Parte da bancada do partido votou a favor da proposta, aprovada em primeiro turno na Câmara na madrugada desta quinta-feira
Com Agências
A decisão de Ciro Gomes de suspender a sua pré-candidatura à Presidência da República até que o PDT reveja a sua posição na PEC dos Precatórios foi lida no meio político como uma maneira de preparar uma "saída honrosa" da corrida eleitoral, segundo parlamentares com quem o blog conversou.
Esses deputados avaliam que Ciro estava em uma posição complicada para conseguir viabilizar a sua candidatura na terceira via, que já tem Lula forte ocupando o polo da esquerda e o presidente Bolsonaro forte ocupando o polo da extrema direita.
Segundo esses parlamentares, havia pouco espaço para crescimento de Ciro num campo de terceira via fragmentado. E é exatamente o que aconteceu nesta semana com o ex-ministro Sergio Moro ensaiando anunciar a pré-candidatura pelo Podemos, os pré-candidatos do PSDB também dizendo que vão se lançar na disputa e a eventual entrada do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, via o PSD, tem tornado a terceira via cada vez mais congestionada e, portanto, uma missão cada vez mais difícil para Ciro Gomes.
Por Bruno Luiz
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou nesta quarta-feira, 3, a realização de um esforço concentrado nos dias 29 de novembro e 1º e 2 de dezembro para que a Casa vote indicações de nomes para cargos públicos.
A decisão de Pacheco pode destravar a sabatina de André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A indicação está há mais de três meses parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, presidida por Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Contrário ao nome de Mendonça, o parlamentar resiste a marcar a data da análise, o que tem sido alvo de críticas de senadores, lideranças evangélicas e também do presidente Jair Bolsonaro. A falta de encaminhamento da indicação chegou a ser questionada no próprio STF por senadores.
A marcação do esforço concentrado é mais uma forma de pressionar Alcolumbre a dar celeridade à sabatina. Apesar de cobrado por governistas a fazer a apreciação diretamente no Plenário, Pacheco vem defendendo a sabatina e a votação na CCJ, como previsto no regimento do Senado.
"Há necessidade de designação desse esforço concentrado para presença física dos senadores (...). A apreciação de nomes a serem sabatinados escolhidos pelo plenário do Senado Federal exige presença física dos senadores e das senadoras. Há nomes pendentes de aprovação e que cabe ao plenário aprovar, como nomes pendentes em outras comissões, como a de Constituição e Justiça", disse Pacheco em comunicado no Plenário da Casa.
Ainda segundo Pacheco, a pandemia foi uma das justificativas que impossibilitou o Senado de realizar as sabatinas.
"Essa é uma das justificativas naturais que não se pôde durante o decorrer do ano incluir nomes para apreciação do Senado Federal, nomes indicados por todas essas instâncias", afirmou o presidente do Senado.
Apresentador deve trocar o PSL pelo PSD; plano inclui Alckmin, de saída do PSDB para ser candidato ao Governo de SP
Por Eduardo Gayer
O apresentador de TV José Luiz Datena decidiu se filiar ao PSD, partido de Gilberto Kassab, com a intenção de construir uma candidatura ao Senado. Quatro meses após ter entrado no PSL do deputado Luciano Bivar (PE) com a intenção de concorrer à sucessão do presidente Jair Bolsonaro, Datena saiu do partido e está migrando para o PSD.
O apresentador confirmou a informação nesta terça-feira, 2, em seu programa na TV Bandeirantes: "Vou deixar o PSL e vou para o PSD, que é o partido do Kassab. Isso já está definido", disse Datena. "O Kassab deve me lançar candidato ao Senado", acrescentou.
Na prática, o apresentador resolveu trocar de legenda por estar insatisfeito com os rumos tomados pelo PSL na fusão com o DEM. As siglas aguardam aval da Justiça para formar o União Brasil e Datena não "engoliu" recentes declarações de Bivar, presidente do PSL, de que consideraria outros nomes para o Palácio do Planalto, como o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro.
Pelo desenho do PSD para o Estado de São Paulo, Datena será lançado ao Senado e o ex-governador Geraldo Alckmin, de saída do PSDB, ao Palácio dos Bandeirantes. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), recém-filiado ao PSD, deve concorrer à Presidência. Todas as articulações políticas do partido em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, estão sendo feitas para vitaminar a candidatura de Pacheco ao Planalto.
A cúpula do partido comandado por Kassab considera, no entanto, a possibilidade de Datena desistir mais uma vez de disputar a eleição, como fez em 2016, 2018 e 2020. De qualquer forma, agrada à legenda ter um nome popular entre seus quadros, como o apresentador.
É novidade a ansiedade dos chefes do agrupamento, esteio parlamentar do governo, em fixar limite de pista para decolagem da candidatura à reeleição
Por José Casado
O balão de ensaio lançado pelos líderes do Centrão no governo e no Congresso sobre uma futura emenda constitucional para criar vagas de senador vitalício aos ex-presidentes.
Não é ideia nova. Novidade é a ansiedade dos chefes do agrupamento, esteio parlamentar do governo, em fixar limite de pista para decolagem da candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição. Empenharam-se em três avisos, com uma fatura bilionária anexada.
Começaram o mês dizendo-lhe que precisa recuperar poder de competição nas pesquisas até o final do primeiro trimestre de 2022.
No virada da quinzena alertaram sobre a dependência de sua popularidade de uma rápida recuperação da economia, com queda no desemprego, redução da inflação e dos juros.
Fecharam outubro acenando com um salvo-conduto, a vaga de senador vitalício, com garantia de foro privilegiado e imunidade parlamentar até o fim da vida.
Como Bolsonaro e os tapetes verde e azul do Congresso sabem que isso é inviável, restou no Palácio do Planalto o pragmatismo dos líderes do Centrão: seguem a bordo, mas a pista da candidatura à reeleição é curta.
Ela tem a medida do pagamento das verbas previstas no Orçamento do próximo ano. Numa conta de padaria, somam R$ 22 bilhões — equivalente a 62% do custo do Bolsa Família, em vias de extinção. Dividem-se em R$ 16 bilhões em emendas (RP-9), R$ 5 bilhões em fundo eleitoral e R$ 1 bilhão em fundo partidário.
O ponto de desembarque foi sinalizado, caso as chances de decolagem do candidato não melhorem.
Bolsa Família
Câmara dos Deputados
Campanha Eleitoral
Centrão
Congresso
crise econômica
Desemprego
Dólar
Eleições 2022
Financiamento de Campanha
Governo Bolsonaro
Inflação
Jair Bolsonaro
Juros
Orçamento
PIB
Pobreza
renda
Senado
A bancada do Podemos no Senado, formada por nove senadores, defendeu nesta segunda-feira, 1º, o afastamento imediato do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) da Presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Por Hugo Marques
O pedido é feito com base na reportagem de VEJA na qual seis ex-assessoras acusam o parlamentar de embolsar parte do salário delas e benefícios como auxílio-alimentação e gratificações. A cobrança de rachadinha de Alcolumbre rendeu pelo menos 2 milhões de reais ao senador.
As ex-assessoras eram contratadas para não trabalhar. Elas eram orientadas a ceder seus nomes e dados bancários para que funcionários do gabinete recolhessem mensalmente de suas contas os valores a serem destinados ilegalmente ao parlamentar. Algumas delas chegavam a ganhar, na folha de pagamento, salários de até 14.000 reais, mas só recebiam de fato entre 800 e 1.350 reais - o restante ficava com Alcolumbre.
“A medida tem dois propósitos: permitir ao senador se defender de maneira plena e, ao mesmo tempo, não prejudicar o regular andamento dos trabalhos da mais importante comissão da Casa”, diz nota assinada pelos senadores Alvaro Dias (PR), Eduardo Girão (CE), Flavio Arns (PR), Jorge Kajuru (GO), Lasier Martins (RS), Marcos do Val (ES), Oriovisto Guimarães (PR), Reguffe (DF) e Styvenson Valentim (RN). Ex-presidente do Senado, o senador amapaense comanda a comissão responsável, entre outros temas, por sabatinar autoridades indicadas pelo presidente Jair Bolsonaro. Uma delas, que aguarda há mais de três meses um sinal verde da CCJ, é o ex-ministro da Justiça André Mendonça, escolhido pelo chefe do Executivo para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
“As denúncias, que já são objeto de notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal, devem também ser investigadas pelo Conselho de Ética do Senado Federal, colegiado cuja composição atual está com mandato vencido e cuja eleição dos novos membros está pendente”, completa o partido.