DIRETO DA REDAÇÃO
O presidente Jair Bolsonaro (PL) avança e alcança 26% das intenções de voto na disputa eleitoral de 2022, que segue liderada pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva, com 43%. Os dados são do Datafolha, divulgados na tarde desta quinta-feira (24).
O ex-juiz Sergio Moro (Podemos, 8%) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT, 6%) aparecem empatados em terceiro lugar. Os demais candidatos, incluindo João Doria (PSDB), alcançaram de 2% a 0% das intenções de votos.
A pesquisa foi feita com 2.556 eleitores em 181 cidades de todo o país, entre os dias 22 e 23 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
Crescimento de Bolsonaro
Ainda que a pesquisa atual não seja diretamente comparável à pesquisa anterior, por causa da mudança dos cenários apresentados aos eleitores, os números mostram um crescimento de Bolsonaro na corrida para o Palácio do Planalto. Em dezembro, Lula oscilava de 47% a 48%, e Bolsonaro, de 21% a 22%.
Em todas as simulações de segundo turno, o presidente avançou. Na disputa com Lula estreitou em oito pontos a margem de vantagem do petista, que ficou em 21 pontos (55% a 34%). E sua rejeição caiu cinco pontos e foi para 55%.
Direção do partido deu aval para união com PCdoB e PV
Por Agência O Globo
Foram 47 votos a favor, o que equivale a 65% dos que participaram da votação
O diretório nacional do PT aprovou nesta quinta-feira um texto elaborado pela corrente majoritária do partido, a CNB, que dá aval para a formação da federação com o PCdoB e o PV e ao mesmo tempo abre caminho para alianças com o centro em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foram 47 votos a favor, o que equivale a 65% dos que participaram da votação. O documento ainda deve receber emendas.
“A candidatura de Lula deverá trazer, já na composição da chapa de presidente e vice-presidente, a ampliação e a unidade que se espera das forças de oposição ao governo nesta quadra da história”, afirma a versão preliminar do documento.
Não há menção direta à entrada de Geraldo Alckmin, que na quarta-feira se filiou ao PSB, na chapa. Mas o documento deixa aberta a hipótese que grupos que não estiveram com o PT no passado se juntem ao partido: “Quem outrora não esteve conosco é mais do que bem vindo a participar deste movimento que devolverá a cadeira de presidente da República ao povo.”
Da Assessoria
Após o trabalho sério desenvolvido pela deputada federal Professora Dorinha (União/TO) na Câmara dos Deputados, a Casa aprovou nesta quarta-feira, 23, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 22, que assegura pagamento do piso para agentes de Saúde e de Endemias de todo o Brasil. "Sempre estive engajada pelos agentes de saúde e endemias. Esta luta é legítima e os profissionais merecem todo o meu reconhecimento pelo trabalho que prestam à sociedade tocantinense. O Tocantins pode continuar contando comigo!", destacou Dorinha.
Neste sentido, a luta em defesa da classe é continua pela deputada Dorinha, prova disso é que ainda em julho do ano passado, a parlamentar apresentou dois requerimentos de urgência relacionados à PEC 22/2011. O primeiro solicitou, a pedido da classe, que a PEC 14 fosse apensada à proposta 22 e também para que ela fosse inclusa à Ordem do Dia para votação.
Segundo a proposta, o vencimento desses agentes não será inferior a dois salários mínimos, mais o adicional de insalubridade. Ambos terão direito à aposentadoria especial, por conta dos riscos inerentes às atividades desempenhadas, visto que eles têm contato permanente com moradores portadores de doenças infecto-contagiosas.
A PEC 22 também detalha que os recursos para pagamento desses profissionais serão consignados no Orçamento Geral da União (OGU) com repasses a serem realizados aos municípios, estados e Distrito Federal. "Uma grande vitória também da população! Isso porque os agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, têm o importante papel de orientar as famílias na prevenção de doenças, promoção da saúde e controle de endemias", comemorou Dorinha.
Ele admitiu que o presidente pediu para que a pasta recebesse líderes evangélicos, mas garante que liberação de verbas segue "critérios técnicos"
Por Renata Agostini
Em entrevista exclusiva à analista da CNN Renata Agostini nesta quarta-feira (23), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha feito pedido para que a pasta favorecesse uma dupla de pastores recebidos no MEC. Ele disse também que não deixará o cargo.
Em áudios divulgados nesta semana pelo jornal “Folha de S.Paulo” Ribeiro afirma que recebeu um pedido de Bolsonaro para que a liberação de verbas da pasta seja direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores evangélicos que não possuem cargos no governo federal.
Ribeiro admitiu, entretanto, que foi Bolsonaro quem pediu para que os líderes religiosos fossem atendidos no ministério. “[Mas] em nenhum momento o presidente pediu tratamento especial [aos pastores]”, diz. Segundo ele, a liberação de verbas para prefeituras segue “critérios técnicos”.
O ministro disse ainda que, após a divulgação dos áudios, falou com Bolsonaro. “O presidente me ligou em uma das viagens e disse: ‘Milton, eu não vejo nada demais no que você falou no áudio’ e que eu estava, até o momento, gozando da confiança dele”.
“Eu não o procurei. Eu respeito muito o meu presidente. O cargo que estou é de confiança do presidente, ele conhece o meu caráter e é por isso que estou lá. Ele falou que eu permaneço, que eu fico, de acordo com a sua confiança. Foi exatamente isso que ele falou”, disse Ribeiro.
O titular da pasta diz estar à disposição dos presidentes da Câmara e do Senado para prestar esclarecimentos e garantiu que não pedirá demissão. “Nunca pensei [em pedir para sair]. Eu acho que tortuoso é o caminho de um homem carregado de culpa. O meu caminho está reto, não tenho o que falar.” “Estou firme [no cargo]. Eu quero deixar um legado para minha geração”, concluiu.Milton Ribeiro, ministro da Educação, em entrevista com Renata Agostini à CNN Brasil
“Não tenho nenhum apego ao cargo”
Milton Ribeiro reiterou que o cargo de ministro “é um cargo que é da confiança do presidente”, e que se for necessária a saída da pasta, ainda se sente “honrado” por ter integrado o governo federal.
“Se ele [o presidente] quiser, e quando quiser, ele pode pedir o cargo. Eu não tenho nenhum apego ao cargo. Me sinto honrado de ter escolhido e por estar atuando em um governo que não tem casos de corrupção”, disse.
Ministro nega favorecimentos
Na última terça-feira (22), o ministro divulgou uma nota na qual negou que tenha favorecido pastores na distribuição de verbas da pasta.
“Diferentemente do que foi veiculado, a alocação de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação [FNDE]. Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, diz trecho da nota.
Na nota, o ministro diz ainda que o presidente “não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem”.
Ribeiro, que é presbiteriano, ressaltou que não há “qualquer hipótese e nenhuma previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa.”
Intermediação em investigação da CGU
Ainda na entrevista exclusiva à CNN, o ministro da Educação revelou que pediu à Controladoria-Geral da União (CGU), por meio do ministro Wagner Rosário, que apurasse uma possível prática ilegal.
“Sou o ministro que mandou 730 prefeitos para o TCU em 15 meses por desvio, por ideia de que eles estão usando de maneira errada as verbas de Educação. Em agosto de 2020, eu fui em uma determinada cidade e ouvi um comentário dessa natureza, e depois recebi uma denúncia anônima sobre uma possível prática desse tipo de intermediação. Eu reuni o meu gabinete e pedi ao meu secretário-executivo que ele redigisse a termo oficial um documento”, explicou.
“Em agosto do ano passado marquei reunião com o ministro da CGU, entreguei o documento e pedi que ele investigasse o documento. Ele disse que iria instaurar uma investigação sigilosa”, acrescentou.
Ribeiro citou o nome de Arilton Moura em entrevista à CNN. Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura são os citados nos áudios divulgados pela “Folha de S.Paulo”. Segundo o jornal, os dois religiosos têm negociado com prefeituras a liberação de recursos federais para obras em creches, escolas e compra de equipamentos de tecnologia.
“O que aconteceu foi que ele [Wagner Rosário] cegou a respeito do nome de alguns, entre eles o nome do pastor Arilton [Moura], que eu desconheço. Minha convivência com Arilton sempre foi boa, perfeita em termos de culto, sempre achei que era um homem que ia a cidades menores e tentava ajudar os prefeitos”, afirmou.
“O que acontecia por fora, que ele pediu dinheiro, pediu ouro, isso para mim, é novidade, vim conhecer aqui”, incluiu o ministro.
DIRETO DA REDAÇÃO
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin exaltou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento de filiação ao PSB, nesta quarta-feira em Brasília. Político alinhado à centro-direita, o ex-tucano afirmou que o petista, seu antigo adversário político, "representa a própria democracia". Alckmin, cotado para ser o vice na chapa de Lula em outubro, terá a missão de ampliar o alcance da candidatura do ex-presidente.
— O presidente Lula é hoje o que melhor reflete e interpreta o sentimento de esperança do povo brasileiro. Ele representa a própria democracia — discursou Alckmin. Lula não compareceu à filiação, e foi representado pela presidente do partido, a deputada Gleisi Hoffmann.
Incentivado a ser vice da chapa presidencial, o ex-tucano será importante, segundo aliados de Lula, para conquistar eleitores de centro e setores econômicos ainda relutantes ao retorno do PT ao poder.
A entrada de Alckmin na disputa eleitoral também serve ao propósito de Lula de tentar ocupar o vácuo político ainda não preenchido na chamada terceira via, de eleitores de centro.
Ainda em seu discurso, o novo pessebista também frisou que é preciso "ter coragem "para fazer política", a mais difícil das atividades humanas". O ex-governador disse que o momento é crucial para enfrentar a violência e a miséria. Ao citar discurso de Mário Covas, fundador do PSDB, também argumentou que é preciso ter “lealdade aos destinos do país”.
— A política é a arte do bem comum. A mais difícil das atividades humanas, e no mundo inteiro. E exige coragem. Chesterton (jornalista e dramaturgo) dizia que a coragem é a primeira das virtudes, porque sem ela, diante do perigo, todas as demais desaparecem.
Ao criticar Jair Bolsonaro, o novo integrante do PSB afirmou que a mentira “é o que há pior para o regime democrático”. Ele também fez referência a manifestações antidemocráticas de apoiadores do presidente.
— Aqueles que ameaçam o parlamento estão ameaçando a democracia. Aqueles que ameaçam o Supremo Tribunal Federal ameaçam a democracia.
Críticas a Bolsonaro
Primeiro a discursar durante o evento, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ressaltou a necessidade de a oposição a Jair Bolsonaro ampliar o leque de apoios durante o pleito.
— Não se trata de uma disputa entre esquerda e direita. Será entre a democracia e o arbítrio — disse Siqueira, que mais de uma vez fez referência a Jair Bolsonaro: — Essa anomalia (governo Bolsonaro) precisa ser encerrada.
Adversário histórico do PT em São Paulo e em disputas nacionais, Alckmin ainda é recebido com relutância por correntes do petismo. Nesta quarta-feira, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, representou Lula na cerimônia.
Ao lado dos líderes do PT da Câmara e do Senado, Gleisi fez um breve discurso em que ressaltou a importância do ato de filiação. Segundo ela, “nunca foi tão necessário juntar forças”. A presidente do PT fez questão de lembrar que o PSB apoiou os dois governos Lula.
— Nós estivemos juntos e juntos fizemos História. E faremos juntos novamente.
A avaliação de Lula é que uma aparição pública ao lado de Alckmin poderia provocar embaraço, já que a indicação do ex-governador para vice da chapa não passou ainda pelas instâncias partidárias. O lançamento da pré-candidatura de Lula deve ocorrer no dia 30 de abril, em São Paulo.
Nas próximas semanas, o PSB deve formalizar a indicação de Alckmin para vice da chapa do petista. Depois disso, o PT deve marcar um encontro nacional com delegados para aprovar a escolha.
Nesta quarta-feira, além de Alckmin, foram filiados o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão; o senador Dario Berger; e os deputados Pedro Tobias e Floriano Pezaro; além de outras pessoas sem mandato.
Um dos articuladores da filiação, o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) ressaltou a importância da união para derrotar Bolsonaro.
— Há só um lado. O lado da democracia. E é para este lado que os senhores estão vindo.
Sem consenso para a formação de uma federação entre PT e PSB, que obrigaria a união das legendas por quatro anos, os socialistas se concentram neste momento em reverter as saídas de deputados. A sigla deve ser uma das maiores afetadas até o fim da janela partidária.
Ainda assim, os socialistas já confirmaram publicamente que farão parte da frente de partidos de esquerda na coligação de Lula. Alckmin, por sua vez, será o símbolo principal dessa união.
No PT, correntes de esquerda e dois ex-presidentes nacionais do partido, Rui Falcão e José Genoino, têm se manifestado contra a indicação do ex-tucano para vice na chapa. Mas a expectativa é que a opinião de Lula prevaleça. O ex-presidente tem afirmado, em conversas, que caberá a ele indicar o seu vice, já que o posto é de extrema confiança.
Após o processo de escolha de Alckmin ser resolvido no PT, Lula passará a envolver o tucano em discussões sobre o programa de governo que será apresentado ao país. O ex-presidente enfatiza ainda que o ex-governador, que deixou o PSDB após 33 anos na legenda, não será um vice decorativo e participará ativamente, tanto da campanha como de um eventual governo.