Declarações foram feitas durante uma entrevista a uma rádio do município de Patos, no Sertão da Paraíba. Definições são esperadas para o fim de abril
Com G1
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que definirá sua candidatura no fim de abril, acrescentando que a aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ainda está em processo de "conversação".
Lula afirmou que as negociações e conversas ainda se dão em diversas direções, inclusive com as várias legendas para se definir o conjunto de aliados para a eventual candidatura.
"Não está certa a questão do Alckmin por duas razões: primeiro, porque eu não defini a minha candidatura; e segundo, porque o Alckmin não definiu o partido que ele vai se filiar", disse o ex-presidente em entrevista à Rádio Espinharas, da cidade de Patos, no sertão da Paraíba.
"Agora estamos em um processo de conversação. Tem gente que é favorável, tem gente que é contra... mas política é assim mesmo. Chega uma hora que você tem que bater o pênalti e aí você tem que bater com muita força para o goleiro não pegar. E aí é que a gente vai então definir o time que vai entrar em campo", acrescentou o presidente.
Lula lembrou que até o final e abril terá um panorama dos partidos aliados. O petista disse que já trava conversas com setores do MDB, com o PSB, PCdoB, Solidariedade e PSOL, entre outras forças políticas.
A ideia é que Alckmin filie-se ao PSB para ser o candidato a vice de Lula. O PSB optou por não formar uma federação com o PT, mas está praticamente fechada a coligação nacional com os petistas.
"As prévias custaram R$ 10 milhões e só aconteceram porque Eduardo Leite se comprometeu a ficar na legenda se perdesse." disse
Por Pedro Venceslau
A negociação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com o ex-prefeito Gilberto Kassab, que planeja lançar o gaúcho à Presidência da República pelo PSD, tem causado indignação entre os tucanos. Os dois se reuniram na manhã desta quinta-feira, 15, em São Paulo e estão próximos de chegar a um acordo.
Segundo o tesoureiro nacional do PSDB, César Gontijo, a provável saída de Eduardo Leite do partido será um "desastre financeiro". O dirigente tucano lembrou que o gaúcho recebeu R$ 1,2 milhão da legenda para disputar as prévias contra o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio e o governador de São Paulo, João Doria, que venceu a disputa interna.
"As prévias custaram R$ 10 milhões e só aconteceram porque Eduardo Leite se comprometeu a ficar na legenda se perdesse. É uma questão ética. Por isso fizemos esse investimento. Ele vai enterrar a carreira se sair do PSDB. Quem vai acreditar em Eduardo Leite depois disso?", afirmou Gontijo ao Estadão.
Ainda segundo o tesoureiro, o governador do Rio Grande do Sul até agora não chamou a direção do partido para conversar.
Ana Amélia no PSD
Nesta quarta-feira, 16, Kassab e Leite estarão juntos em Porto Alegre no evento de filiação da ex-senadora Ana Amélia ao PSD. Egressa do Progressistas, ela chega ao novo partido após negociação combinada com o governador, inclusive porque é secretária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul.
Integrante da executiva nacional do PSD, o sindicalista Ricardo Pattah, presidente da UGT, disse que a legenda vai estender o "tapete vermelho" para Leite e defendeu o governador das críticas dos tucanos. "Sou contra qualquer patrulhamento ideológico. Como dizia Tancredo Neves, política é como nuvem. Se ele não está à vontade no PSDB, tem uma janela partidária que permite mudar", afirmou Pattah. A expectativa da cúpula do PSD é que Leite formalize a adesão à sigla na semana que vem.
Após se reunir com Kassab de manhã, na tarde desta terça, 15, Leite tem encontro marcado com integrantes do PSDB que o apoiaram nas prévias, como o senador Tasso Jereissati (CE) e o deputado Aécio Neves (MG).
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), deve mesmo aceitar o convite do ex-ministro Gilberto Kassab e se filiar ao PSD para concorrer ao Palácio do Planalto. "Eu não quero viver com o sentimento de que poderia ter feito algo, mas não fiz", disse o tucano nesta segunda-feira, 14, em entrevista à Rádio Gaúcha. Leite também declarou que renunciar ao mandato no Estado "dói mais" do que sair do PSDB.
Por Iander Porcella
Leite chegou ao Brasil nesta segunda, após uma viagem aos Estados Unidos. O governador antecipou em um dia o retorno ao País para intensificar a articulação política em torno da possível candidatura à Presidência, embora diga que a decisão ainda não foi tomada. O caminho no PSD ficou livre para o gaúcho após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), anunciar, na semana passada, que não vai disputar o Palácio do Planalto em outubro.
"Eu sou muito movido pelo desafio. E, nesse momento, está se apresentando um desafio no plano nacional, do qual eu e muitas pessoas sentem e me estimulam que eu possa dar uma contribuição", afirmou Leite na entrevista.
Eduardo Leite antecipou em um dia o retorno ao Brasil para intensificar a articulação política em torno da possível candidatura à Presidência. © Dida Sampaio/Estadão - 04/07/2021 Eduardo Leite antecipou em um dia o retorno ao Brasil para intensificar a articulação política em torno da possível candidatura à Presidência.
O tucano também voltou a descartar a possibilidade de concorrer à reeleição no Estado, mas disse que deixar o cargo de governador "dói mais" que sair do PSDB. Leite deve renunciar ao mandato no Rio Grande do Sul nas próximas semanas.
"É algo extremamente dolorido, pois, ao longo de três anos e três meses, eu dei tudo o que pude. Morei no trabalho, me mudei para o Palácio (Piratini) para viver o governo diariamente", disse Leite. "E isso é o que mais dói, sem dúvida nenhuma. Embora uma eventual mudança de partido não seja algo fácil também, porque é onde eu construí a minha vida política."
Neste domingo, 13, durante cerimônia realizada no Rio de Janeiro para a filiação de Felipe Santa Cruz ao PSD, Kassab reafirmou que o partido terá candidato a presidente. "Espero que seja Eduardo Leite", observou Kassab, que comanda o PSD. Pacheco, por sua vez, disse que o PSD definirá a candidatura ao Palácio do Planalto "nos próximos dias".
Leite voltou a criticar a polarização eleitoral no País, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas de intenção de voto. "Nas últimas semanas, eu comecei a ser provocado a uma mudança de partido para poder viabilizar, talvez, um projeto alternativo a essa polarização que está aí. O que eu estou buscando, nas conversas que estou mantendo, é justamente entender quem vem junto", afirmou o governador.
Nas últimas semanas, Leite vem recorrendo a uma expressão popular para indicar a disposição de concorrer a presidente. Em encontro com empresários na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), em 18 de fevereiro, ele disse que um "cavalo encilhado não passa duas vezes".
O cavalo encilhado é uma metáfora para se referir à possibilidade de disputar o Planalto, que passou na frente dele pela primeira vez nas prévias no PSDB, em novembro do ano passado. Na ocasião, porém, o gaúcho foi derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria. O convite de Kassab, agora, é a segunda oportunidade.
Ao perder as prévias, Leite disse que acataria o resultado. No PSDB, aliados que tentam convencê-lo a permanecer no partido argumentam que ele está cometendo um erro e, ainda por cima, pode ficar com a pecha de “mau perdedor”.
O União Brasil, nascido como maior bancada da Câmara da fusão de PSL e DEM, já perdeu ao menos 16 deputados desde que foi reconhecido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 8 de fevereiro. A conta inclui até o sábado (12.mar.2022).
Por Por Caio Spechoto
O maior grupo se filiou ao PL para se juntar ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Houve um ato de filiação coletiva no sábado. Mas outros 3 deputados saíram para o Republicanos.
O novo partido começou com 81 representantes na Câmara. Seus líderes calculam que terá cerca de 50 quando acabar a janela de trocas partidárias. Deverá ser menor que o PT e que o PL.
O Poder360 compilou a lista de deputados filiados ao PL (segundo a assessoria de imprensa do partido) em cerimônia com Bolsonaro no sábado com o histórico de mudanças já registradas no site da Câmara.
Deixaram União Brasil ao menos os seguintes deputados (os marcados em amarelo se filiaram ao PL neste sábado):
Alê Silva (MG) – União Brasil → Republicanos;
Bibo Nunes (RS) – União Brasil → PL;
Carlos Jordy (RJ) – União Brasil → PL;
Carlos Henrique Gaguim (TO) – União Brasil → Republicanos;
Coronel Chrisóstomo (RO) – União Brasil → PL;
Daniel Freitas (SC) – União Brasil → PL;
Junio Amaral (MG) – União Brasil → PL;
Loester Trutis (MS) – União Brasil → PL;
Luis Miranda (DF) – União Brasil → Republicanos;
Luiz Lima (RJ) – União Brasil → PL;
Luiz Philippe de Orleans e Bragança – União Brasil → PL;
Marcelo Álvaro Antônio – União Brasil → PL;
Márcio Labre (RJ) – União Brasil → PL;
Nelson Barbudo (MT) – União Brasil → PL;
Sanderson (RS) – União Brasil → PL;
Sóstenes Cavalcante (RJ) – União Brasil → PL;
Há outros. Coronel Tadeu (SP) anunciou em sua conta no Twitter a migração do União Brasil para o PL, mas não foi incluído por não constar da lista da assessoria.
O ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (RS), é deputado e também migrou, segundo o PL. Mas não foi computado porque está licenciado da Câmara.
Outros bolsonaristas da legenda devem seguir para o PL nos próximos dias, como Carla Zambelli (SP), Major Vitor Hugo (GO) e Bia Kicis (DF).
O União Brasil também negocia a filiação de deputados. Neste sábado, Rose Modesto (MS) se juntou ao partido. Ela era do PSDB e deve concorrer ao governo do Estado do Mato Grosso do Sul.
O prazo para filiar deputados vai até 2 de abril. Quem quiser disputar as eleições em outubro precisa estar até essa data no partido pelo qual se candidatará.
MIGRAÇÃO BOLSONARISTA
O motivo desse movimento dos deputados bolsonaristas está em 2019. Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República no ano anterior pelo PSL. Meses depois, entrou em conflito com Luciano Bivar (PE), então presidente do PSL e hoje presidente do União Brasil.
Bolsonaro deixou a legenda em novembro de 2019 e anunciou que criaria um novo partido –o Aliança pelo Brasil, que nunca saiu do papel.
Os deputados bolsonaristas do PSL, porém, não puderam segui-lo na época por cláusulas de fidelidade partidária.
Agora, podem migrar por 2 motivos: a janela de transferências partidárias, que vai até o início de abril, e porque foi aberta uma janela de 30 dias só para filiados ao União Brasil quando a sigla foi criada.
Por Aline Guedes
O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, anunciou nesta sexta-feira (11) que o Parlamento brasileiro passará a ter três representantes junto à Comissão de Transparência das Eleições (CTE), instituída pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele acatou um pedido do presidente, ministro Luiz Edson Fachin, para aumentar a representatividade da Casa junto ao colegiado.
O órgão de transparência do TSE foi criado em setembro de 2021, com o objetivo de ampliar a segurança de todas as etapas de preparação e realização das eleições. Antes, apenas um congressista integrava o colegiado, o ex-senador Antonio Anastasia, que abriu mão do mandato para assumir vaga como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) em dezembro. Além do substituto de Anastasia, Pacheco indicará outro senador e um deputado federal.
— Passaremos a ter três parlamentares nessa comissão, que se desincumbe de uma missão muito importante: a de conferir a maior clareza possível em relação aos processos eleitorais, garantindo o mais fundamental numa democracia, que é a eleição hígida, impassível de críticas e com absoluta segurança — informou.
Protocolo contra a desinformação
O anúncio aconteceu na residência oficial do Senado, após a assinatura de um protocolo de intenções para adesão da Casa ao Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação no Âmbito da Justiça Eleitoral. Firmado em conjunto com Luiz Edson Fachin, o documento prevê a cooperação institucional, com a finalidade de combater a desinformação na área eleitoral. Segundo Pacheco, é fundamental que as eleições ocorram em um ambiente de informação correta e segura, de modo a garantir o exercício da cidadania a todos os brasileiros.
— O Senado Federal se ombreia ao Tribunal Superior Eleitoral nesse objetivo e por meio desse programa permanente, que será instalado dentro de alguns dias. Agradeço essa consideração e essa deferência da Justiça Eleitoral ao Senado, uma Casa que completará 200 anos de história e tem compromisso absoluto com a República e seus fundamentos, com o estado de direito e, fundamentalmente, com a democracia — disse.
Reafirmação
Fachin declarou que a assinatura do protocolo foi um evento culminante dos 90 anos da Justiça Eleitoral do Brasil. Segundo ele, o documento é uma reafirmação do compromisso do tribunal com o funcionamento regular de instrumentos como a urna eletrônica.
— É a defesa da democracia, a defesa do estado democrático de direito. Ao lado do Senado Federal, evidenciamos em conjunto que a comunhão republicana das instituições está dentro do desenho normativo da Constituição de 1988. E a transparência é um dos pilares fundamentais desse trabalho. Estamos muito agradecidos a Vossa Excelência [senador Pacheco], que acolhe o pleito e também a sugestão que trouxemos de ampliação do número de parlamentares junto à Comissão de Transparência Eleitoral. Precisamente, para que essa importante comissão, que já tem uma representação expressiva de entidades e autoridades acadêmicas, tenha também representantes da sociedade brasileira que carregam consigo a legitimidade da soberania do voto popular — salientou.
Comunhão pela democracia
Fachin reforçou ainda que o exercício do voto precisa continuar sendo livre e feito por meio da consciência. Para ele, nada é mais nefasto à democracia do que se aproveitar das eleições com mecanismos para captura de votos.
— O evento de hoje é um selo da comunhão que o Senado e o TSE colocam nesse grande “envelope generoso” que carrega a voz da democracia por todos os cantos do Brasil.
Também participaram da cerimônia de assinatura os ministros do TSE Carmen Lúcia, Sérgio Banhos e Carlos Horbach. O detalhamento dos trabalhos e a designação dos membros que comporão a equipe serão feitos pela Diretoria-Geral do Senado Federal e a Secretaria-Geral da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral.