mostrarem moderação?

 

O primeiro problema, que devemos nos perguntar antes de tudo, é quem exatamente está falando desse desconforto? De um lado podemos listar generais que estavam emaranhados nesse projeto desde que começou (veja a resposta anterior: alguém se manifestou sobre os ocorridos entre 2014 e 2018?), e que se tornaram 'dissidências' por romperem com Bolsonaro.

 

Mas a pergunta é: romperam também com o projeto que o levou lá? De modo algum. Tanto é que não esboçam uma palavra sequer a respeito. Não dizem, da boca deles, como isso foi construído.

 

É preciso entender uma coisa, e o livro de entrevista do general Villas Bôas a Celso Castro deixa isso bem claro: em primeiríssimo lugar está a camaradagem entre eles próprios. E em último o universo “paisano”, isso que nós chamamos de sociedade e que eles entendem como um fator secundário no Brasil.

 

Então discordar de Bolsonaro é parte do roteiro , porque ele foi pensado justamente para gerar discórdia. Ele não tem função nenhuma a não ser esta que foi conduzida por ele até agora. Seu papel é justamente o de um homem- bomba, incendiário, um para-raios que canaliza todas as crises para si.

 

É conveniente, pois assim é que se chegará a hora em que os militares aparecerão como única hipótese de moderação frente à insanidade geral, inclusive a que está tomando as próprias Forças Armadas. Ainda vamos ver a oposição pedindo ajuda aos generais.

 

Então a condução da pandemia pelo governo federal teve o endosso dos militares?

 

Foram várias operações de informação, com uso extensivo da imprensa (que é “informada” através de generais sob condição de anonimato, frequentemente com versões contraditórias), de modo a emplacar a visão de que ele está inclusive desestabilizando as Forças Armadas, tornando-as sua guarda pretoriana.

 

Qual é a consequência disso? Em primeiro lugar o apagamento do registro de que ele foi, é e vai ser um projeto deles; em segundo lugar o amortecimento do fato de que eles têm responsabilidade sobre o que aconteceu, na pandemia como no resto. Afinal, se tudo é uma questão deles “obedecerem”, ainda vão sair dessa como legalistas e democratas, sobretudo se de fato a “terceira via” que eles estão montando com “generais dissidentes” emplacar.

 

O que a decisão do Comando do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello por participar de ato político com Bolsonaro revela sobre a intenção dos militares?

 

Revela que para eles é importantíssimo passar a imagem de que Bolsonaro está no controle do processo, e não eles. Usaram uma retórica batida, um mnemonismo tirado de Sun-Tzu (autor de "A Arte da Guerra): “pareça fraco quando se está forte”. Mas funcionou. E para 'dentro' também, pois é necessário passar para a tropa a imagem de todo processo acima. Mas tudo é decidido no topo, é assim que funciona no Exército.

 

Como os militares enxergam as acusações em que a família Bolsonaro está envolvida — como supostas ligações com a milícia no estado do Rio de Janeiro?

 

Não sei. Mas, se eu chutasse a partir de como um militar poderia pensar, justamente veria que aí está uma fragilidade dele, e que isso pode ser operado como instrumento de controle de quem tem muitos fios desencapados. Ou seja, em hipótese é muito mais interessante se controlar alguém que tem um passivo desses. Mas, obviamente, isso é um “se”, não tenho fato empírico que mostre que é assim.

 

Em que situação podemos pensar em uma ruptura do governo Bolsonaro com os militares?

 

Se isso acontecer, não creio que deva ser enxergado pelo polo da 'situação', mas sim da 'estrutura' dessa relação. Pois há um caminho que está sendo montado para a tal '3ª via' entrar de modo consensual, e com militares nela. Porém, para isso acontecer de forma definitiva talvez seja preciso mesmo apresentar uma 'situação' qualquer, um 'fato' que faça esses 6 ou 12 mil militares desplugarem dos Ministérios e se reverta a operação psicológica que produziu a adesão em enxame a esse rótulo que se chama
“bolsonarismo” na tropa.

 

Meu palpite é que isso só pode acontecer se houver um agente catalizador com força suficiente para provocar essa engenharia reversa, que para mim ainda só pode ocorrer se estiver na chave da 'corrupção'.

 

Esta se tornou uma espécie de 'ativo ideológico', drena as percepções para um lado ou para o outro. A partir do manejo dela eles podem trabalhar numa opção que dê conta ao mesmo tempo de Bolsonaro e de Lula , e continuem assim a aliança 'sinérgica' entre militares e Judiciário, tal como em 2018.

 

Acredita na força da CPI para a abertura de um processo de impeachment?

 

Pode até ser, mas será preciso algo a mais para o processo se efetivar. Em primeiro lugar porque até agora os agentes econômicos que realmente importam não têm se incomodado muito com a perda de 500 mil vidas.

 

A Bolsa sobe, os bancos lucram, as privatizações seguem, a soja está fluindo e tudo ruma para consolidação do Brasil como um País agro-financeiro, e tudo isso com índices ruins. Para o industrial que se contentou em ser um jogador na Bolsa ou para um militar que entende que a soja é uma extensão da soberania nacional, muito que bem.

 

Em segundo lugar porque será preciso que eles tenham uma avaliação se é melhor chegar com Bolsonaro arruinado ou se é melhor descarta-lo antes, para não correr riscos de seu piso subir demais. Ainda que aquele que o inflou, tem também o poder de o fazer murchar, é só questão de ver o que dá mais trabalho.

 

Para os militares, basta que eles comecem a falar que não apoiam Bolsonaro em reuniões reservadas na Fiesp, etc, que você vai ver em efeito cascata, todo mundo pulando fora do barco, do banqueiro ao quitandeiro. Mas tem que ter outro por perto, daí a necessidade de se adensar essa '3ª via'.

 

Foi assim que eles começaram a construir a candidatura dele com outros setores na eleição passada, um trabalho minucioso de 'propaganda e informações', em que eles se garantiram como única solução frente ao caos que imperava no País.

 

Portanto, se eu tiver que dar um palpite, tudo terá que acontecer no ano que vem, na hora que esse pessoal cansar e resolver controlar o processo eleitoral — o que não pode ser feito desde já, porque o Brasil ainda tem que piorar muito até que se consolide a percepção que eles são a última carta do baralho.

 

Por fim. Em caso de derrota nas urnas em 2022, é possível pensar no risco de uma ruptura democrática total com a atuação dos militares?

 

O problema é que a gente talvez precise de um novo entendimento do que é essa palavra “democracia” a partir de uns anos para cá. 2018 foi democrático? Não era até o momento em que se dizia que “eleição sem Lula é fraude” — e era mesmo —, mas eis que o próprio PT endossou a eleição, inclusive dando a Bolsonaro a oportunidade de sequestrar a pauta da fraude eleitoral.

 

Desde aquele momento, com a oposição controlada e endossando o papel da Justiça, vivemos esse regime híbrido, de controle pelo consórcio jurídico-militar mas com aparência de “instituições que funcionam”. Até para isso a disfunção de Bolsonaro contra o STF serve, pois é mera refração da 'sinergia' que de fato ocorre entre esses setores não eleitos para determinar a política.

 

Como o ganho para os militares é ascendente em qualquer hipótese, para eles assumirem diretamente o Executivo (e não através de um agente terceirizado, como é Bolsonaro) teria que haver o cálculo de que um outro grupo com o mesmo nível de poder pudesse redefinir esse projeto de aparelhamento e hegemonia, inclusive com ônus para os setores que agora estão drenando a energia produtiva do País e garantem uma certa indiferença internacional em relação a nós. Alguém se candidata a isso? Acho que, pelo menos por enquanto, ainda não.

 

Posted On Segunda, 14 Junho 2021 05:55 Escrito por

Medida beneficia 36 milhões de aposentados e pensionistas

 

Por Agência Brasil

 

Beneficiários do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) podem realizar a prova de vida por meio dos aplicativos Meu gov.br e Meu INSS, pelo site, em caixas eletrônicos ou até por procuração.

 

A medida tem o objetivo de evitar aglomerações durante a pandemia. A necessidade de fazer a prova de vida foi retomada neste mês, após interrupção em março do ano passado. Durante o período, os beneficiários não deixaram de receber seus pagamentos.

 

O novo sistema viabiliza a prova de vida online através de tecnologia de biometria facial, desenvolvida pelo Serpro e pela Dataprev. O procedimento vai facilitar a vida de cerca 36 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários de programas assistenciais. Para utilizar a funcionalidade, é necessário que o usuário tenha feito a coleta de biometria para o título de eleitor, além de possuir uma conta no gov.br, o portal de serviços de governo.

 

Os aplicativos Meu Gov.br e Meu INSS estão disponíveis na Google Play e App Store, ou, ainda, nos ambientes web.

 

Prova de vida

Realizada anualmente para comprovar a existência do beneficiário e evitar fraudes, a prova de vida é exigida de todos os que recebem benefícios de seguro social por meio de conta corrente, poupança ou cartão magnético. Para não ter o pagamento suspenso, as provas já vencidas devem ser realizadas novamente até as datas limite. Segundo estimativas da autarquia, cerca de 11 milhões de pessoas se encontram em situação de pendência, o que corresponde a um terço dos beneficiários.

 

Caso não seja possível a realização da prova de vida por celular, a orientação do INSS é que o cidadão procure a agência bancária responsável pelo recebimento do benefício.

 

Alguns bancos permitem que a validação seja feita por biometria nos próprios aplicativos ou até mesmo em caixas eletrônicos.

 

Uma terceira opção, para aqueles que não puderem ir ao banco por motivo de doença ou dificuldades de locomoção, é fazer a prova de vida por meio de um procurador. Mas, para isso, é preciso que a procuração seja cadastrada no INSS. A prova de vida por procuração também é uma alternativa para beneficiários que moram no exterior.

Posted On Segunda, 14 Junho 2021 05:51 Escrito por

A descentralização dos cursos de medicina na universidades e faculdades foi importantíssima para o Estado do Tocantins, que recebeu sua pioneira, a Unirg, graças ao empenho e à determinação do saudoso Comandante Jacinto, à época, prefeito da Capital da Amizade, Gurupi, cuja batalha pudemos acompanhar de perto, colocando em seu favor sua verve de desbravador e homem visionário, antevendo a necessidade de um curso superior de medicina no então Norte Goiano.

 

Por Edson Rodrigues

 

Comandante Jacinto fez valer sua amizade com o líder do governo de então, Wolney Siqueira, de quem eu era assessor, para que levasse ao Ministro da Educação, Marco Maciel, do mesmo PFL, que deu início à viabilização da instalação da Unirg.

Anos depois, tais olhar e atitude foram percebidas no então prefeito de Porto Nacional, Otoniel Andrade, que encabeçou um movimento popular, engrossado por um grupo de empresários e educadores, que plantou a semente que se mostrou fértil, para a criação de uma faculdade de medicina público-privada, que veio se concretizar na administração seguinte, de Paulo Mourão, que sacramentou o pacto com os proprietários do ITPAC, trazendo o curso para Porto Nacional, de onde se expandiu para Araguaína e Palmas.  Uma entidade que goza de excelência entre o seu corpo docente, que emplacou, também, os cursos de odontologia e engenharia, que já formaram centenas de profissionais que estão ajudando o Brasil a se manter em tempos de pandemia, atuando na área da saúde e da construção civil.  Um verdadeiro motivo de orgulho para a Capital da Cultura do Tocantins.

 

Em seguida, testemunhamos a chegada do curso de medicina aos campi da UFT, dando oportunidade às famílias carentes de ver seus membros terem a chance de se formar em cursos nobres, de forma gratuita.

 

 

Logo depois veio a iniciativa do governo do Estado, que trouxe cursos de medicina para os campi da Unitins, em outra conquista digna de aplausos, dando ao Tocantins a chance de formar seus próprio médicos e ao Brasil o exemplo de que, mesmo nos estados menos tradicionais, bons profissionais podem ser lapidados e entregues ao mercado de trabalho com todas as condições de desempenhar bem suas profissões.

 

ALERTA

 

Mas, há um sinal de alerta que dispara quando se percebe a facilidade atual para a criação de novos cursos de medicina em entidades que não reúnem as mínimas condições de proporcionar uma boa formação aos estudantes cujos pais pagam fortunas para verem formados.

 

O Conselho Regional de Medicina e o Ministério da Educação não podem se fazer de cegos, mudos e surdos e se omitir em relação a esses cursos desestruturados que formarão profissionais à sua imagem e feitio.

 

Com quais condições esses cursos estão sendo criados, qual é a qualidade dos seus corpos docentes, dos seus laboratórios – se é que os têm – de suas instalações, por fim?

 

Esse alerta está sendo feito no sentido de assegurar os futuros alunos desses cursos uma qualidade e condições mínimas para que se tornem bons profissionais.  Que não se gastem fortunas em vão e que tenham as mesmas chances no mercado de trabalho que os profissionais formados nas instituições já consagradas de Gurupi, Porto Nacional, palmas e Araguaína.

 

 

Estão sendo anunciados de três a cinco novos cursos de medicina espalhados pelo Tocantins, sem que se conheça o posicionamento dos sindicatos da área da Saúde, do Conselho Regional de Medicina, do Conselho Superior da secretaria estadual da Educação, que têm o dever de averiguar as condições e as qualificações desses cursos, para garantir a formação correta e evitar frustrações dos alunos e dos seus familiares.

 

Criação de cursos de medicina não podem ser geridas como a “casa da mãe Joana”, muito menos serem oferecidos por entidades que não têm credibilidade nem tradição, para que não se formem profissionais “nas coxas”.

 

Mais que uma instituição e uma sala de aula, cursos de medicina requerem professores gabaritados, laboratórios, bibliotecas e convênios que permitam residência aos futuros formandos.

 

Medicina é vida, não negócio.

 

Fica a dica!

 

Posted On Domingo, 13 Junho 2021 06:13 Escrito por

Justamente no momento em que O Paralelo 13 vem batendo na tecla de que o Brasil e o Tocantins estão carentes de grandes líderes políticos, recebemos a notícia da morte de Marco Maciel.  Um dos poucos políticos da atualidade que podia afirmar que não tinha nenhuma mácula em toda a sua trajetória e com uma folha formidável de serviços prestados ao povo brasileiro.

 

Por Edson Rodrigues

 

Marco Maciel, ex-vice-presidente do Brasil, morreu, aos 80 anos, na madrugada deste sábado (12/6), em um hospital de Brasília. A morte foi em decorrência do mal de Alzheimer, doença que o acometia desde 2014. O pernambucano deixa esposa e três filhos.

 

O velório foi no Senado, no Salão Negro, e o sepultamento no Campo da Esperança.

 

Marco foi vice de Fernando Henrique Cardoso por dois mandatos e assumiu diversos cargos públicos em sua trajetória política, deputado estadual (1967-1971) e federal (1971-1979) por Pernambuco, presidente da Câmara dos deputados (1977-1979), governador de Pernambuco (1979-1982), ministro da educação (1985-1986) e da casa civil (1986-1987), senador (2003-2011) e finalmente vice presidente da república (1995-2003).

 

 

Marco Maciel discursa ao lado de Ulysses Guimarães, José Sarney e Tancredo Neves e Aureliano Chaves 

Também foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 18 de dezembro de 2003, como oitavo ocupante da Cadeira nº 39, na sucessão de Roberto Marinho. Recebeu ainda títulos de Cidadão Honorário de 42 cidades brasileiras, a maioria delas em Pernambuco. A ele é atribuída a autoria de frases célebres como: “Tudo pode acontecer, inclusive nada”.

 

Marco Antônio de Oliveira Maciel nasceu em Recife no dia 21 de julho de 1940. Casado com a socióloga Anna Maria Ferreira Maciel, foi pai de três filhos e avô de quatro netos. Era formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e também foi professor e advogado.

 

Iniciou sua carreira política em 1963 ao ser eleito presidente da União Metropolitana dos Estudantes de Pernambuco, enquanto cursava Direito na UFPE. Elegeu-se em 1966 deputado estadual em Pernambuco pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação do governo militar.

 

Também pela Arena, foi deputado federal por dois mandatos, de 1971 a 1974 e de 1975 a 1978. Eleito presidente da Câmara dos Deputados em fevereiro de 1977, enfrentou em abril o fechamento provisório do Congresso pelo então presidente da República, Ernesto Geisel, sob o pretexto de implementar a reforma no Poder Judiciário proposta pelo governo, cujo encaminhamento vinha sendo obstruído pela oposição.

 

No final de 1978, foi eleito pela Assembleia Legislativa de Pernambuco para o cargo de governador do estado, após indicação do presidente Ernesto Geisel, corroborada pelo sucessor de Geisel, general João Batista Figueiredo. Seu mandato terminou em 1982 e, no ano seguinte, chegou ao Senado.

Na Posse com Fernando Henrique Cardoso

 

Em 1994, Marco Maciel foi indicado pelo PFL para substituir o senador alagoano Guilherme Palmeira como vice-presidente na chapa de Fernando Henrique Cardoso. A candidatura de Palmeira havia sido inviabilizada após denúncia de favorecimento de empreiteira por meio de emendas ao Orçamento da União. Maciel havia sido um dos primeiros líderes de seu partido a defender o apoio do PFL ao nome de Fernando Henrique.

 

Em 1º de janeiro de 1995, Maciel tomou posse como vice-presidente da República. Com bom trânsito no Congresso Nacional, foi designado por Fernando Henrique como articulador político do governo. Dessa forma, coube a Maciel coordenar as negociações em torno da aprovação das reformas constitucionais defendidas pelo novo governo, entre as quais se destacavam as reformas administrativa e fiscal voltada para o controle do deficit público, a reforma da Previdência Social, a quebra do monopólio estatal sobre o petróleo e as telecomunicações, a reforma administrativa e a extinção dos obstáculos à atuação de empresas estrangeiras no país.

 

Em 1º de janeiro de 2003, deixou a vice-presidência da República e, no mês seguinte, assumiu sua vaga no Senado por Pernambuco, eleito pelo PFL. Tendo apoiado o candidato José Serra (PSDB) nas eleições de 2002, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva, Maciel passou a fazer oposição ao novo governo. Ainda em 2007, filiou-se ao Democratas (DEM), sigla que sucedeu o PFL.

 

Em 2017, uma biografia do ex-vice-presidente da República revelou como o político conseguiu se movimentar em todos os campos ideológicos, rica em histórias dos bastidores do processo decisório da política brasileira.No livro, Castelo Branco conta toda a trajetória do deputado, e de como o político teve a carreira transformada de presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) até chegar ao cargo de vice-presidente do país. O Correio entrevistou o autor, saiba mais em: O labirinto de Carlos Maciel.

 

UM POLÍTICO EXEMPLAR

 

O exemplo que Marco Maciel deixa é o da convivência democrática, do ser humano que construía amizades e admirações improváveis, sempre pelo diálogo, inclusive durante o período negro da ditadura.

 

Fundador do PFL, foi apoiador de primeira hora da criação do Estado do Tocantins, tendo providenciado um encontro entre o ministro das Minas e Energia, o saudoso Aureliano Chaves, e o então líder do PFL na Câmara Federal, deputado Wolnei Siqueira, com uma comitiva de líderes do Norte Goiano, para assegurar o apoio da maioria dos deputados federais à causa tocantinense, inclusive usando da palavra no plenário para defender a criação do nosso Estado.

 

Maciel foi um ferrenho defensor do fortalecimento das bases educacionais brasileiras, sendo o responsável por muitas conquistas dessa área de extrema importância para o desenvolvimento do País.

 

Tivemos a honra de viajar por diversos estados brasileiros junto com Marco Maciel, um guerreiro da democracia, na ocasião da formação do PFL Jovem, do qual era “padrinho”.

 

Caixão do ex-vice-presidente Marco Maciel foi carregado por soldados dos Dragões da Independência

 

O brasil fica mais pobre com a partida desse homem que exerceu todos os cargos eletivos da República, faltando apenas uma eleição como presidente para coroar sua carreira – ele assumiu por diversas vezes a presidência, mas sempre na vacância do cargo, nos governos em que foi vice-presidente.

 

Marco Maciel deixou uma semente plantada no Tocantins, mais precisamente em Gurupi, como ministro da Educação, quando atendeu ao Comandante Jacinto Nunes, acompanhado de Wolnei Siqueira, que postulava a criação da Unirg, que, hoje, é uma realidade.

 

Tivemos o prazer de conhecer e conviver com esse baluarte da política brasileira, a quem sempre admiramos, principalmente depois que fixamos no gabinete do amigo e professor, Wolnei Siqueira.

 

O homem público, Marco Maciel, deixa como legado a certeza de, quanto mais alto for seu cargo, maior é a necessidade de andar sempre calçado com as “sandálias da humildade” e de respeitar a coisa pública.

 

Esteja com Deus, Guerreiro.  E obrigado por tudo!

 

Posted On Domingo, 13 Junho 2021 05:48 Escrito por